Páginas

terça-feira, 31 de agosto de 2021

Os primogênitos: Deixa o meu ir, senão levo o seu. Capítulo 4

c) A terceira proposta indecente (Ex 10.7-11)

Faraó permitiria a saída, somente dos pais de família e dos adultos solteiros, sem as suas respectivas famílias. Um ataque a esta instituição tão importante, tal como seu antecessor quando ordenou a matanças dos recém-nascidos dos hebreus no passado.

Indiretamente a sua ordem tentava anular ou impedir o crescimento das famílias hebreias, já que muitos pais temeram e não tiveram filhos. Moisés não aceitou a proposta, pois conhecia a importância deste primeiro grupo social.

Esta proposta foi um verdadeiro golpe de mestre, pois as esposas ficariam desprotegidas no Egito juntamente com os jovens e crianças, enquanto que os chefes de família e demais adultos seriam libertos e fatalmente contrariam novos casamentos no deserto com as mulheres de outras nações.

A saída parcial do povo, como queria Faraó, resultaria no fracionamento e fragilização das famílias, dividindo-as. Neste caso veríamos um número elevado de viúvas de maridos vivos e de órfãos de pais vivos. Esta proposta de Faraó traria resultados nefastos para o povo de Deus:

  • Famílias sem o governo dos pais, sem provisão, sem proteção e sem direção;
  • Maridos sem as esposas e viajando no deserto enquanto que as crianças e jovens estariam no Egito sendo preparadas para uma futura escravização;
  • Uma miscigenação devastadora, pois os pais de família e demais adultos estariam sozinhos no deserto, supostamente a caminho de Canaã, mas não resistiriam aos enganos das mulheres pagãs e idólatras. Por sua vez, as jovens deixadas no Egito se casariam com os incrédulos egípcios. Enfim, haveria a total perda de identidade espiritual.

Faraó enxergou o potencial dos jovens hebreus, mas também por outro lado viu a fragilidade, o que poderia facilitar no caso de um novo período de escravidão, ou seja, a opressão na mente das crianças e jovens produziria uma mão de obra escrava ou barata no futuro. Era uma espécie de liberdade provisória comemorada no presente que se tornaria uma escravidão garantida no futuro.

continua...

Por: Ailton da Silva - 11 anos (Ide por todo mundo)

segunda-feira, 30 de agosto de 2021

Libertação e batalha espiritual - aula 1

1) O QUE É LIBERTAÇÃO

Existe um plano espiritual paralelo com o plano real em que vivemos e ambos sofrem influência de anjos ou demônios, que passam também a influenciar nossas vidas. Este plano espiritual, apesar de não poder ser visto, é uma realidade. 

“Então me disse: Não temas, Daniel, porque desde o primeiro dia, em que aplicaste o coração a compreender e a humilhar-te perante o teu Deus, foram ouvidas as tuas palavras; e por causa das tuas palavras é que eu vim. Mas o príncipe do reino da Pérsia me resistiu por vinte e um dias; porém Miguel, um dos primeiros príncipes, veio para ajudar-me, e eu obtive vitória sobre os reis da Pérsia” (Dn 10.12-13). 

A aproximação a Deus nos permite ter acesso às bênçãos, enquanto que a aproximação a Satanás nos faz sofrer forte influência maligna e nos torna propensos à maldições. Então basta escolhermos em qual posição no plano espiritual devemos ficar e esse será o resultado imediato em nossa vida, uma vez que somos resultados do nosso livre arbítrio, ou seja, aquilo que semeamos, com certeza, colheremos. 

Notamos que existem portas de entrada para que o espíritos possam agir na vida das pessoas atormentadas. Essas portas foram abertas pela própria pessoa, que agora precisam ser fechadas. E é esse processo que chamamos de Libertação e Batalha Espiritual, que abrange a renúncia de toda carga demoníaca ou males que assolam a vida das pessoas. 

A libertação lida basicamente com os males “pneumossomáticos” (pneuma - espírito, soma - corpo) produzidos pela mente. Para libertar uma pessoa é necessário tiras as bases que sustentam as maldições, para assim eliminarmos as áreas em que os demônios se alojam e agem, portanto não é tão simplesmente expulsar os demônios e deixar a pessoa a mercê novamente da carga demoníaca. 

Demônios entram por brechas espirituais ou legalidade concedida e agem de acordo com a área em que essa brecha foi aberta. Para cada pecado existe um espírito maligno com a natureza correspondente. Alojados, se tornam residentes e “porteiros”, ou seja, moram e servem de portas para outros espíritos malignos entrarem, sustentando cadeias de pecaminosidade e prisões espirituais nas diversas áreas da vida humana, tais como nos campos emocional, financeiro, saúde física, profissional, mental, conjugal, familiar e etc. 

Várias passagens bíblicas ilustram essa afirmação, em uma delas, Jesus confronta as limitações de Pedro em perdoar contando-lhe a parábola do credor incompassível. Um homem que foi perdoado de uma dívida milionária e sonegou o perdão em relação a uma dívida seiscentas mil vezes menor. Assim sendo, ele recebeu um veredicto impiedoso por oferecer uma graça muito aquém da que havia recebido. 

“E, indignando-se, o seu senhor o entregou aos verdugos, até que lhe pagasse toda a dívida. Assim também meu Pai celeste vos fará, se do íntimo não perdoardes cada um a seu irmão” (Mt 18.34-35).

“E veio ali uma mulher possessa de um espírito de enfermidade havia já dezoito anos; andava ela encurvada, sem de modo algum poder endireitar-se” (Lc 13.11). 

Essa mulher foi classificada por Jesus como filha de Abraão, herdeira de fé, porém, prisioneira de Satanás. Uma pessoa salva pode ter um espírito de enfermidade e ser prisioneira de Satanás? Neste caso, deveria haver libertação.

 

2) ACONSELHAMENTO

Todo aconselhamento do mundo não poderia ajudar aquela mulher, mesmo sendo de vital importância para o processo de libertação, pois trata-se de uma trabalho “psicossomático” (psico-alma, soma-corpo). Dados afirmam que 80% das enfermidades com problemas digestivos, úlceras, dor de cabeça, alergias, etc., são de caráter psicossomáticos. 

Por detrás dessas enfermidades existem comportamentos emocionais crônicos de ansiedade, insegurança, medo, culpa, vergonha, etc. que são basicamente respaldados pela dor emocional em relação a cargas de rejeição sofridas ou traumas adquiridos. 

