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sexta-feira, 20 de setembro de 2013

A reciprocidade do amor cristão. Plano de aula

TEXTO ÁUREO
Posso todas as coisas naquele que me fortalece (Fp 4.13).

VERDADE PRÁTICA
A igreja de Cristo deve zelar pelo bem-estar dos que a servem, a fim de que não haja necessitados entre os filhos de Deus.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Filipenses 4.10-13.
10 - Ora, muito me regozijei no Senhor por, finalmente, reviver a vossa lembrança de mim; pois já vos tínheis lembrado, mas não tínheis tido oportunidade.
11 - Não digo isto como por necessidade, porque já aprendi a contentar-me com o que tenho.
12 - Sei estar abatido e sei também ter abundância; em toda a maneira e em todas as coisas, estou instruído, tanto a ter fartura como a ter fome, tanto a ter abundância como a padecer necessidade.
13 - Posso todas as coisas naquele que me fortalece.

PROPOSTA
         Os filipenses surpreenderam Paulo com a segunda oferta;
         Filipos: primeira cidade européia a ouvir o Evangelho;
         A igreja precisa prover sustento para os que a servem;
         Deus cuida dos seus – Paulo estava convicto disto;
         Ele aceitou as privações sem se envergonhar;
         Muitos deixam suas famílias para pregarem o Evangelho;
         A piedade com contentamento, já é um grande ganho;
         A fé em Jesus fez de Paulo um grande vencedor;
         Paulo não perdeu sua visão missionária.

INTRODUÇÃO
Dependente das ofertas dos irmãos para sobreviver no cárcere romano, pois não era costume dos impérios investirem ou se preocuparem com o bem estar de seus prisioneiros, mas quando precisavam de uma “oração especial”, ajuda ou quando não viam entre os seus alguém que pudesse modificar ou melhorar situações, eles então corriam atrás de seus prisioneiros, que nos diga isto José que estavam bem sossegado, cumprindo sua pena, momento em que foi surpreendido pelos soldados egipcios, que os chamaram de prisioneiros pela derradeira vez para levarem-no à presença de Faraó.

Naquele momento tiveram que gastar algum “dinheirinho” para transformarem José em um homem digno de se apresentar a uma autoridade, com cabelo, barba e vestes decentes. Parece que os gritos de faraó foram ouvidos ao longe: “não deixe ele vir como estás” (Gn 41.14).

Paulo expressou sua profunda gratidão à igreja de Filipos pelos recursos enviados por intermédio de Epafrodito (4.10-20), o que não foi difícil para ele, pois já havia demonstrado sua gratidão e transparência em outra oportunidade (Fp 1.5-7).

O apóstolo estava agradecido aos filipenses pelo amor que lhe haviam demonstrado, isto o alegrara sobremaneira, uma vez que aquela igreja estava socorrendo e ao mesmo tempo exercitando o seu amor, porém ele destacou que sempre confiou a Deus o seu sustento, e que sua alegria maior estava não nas ofertas recebidas, e sim no fato de os filipenses terem se lembrado dele.

Os recursos necessários para suprir suas necessidades chegavam à prisão, originadas de Filipos e aquela igreja entendeu que era necessário ser generosa com aqueles que trabalham em prol do crescimento do reino de Deus. A reciprocidade do amor foi notória a todos. No inicio ele provou seu amor por eles e agora era a igreja que lhe dispensava o mesmo sentimento. “Somente aqueles que amam são capazes de agir pelo outro sem interesse próprio”, a marca maior de um amor desinteressado.

Deus estava no controle de toda aquela situação e não deixaria o missionário em dificuldades e da mesma forma como havia provido seus discípulos (Lc 22.35), Ele agora o fazia com o missionário.

I. AS OFERTAS DOS FILIPENSES COMO PROVIDÊNCIA DIVINA
1. PAULO AGRADECE AOS FILIPENSES. 
A igreja em Filipos já vinha contribuindo com o ministério de Paulo desde o seu início (v.15), fato este atestado pelo próprio apóstolo. Ele nunca havia pedido “a qualquer das igrejas que o sustentassem”, isto partiu dos próprios filipenses.

