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sábado, 5 de maio de 2012

A forma de atuação da 1ª Jezabel



Casamento arranjado, político, na verdade foi a porta para que apresentasse e espalhasse a idolatria em Israel (I Rs 16.29-31). Calculista, má, vingativa, possessiva, faltariam adjetivos a ela, mas Josefo a descreveu perfeitamente:

"Jamais mulher alguma foi mais ousada e insolente. Tão horrível era a sua impiedade que ela não se envergonhou de edificar um templo a Baal, deus dos tírios, de plantar madeiras de todas as espécies e de estabelecer falsos profetas para prestar um culto sacrílego a essa falsa divindade. Como Acabe sobrepujava a todos os seus predecessores em maldade, ele tinha prazer em manter sempre essa espécie de gente junto de si. JOSEFO (Livro oitavo, capítulo 7)

Atormentou a mente do profeta Elias (I Rs 19.1), após o episódio do Monte Carmelo, pois não admitiu a morte de seus profetas, certamente eram seus auxiliares para disseminarem a bestialidade em Israel.

“Quando Jezabel soube dos prodígios que Elias havia realizado e da morte de seus profetas, mandou dizer-lhe que o trataria do modo como ele os havia tratado. Tais ameaças atemorizaram-no, e ele fugiu para a cidade de Berseba, que está na extremidade do território da tribo de judá e confina com a Iduméia. Lá deixou o seu servo e penetrou sozinho no deserto. Ele pediu a Deus que o retirasse deste mundo e adormeceu em seguida, debaixo de uma árvore”. JOSEFO (Livro oitavo, capítulo 7).

Ela garantiu que daria ao rei o que ele tanto desejava (I Rs 21.7b), justamente o que não havia sido capaz de conseguir pela sua autoridade. Planejou minuciosamente a exaltação e morte de Nabote (I Rs 21.9-10). Ela fez tudo isto, pois não resistiu a figura triste do rei, por não ter conseguido concretizar a compra das terras que tanto desejava anexar ao seu “quintal”. Mostrou a Acabe como era fácil resolver os problemas com o uso da autoridade.

“Essa recusa ofendeu de tal modo a Acabe que ele não quis mais comer nem tomar banho. Jezabel perguntou-lhe a causa daquilo, e ele contou que Nabote, por uma estranha grosseria, lhe recusara obstinadamente vender ou trocar a sua vinha, embora ele se tivesse humilhado e lhe rogado em termos indignos da majestade de um rei”.

“A altiva princesa respondeu que aquilo não era motivo pelo qual se devesse afligir, a ponto de esquecer até o cuidado com a própria pessoa, e que se tranqüilizasse e confiasse nela, sem se preocupar mais: ela tomaria providências, e a insolência de Nabote seria castigada. Imediatamente mandou escrever em nome do rei aos principais oficiais da província, para que decretassem um jejum, e, quando o povo estivesse reunido, dessem o primeiro lugar a Nabote, pela nobreza de sua descendência, mas em seguida fizessem ele ser acusado por três homens, que o rei lhes mandaria, de ter blasfemado contra Deus e contra o rei. Desse modo, ele seria então eliminado. Tudo foi executado, e Nabote foi apedrejado e morto pelo povo. Jezabel de imediato mandou dizer ao rei que ele poderia tomar posse da vinha de Nabote quando quisesse, sem que isso lhe custasse coisa alguma. Ele ficou tão contente que se levantou da cama e para lá se dirigiu no mesmo instante”. JOSEFO (Livro oitavo, capítulo 7).

Mas assim como qualquer mortal, ela teve o seu fim, primeiramente profetizado por Elias (I Rs 21.23), que não temia mais suas ameaças, tanto que se apresentou pessoalmente para entregar a mensagem de Deus. Tudo o que fora falado pelo profeta se cumpriu à risca (II Rs 19.33-37).

Será que a igreja em Tiatira teria o mesmo fim da vinha da Nabote caso não fosse avisada por Jesus? Quem sabe ela não instalaria naquelas terras uma escola para formar novos profetas a Baal, já que a perda foi grandiosa.

REFERÊNCIAS:
Bíblia de estudo aplicação pessoal. CPAD, 2003

Bíblia Sagrada: Nova tradução na linguagem de hoje. Barueri (SP). Sociedade Bíblica do Brasil, 2000

Bíblia Sagrada – Harpa Cristã. Baureri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembléias de Deus, 2003

JOSEFO, Flávio. História dos Hebreus. De Abraão a queda de Jerusalém. 8ª Ed. Traduzido por Vicente Pedroso. Rio de Janeiro. CPAD, 2004


Por: Ailton da Silva

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