Esses males estressam a alma e por uma ação contínua desestabiliza o comportamento emocional, fazendo manifestar os efeitos colaterais em todo o corpo, por isso torna-se necessário sabermos qual tipo de pessoa tem uma doença e não qual tipo de doença tem uma pessoa. 

Um exemplo disto é a carência afetiva, que só aumenta o apetite pelo pecado, deixando um rastro de destruição na personalidade da pessoa. O aconselhamento ajuda a diagnosticar problemas emocionais, nortear a pessoa por princípios verdadeiros. 

O aconselhamento coloca a pessoa em contato com verdades divinas que renovam-lhe a mente e quebram sofismas e fortalezas que escravizam a sua  forma de pensar, levando-as responsavelmente a posicionamentos práticos que reverterão sua situação.

 

3) AVALIAÇÃO OU SINTOMAS DE MALDIÇÕES

Existem alguns níveis de libertação e batalha espiritual e estes níveis, quando seguindo corretamente, levam a libertação do indivíduo. A avaliação ou a percepção sobre os sintomas de maldições é o ponto de partida. Quando diagnosticamos doenças estranhas, tentações incomuns, perturbações e perseguições variadas de forma espiritual de caráter hereditário, que podem caracterizar-se como sintomas de maldições. Todo sintoma carrega uma mensagem natural ou espiritual que deve ser processada corretamente, mas se não existem sintoma claros de maldição não há porque insistir numa libertação ou batalha espiritual. 

Não podemos espiritualizar o natural e não naturalizar o espiritual. Para quem participa de uma batalha espiritual deve saber ver, ouvir e interpretar os sintomas e avalia-los como natural ou espiritual. Nem tudo é demônio. 

Em relação a “objetos contaminados”, não podemos construir uma doutrina baseada em encantamento, como fazem os extremistas que levam tudo para o espiritual, Deus pode simplesmente nos levas a santificar os objetos “suspeitos” pela oração. Outras vezes Deus nos leva a destruir tais objetos. 

“Pois tudo que Deus criou é bom, e, e recebido com ações de graças, nada é recusável, porque pela Palavra de Deus e pela oração, é santificado” (I Tm 4.4-5).

“Também muitos dos que praticavam artes mágicas, reunindo os seus livros, os queimaram diante de todos. Calculados os seus preços, achou-se que montavam a cinquenta mil denários” (At 19:19). 

A vida é do libertador está ligada as orientações de Deus e não em doutrinas e ensinamentos de homens. Tudo isso acontece de uma forma pessoal e sob uma orientação do Espírito Santo. É importante não ficar criando regras e imposições nesse sentido. É bem possível que acabemos oprimidos e oprimindo a muitos. 

“Ninguém se faça árbitro contra vós outros, pretextando humildade e culto dos não retendo a Cabeça, da qual todo o corpo, suprido e bem vinculado por suas juntas e ligamentos, cresce o crescimento que procede de Deus. Se morreste com Cristo para os rudimentos do mundo, porque, como se vivêsseis no mundo, vos sujeitais a ordenanças: não a ordenanças: não manuseies isto, não proves aquilo, não toque naquilo outro, segundo os preceitos e doutrinas de homens? Pois que todas estas cousas, com uso, se destroem” (Cl 2.18-23). 

Neste texto Paulo rotula a motivação destas pessoas que se tornam místicas como carnais. Esse excesso de espiritualidade é, na verdade, carnalidade e muitos espíritos de engano entram para gerar confusão e destruição na Igreja. Outro erro também é naturalizar o espiritual. A sensibilidade do libertador deve ser colocada à prova, ou seja, deve haver um diagnóstico certo. Muitas pessoas que sofrem de ceticismo crônico deixam de ver, ouvir e interpretar as ordens de Deus. 

Não devemos menosprezar o poder destrutivo do pecado. Pecados e iniquidades não confessados e não resolvidos devidamente pelo sacrifício de Jesus, impõem um jugo de maldições que podem facilmente ser identificados, tais como:

  • Legado familiar de feitiçaria, principalmente quando se percebe um cajado de feitiçaria sendo passado de geração em geração. Em cada geração uma ou mais pessoas envolvidas diretamente com ocultismo, magia, bruxaria, satanismo e sociedades secretas. Pessoas que desde cedo apresentam percepções espirituais, como premonição, visão de espíritos, entidades e outras formas de mediunidades, são atraídas pelo forte desejo ligado ao ocultismo;
  • Enfermidades crônicas sem diagnóstico médico claro, principalmente os casos de doenças, principalmente as de carácter hereditário, como as doenças congênitas, insônia, sonolência, bloqueios mentais, desmaios, convulsões, epilepsia, peso e dor na coluna, dor de cabeça crônica, impressão de inchaço na cabeça, pontadas no corpo, etc;
  • Esterilidade, tendência ao aborto, problemas menstruais crônicos e de carácter anormal, esterilidade espiritual e profissional. Tudo que a pessoa toca simplesmente morre. A empresa que trabalha encerra as atividades, amigos abandonam, a igreja que congrega se divide, etc;
  • Quadro de desintegração familiar, tais como cadeias de adultério, separação conjugal, divórcios, ódio, rupturas e inimizades na família, inversão de papéis entre marido e mulher, etc;
  • Insuficiência econômica, principalmente quando as entradas parecem ser insuficientes;
  • Acidentes, cirurgias e perdas repentinas, que fazem muitas famílias viverem em portas de hospitais, acidentes frequentes, dependentes de medicamentos, etc;
  • Suicídios, forte sentimento ao fracasso, quadro de depressão, apática crônica, medo obsessivo de morrer ou ficar doente;
  • Homicídios, crimes, sentimento de perseguição, perigo de morte, desejo de se matar, tendência ao crime;
  • Insanidade e colapsos mentais, depressão, múltiplas personalidades, crises de loucura, tristeza crônica, solidão, fobias, pânico e colapso;
  • Problemas anormais na área sexual, tipo homossexualismo, impotência ou frigidez, capacidade sobrenatural de atração e sedução, pornografia, masturbação, sonhos eróticos, relações sexuais com espíritos, exibicionismo, masoquismo, pedofilia, transexualismo, zoofilia, etc;
  • Transferência de comportamentos e vícios, principalmente notada nas características ruins na vida dos filhos, tipo alcoolismo, drogas, fumo e outros vícios;
  • Mortes prematuras, viuvez, perdas de filhos, mortes estranhas. Famílias que todos os homens morrem em determinada idade ou com certa doença, todas as mulheres abortam o primeiro filho, etc;
  • Cadeias pecaminosas de carácter hereditário, tais como a prostituição, divórcio, vícios, roubo, filhos bastardos, mães solteiras, país alcoólatras, etc.

