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segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

lição 1 - Proposta

Por: Ailton da Silva - (18) 8132-1510 - Ano III

domingo, 30 de dezembro de 2012

Escala Profetas menores


Por: Ailton da Silva - (18) 8132-1510 - Ano III

Resumo do trimestre - 4º trim 2012

OSÉIAS
Oseías foi chamado por Deus para profetizar para o desmoronado Reino do Norte, que beirava os últimos anos de sua existência, ante a degradação moral e espiritual, fruto da “busca desenfreada pelo prazer e lucro”. Seu casamento com a mulher de prostituições e seus filhos serviu para revelar este caos espiritual. O profeta foi abandonado pela mulher (2.5) e depois resgatada por ele do (3.1-5).

Ele se casou com Gomer, mesmo conhecendo o seu passado (1.2) e a amou, não pela virtudes apresentadas, mas pelo seus pecados, teve pena, compaixão, dó de sua situação, da mesma forma que Deus continuou amando aquele povo, mesmo diante de seus inúmeros erros, por isso procurou levá-los a reconciliação através deste episódio.

As profecias de Oséias fazem referência a Efraim como uma terceira pessoa no reino (sul e norte), talvez o centro (centro das confusões e idolatria – 5.5). Efraim, o filho menor de José, que foi abençoado em lugar do primogênito pelo avô (Gn 48.19), que inverteu as mãos durante a ministração da benção. Eles se imaginavam importantes, pelo fato de Josué ter ordenado o acampamento e montagem do tabernáculo em Siló (Js 18.1; I Sm 1.3), importante cidade religiosa do reino do Norte que ficava na referida tribo.

JOEL
Profeta que fez referência a lagarta, gafanhoto, locusta e pulgão, se referindo ao futuro ataque babilônico (1.4-6), a destruição que causariam. Profetizou também sobre o derramamento do Espírito Santo (2.28-29) e sobre o juízo de Deus, grande tribulação (2.30-32). Esta sua profecia, dividida em duas partes, por isto pode ser classificada como de dupla referência, se cumpriu em sua primeira parte no dia de Pentecostes (2.28-29; At 2.1-4) e a segunda parte ainda se cumprirá, haja vista que naquele dia quando houve derramamento do Espírito Santo não foram vistos sinais no céu, sangue e colunas de fumaça, somente houve sinais na terra e fogo (línguas como que de fogo).

AMÓS
Camponês do reino do sul, profetizou no reino do norte. Saiu de sua cidade e provavelmente passou por Jerusalém, já que as estradas convergiam para as portas da cidade, mas não se encantou com a beleza e prosperidade vistas ali. Continuou sua jornada, atravessando a barreira fronteiriça, a porta de contenção, o inicio de todos os problemas, montada pela tribo de Efraim.

Demonstrou grande conhecimento geográfico ou recebeu sabedoria do alto, para profetizar contra 7 nações e contra seu próprio reino. O ponto alto de seu ministério foi o encontro com o sacerdote Azamias (7.10-12), ocasião em que foi “gentilmente convidado” a se retirar de Betel, santuário do rei e casa do reino. Foi chamado de “profetinha” e praticamente expulso do reino. Mas naquele dia o sacerdote contemplou um profeta enviado por Deus no pleno exercício de seu ministério. Recebeu uma mensagem que certamente abalou sua estrutura. Antes estava preocupado com a queda da nação, agora se preocuparia com sua esposa, filhos, posses e nação (7.17). Antes não tivesse afrontado o profeta.

OBADIAS
Profetizou contra Edom, os vermelhos, filhos de Esaú (Gn 36.9), irmão de Jacó. Nação soberba (v. 3-4), que não socorreu Israel quando estava se aproximando dos moabitas e amonitas para conquistar Canaã (Nm 20.14-21). Outro erro gravíssimo deles foi após a invasão babilônica, pois se alegraram com a queda de Judá (v. 12), auxiliaram os invasores a capturarem os judeus fugitivos e saquearam Jerusalém (v. 11).

Jacó seria fogo, José chama e a casa de Esaú, os edomitas, palha, para ser consumida (v. 18) e mesmo que dissessem que poderiam se levantar ou edificar o reino, fatalmente seriam destruídos por Deus (Ml 1.4).

JONAS
A fuga e desobediência que tiveram um motivo justo, pelo menos no pensamento dele. Os cruéis assírios estavam na iminência de invadirem Israel e Judá, se já não o tinham feito em pequenas investidas, por isto seria aceitável a resistência do profeta para não lhes “antecipar a manifestação da graça de Deus”, já que cria em um possível perdão divino diante do quebrantamento dos ninivitas. Porque Deus não enviou outro (cf At 9.10-18).

Ele foi vomitado do ventre do peixe e enquanto caminhava em direção a Nínive, imaginou que descarregaria naquela cidade toda a sua ira, para compensar os três dias de sofrimento no inferno (2.2). Sua mensagem foi pesada (3.4), mas os ninivitas creram e se arrependeram para tristeza geral do pregador. Ele se entristeceu com a morte de uma aboboreira (4.9), mas não se sensibilizou com a ignorância espiritual e posterior conversão de 120.000 ninivitas (4.11). Foi o único pregador da historia que não se alegrou com a conversão em massa após sua pregação.

