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terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Templos suntuosos para pregarem a teologia da prosperidade.

A situação de Jerusalém, na chegada de Neemias, não despertava interesses entre os mercadores, que volto a repetir, cortavam voltas da cidade, mas quando a viram alegre, com seu muro reconstruído, com suas portas levantadas, o Templo suntuosamente instalado em seu local original, não mediram esforços para passarem a noite ao seu redor, esperando pela abertura da “porta da esperança” (esperança de lucros fáceis), pois agora teriam, antes não.

Eram mercadores de tecidos, eletro-eletrônicos, autos, equipamentos, mídias, imóveis, móveis e utensílios (contabilmente falando), corretores (de seguro? Não de terrenos, ações, etc). Certamente aquela cidade miserável (Ne 1.3; Lm 1.1) não seria um bom local para abertura de novos trabalhos, moderníssimos templos, revestidos de uma boa acústica, totalmente aparelhados, sofisticados. Talvez para não despertarem suspeitas alugariam um pequenino salão (3x3, cooperamos muitos em cultos no cobralzinho, aqui me Machado, íamos a pé, cortávamos sítios, passávamos por córregos, matos. Circulo de oração, mocidade e obreiros). Neste disfarce, eles colocariam um obreiro recém iniciado e falariam; “o que vier é lucro”.

Agora o que dizer da segunda situação de Jerusalém? “Nunca na história daquele pais”, os órgãos oficiais despacharam tamanho volume. Na “junta Comercial” foram muitos os pedidos para abertura de novas empresas, na prefeitura foram expedidos vários alvarás. Autorizações do Corpo de Bombeiros, Vigilância Sanitária e Policia, enfim tudo isto era sinal de PROSPERIDADE. Quantos salões foram abertos? Quantos vezes foi ouvida aquela expressão “abre-salão” (II Sm 18.33b, “meu filho, Abre-salão), já que eles gostam de ignorar contextos, que provem um pouco do próprio veneno.

Quando estavam na miséria não apareceram sequer mercadores de mandioca, feijão verde, zé da estrada, abóboras, chuchu, jiló, ovos, lambari, etc, pois não precisavam mais do que isto, mas depois aparecem mercadores de tecidos finos da Ásia, sedas, linho bem batidinho e tingidinho (tão difícil de encontrar hoje).

Imagino os mercadores pelo mundo quando souberam da prosperidade de Jerusalém, gritando: “Eia, vamos para Jerusalém, a princesa, a próspera. Sigam-me os bons”. Outros mais céticos disseram: “Pode ter alguma coisa boa em Jerusalém ($$$$)”?

Que disparidade, antes cortavam volta e agora dormiam as portas. Não entenderam que a alegria era devido ao resgate espiritual e não somente pela PROSPERIDADE MATERIAL, mas eles (hoje) não entendem isto.

Por: Ailton da Silva

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