 

4) MAPEAMENTO OU CAUSAS DE MALDIÇÕES

É o processo de encontrar as verdadeiras causas relativas aos sintomas apresentados. É a estrada principal que liga os sintomas às respectivas causas. É o ponto mais importante numa batalha espiritual, pois lidamos com as causas e não com os sintomas. Interpretando os sintomas chegaremos às causas e eliminando as causas obteremos sucesso. 

É um dos aspectos mais importantes do processo de libertação, pois é fruto do discernimento, da pesquisa, rastreio cartográfico da história pessoal, familiar, da carga hereditária e dos problemas territoriais. O resultado deste trabalho é o levantamento sobre as feridas, traumas, pecados repetitivos, valores invertidos que expressam a identidade do “principado local”, a ciência das alianças quebradas, as profecias mal interpretadas, o legado demoníaco, entre outros aspectos.

Na segunda Guerra Mundial foram necessárias 53.000 bombas, já na Guerra do Vietnã este número foi reduzido para 700 bombas, enquanto que na Guerra do Golfo os envolvidos tiveram ao seu favor armas de precisão absoluta, foi uma guerra cirúrgica onde um míssil apenas era lançado para cada alvo estabelecido e por isso foram denominados de “mísseis inteligentes”. Esta ilustração mostra o potencial do mapeamento espiritual. Não podemos dar tiros ao escuro ou viver de suposições. Na batalha espiritual, a precisão é o primordial para uma bem sucedida libertação. O mapeamento é a mira da libertação. Devemos estar a um passo do inimigo. Como conseguiremos isso? 

“confessai, pois os vossos pecados uns aos outros, e orai uns pelos outros, para serdes curados. Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo“ (Tg 5.16)

 

A destreza e perícia na batalha espiritual residem no mapeamento espiritual que possibilita o que Tiago denomina de “oração do justo”, que muito pode em seus efeitos, visto que discerne com precisão “culpas” pessoais ou corporativas que precisam ser confessadas.

 

Satanás fará de tudo para reprimir esse processo e fazer com que as revelações e causas de maldições não venham à luz. É nesse momento que entra o perfil de “investigador" do libertador. Seguindo pistas verdadeiras, lendo acertadamente os sintomas presentes, fazendo as perguntas certas e, principalmente, ouvindo o Espírito Santo. Duas rotas são seguidas neste processo: a pesquisa/entrevista e a revelação pelo Espírito Santo.


 

5) ÁREAS A SEREM MAPEADAS

a) Campo da herança

É necessário analisarmos abusos, injustiças, cadeias pecaminosas, traumas que obedecem um mesmo padrão de atividade e deixam sempre as feridas. 

“...visito a iniquidade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração...” (Ex 20.5) 

A Bíblia nos fornece sabiamente um foco acessível de mapeamento hereditário, ou seja, a lembrança de pais, avós e bisavós. Seria impossível ou um tanto complicado estudarmos um passado tão distante, sem o diagnóstico de possíveis sintomas ou histórico de maldições em gerações passadas. Este espaço de gerações nos permite diagnosticar possíveis sintomas referentes a todas as maldições familiares. 

Numa entrevista o libertador deve aprofundar, quando necessário, na história familiar. Espíritos malignos se alojam em nossa árvore genealógica e causa uma colisão frontal, levando as pessoas à confissão. Dependendo da orientação do Espírito Santo, podemos estender essa confissão até por dez ou catorze gerações. 

“Nenhum bastardo entrará na assembleia do Senhor; nem ainda a sua décima geração entrará nela" (Dt 32.2).

“De sorte que todas as gerações, desde Abraão até Davi, são catorze; desde Davi até ao desterro para Babilônia, catorze; e desde o desterro de Babilônia até Cristo, catorze” (Mt 1.17).

 

Entre Davi e Cristo está a Babilônia. Depois do reinado de Davi entrou um processo de propagação de iniquidade que culminou no desterro da nação e no cativeiro babilônico. Em relação aos pecados destas gerações, Daniel, Neemias, Esdras e outros no “cativeiro" fizeram confissão. Então, aquilo que foi mapeado até quatro gerações pode e deve ser confessado até dez ou catorze gerações. A confissão intercessora não lida com a culpa do pecado e sim com a consequência do pecado. Essa intercessão anula a autoridade demoníaca de continuar a propagar uma influência de maldição.

 

Outro fator importante é a história da concepção, se a criança foi planejada ou não, se foi gerada na imoralidade fornicação adultério, incesto, estupro, tentativa de aborto ou em um útero que já foi túmulo de outra criança. Quando mais cedo Satanás consegue se infiltrar numa vida, mas oportunidades ele terá para impetrar seus desígnios destruidores.

 

A escolha do nome, a rejeição do sexo, consagração a entidades, principalmente na hora do parto, também são fatores relevantes. Existem também as maldições lançadas pelos pais ou responsáveis, que geram legalidade para uma ação demoníaca. Recebemos três coisas de nossos pais: os traços de identidade, nome e fisionomia; a capacidade para construção de relacionamentos para convivermos com outras pessoas; uma herança espiritual, que pode ser benção ou maldição.

 

b) Campo da Responsabilidade

São as chamadas maldições do presente. Escolhas feitas conscientemente mediante cargas de rejeição, perseguição espiritual herdada, escolhas pecaminosas e tudo o mais que pode sustentar cadeias espirituais que danificam o carácter.

 

As mais evidentes são as que estão relacionadas com as cargas de rejeição que a pessoa sofre ou sofreu. Essas cargas podem levar a agressividade, manifesta quando a pessoa reage rejeitando. Essa é a opção violenta de se proteger, levando-as a criarem barreiras e problemas de personalidade na área de rebelião. A fuga leva a pessoa reagir crendo na mazela que lhe foi oferecida e a faz apoiar-se no medo de ser novamente ferida ou magoada e o pior é que faz esta pessoa a se manipular, ou seja, ela encontra um meio para controlar suas emoções, através da mentira para tentar tirar proveito.