Última chamada! Última chance! Último profeta! “Quiz” de Malaquias


Quantos profetas passaram por Judá e Israel, divididos, incrédulos e quantos foram desprezados e de igual forma desacreditados? No retorno do exílio, Deus trabalhou na vida dos judeus, através de três grandes profetas menores, Ageu, Zacarias e Malaquias e outros tantos homens como Zorobabel, Esdras, Neemias entre outros. Todos tiveram por objetivo a completa restauração da nação, de Jerusalém e do Templo.

Engraçado é que na Babilônia, durante o cativeiro, eles choravam, junto aos rios babilônicos e embaixo dos salgueiros (Sl 137.1-4), mas já em Jerusalém e diante dos recursos e facilidades (Ed 1.1-11) oferecidos pelo rei Ciro, se espreguiçavam embaixo das frondosas árvores que estavam ou na frente de suas suntuosas e modernas casas ou nos seus ampliados quintais (cf Is 54.2).

Após a reconstrução do Templo, muro e portas seria normal pensarmos que o pior já havia passado. Agora não havia mais brechas para uma possível intromissão de cultura estrangeira (cf Sf 1.8b) para afetar a religiosidade e nacionalidade deles, haja vista a barreira reconstruída, seria capaz de barrar a entrada de qualquer um ou de qualquer ideologia idólatra (cf Ne 7.3).

Que decepção de Malaquias ao contemplar o povo desanimado e despreocupado com as coisas de Deus, mas nada que se compare a conivência dos levitas e sacerdotes (1.8), que aceitavam qualquer tipo de animal para sacrifícios e concordavam com os divórcios, principalmente em se tratando de ilustres ou autoridades. E o que dizer do consentimento às uniões mistas com as filhas dos moabitas e amonitas? Frutos de incesto (Gn 19.36-38), que de tão belas, fascinavam até mesmo o “mais sem visão” judeu a ponto de fazê-lo abandonar seu lar para constituir nova família. E tudo isto sob a chancela da classe sacerdotal.

O ministério de Malaquias foi marcado pelo seu estilo interrogativo. Perguntas, nas quais o profeta denunciou o descaso do povo, a conivência dos sacerdotes e levitas e reafirmou a origem e paternidade da nação. Se Israel fosse capaz de respondê-la certamente atentaria para a sua deplorável condição espiritual.

a) Quiz de Malaquias, responda se puder:
1) Em que nos amastes, Senhor?
Resp: ________________________________________________

2) Esaú foi irmão de Jacó?
Resp: ________________________________________________

3) Se eu sou o Pai, onde está a minha honra?
Resp: ________________________________________________

4) Se eu sou o Senhor, onde está o meu temor?
Resp: ________________________________________________

5) Em que desprezamos, nós o teu nome, Senhor?
Resp: ________________________________________________

6) Em que te havemos profanado?
Resp: ________________________________________________

7) Apresente animal cego para o teu príncipe, ele se agradará em ti?
Resp: ________________________________________________

8) Aceitará ele a tua pessoa?
Resp: ________________________________________________

9) Ele te aceitará sabendo que isto veio de sua mão tal oferta?
Resp: ________________________________________________

10) Quantos de vós que, debalde, acendem fogo diante do altar?
Resp: ________________________________________________

11) Ofereça o roubado, o coxo e enfermo ao Senhor, Ele aceitará?
Resp: ________________________________________________

12) Não temos nós todos um mesmo Pai?
Resp: ________________________________________________

13) Não nos criou um mesmo Deus?
Resp: ________________________________________________

14) Porque serem desleais uns com os outros, profanando o concerto de vossos pais?
Resp: ________________________________________________

15) Cobris o altar com lágrimas e choro de gemidos e pergunta porque Deus não aceita seus sacrifícios?
Resp: ________________________________________________

16) Ele não fez somente uma mulher para um homem?
Resp: ________________________________________________

17) E porque fez somente uma?
Resp: ________________________________________________

18) Em que te enfadamos?
Resp: ________________________________________________

19) Onde está o Deus do juízo?
Resp: ________________________________________________

20) Quem suportará o dia da sua vinda?
Resp: ________________________________________________

21) Quem subsistirá quando Ele aparecer?
Resp: ________________________________________________

22) Em que havemos de tornar?
Resp: ________________________________________________

23) Roubará o homem a Deus?
Resp: ________________________________________________

24) Em que te roubamos?
Resp: ________________________________________________

25) Que temos falado contra ti, ó Deus?
Resp: ________________________________________________

26) Que adiantou andar de luto diante de Deus?
Resp: ________________________________________________

Para desfrutar das promessas contidas no capítulo 4, seria necessário que os judeus atentassem para o concerto, pós reflexão, proposta por estas perguntas.


Por: Ailton da Silva - (18) 8132-1510 - Ano III

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Malaquias, a sacralidade da família. Plano de aula


TEXTO ÁUREO
“Porquanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, serão ambos uma carne” (Gn 2.24).