Agora, ele era surpreendido pela segunda oferta enviada, exatamente quando estava preso em Roma. Por isso, agradece e regozija-se pela lembrança dos irmãos (v.10). Ele declara ainda que a oferta dos filipenses era o fruto da providência divina em seu ministério, pois confiava plenamente em Deus, em qualquer situação.

2. RECIPROCIDADE ENTRE O APÓSTOLO E A IGREJA. 
Paulo amava a igreja em Filipos. Esta cidade foi a primeira da Europa a receber a mensagem do Evangelho. As dificuldades, perseguições e sofrimentos não foram suficientes para desanimar o grupo de missionários, pois a certeza da vitória era muito maior, eles estavam confiantes na chamada e providência de Deus, sentimento este nascido após o recebimento da revelação divina: “passe a Macedônia e ajuda-nos” (At 16.9).

Em nenhum momento o apóstolo agiu ou pensou como os discípulos de Jesus, que ao enfrentarem a oposição dos samaritanos logo lhe propuseram a resolução do problema, para eles o fogo do céu seria suficiente para consumir e acabar com os problemas (Lc 9.52-56). Se Jesus tivesse aceitado a proposta de seus seguidores, os tais não teriam campo para pregarem, tão logo fossem cheios do Espírito Santo (At 2.1-4; 8.1-25)

Em Filipos, Paulo enfrentou toda sorte de problemas, mas não abandonou a obra, agora a igreja, firmada em Cristo, demonstrava sua gratidão ao apóstolo cuidando dele e ajudando-o em suas necessidades (vv.10,11,15-18). Esta alegria sentida não era motivada pela oferta, dinheiro ou recursos materiais e sim pelo fato da lembrança dos filipenses, que o fortalecia ainda mais, e lhe dava a certeza de que tudo o que o que passara em sua primeira estadia na cidade não havia sido em vão. A reciproca era verdadeira.

3. A IGREJA DEVE CUIDAR DOS SEUS OBREIROS. 
Nenhum obreiro deve fazer de sua missão um meio de ganhar dinheiro. Todavia, a igreja precisa prover sustento digno àqueles que a servem. Paulo muito sofreu com a falta de sensibilidade da igreja em Corinto (v.15), pois não via a mesma demonstração de gratidão comum aos filipenses, na verdade “ele não queria ser acusado de pregar somente para ganhar dinheiro” (1 Co 9.13-14), não queria receber titulo de mercantilizador da fé, ou ser mais uma vítima do consumismo desenfreado. Por outro lado, a igreja em Filipos sempre o ajudou de bom grado.

A Palavra de Deus nos exorta quanto ao sustento daqueles que labutam na seara do Senhor: “Não amordaces o boi, quando pisa o trigo” (1Tm 5.18 — ARA). No mesmo versículo, o apóstolo completa que “digno é o obreiro do seu salário”. Por isso, a igreja deve apoiar devidamente àqueles que são verdadeiramente obreiros, ajudando-os em suas necessidades (1Tm 5.17).

II. O CONTENTAMENTO EM CRISTO EM QUALQUER SITUAÇÃO
1. O CONTENTAMENTO DE PAULO. 
O apóstolo aprendeu a contentar-se em toda e qualquer situação. Seu contentamento estava alicerçado no fato de que Deus cuida dos seus servos e ensina-os a viver de forma confiante. Aos coríntios, Paulo escreveu: “não que sejamos capazes, por nós, de pensar alguma coisa, como de nós mesmos; mas a nossa capacidade vem de Deus” (2Co 3.5).

De qualquer forma Paulo estaria contente, fosse na abundância ou na necessidade, pois ele havia aprendido a lidar com estas situações, por isto não se lamentava, apenas se regozijava-se com a gratidão e oferta dos filipenses (Fp 4.18).

