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quinta-feira, 28 de junho de 2012

Mensagem 70: As três mulheres e as brechas da Lei Mosaica



Introdução – Jo 8.1-11
Três mulheres que se apresentaram a Jesus com seus respectivos problemas, mas que alcançaram a vitória, mediante uma brecha encontrada na lei. Duas delas conheciam de antemão, apenas a terceira conheceu depois, por isto a solução para o seu problema demorou um pouco mais que no caso das anteriores que receberam instantaneamente suas bênçãos.

1º caso: A mulher que tinha o fluxo de sangue (Mc 5.21-34). A mulher sem saúde:
Uma mulher que conhecia a Lei, pois sabia que homem nenhum a tocaria, estando ela naquelas condições (Lv 15.25). A consequência por tal ato seria catastrófica (Lv 15.27), por isto ela acompanhava o movimento da multidão, de longe, imaginando como alcançaria a cura, sem colocar Jesus em situação constrangedora, ainda mais com a presença constante dos fariseus, que aguardavam uma ocasião para condená-lo. O pensamento dela era o seguinte: “jamais Ele infrigirá a lei por uma simples mulher como eu”.

Se ficasse se lamentando, de braços cruzados, esperando a bênção cair do céu, certamente esperaria por muito tempo, então resolveu agir. Não olhou para as dificuldades, multidão, obstáculos, tempo de chuva, frio, distância ou preconceitos e correu para o lugar onde o Senhor ordenaria a bênção e a vitória (cfe Sl 133.3). Correu para o encontro de Jesus.

Ela tinha certeza que jamais Ele tocaria nela, então num ímpeto de coragem e ousadia tocou Nele, pois sabia que não havia impedimento na Lei para isto. O que a lei impedia era que alguém tocasse nela, mas não falava nada a respeito dela tocar em alguém. Isto não aconteceu antes, porque todos evitavam o contato com pessoas que apresentavam este problema. Jesus não evitaria o contato, ela tinha certeza disto.

Não havia impedimento na lei para este ato dela, tanto que não foi condenada por Jesus e por ninguém que estava na multidão, mesmo que imaginasse que seria, pois quando ouviu a pergunta de Jesus (Mc 5.30), ela se prostrou com temor e tremor e disse toda a verdade. Todos espantados com tal sabedoria, que saída de mestra, que demonstração de fé.

E uma certa mulher (v. 25), sem nome, tocou em Jesus e foi chamada de “quem” (v. 30), para depois ser chamada de “filha” (v. 34).             

Aplicação: não fique esperando, corra em direção a bênção. Não olhe para os obstáculos e preconceitos. A lei não impede que você toque Nele.

2º caso: A mulher grego, sírio fenícia. A cananéia (Mc 7.24-30), a mulher sem paz no lar.
Jesus veio salvar o que se havia perdido (Lc 19.10). O seu objetivo inicial foi Israel. Sua intenção era colocar a casa em ordem para que depois os confins da terra fossem alcançados pelos seus discípulos (At 1.8), tarefa da igreja. No entanto Ele resolveu dar uma passada pelas terras de Tiro e Sidom (Mc 7.24), territórios da Fenícia, talvez porque ouviu, lá de longe, o choro, o clamor daquela mãe, que somente Ele seria capaz de tal proeza.

Jesus mudou sua rota e foi atender aquela mulher, que também conhecia uma pequena brecha na lei, que foi a sua salvação. Todos os pobres, necessitados, viúvas, estrangeiros e órfãos conheciam muito bem os seus direitos, talvez não desconhecessem seus deveres, mas os direitos era do conhecimento de qualquer um (Lv 19.9-10).

Os judeus deveriam socorrer os tais que estivessem nestas condições e para tanto a lei previa um artifício, um instrumento. A lei da rebusca ou respiga era um dos artigos mais conhecidos e deveria ser respeitado, para que a maldição não viesse sobre a nação. Na colheita não deveria ser recolhido o que caísse no chão, pois esta seria a parte dos necessitados. Eles ficavam nas cercas das propriedades a espera do socorro de Deus.

Jesus ao ouvir o clamor da mulher, respondeu que ainda não era hora de socorrer os gentios, que não fazia parte de seu ministério. Ele não foi rude ou grosso com ela, apenas pediu que esperasse mais um poucochinho de tempo, mas assim como os pobres, estrangeiros, viúvas, necessitados e órfãos, ficavam as beiras das cercas esperando o mantimento de Deus, ela permaneceu olhando para Jesus, esperando que a lei da rebusca se cumprisse Nele.

Em suas poucas palavras ela disse: “eu sei que não chegou a hora, mas me contentaria agora com o pouco, com migalhas que caíssem da mesa do meu senhor”. Somente necessitados se contentam com as migalhas. Somente pessoas nestas condições se abaixam para pegá-las. Nenhum rico se dá ao luxo de se abaixar para recolhê-las, pois em suas mesas há abundância, mas o pobre se abaixa, recolhe, come e se sacia. Por esta palavra ela recebeu a bênção. A lei da rebusca se cumpriu em Jesus.

Aplicação: Jesus não tinha planos de passar na Fenícia, mas mudou sua rota, pois ouviu de longe o clamor da mulher, que conhecia a lei e usou a brecha para receber sua vitória. Jesus ouviu de longe e a socorreu.

3º caso: A mulher adúltera. A mulher sem honra, que foi valorizada (Jo 8.1-11)
A mulher que se apresentou diante de Jesus de cabeça baixa, envergonhada, já pré-condenada a morte, para ouvir a sentença que todos já conheciam, mas ela ficou diante do seu ADVOGADO, do JUSTO JUIZ e não diante daquela que a condenaria. Naquele dia, o inimigo descobriu que a última palavra não seria dele, mas de Jesus.

Ela não conhecia a lei, como as anteriores, que receberam instantaneamente a solução para os problemas, pois se conhecesse, certamente não estaria ali diante de Jesus. A lei previa que os tais que fossem pegos no ato do adultério fossem apedrejados, os tais, e não somente um (Lv 20.10), portanto estava faltando uma das partes naquele julgamento.

Se tivesse este conhecimento ela poderia colocar em dúvida aquele julgamento e se defenderia sem a necessidade de passar por toda aquela aflição. Certamente diria: “eu morro, mas ele também vai junto”. Quem era a outra parte? Parente de alguns dos acusadores? Integrante do clero judaico? Ou um dos próprios que estavam ali?

Ela recebeu o livramento, mas demorou um pouco. Seus acusadores foram, um a um, embora e ficou somente ela e Jesus. Ao final ouviu, em vez de acusação, apenas uma advertência: “vai e não peques mais”.

Mas como poderia prosseguir sem pecar? Jesus havia mostrado que os acusadores todos eram pecadores, pois disse: "quem dentre vós ESTÁ SEM pecado". Ele nao perguntou quem havia pecado de manhã, no dia anterior, na infância, mas sim quem estava sem pecado "naquele momento". Como então pediu para aquela mulher, que fora pega no ato, para que não pecasse mais? Ela conheceu o advogado (I Jo 2.7), os acusadores não.

Aplicação: A situação desta mulher representa a transformação de nossas vidas, pois chegamos sem valor, de cabeça baixa, envergonhados pelos nossos pecados e saímos de cabeça erguida, sem acusação, valorizados e assistidos pelo Advogado.

Mensagem entregue na congregação do Jd Novo Horizonte, setor 5, em Álvares Machado no dia 21/06/2012.

Por: Ailton da Silva

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