VERDADE PRÁTICA
É da vontade expressa de Deus que levemos a sério o nosso relacionamento com Ele, com a família e com a sociedade.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Malaquias 1.1; 2.10-16.
1.1 - Peso da palavra do SENHOR contra Israel, pelo ministério de Malaquias.
2.10 - Não temos nós todos um mesmo Pai? Não nos criou um mesmo Deus? Por que seremos desleais uns para com os outros, profanando o concerto de nossos pais?
2.11 - Judá foi desleal, e abominação se cometeu em Israel e em Jerusalém; porque Judá profanou a santidade do SENHOR, a qual ele ama, e se casou com a filha de deus estranho.
2.12 - O SENHOR extirpará das tendas de Jacó o homem que fizer isso, o que vela, e o que responde, e o que oferece dons ao SENHOR dos Exércitos.
2.13 - Ainda fazeis isto: cobris o altar do SENHOR de lágrimas, de choros e de gemidos; de sorte que ele não olha mais para a oferta, nem a aceitará com prazer da vossa mão.
2.14 - E dizeis: Por quê? Porque o SENHOR foi testemunha entre ti e a mulher da tua mocidade, com a qual tu foste desleal, sendo ela a tua companheira e a mulher do teu concerto.
2.15 - E não fez ele somente um, sobejando-lhe espírito? E por que somente um? Ele buscava uma semente de piedosos; portanto, guardai-vos em vosso espírito, e ninguém seja desleal para com a mulher da sua mocidade.
2.16 - Porque o SENHOR, Deus de Israel, diz que aborrece o repúdio e aquele que encobre a violência com a sua veste, diz o SENHOR dos Exércitos; portanto, guardai-vos em vosso espírito e não sejais desleais.

PROPOSTA:
          O problema de Israel era no campo familiar e com Deus;
          Entre outros problemas que foram apontados por Neemias;
          Assunto do livro: denúncia contra o formalidade religiosa;
          Prática esta denunciada por Jesus (fariseus e escribas);
          Paternidade: somos filhos por adoção;
          Deslealdade: agir traiçoeiramente, com infidelidade;
          Casamento misto: mistura com pagãos e idólatras;
          “Deus é testemunhas das uniões espirituais”;
          Poligamia e divórcio: são obstáculos.

INTRODUÇÃO
A mensagem de Malaquias enfoca a sacralidade do relacionamento com o Altíssimo e com a família, que precisavam ser encarados com mais piedade e temor por Israel. O problema anterior ao cativeiro, a idolatria, já não mais atormentava os judeus e o perigo de nova invasão estava totalmente descartado, mas com esta tranqüilidade surgiu o “declínio na vida espiritual da nação. A religião era apenas uma prática fria e formal”.

As mensagens de Ageu e Zacarias eram relembradas, naquela época, pelos mais antigos que certamente notaram a mesma postura, vista anteriormente, do povo em relação ao zelo pela obra de Deus. Estavam desanimados antes da reconstrução e agora diante da conclusão da obra, a situação havia piorado, até mesmo os sacerdotes se descuidaram do zelo e estavam indiferentes às suas funções do Templo, pois se tornaram coniventes com algumas práticas ilícitas dos judeus, tais como a oferta de animais aleijados ou doentes (Ml 1.8a).

Necessitavam de reformas caso ainda desejassem verem a glória maior da segunda casa. Malaquias colocou-se “como um espelho” diante dos judeus, mas eles não perceberam. Sobre isto o pastor Geraldo Carneiro Filho escreveu:

“Malaquias testifica o triste fato do fracasso de Israel. Ele apresenta o quadro de um povo religioso externamente, mas interiormente indiferente e falso, um povo para o qual o culto a Jeová se transformou em formalismo vazio, desempenhado por um sacerdócio corrupto que não o respeitava”.

I. O LIVRO DE MALAQUIAS
1. CONTEXTO HISTÓRICO. 
Não há referências exatas quanto ao período do ministério de Malaquias, também não há informações em seu livro sobre o nome de seu pai, tampouco o local de seu nascimento, tal como Obadias e Habacuque, talvez por isto alguns acreditam que não se tratava de uma pessoa e sim um título, “meu mensageiro”. Todavia alguns fatos políticos, sociais e religiosos (1.8b) nos remetem ao período em que Jerusalém estava sob a responsabilidade de um governador nomeado pela Pérsia, um tirsata, Neemias (Ed 2.63; Ne 5.14; 7.65; 8.9; 10.1), a referência ao “governador” (1.8) localiza o livro no período persa

A crise moral e espiritual se deu justamente após a reconstrução e durante o período de ausência de Neemias, que retornou para Pérsia (Ne 13.6). Ageu e Zacarias também enfrentaram o mesmo descaso e desânimo, mas agora estava bem pior. Lassidão, o afrouxamento moral dos levitas (1.6), divórcios, casamentos com mulheres estrangeiras (2.10-16, cf Dt 7.1-4).

Outro ponto característico da indiferença religiosa dos judeus foi vista no descuido com os dízimos (3.7-12), mas não era para tanto espanto, pois se considerarmos que este período corresponda ao tempo em que Neemias retornou, depois de uma breve ausência de Jerusalém, ocasião que foi aproveitada por Tobias (Ne 13.4-5), o servo amonita opositor da obra da reconstrução dos muros e portas da cidade (Ne 2.9-10; 4.1-3; 6.1-13), por tudo isto não era de se estranhar que o povo não se animava em ofertar e dizimar, alias eles uniram o útil ao agradável e aproveitaram esta e a crise financeira, devido as colheitas fracas, para se “auto amaldiçoarem com maldição”. Eles falharam nesta prática que já existia antes mesmo da Lei (Gn 14.18-20; 28.18-22), pela foi estabelecidos os “princípios para a entrega dos dízimos” (Lv 27.30-34; Nm 18.21-32; Ml 3.10).