 

c) Campo da Territorialidade

Locais onde foram ambientes de mortes, assassinatos, suicídios, abortos, adultérios assentamento de santos, sacrifícios e oferendas aos Orixás e coisas semelhantes, são pontos que podem autorizar a instalação territorial de demônios que passam a influenciar a mentalidade, controlando o comportamento das pessoas de acordo com a sua natureza pervertida. É fundamental considerar o aspecto territorial numa batalha espiritual, que pode ser a origem de muitas maldições na vida da pessoa. 

Quando estamos numa batalha espiritual é comum apresentação de manifestações tais como dores, pontadas fortes, tonteiras, bocejos, vômitos e até mesmo comportamentos extravagantes, mas não podemos dar uma atenção extravagante a essas manifestações. O ponto chave que aciona uma libertação se baseia nos princípios exercidos com sinceridade e coerência. Princípios são confiáveis, manifestações nem sempre.

continua...

Fonte: Apostila Curso Básico de Teologia do SETEM – Seminário Teológico Manancial. Elaboração: Pb. Ailton da Silva

Por: Ailton da Silva - 11 anos (Ide por todo mundo)

domingo, 29 de agosto de 2021

Os patriarcas. Coincidências ou repetições da história? – Capítulo 9

Quem é este homem que está assombrando o Egito?

Todos os sábios e estudiosos do Egito ficaram alvoroçados com a decisão de Faraó em recompensar um ex-prisioneiro pela interpretação e conselhos dados.

Em uma reunião administrativa, certamente o chão tremeu, o teto veio abaixo, quando Faraó disse que não havia nenhum com condições para administrar aquela crise. O pior foi quando ouviram que a única solução seria depositar[1] a confiança naquele homem que havia interpretado os seus sonhos. Rapidamente levantarem os dados sobre José e tiveram uma surpresa, pois a ficha era extensa, não pelos crimes, mas pela qualificação e experiência:

  • Hebreu, bisneto de Abraão, neto de Isaque filho de Jacó, uma linhagem de pastores, abominação, tal como Jesus, que fora filho de carpinteiro, profissão igualmente desprezada pelos senhores do mundo, os romanos;
  • Estava cumprindo uma pena, mas era inocente. Foi preso porque a mulher era mais importante. Acharam melhor manter o controle, a paz nos corredores palacianos e a honra de Potifar. Seria arriscado colocar em dúvida o caráter de algumas pessoas. O lado mais fraco pagou. Jesus morreu pela humanidade mesmo não tendo pecado, preferiram manter a ordem de Israel em vez de alvoroçarem toda a nação. Diferentemente, neste caso, o lado mais forte pagou a sentença;
  • Não tinha formação secular necessária para o cargo, isto seria um grande impedimento. Assim como todas as outras nações e impérios, o Egito não investia em seus prisioneiros, porém estava prestes a ser beneficiado por um deles. O mundo também não auxilia ou tampouco colabora para o crescimento da obra de Deus, no entanto a igreja faz muito para ajudar este mundo que jazz no Maligno. Jesus foi rejeitado, mas oferece salvação a todos aqueles que creem no seu Nome;
  • Foi traído pelos seus irmãos, jogado em uma cova, totalmente desacreditado de seus sonhos, vendido por vinte moedas de prata, tal como Jesus que agonizou no Getsemâni, mas encontrou forças para continuar sua missão. Foi traído e vendido por um de seus discípulos por trinta moedas de prata;
  • Perdeu sua túnica, que foi dividida, rasgada e manchada com sangue de um cabrito inocente. Foi desprezado pelos seus irmãos, serviu como escravo e se tornou prisioneiro. Jesus também se esvaziou de sua Glória, veio para os que eram seus, mas não foi recebido como devia. Se fez carne, habitou entre os homens, foi esquecido, desprezado, teve as suas vestes manchadas com seu sangue inocente e repartidas entre os soldados que o crucificaram;
  • José saiu da prisão, para trabalhar em prol do Egito. Aquilo não era uma vitória, uma exaltação, havia propósitos. Da mesma forma, Jesus, morreu e ressuscitou para nos proporcionar salvação e não somente para revelar todo seu poder.

A ficha de José, em tudo se assemelhava a de Jesus. A única diferença foi na profissão do pai, pois um era filho de pastor e o outro de carpinteiro, ambas igualmente desprezadas pelos impérios dominantes de suas respectivas épocas. Todos queriam saber como aquele homem havia adquirido tamanho conhecimento? Estavam assombrados. Era um escravo, um prisioneiro, mas como poderia ser tão sábio?

Certamente não foi o Egito que investiu em sua educação e formação, mas foram os que mudaram a sua vida, por intermédio da ação de Deus, pois naquela manhã, José acordou[2] na fria e solitária prisão e dormiu, a noite, no palácio tomando decisões.

Como confiar a administração daquela potência nas mãos de um hebreuzinho, um ex-presidiário? Teria estudo, formação, condições físicas, psicológicas para o cargo? E a sua sentença? Concederiam um alvará de soltura? Trocaria a pena pelos serviços que prestaria no Egito? O que aquela nação havia feito para merecer tamanha atenção por parte de José?

Os egípcios estudavam a história das nações vizinhas e sentiram na pele a especialidade do Deus dos hebreus que sempre foi de humilhar e confundir os fortes e sábios para exaltar os fracos.

Somente Deus poderia fazê-los entregar o controle de tudo para um jovem, inexperiente, sem conhecimentos técnicos ou diplomáticos para se relacionar com outras nações, libertando-o das profundezas das prisões para dar conselho a maior potência da época.

Como deve ter sido difícil para os sábios e capacitados egípcios aceitarem aquela afronta, mas não tiveram alternativas. Faraó já havia depositado a confiança e sabia que o Deus dos hebreus estava naquele negócio. Não adiantava a torcida contra, pois todo o Egito sofreria caso José falhasse em sua missão.

Eis que tudo se fez novo no Egito, começando pelo modo respeitoso como olhariam para os hebreus. Novos tempos, mudança radical de vida e cultura, pois a fartura vista até então não existiria mais, muito menos as injustiças sociais e banquetes desnecessários.

Como José trabalhou estas mudanças em sua vida? De uma hora para outra, a libertação, recompensa, um trabalho digno, bom salário e respeito. Imaginava ser aquela situação a resposta de suas orações e o resultado de sua fé?

Ao receber poder e autoridade das mãos de Farão qual terá sido o primeiro ato administrativo de José? A sua primeira decisão foi baseada no passado ou no futuro?