Paulo deu o crédito de sua força e contentamento a Deus, pois declarou a sua total dependência de Cristo quando afirmou que sabia lidar com as bênçãos em abundancias e com a necessidade (Fp 4.12). No início de seu ministério fazia tendas (At 18.3) e findou em uma prisão em Roma (At 28.30). No final de seus dias, precisou que Timóteo lhe enviasse uma capa, para se aquecer no cárcere (II Tm 4.13). Por isto afirmamos que o apóstolo não dependia da abundância ou da escassez de bens materiais, mas sim da suficiência em Cristo.

Muitos se gabam de sua robustez, coragem e até espiritualidade, esquecendo-se de que a nossa capacidade vem do Senhor. Para agirmos de forma adequada em meio às provações e privações é preciso reconhecer que dependemos integralmente do Senhor.

2. “SEI ESTAR ABATIDO” (V.12). 
Paulo estava convicto do cuidado de Deus, por isto declarou que sabia estar abatido como também ter em abundância. Ele aceitava as privações sem se envergonhar ou mesmo entristecer-se, o mesmo deveríamos fazer diante das intempéries da vida, ou seja, deveríamos aprender a contentarmos independente das circunstâncias.

O apóstolo sabia muito bem o que era viver na fartura, na abundância, sabia o que era dar, receber, mas também deixou claro que a pobreza, fome, perseguições, ameaças, abandono, acoites, apedrejamento, calunias, varadas, naufrágios, fome e o fato de receber ajuda, de quem estivesse em melhores condições materiais que ele, em nenhum momento o desqualificava, apenas o caracterizava como um verdadeiro servo de Deus confiante nas provisões divinas.

Não podemos permitir que as dificuldades do nosso dia a dia nos abalem. Confiemos no cuidado e na bondade do Pai Celeste. Ele é o nosso provedor. Para que o Evangelho chegasse aos confins da terra, muitos homens e mulheres, às vezes sem qualquer sustento oficial, deixaram suas famílias e saíram pregando a Palavra de Deus e fundando igrejas. Esses pioneiros não desistiram, e os resultados ainda podem ser vistos.

Hoje, as igrejas, em sua maioria, possuem recursos para enviar obreiros e missionários a outras nações e ali sustentá-los, e devem fazê-lo. Cumpramos, pois, o nosso dever conforme a Bíblia nos recomenda.

3. O CONTENTAMENTO DESFAZ OS EXTREMISMOS. 
Apesar de o exemplo paulino e de a Bíblia ensinar-nos acerca do contentamento, é necessário abordar o perigo da adoção dos extremismos nessa questão. Muitos servos de Deus são obrigados, pela falta de compromisso de suas igrejas, a abandonar a obra de Deus. Para que isso não aconteceça, sejamos fiéis no sustento daqueles que estão servindo a causa do Mestre (1 Tm 5.18).

Os obreiros, por sua parte, não podem deixar-se dominar pela avareza e pela ganância. Paulo nos dá uma importante lição quando afirma: “Aprendi a contentar-me com o que tenho” (v.11). O culto ao Senhor não pode ser transformado em uma fonte de renda. É o próprio apóstolo Paulo quem ensina a nos apartar daqueles que não se conformam “com as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo e com a doutrina que é segundo a piedade”. Isto porque, os tais apreciam “contendas de homens corruptos de entendimento e privados da verdade, cuidando que a piedade seja causa de ganho” (1 Tm 6.5). O ensino paulino demonstra que a piedade, com contentamento, já é, por si mesma, um “grande ganho” (1 Tm 6.6).

III. A PRINCIPAL FONTE DO CONTENTAMENTO (4.13)
1. CRISTO É QUEM FORTALECE. 
Paulo nos ensina, com a declaração do versículo 13, que sua suficiência sempre esteve em Cristo. O que fez com que Paulo suportasse tantas adversidades? Havia algum segredo? Pensamentos positivos? Não! O que fez do apóstolo um vencedor foi a sua fé em Jesus Cristo, aquele que tudo pode. A força do seu ministério era o Senhor.