“Tão logo Neemias voltou para Susã, Eliasibe, o sacerdote, não somente concordou com o parentesco como também introduziu Tobias no Templo e para que este fosse acomodado confortavelmente foi necessário que fossem tirados o azeite, as ofertas e os dízimos dos cereais e azeite, o incenso, os utensílios, inclusive a santidade, a reverência e a espiritualidade tiveram que dar lugar ao arquiinimigo da reconstrução. Agora o segundo estado da cidade era pior que o primeiro. Neemias resolveu julgar o mal e não se deixou vencer por ele”.

O que poderia se esperar como resultado desta conduta judaica? “Feitiçaria, adultério, perjúrio, fraude e opressão do pobre” (3.5), discórdia familiar, divórcios, por isto a mensagem do profeta remetia o povo ao concerto e esperança (4.5-6).

2. VIDA PESSOAL DE MALAQUIAS. 
A expressão “pelo ministério de Malaquias” (1.1) é tudo o que sabemos sobre sua vida pessoal. A forma hebraica do seu nome é mal’achi, que significa “meu mensageiro”. A Septuaginta traduz por angelo sou (“seu mensageiro, seu anjo”). O termo é ambíguo, pois pode referir-se a um nome próprio ou a um título (3.1). No entanto, entendemos que Malaquias é o nome do profeta, uma vez que nenhum livro dos doze profetas menores é anônimo. Por que com Malaquias seria diferente? Era um homem integro e comprometido com a Palavra e com o rigor da observância da Lei. Lutou contra as uniões abomináveis (2.10-12), divórcio (2.13-16), o descaso com dízimos e ofertas (3.8-10).

3. ESTRUTURA E MENSAGEM. 
A profecia começa com a palavra hebraica massa, “peso, sentença pesada, oráculo, pronunciamento, profecia” (1.1; Hc 1.1; Zc 9.1; 12.1). O discurso é um sermão contínuo com perguntas retóricas que formam uma só unidade literária, bem diferente e inquestionável como no caso de Zacarias.

São três os seus capítulos na Bíblia Hebraica, pois seis versículos do capítulo quatro foram deslocados para o final do capítulo três. O assunto do livro é a denúncia contra a formalidade religiosa, prática comum entre os fariseus e escribas na época do ministério terreno de Jesus (Mt 23.2-7).

Malaquias, o último no rol dos profetas menores, trouxe uma mensagem pesada, difícil de ser digerida, principalmente por aqueles que não admitiam tal situação. Sobre isto o professor Luciano de Paula Lourenço escreveu:

“Malaquias é o último profeta do Antigo Testamento antes que a voz da profecia se calasse num silêncio de quatrocentos anos. Que diz esse último mensageiro? Qual é a mensagem final? Qual é a palavra de despedida? Malaquias emboca a sua trombeta e faz uma urgente e apaixonada convocação ao povo de Deus para arrepender-se e voltar-se para o Senhor. Na verdade, a mensagem de Malaquias é uma denúncia contra o pecado e o formalismo”.

“[...] A mensagem de Malaquias é uma sentença, um fardo, um peso. Não é uma mensagem consoladora, mas de profundo confronto e censura. Essa mensagem tinha um triplo peso: era um peso para o profeta, para o povo e para Deus. A palavra "sentença", “peso”, significa mais do que uma palavra da parte do Senhor. É algo pesado, duro, que o Senhor vai dizer. É um peso para o coração do profeta, para o coração do povo e para o coração de Deus. Não é uma mensagem palatável, azeitada, fácil de ouvir. A profecia de Malaquias era profecia contra Israel. A carga que pesava sobre o profeta devia pesar também sobre a consciência das pessoas, até que se preparassem para “aquele Dia”.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Malaquias - o último






Por: Ailton da Silva - (18) 8132-1510 - Ano III

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Proposta da lição 13

Por: Ailton da Silva - (18) 8132-1510 - Ano III

pós aula - lição 12


Zacarias não foi plagiador, ambicioso. Ele não copiou os escritos de Jeremias ou de qualquer outro profeta pré ou pós-exílio.

Zacarias corroborou com o ministério profético de Ageu, deu continuidade. Será que ele, em algum momento disse: “Eu vim terminar o que Ageu não concluiu”. Se fosse nos dias atuais eu não duvidaria.

Certamente os “Zacarias” atuais bateriam no peito e diriam: “Além de encorajar o povo eu profetizei sobre o porvir, sobre o fim do mundo. Eu sou o cara, esse cara sou eu”.

Alias, por falar em “fim do mundo”, acho que ele começou com Zacarias. Reconstrução do Templo, inicio da era messiânica, milênio. Ele profetizou sobre tudo, profetizou sobre o “FIM DO MUNDO”.

Os que foram deixados em Jerusalém ficaram em miséria e desprezo (Ne 1.1-3; Lm 1.1-6), ficaram sem Templo, sem sacerdotes, sem levitas, sem correções, sem louvores, sem reuniões. A maioria das manifestações de Deus ocorreu no cativeiro, profetas foram levantados em Babilônia, o choro, a lamentação, a humilhação, os gritos de socorro estavam lá, portanto a “atenção” de Deus também, mas em se tratando de Jerusalém há de se convir que Deus ainda zelava por ela, mesmo nestas condições.

Muitas providências de Deus ocorreram naquele lugar, visitas, cartas (Jr 29), consolos e respostas de Deus. Chorava abaixo dos salgueiros, desejosos por louvarem (Sl 137), coração quebrantado, saudades do Templo, de Sião, não tinha como Deus não operar.