Decisões baseadas em lembranças passadas certamente trazem problemas ainda maiores, portanto José pensou somente no futuro do Egito e família, sua intenção foi oferecer algo de bom para todos. Se quisesse condenar seus irmãos bastava uma única ordem, sequer precisaria levantar do trono. Tinha motivos, poder e autoridade para tomar qualquer tipo de decisão.

Mesmo no poder, conseguiu permanecer isento da cultura religiosa egípcia, afinal quem o obrigaria a fazer algo que não aprovasse? Agora era uma autoridade.

Sua administração foi um sucesso[3] e por isto conseguiram a provisão antes do temido período de fome. O acumulado serviu, inclusive, para atenderem as nações vizinhas. Certamente a decisão pelo atendimento aos necessitados[4] não partiu dos egípcios, mas sim de José. Todas as nações que sofriam com a fome procuraram o Egito, na esperança de socorro e preços justos.

Mas será que José se preocupou com a situação de sua família em Canaã? Se no Egito havia fome, imagine nas nações vizinhas.

José ainda alimentava mágoas de seus irmãos? Ou havia esquecido? Tinha esperança de revê-los? E eles se arrependeram? Ou se afligiram durante o tempo em que guardaram aquele segredo? E Jacó como estava? Como reagiria quando fosse revelada toda a verdade? Perdoaria seus filhos?

Deus precisava resolver o passado daquela família, por isso arquitetou um plano, que envolveria boa parte da Terra. Muitos sofreriam, morreriam, mas as diferenças entre os filhos de Jacó seriam resolvidas, sem contar que tudo isto aconteceu para que se cumprissem as revelações de Deus dadas a José enquanto jovem. Seus irmãos reconheceriam a sua autoridade e se prostrariam.

continua...



[1] “Acharíamos um varão como este, em que haja o Espírito de Deus"? No Egito, em Canaã, na família de Jacó, no planeta Terra, certamente não achariam.

[2] Em menos de 24 horas Deus mudou a vida de José; da prisão para o palácio.

[3] Havia muito pão e trigo no Egito, mas também havia muita fome, até que apareceu um homem com sabedoria de Deus para vender e socorrer com justiça (Gn 41.55-57).

[4] As nações se alegraram com a administração de José e diziam: “José, o senhor é bom”. Ele respondia: “Bom é Deus que me colocou neste cargo”

Por: Ailton da Silva - 11 anos (Ide por todo mundo)

sábado, 28 de agosto de 2021

Anticristo. A solução material com implicações espirituais! Capítulo 9

B) A PALAVRA DE DEUS APÓS O ARREBATAMENTO:

A Palavra de Deus não perderá a sua divina inspiração e a exposição e ensino ficará a cargo dos mártires, dos cento e quarenta e quatro mil, das duas testemunhas e do anjo que percorrerá os céus com o Evangelho Eterno. Isto prova que a Revelação de Deus não perderá a sua inspiração após o arrebatamento, pois a Grande Tribulação é uma parte do cumprimento do plano de Deus e não o ponto final.

A Palavra de Deus não foi abalada ou colocada em xeque quando Adão e Eva foram expulsos do paraíso ou quando Noé e sua família entraram e saíram da arca ou quando os hebreus entraram e saíram do Egito, muito menos quando perderam parte da Terra Prometida, nem mesmo na ida ou no retorno do cativeiro babilônico. Tampouco foi afetada na morte, ressurreição ou ascensão de Jesus.

O fundamento legal do Juízo Final será justamente a Palavra de Deus, ou seja, a humanidade será julgada pela retidão daquilo que rejeitaram (Jo 12.48) e não por meras regras humanas.

continua...

Por: Ailton da Silva - 11 anos (Ide por todo mundo)

sexta-feira, 27 de agosto de 2021

Prefiro murmurar no deserto. As dez murmurações do primogênito. Capítulo 1

O LIVRAMENTO

Chegaram às margens do mar Vermelho e ficaram sem ação, tal como a mãe de Moisés quando o escondeu na tentativa de salvá-lo da morte certa, dentro de uma pequena arca (Ex 2.3). Joquebede chegou até a borda do rio e parou, pois estava diante da limitação entre o possível e o impossível. Dali para frente o negócio seria com Deus, não dependeria dela.

O mesmo acontecia agora com os hebreus, que estavam fugindo de Faraó, diante das águas, com o mesmo protagonista, faltava apenas a arca para transportá-lo e salvá-los. Daquele momento em diante estariam sob a responsabilidade e cuidados de Deus, assim como estivera o bebê Moisés. Na primeira vez o rio não se abriu para que fossem salvos mãe e filho, mas agora seria aberto para que toda uma nação recebesse o livramento. 

“Então Moisés estendeu sua mão sobre o mar, e o Senhor fez retirar por um forte vento oriental toda aquela noite, e o mar tornou-se seco e as águas foram partidas” (Ex 14.21). 

Não bastava somente libertá-los e guiá-los para um lugar pré-determinado, pois desde o princípio se mostraram incrédulos, de dura cerviz e necessitados de contemplarem o poder de Deus para se converterem de coração.

O fato de Faraó persegui-los não foi uma mera decisão humana, mas foi o que deu uma maior expressividade ao livramento que se seguiu. Teriam que passar pelo mar, pois a bênção estava do outro lado. 

“Repreendeu o mar Vermelho e este se secou, e os fez caminhar pelos abismos como pelo deserto” (Sl 106”9). 

Para executar seu plano Deus retirou do povo, pela primeira vez, a nuvem que servia de proteção contra o calor bem como o seu anjo que ia adiante deles, colocando-os logo atrás da multidão, confundindo os egípcios. 

“E o anjo de Deus, que ia diante do exercito de Israel, se retirou, ia atrás deles; também coluna de nuvem se retirou de diante deles, e se pôs atrás deles. E ia entre os campos dos egípcios e o campo de Israel; e a nuvem era escuridade para aqueles, e para este esclarecia a noite; de maneira que em toda a noite não chegou um ao outro. E viu Israel a grande mão que o Senhor mostrara aos egípcios; e temeu o povo ao Senhor, e creram no Senhor e em Moisés, seu servo” (Ex 14.19-20-31). 