2. CRISTO É A RAZÃO DO CONTENTAMENTO. 
Nossa alegria e força vêm do Senhor Jesus. Segundo Matthew Henry, “temos necessidade de obter forças de Cristo, para sermos capacitados a realizar não somente as obrigações puramente cristãs. Precisamos da força dEle para nos ensinar a como ficar contente em cada condição”. Devemos buscar ao Senhor para que a alegria divina preencha a nossa alma (Ne 8.10).

3. O CUMPRIMENTO DA MISSÃO COMO FONTE DE CONTENTAMENTO. 
Uma vez que o objetivo de Paulo era pregar o Evangelho em toda parte, nada lhe era mais importante que ganhar almas para o Reino de Deus. Nenhuma dificuldade financeira, muito menos politica, social ou de qualquer outra ordem, poderia roubar a visão missionária do apóstolo. Quanto mais obstáculos apareciam mais sua fé era fortalecida.

Ele não se angustiava pela privação material e social. Pelo contrário, a alegria do Senhor era a sua força. Paulo regozijava-se com a suficiência que tinha de Cristo. O descontentamento é como uma planta má que faz brotar a avareza (Hb 13.5,6), o roubo (Lc 3.14) e a preocupação com as coisas materiais (Mt 6.25-34). Por isso, contente-se em Cristo! Ele tomará conta de nós.

CONCLUSÃO
A igreja de Cristo deve zelar pelo bem-estar dos seus obreiros, a fim de que não venham a passar privações. Todavia, a real motivação para servirmos à igreja de Deus jamais devem ser as recompensas materiais. Confiemos na provisão divina, pois assim seremos felizes em toda e qualquer situação.

Nosso contentamento em meio às adversidades é resultado da nossa fé e comunhão com o Senhor Jesus. Que estejamos na dependência do Senhor, para que Ele nos conceda alegria e força a fim de vencermos as vicissitudes e tribulações da vida.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
1) Saber: as dádivas dos filipenses era providência divina:
      A igreja de Filipos já havia contribuído desde o início;
      Mas surpreendeu a Paulo com a segunda oferta enviada.

2) Compreender: o cristão tem o contentamento de Cristo:
      Fato: devemos nos contentar com as situações.

3) Explicar: a principal fonte de contentamento do cristão:
      A suficiência de Paulo sempre esteve em Cristo.

REFERÊNCIAS
BARBOSA, José Roberto A. A reciprocidade do amor cristão. Disponível em: http://subsidioebd.blogspot.com.br/2013/09/licao-12.html. Acesso em 17 de setembro de 2013.
  
Bíblia de estudo aplicação pessoal. CPAD, 2003.

Bíblia de Estudo Temas em Concordância. Nova Versão Internacional (NVI). Rio de Janeiro. Editora Central Gospel, 2008.

Bíblia Sagrada: Nova tradução na linguagem de hoje. Barueri (SP). Sociedade Bíblica do Brasil, 2000.

Bíblia Sagrada – Harpa Cristã. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembleias de Deus, 2003.

CARNEIRO FILHO, Geraldo. A reciprocidade do amor cristão. Disponível em: http://pastorgeraldocarneirofilho.blogspot.com.br/2013/ 09/3-trimestre-de-2013-licao-n-12-22092013.html. Acesso em 17 de setembro de 2013.

Estudantes da Bíblia. A reciprocidade do amor cristão. Disponível em: http://www.estudantesdabiblia.com.br/licoes_cpad/2013/2013-03-12.htm. Acesso em 17 de setembro de 2013.

LOURENÇO, Luciano de Paula. A reciprocidade do amor cristão. Disponível em: http://luloure.blogspot.com.br/2013/09/aula-12-reciprocidade-do-amor-cristao.html. Acesso em 17 de setembro de 2013.

Por: Ailton da Silva - Ano V

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