Pregação de Zacarias: “O que adianta construírem casas, comércios, muros, portas, cidades, ganharem o mundo inteiro, grandes emissoras de TV, rádio, net, jornais, editora, produtora, etc, se vocês ainda não reconstruíram o mais importante. Reconstruam o Templo primeiro (I Co 6.19)  e depois busquem as bênçãos materiais (Mt 6.33).

Zacarias utilizou muitas estratégias para animar o povo, mutirão, “quermesse beneficente”, ação entre amigos, churrascos, cafezão da manhã para encerramento de trimestre, mas nada dava certo, o povo não ia para a reconstrução do Templo, não ia para a obra.

Mas, na inauguração do Templo, creio que estava cheio, tinha muitos desejando saírem nas fotos, ao lado do “chefe”, ao lado da placa, longas orações consagrando o local, chamando o povo para as reuniões, etc. e tudo transmitido ao vivo pela net.

Por: Ailton da Silva - (18) 8132-1510 - Ano III

sábado, 22 de dezembro de 2012

Tal pai, tal filho (Zc 1.1). Tal avô, tal neto (Ed 5.1)


Era costume entre os judeus, mencionarem o nome de avôs ou tios, ao fazerem referências aos filhos, netos ou sobrinhos (Gn 29.12,15; Ed 5.1), mas nada que possa confundir, aumentar, diminuir a fé, apenas contribuiu para o nosso entendimento do extenso e particular plano de Deus para resgate da humanidade.

“[...] o Senhor Deus falou com o profeta Zacarias, filho de Baraquias e neto de Ido”. (Zc 1.1 – NTLH)
“O profeta Ageu e o profeta Zacarias, filho de Ido”. (Ed 5.1 – NTLH).

Diante da singularidade e importância de cada uma dos patriarcas[1] de Israel, há de se notar que talvez, tal costume não tenha sido visto ou tampouco é, quando se tratam ou tratamos de tais personagens, senão os judeus ou até mesmo nós, quando fizessemos menção deles certamente a faríamos da seguinte forma:

ABRAÃO[2]:
Filho de Terá (Gn 11.27), casado com a estéril Sara (Gn 11.29), irmão de Naor e Harã, sendo o primeiro irmão casado com Milca e o segundo, falecido ainda em Ur dos Caldeus (Gn 11.27), pai de Ló, sobrinho que o acompanhou em sua caminhada (Gn 12.4), por algum tempo (Gn 13.14), rumo à terra prometida por Deus. Abraão foi pai do despedido Ismael (Gn 24.14-21) e do então promovido a condição de filho unigênito Isaque (Gn 22.2).

ISAQUE:
Não pode retornar à casa de seu pai (Gn 24.3), esperou que fossem buscar Rebeca, filha de Betuel, neta de Naor e Milca (Gn 24.24), respectivamente irmão e cunhada de Abraão, que seria mais tarde sogro da bela jovem. Isaque era bem mais velho que Rebeca, haja vista que seu pai (Abraão) era irmão do avô de Rebeca (Naor), se fossem da mesma idade ou se a diferença de idade dos dois fosse menor, certamente os pais dos futuros noivos seriam da mesma geração, ou seja, o pai de Rebeca (Betuel) deveria ser irmão do pai de Isaque (Abraão) e não sobrinho como era.

JACÓ:
O criador de confusões (Gn 25.24-34), que desde o ventre da mãe aprontou das suas, seguiu para Harã, devido a problemas, digamos de ordem familiar (Gn 27.1-29), para dar um novo rumo à sua vida e acabou se encontrando com sua prima, Raquel (Gn 29.10), filha de seu tio Labão, irmão de sua mãe Rebeca (Gn 29.12), que o chamou de irmão[3], sendo tio (Gn 29.15), mas tanto ele quanto a filha ouviram do próprio Jacó que ele era irmão[4], sendo sobrinho e primo respectivamente (Gn 29.12,15).

Jacó teve doze filhos e uma filha (Gn 30,21), com duas esposas irmãs (Raquel e Lia ou Léia) e duas servas (Bila e Zilpa), sendo que ao nascimento de José, seu décimo primeiro filho, Deus colocou em seu coração o desejo de retornar para sua terra (Gn 30.25). Sua esposa Raquel, a que sempre amou, morreu (Gn 35.17-18) ao dar a luz à Benjamim, o décimo segundo filho.

JOSÉ:
Jacó  não foi capaz de criar seus filhos em paz, por isto Deus tirou um deles (Gn 37), o décimo primeiro, o amado do pai, para criá-lo, ensiná-lo, moldá-lo, transformá-lo em um grande homem. De presidiário a governador em poucas horas (Gn 41.38-44).

José, irmão dos dez revoltosos (Gn 37-19-20) e de Benjamim, que assustado e admirado contemplava seu irmão governando com pulso forte e autoridade aquela nação. Eram irmãos, filhos da mesma mãe, Raquel (Gn 30.22; 35.17), por isto há de se considerar que não estava presente com os outros revoltosos que desejaram e fizeram mal para José. Ele era o menor, o caçula, não é possível que tenha passado pela cabeça dele tamanha maldade.

MOISÉS:
O mesmo José que fez seus irmãos prometerem, ainda no Egito (Gn 50.25) quando já percebia algo de estranho no semblante dos egípcios, que não deixariam seus ossos naquela terra, quando fossem visitados por Deus. Em outras palavras ele disse que seus ossos somente sairiam do Egito quando esta sua profecia fosse cumprida.