Deus simplesmente inverteu as funções dos elementos da natureza que ora usava para proteger e guiar o seu povo. A nuvem, proteção contra o calor, desde a saída do Egito, agora confundia o inimigo, pois ficou como uma divisão entre as duas partes, escurecendo o caminho dos egípcios e clareando a noite para os hebreus seguirem a longa caminhada. Desta forma o caçador não alcançou a caça, mesmo com os seus mais modernos aparelhos, armas e carruagens. 

“Nunca tirou de diante da face do povo a coluna de nuvem de dia, nem a coluna de fogo a noite” (Ex 13.22). 

Deus havia prometido que jamais tiraria a nuvem e o anjo que protegia seu povo e cumpriu à risca esta promessa. Naquela ocasião, por se tratar do início de seu plano, houve um reposicionamento do anjo e da nuvem, dando a impressão de que o povo estivesse desprotegido.

Como suportariam o forte calor, caso a batalha se iniciasse e prolongasse por muito tempo? Como vigiariam para não serem pegos de surpresa por outro inimigo, que poderia aparecer após a passagem do mar? Os hebreus não sofreriam com o calor e tampouco sofreria um ataque de outro inimigo, pois o plano de Deus, dividido em três fases, já previa tudo isto e garantia a primeira grande vitória dos hebreus:

A primeira fase do plano divino dizia respeito aos anjos. Somos conhecedores que Deus possuiu uma infinidade de anjos sob sua ordens, sendo que um destes foi designado para ficar a frente dos hebreus o seu destino final. Quando foi posicionado à retaguarda do povo, certamente outros foram ordenados para se colocarem a frente da congregação para protegê-los de possíveis ataques. Cremos com toda convicção que jamais o povo seria livrado de um lado para ficar desprotegido de outro.

A segunda fase fazia menção aos elementos da natureza. A travessia do mar se iniciou logo de madrugada, somente tendo o seu desfecho pela vigília daquela manhã, momento em que a nuvem voltou a desempenhar as suas funções normais, já que durante a noite havia sido escuridade para os egípcios e claridade para os hebreus.

Todos os elementos da natureza estão sob as ordens de Deus e o sol não fugiria a esta regra, caso fosse preciso os raios solares seriam enfraquecidos para não fustigarem[1] o povo naquela manhã.

A terceira fase envolvia os egípcios e a outros inimigos. Os anjos deram conta de todos, pois enquanto um batalhava contra os egípcios, os outros protegeriam o povo de outros inimigos que pudessem aparecer. Quanto a Faraó e seu exercito, que por muito tempo oprimiram os hebreus, nunca mais seriam vistos na face da terra, isto tudo para confirmar a palavra de Deus entregue por Moisés momentos antes de iniciarem a travessia (Ex 14.13).

 

a) Os dois ventos (diurno e noturno). Mesma direção, mas com objetivos diferentes.

O primeiro vento foi trazido por Deus ainda no Egito, na ocasião da oitava praga (Ex 10.13), quando surgiram gafanhotos. Esta lembrança ainda assolava os egípcios e fatalmente o desespero tomou conta de todos quando ouviram os primeiros barulhos do vento ao leste.

Correria, gritaria diante da possibilidade de novas perdas e danos. Alguns céticos apenas olhavam e não imaginavam o que poderia acontecer de ruim, seria somente mais uma ventania. Os mais lúcidos devem ter dito: “chega de catástrofes. Diga que não virá o pior sobre nós novamente”.

O primeiro vento, da oitava praga, foi trazido ao Egito para correção, para colocar tudo em seu devido lugar e para mostrar realmente quem é o Verdadeiro e Único Deus na terra, céu e mares.

O segundo vento teve por objetivo a salvação (Ex 14.21). Moisés estendeu a mão sobre o mar, mas não o abriu com este gesto, foi somente para que os hebreus vissem que algo estava por acontecer.

Então Deus soprou um vento oriental toda aquela noite para que o mar se tornasse em terra seca. Não foram ouvidos gritos de desespero como no primeiro vento (Ex 10.13), pelo menos no lado dos hebreus, na verdade o que se ouviu foram júbilos diante de tal cena, nunca vista antes na história da humanidade.

Será que os soldados egípcios gritaram do outro lado: “De novo não, outro vento, chega, não aguento mais, eu entrego os pontos. Não mexo mais com o Deus dos hebreus”.

Este vento noturno trouxe ares refrescantes para os hebreus, gostinho de quero mais, representou uma doce vitória e arrancou suspiros de alívio.

O primeiro vento do Egito abriu as portas para a devastação, espanto e terror. O segundo abria a porta para salvação de toda uma nação. Dois ventos, mesma origem, mas com objetivos bem diferentes.

continua...

[1] Caso a nuvem não voltasse a proteger o povo, certamente os raios solares seriam enfraquecidos por Deus. 

Por: Ailton da Silva - 11 anos (Ide por todo mundo)

quinta-feira, 26 de agosto de 2021

Neemias: como sair do anonimato - Capítulo 13

DOIS GRANDES PROBLEMAS DOS JUDEUS 

1) A PROFANAÇÃO DO SÁBADO (13.16):

Os filhos de Israel foram ordenados por Deus a guardarem o sábado, o dia do descanso, para repouso para se dedicarem a adoração, oração, louvor. (Ex 16.23; 20.11). Neste dia as atividades em Israel seriam interrompidas, pois nenhum trabalho deveria ser realizado (Ex 16.23; 35.2,3; Jr 17.22; Mc 16.1), até mesmo o comércio (Am 8.5).

Após a reconstrução do Templo, os inimigos perceberam a mudança no padrão de vida dos judeus. A cidade sem o muro e as portas era alvo fácil de doenças e ladrões, mas agora estava bonita, frondosa, exuberante, alegre, bem diferente do estado anterior (1.1-3). O problema então seria os mercadores e aproveitadores, pois os judeus eram potenciais consumidores.

Tudo isto não teria problema se estes mercadores não insistissem na venda justamente no dia de dedicação a Deus, mas não respeitaram, por isto Neemias ordenou que as portas da cidade fossem fechadas para não profanarem o sábado.

 

a) A ganância dos mercadores:

Neemias observou a ignorância do povo em relação a Lei desde a sua chegada. Sua intenção era reconstruir os muros, mas não conseguiu resistiu ao contemplar o povo desgarrado, sem pastor, sem estrutura, sem conhecimento e alheios aos mandamentos perpétuos.

O problema maior foi em relação ao sábado, principalmente quando os mercadores de Tiro (Ne 13.17-18), conseguiam ajuntar os judeus, justamente os que deveriam estar no Templo adorando, louvando, orando, ouvindo a leitura da Lei.

Esta já havia sido uma das causas do cativeiro (Jr 17.27), por isto Neemias agiu, pois compreendeu o perigo que todos estavam correndo de novamente. As consequências seriam inevitáveis (Lv 26.13-33).

Neemias repreendeu os mercadores, avisando-os para não profanarem o Dia do Senhor (Ne 13.21). A sua reação foi tão enérgica e radical quanto as anteriores, pois queria cortar o mal pela raiz. Protestou contra os negociantes de outras terras, que desconheciam a importância do sábado (Ne 13.20-21).

As mercadorias eram necessárias? Eram de ótima qualidade? Os vendedores eram bons? Os judeus ficavam satisfeitos com as negociações? Então porque não fizeram todo este alvoroço no estado anterior da cidade (1.1-3), quando estavam em miséria e esquecidos?

A alegria espiritual chamou os mercadores, pois entenderam que Jerusalém estava usufruindo de uma prosperidade material, aliás, estavam bem visíveis, o Templo, os muros reconstruídos e as portas levantadas. Os mercadores pensavam que os judeus estivessem nadando em dinheiro, por isto faziam questão de acampar em suas portas.

 

b) Neemias proíbe o comércio aos sábados:

As sextas-feiras, ao pôr do sol, os portões da cidade deveriam ser fechados e permaneceriam desta forma até ao final do sábado, mas os mercadores insistentes continuaram fora da cidade, na esperança de vendas.

Entra em cena o pastor cuidadoso, que mesmo com as barreiras fechadas, saiu para averiguar a situação. Foi quando constatou que aqueles aproveitadores ainda estavam ao derredor. Uma única frase que não precisou ser repetida, pois foram embora diante do ultimato de Neemias (Ne 13.19-21).

continua...

Por: Ailton da Silva - 11 anos (Ide por todo mundo)

quarta-feira, 25 de agosto de 2021

Grandes verdades em poucas palavras - 0032

“Um erro da espessura de um fio de cabelo afasta-nos cem quilômetros do alvo”. Anônimo

A paixão pelo poder é a mãe da heresia”. Crisóstomo

“Heresia é lepra mental”. John Trapp

“Hipócrita é o homem que faz com que sua luz brilhe de tal forma diante dos outros que eles não possam saber o que está acontecendo por trás dela”! Anônimo

“Não há nada pior do que ser por fora aquilo que não se é por dentro”. Mohandas Gandhi

“Piedade da boca para fora é coisa fácil”. Matthew Henry

A religião que tem início na hipocrisia certamente acabará em apostasia”. William Spurstowe

“A dobradiça da história encontra-se na porta de um estábulo em Belém”. Ralph W. Sockman

“Um círculo não pode preencher um triângulo; também o mundo todo não pode preencher o coração do homem”. Thomas Brooks

Certamente os melhores homens não passam de homens, na melhor das hipóteses”. Thomas Brooks

“O homem foi criado para um império, mas está vivendo em um abismo”. H. G. Wells

“O homem é mais duro que a rocha e mais frágil que um ovo”. Anônimo

O homem foi feito para habitar em um jardim, mas seu pecado o fez habitar em um deserto”.

“O homem natural é como ferro para Deus e cera para o diabo”. Richard Sibbes


Por: Ailton da Silva - 11 anos (Ide por todo mundo)

terça-feira, 24 de agosto de 2021

Os primogênitos: Deixa o meu ir, senão levo o seu. Capítulo 4

b) A segunda proposta indecente (Ex 8.28)

Os hebreus seriam libertos para adorarem a Deus, mas não poderiam ir muito longe, deveriam ficar visível aos olhos do exército egípcio. Inclusive Faraó pediu até que orassem por ele. Esta proposta era maligna, pois sacrificariam ali nas imediações da sedutora nação e estariam com um olho em Deus e outro nas velhas terras egípcias.

Ofereceriam sacrifícios no deserto, mas estariam com os pensamentos ainda no passado, uma vez que o Egito não sairia do coração por completo[1]. As consequências seriam inevitáveis e não tardariam para aparecer.

Esta proposta tinha por pano de fundo o laço caracterizado pelo intenso transito que seria visto entre o deserto e o sedutor Egito. Um interminável vai e vem de hebreus, ora lá, ora cá, sem rumo e identidade, imaginando que estivessem servindo a Deus.

O pedido para que não fossem longe, na verdade, significava um rompimento parcial com passado, uma vida superficial, sem consagração, sem profundidade, sem expressão e sem compromisso. Moisés disse não.

continua...



[1] Ló e sua família saíram de Sodoma, mas sua esposa não foi capaz de tirar a sedução e encantos da cidade de seu coração (Gn 19.26).

Por: Ailton da Silva - 11 anos (Ide por todo mundo)

segunda-feira, 23 de agosto de 2021

Ética Cristã - aula 3

8) QUESTÕES ÉTICAS E O CRISTIANISMO

a) O cristão e o controle de natalidade e aborto

  • O aborto é um infanticídio qualificado, pois é premeditado. Os envolvidos sabem com antecedência o dia, a hora, o local e os instrumentos usados na execução das vítimas;
  • É cometido por motivo irrelevante, contra pessoas inocentes e indefesas;
  • O ventre de uma mulher não pode se transformar num cárcere de horrores. O ser que ali é gerado pelo Autor da Vida não é um condenado à morte, é predestinado à vida e não importa se tenha um dia ou sete meses de existência uterina;
  • A ideia dos materialistas é desvalorizar o ser humano em crescimento no ventre materno, reduzindo-o a uma questão meramente técnica e funcional. Todavia, o nascituro tem direito à mesma proteção dispensada às pessoas já nascidas.

 

b) O cristão e a responsabilidade social

A Igreja nasceu diante da intelectualidade grega, da religião monoteísta judaica e da organização social e política romana, mas todos estes não fatores não serviram, por si só, como auxilio para que a Igreja enfrentasse as mazelas sociais da época durante o seu crescimento. Na verdade as contribuições também serviram para disseminar no meio da Igreja os mais diversos pensamentos e correntes filosóficas, por mais estranhas que pudessem parecer.

A primeira dificuldade foi no campo social, com as viúvas dos judeus gregos que estavam sendo preteridas em relação às outras, durante a distribuição de donativos. Na antiguidade as viúvas que não tivessem filhos enfrentariam grandes dificuldades para se sustentarem, como aconteceria com a viúva de Naim ao sepultar seu filho, já na Igreja, a ideia era outra completamente diferente, não poderia haver entre eles pessoas carentes, com necessidades (Tg 1.27; I Tm 5.3-16).

A missão assistencial da Igreja no mundo é a continuação da obra iniciada por Jesus. Assim como o Senhor jamais se esqueceu dos pobres, a Igreja não deve desprezá-los (Lc 4.18,19). O imperativo da Grande Comissão inclui, na essência da mensagem do Evangelho, o atendimento às pessoas necessitadas (Mt 25. 35-40; Jo 13. 14,15).

É nosso dever ajudar, assistir e socorrer os necessitados. Devemos atender ao pedinte e ao carente de víveres para a sua subsistência (SI 132.15; Lv 19.10; 23.22; Êx 23. 11). A justiça social ordenada por Deus determinava que os ricos não desprezassem os pobres (Dt 15.7-11), e que o estrangeiro, a viúva e o órfão fossem atendidos em suas necessidades (Ex 22. 22; Dt 10. 18; 14. 29).

 

c) O cristão e o jeitinho brasileiro

O jeitinho brasileiro, muito utilizado, é uma forma, uma resposta ou saída para uma situação em que não podemos ou não queremos enfrentar. É o jeito de alcançarmos os objetivos, sem nos preocupar se estaremos ou não prejudicando outros. Ou seja, é uma forma de contornarmos as normas, leis, tirando vantagem de uma situação. “Enfim é abrir caminho para que as coisas aconteçam da maneira como se gostaria. É ajeitar tudo por baixo dos panos”, encontrar brechas, ajeitar situações, dar um ajuste, um empurrão ou simplesmente o famoso “esquece o assunto”.

 

d) O cristão e a mentira

“A mentira é a uma manifestação contrária à verdade, cuja essência é o engano, e cuja gravidade se mede segundo o egoísmo ou a maldade que encerra”. É severamente proibida no decálogo (10 mandamentos – Ex 20.16). Trata-se portanto de um dos pecados mais generalizados da atualidade, a tal ponto de cauterizar a mente de muitos, inclusive de cristãos. É a forma covarde como alguns enfrentam a realidade, pois ficam presos à justificativas ilusórias sem fundamentos.

Na verdade, a mentira é uma questão ética que permeia o homem no seu dia a dia, é uma prática que nos distancia de Deus, destrói relacionamentos (Pv 25.18; 26.18-19, 28) e por fim destrói o próprio mentiroso. Mentir é loucura e pecado (Pv 26.19) e faz parte das coisas que Deus odeia (Pv 6.16-19). É uma prática do velho homem, da velha natureza e leva a prejuízos, muitas vezes, irreparáveis (At 5.1-11).

 

“O Comandante Lloyd Bucher, do navio-espião Pueblo, que, com sua tripulação de 23 homens, foi capturado pelos norte-coreanos. Quando os interrogadores ameaçaram matar a tripulação, Bucher assinou confissões, confessando falsamente a culpa de fazer espionagem nas águas territoriais da Coréia do Norte. Estas falsas confissões vieram a ser o fundamento para poupar as vidas da tripulação e levar à sua libertação”.

 

A pergunta, portanto, é esta: A mentira de Bucher para salvar estas vidas foi moralmente justificada? Ou, de modo mais geral, mentir para salvar uma vida é moralmente certo em qualquer situação? Uma maneira de responder a esta pergunta é rejeitar totalmente a noção de moralidade.

 

e) O cristão e o sexo

Um dos propósitos de Deus para com o sexo é despertar e satisfazer no homem e na mulher, a fome de intimidade. “Sexo não é apenas um incidente no casamento. Embora não tenha sido criado para ser o cerne da intimidade, o sexo é a música do matrimônio”.


O sexo é um presente de Deus para as pessoas casadas. Ao criar os humanos, Deus os fez “macho e fêmea” e viu que sua criação era algo “muito bom”. (Gn 1.27,31). Quando instituiu o casamento entre o primeiro homem e a primeira mulher, Deus disse. “Eles têm de tornar-se uma só carne.” (Gn 2.24). Esse vínculo incluía o prazer da intimidade sexual, bem como um profundo apego emocional. Deus restringe as relações sexuais apenas aos casados (Hb 13.4). Os casais precisam ser fiéis e estar comprometidos um com o outro. Eles encontram o maior de todos os prazeres, não por procurar satisfação egoísta, mas por aplicar o princípio bíblico. “Há mais felicidade em dar do que há em receber” (At 20.35).

 

f) O cristão e a eutanásia

A palavra eutanásia é composta por dois termos gregos “eu” (boa ou fácil) e “thánatos” (morte). Assim, seu significado é morte boa, serena ou fácil. Sua prática consiste em tirar a vida de uma pessoa para livrá-la dos sofrimentos que a está afligindo por causa de alguma doença incurável ou irreversível.

A eutanásia passiva é uma medida moralmente aceitável, na opinião geral. Essa forma de aliviar o sofrimento humano consiste no desligamento de máquinas e aparelhos capazes de manter artificialmente a vida do paciente. Neste caso, a vida humana está sendo possível por meios artificiais. Geralmente, quando a pessoa chega a esse estágio é sinal de que o cérebro entrou em colapso e apenas o coração e a respiração estão sendo mantidos por meio de máquinas e aparelhos. O homem, principalmente o cristão, além de ser a imagem e semelhança de Deus é o templo do Espírito de Deus. Assim, destruir o próprio corpo é desonrar o Criador.

 

g) O cristão e a pena de morte

A Pena de Morte ou Pena Capital é a sentença aplicada pelo poder judiciário que consiste em retirar legalmente a vida a uma pessoa que cometeu, ou é suspeita de ter cometido, um crime que é considerado suficientemente grave e justo de ser punido com a morte.

É um tema muito polêmico, debatido e discutido; pois mexe com a Palavra de Deus, com o projeto do ser humano (vida) e com a Declaração Universal dos Direitos do Homem (art 3º e 5º. Todo o indivíduo tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal; Ninguém será submetido a tortura nem a penas ou tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes).

Deus não estabeleceu a pena de morte após os fatos ocorridos entre Caim e Abel, bem que poderia. Porém a estabeleceu após o diluvio e a confirmou na Lei (Gn 9.6; Êx 21.12).

 

Por: Ailton da Silva - 11 anos (Ide por todo mundo)