Mesmo passado muitos anos, os hebreus não esqueceram a promessa feita a um grande patriarca e Moisés se encarregou de levar os ossos de José (Ex 13.19), sendo, portanto, com esta atitude, ligado aos patriarcas anteriores. “O elo perdido foi encontrado” (grifo meu).

Ou poderíamos citar os grandes patriarcas de outra forma, já que a anterior ficou meio confusa:
·         Abraão, pai de Jacó, de José e Moisés;
·         Isaque, pai de José e de Moisés;
·         Jacó, pai de Moisés;
·         José, pai de Moisés.

O correto seria:
·         Abraão, pai de Isaque, avô de Jacó e bisavô de José;
·         Isaque, filho de Abraão, pai de Jacó e avô de José;
·         Jacó, neto de Abraão, filho de Isaque e pai de José;
·         José, bisneto de Abraão, neto de Isaque e filho de Jacó;

Através do tempo eles são lembrados da seguinte forma: ABRAÃO, ISAQUE, JACÓ, JOSÉ e MOISÉS (grifo meu), e ponto final. Não precisa rodear ou incrementar, inventar. Ás vezes é melhor simplificar, para não complicar.

Tais homens dispensam apresentações e pormenores, basta o próprio nome acrescido de “-“ para entendermos que são importantes, tanto para Israel quanto para a igreja, no que tange a chamada, escolha, aperfeiçoamento, bênçãos recebidas e as duas maiores promessas já feitas:
·         Governo messiânico, destinado a Israel, momento de restauração, paz e fim de opressões (Zc 8.3-8);
·         Arrebatamento, destinada a igreja (I Ts 4.13-18).

No caso de alguns dos profetas foi necessário a apresentação e associação a outro nome de igual ou maior representatividade humana ou espiritual, tal como Sofonias (Sf 1.1), trineto de rei e de Zacarias (1.1), cujo pai retornava do exílio, cheio de planos e esperanças para contribuir na reconstrução da cidade e Templo. Talvez eles imaginassem esta ordem para os trabalhos, porém Deus os direcionou primeiramente para a necessidade espiritual, para o interior e não para o material e exterior. O reverso deste pensamento foi o centro do ministério profético de Ageu e Zacarias (Ag 1.3-4; Zc 1.1-6).

Que honra, saber que seu pai esteve ao lado de Zorobabel e Josué e dos quarenta e dois mil trezentos e sessenta que retornaram do cativeiro na primeira comitiva (Ed 2.64-67), mas seu pai não chegou ao objetivo, morreu no caminho, por isto Zacarias foi “abraçado” por seu avô, Ido, que certamente procurou zelar pela sua vida. Quem sabe aquela criança, jovem ou adulto, tenha se espelhado em seu avô, ou tenha visto nele um grande exemplo a ser seguido, pois mesmo em idade avançada demonstrava tamanha fé e vigor para caminhar até Jerusalém e para lá trabalhar.

Ido, sacerdote (Ne 12.4), deu “oportunidade” à Zacarias, mais tarde, para se tornar um importante sacerdote, chefe da família (Ne 12.16), dando assim prosseguimento ao processo de sucessão sacerdotal.

Zacarias, grande profeta, usado por Deus, durante um dos piores períodos, onde vimos sonolência, descaso espiritual, secularismo invadindo o recém unificado Israel, não mediu esforços para desempenhar seu ministério profético, tanto que suas profecias e visões, especificas e distintas, atingiram em cheio o alvo local e posteriormente tiveram um alcance global, entendam assim, pois se tivesse ficado somente batendo na mesma tecla, insistindo no mesmo problema, certamente seria tomado por bairrista, egoísta ou nacionalista.

Visões, contendo promessas, alertas, consolos, castigos para as nações, repreensão para Israel. Profecias que diziam respeito a vinda do Rei, seu ministério, sofrimento, morte e ressurreição, as duas testemunhas apocalípticas, ao reino messiânico e restauração plena de Jerusalém, portanto podemos dizer que “de visões e profecias em visões e profecias o profeta encheu de ânimo o povo”.

Referências:
Bíblia de estudo aplicação pessoal. CPAD, 2003

Bíblia Sagrada: Nova tradução na linguagem de hoje. Barueri (SP). Sociedade Bíblica do Brasil, 2000

Bíblia Sagrada – Harpa Cristã. Baureri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembléias de Deus, 2003

Nova Bíblia Vida. São Paulo: Mundo Cristão, 2010
  


[1] Abraão, Isaque, Jacó, José e Moisés (5 grandes patriarcas de Israel, da chamada à libertação. O último está ligado aos primeiros pelos ossos de José - Gn 50.25, cf Ex 13.19)
[2] Considerando a mudança dos nomes de Abrão para Abraão e Sarai para Sara (Gn 17.3,15).
[3] A Nova tradução na linguagem de hoje e a Bíblia Nova Vida utilizam o termo “parente’ (Gn 29.15).
[4] A Nova tradução na linguagem de hoje utiliza o termo “parente’ (Gn 29.12) e a Nova Bíblia Vida utiliza o termo “primo por parte de pai” (Gn 29.12).

Por: Ailton da Silva - (18) 8132-1510 - Ano III

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Zacarias, o reinado messiânico. Plano de aula



TEXTO ÁUREO
Eis que vêm dias, diz o SENHOR, em que levantarei a Davi um Renovo justo; sendo rei, reinará, e prosperará, e praticará o juízo e a justiça na terra(Jr 23.5).

VERDADE PRÁTICA
Jesus é tanto o Salvador do mundo, como Rei do Universo.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Zacarias 1.1; 8.1-3,20-23.
Zacarias 1
1 - No oitavo mês do segundo ano de Dario, veio a palavra do SENHOR ao profeta Zacarias, filho de Baraquias, filho de Ido, dizendo:

Zacarias 8
1 - Depois, veio a mim a palavra do SENHOR dos Exércitos, dizendo:
2 - Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Zelei por Sião com grande zelo e com grande indignação zelei por ela.
3 - Assim diz o SENHOR: Voltarei para Sião e habitarei no meio de Jerusalém; e Jerusalém chamar-se-á a cidade de verdade, e o monte do SENHOR dos Exércitos, monte de santidade.
20 - Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Ainda sucederá que virão povos e habitantes de muitas cidades;
21 - e os habitantes de uma cidade irão à outra, dizendo: Vamos depressa suplicar o favor do SENHOR e buscar o SENHOR dos Exércitos; eu também irei.
22 - Assim, virão muitos povos e poderosas nações buscar, em Jerusalém, o SENHOR dos Exércitos e suplicar a bênção do SENHOR.
23 - Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Naquele dia, sucederá que pegarão dez homens, de todas as línguas das nações, pegarão, sim, na orla da veste de um judeu, dizendo: Iremos convosco, porque temos ouvido que Deus está convosco.

PROPOSTA DA LIÇÃO:
          A indiferença e o secularismo distanciou o povo de Deus;
          O avô de Zacarias retornou com Zorobabel;
          Os oráculos de Zacarias são apocalípticos;
          Assunto do livro: Messias, Israel e Jerusalém;
          Sião, conquistada por Davi, mas zelada por Deus;
          Jerusalém, “cidade da verdade, monte de santidade”;
          Jerusalém restaurada durante o Milênio;
          “Agarrar-se a orla”: gentios desejarão a benção de Israel;
          Se a queda de Israel foi riqueza, imaginem a glória.

INTRODUÇÃO
Zacarias, de família sacerdotal (Ed 5.1; Ne 12.4,16), provavelmente nascido na Babilônia, apresenta os eventos do porvir como o epílogo da história. O oráculo não se trata de acontecimentos enigmáticos, mas de fatos reais e compreensíveis. “Foi um dos três profetas pós-exílio, juntamente com Ageu e Malaquias”. Suas mensagens tiveram por finalidade encorajar o povo para que assumissem a responsabilidade quanto a conclusão da reconstrução do Templo, já que os trabalhos estavam bem lentos e através de uma óptica apocalíptica confirmou a palavra dita por Ageu: “logo, a glória desta casa será maior do que a primeira.

“A reconstrução do Templo foi apenas o primeiro ato no drama dos tempos do fim e a introdução da era messiânica”. Este novo tempo colocaria um fim ao sofrimento dos judeus, que mesmo com a autorização para o retorno do cativeiro, ainda não se sentiam livres da opressão estrangeira. A permissão para o retorno e a liberdade para a prática de seus rituais religiosos nada mais era do que uma artimanha do império para manter a ordem entre os povos dominados. Sobre isto o professor Francisco A. Barbosa escreveu:

A dominação persa marca o contexto da profecia de Zacarias. Provavelmente seu pano de fundo sejam os distúrbios que principiaram depois da morte de Cambises, em 522 a. C., motivados pela sucessão do trono persa. A política desse império previa a restauração dos cultos dos povos dominados. Ao patrocinar o culto local, esperava conseguir algum consenso, pelo menos dos sacerdotes, para sua administração. É claro que esse conceito de tolerância não pode ser levado ao pé da letra. Não se tratava de consideração legítima pelos outros, mas sim da percepção que o império mundial poderia ser mais bem dominado de maneira duradoura. Qual a situação dos judeus nessa nova ordem política? O povo de Deus continuava dominado. O desejo de libertação, acompanhado de esperança, ainda era extremamente necessário. É nesse contexto que a mensagem de Zacarias se faz presente”

I. O LIVRO DE ZACARIAS
1. CONTEXTO HISTÓRICO (1.1).
Zacarias e Ageu (Ed 5.1) receberam os oráculos divinos no segundo ano do reinado de Dario, rei da Pérsia, em 520 a.C., enfrentando, ambos, o mesmo caos espiritual em Judá. A indiferença religiosa, o descaso e o avanço do secularismo colocavam Deus em último plano. Por isso, tal como a história dos antepassados dos judeus, o Senhor estava desgostoso daquela geração (1.2-3).

Zacarias atuou de forma a animar os judeus durante os trabalhos de reconstrução do Templo, nos dias de Zorobabel, o governador e Josué, o sumo sacerdote, mas suas mensagens também são um aperitivo escatológico, pois apresentam aos judeus algumas características e ações do tão esperado Messias, o Rei, Aquele que tornaria a glória da segunda casa bem maior do que a primeira e que governaria com mãos fortes, no porvir, aquela nação (8.8).

2. VIDA PESSOAL.
Zacarias, cujo nome significa “Jeová lembra”, era de uma família sacerdotal, assim como Jeremias (Jr 1.1) e Ezequiel (Ez 1.3), portanto há de se imaginar que tenha dado continuidade ao processo de sucessão sacerdotal (Ne 12.16). Seu avô, Ido (1.1), sacerdote, veio do exílio à Jerusalém no grupo liderado por Zorobabel, filho de Sealtiel, e Josué, filho de Jozadaque (Ne 12.1-4).

Parece que “Baraquias”, seu pai, faleceu quando o profeta ainda era criança. Assim, Zacarias fora então criado por seu avô. Isso pode justificar a omissão do seu nome em Esdras, que o chama apenas de “filho de Ido” (Ed 5.1). Há outros vários exemplos no Antigo Testamento em que homens são chamados de filhos por seus avôs (Gn 29.5; cf. Gn 24.47; 1 Rs 19.16; cf. 2Rs 9.14,20). O ministério profético de Zacarias foi mais extenso que o de Ageu, pois ele menciona os oráculos entregues dois anos após o seu chamado (7.1).

3. ESTRUTURA E MENSAGEM.
Os oráculos de Zacarias são apocalípticos. Eles foram entregues por visão (capítulos 1-6) e palavra (7-14). Foi um dos profetas que mais fez referências ao Messias, perdendo somente para Isaías. Entre outros assuntos ele profetizou sobre a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém (9.9), sobre o preço da traição (11.12-13), morte (13.7) e segunda vinda (14.9).

Jerusalém também ocupa espaços significantes nas profecias de Zacarias, entre as quais destacamos as que faziam referência a reconstrução do Templo (1.1-6), sobre o pranto e purificação da nação (12.10; 13.1,9). Os capítulos 9 e 14 tratam especificamente sobre a vinda do Messias e os demais eventos escatológicos que incluem o futuro de Israel e o final dos tempos.

Há diversas referências diretas e indiretas a Zacarias em o Novo Testamento, momento em que suas profecias tiveram cabal cumprimento em Jesus. Sobre isto o professor Francisco A. Barbosa escreveu:

Mas a contribuição mais importante de Zacarias diz respeito a suas numerosas profecias concernentes a Cristo. Os escritores do NT citam-nas, declarando que foram cumpridas em Jesus Cristo. Entre elas estão:
(1) Ele virá de modo humilde e modesto (9.9; 13.7; Mt 21.5; 26.31, 56);
(2) Ele restaurará Israel pelo sangue do seu concerto (9.11; Mc 14.24);
(3) será Pastor das ovelhas de Deus que ficaram dispersas e desgarradas (10.2; Mt 9.36);
(4) será traído e rejeitado (11.12,13; Mt 26.15; 27.9,10);
(5) será traspassado e abatido (12.10; 13.7; Mt 24.30; 26.31, 56);
(6) voltará em glória para livrar Israel de seus inimigos (14.1-6; Mt 25.31; Ap 19.15);
(7) reinará como Rei em paz e retidão (9.9,10; 14.9,16; Rm 14.17; Ap 11.15); e;
(8) estabelecerá seu reino glorioso para sempre sobre todas as nações (14.6-19; Ap 11.15; 21.24-26; 22.1-5).

4. UNIDADE LITERÁRIA.
A respeito da unidade literária de Zacarias, as opiniões mais populares se divergem em relação a autoria de cada uma das duas partes do livro (1 a 8 e 9 a 14), que pela diferença dos estilos literários, alguns acreditam se tratarem de dois autores distintos, sendo a primeira parte atribuída a Zacarias e a segunda a algum outro profeta de cunho escatológico, pré ou pós exílio. Esta teoria é facilmente refutada se levarmos em conta o reconhecimento da obra do profeta, em sua totalidade, no cânon judaico, ou seja, todos os quatorze capítulos.

Um autor pode mudar seu estilo com o tempo e com o assunto a ser tratado. Em relação à passagem de Zacarias 11.13 — onde o evangelista Mateus atribui autoria do seu conteúdo ao profeta Jeremias (cf. Mt 27.9) — há pelos menos duas explicações:

a) Combinação profética. Jeremias comprou um campo (Jr 32.6-9) e visitou a casa do oleiro (Jr 18.2). O Antigo Testamento é rico em detalhes para narrar a obra redentora. Ele não se restringe apenas às profecias diretas. Os escritores do Novo Testamento reconhecem a presença de Cristo e sua obra na história da redenção (Jr 31.15 cf. Mt 2.16,17; Os 11.1 cf. Mt 2.15). Nesse caso, a citação de Zacarias 11.13 seria dos dois profetas. Entretanto, somente Jeremias é mencionado, porque ele é o profeta mais antigo e importante. Desse modo, temos a unidade literária.

b) Coletânea de profecias. A outra explicação é apenas hipotética. Seria uma coleção de oráculos entregues a Jeremias após a conclusão de seu livro. Eles teriam sido preservados pelo povo e, mais tarde, incluídos por Zacarias na segunda parte dos seus oráculos.

II. PROMESSA DE RESTAURAÇÃO
1. SIÃO.
Zacarias introduz o oráculo com a usual fórmula profética (8.1). O discurso começa com a chancela de autoridade divina: “Assim diz o SENHOR dos Exércitos” (8.2-4,6,7). Sião era originalmente a fortaleza que Davi conquistara dos Jebuseus, tornando-se, a partir daí, a sua cidade (2 Sm 5.6-9). Com o passar do tempo, veio a ser um nome alternativo de Jerusalém semelhante à descrição de Zacarias 8.3. Sobre isto o professor Luciano de Paula Lourenço escreveu: