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segunda-feira, 30 de setembro de 2013
sábado, 28 de setembro de 2013
121 - Atos 16 - projeto piloto, como tudo começou
1) O PASTOR CHEGOU
ANTES DA SEPARAÇÃO DOS NOVOS OBREIROS (16.1, 12)
E lá se foi Paulo
(15.40; 16.12), rumo a uma parte dos confins da terra não visitado na primeira
incursão e que, provavelmente, não estava em seus planos. Se dependesse dele
ficaria ali mesmo em terras asiáticas, percorrendo as cidades e visitando as
igrejas já fundadas por ele anteriormente.
Durante
aquela viagem ele aguçou sua visão espiritual para enxergar os futuros novos
obreiros. Não importava em quais condições estavam ou que problemas
enfrentavam. O primeiro a ser selecionado foi Timóteo, filho de uma judia com
um grego. Paulo enfrentaria os murmuradores e sacrificaria o conceito, que
defendeu no primeiro concilio em Jerusalém (15.1-31). Que dilema: Circuncidar e
correr o perigo de ser repreendido por ter mudado de ideia ou perder um grande
obreiro que estava ali à sua frente? Ele decidiu pela primeira opção.
Sacrificou-se pelo jovem promissor obreiro e não se arrependeu.
2) DESEJO HUMANO
(VISÃO LIMITADA) E O DESEJO DO CONTROLADOR
(CONFINS DA TERRA) - A QUEM OBEDECER? (16.7)
Seguir
o desejo do coração ou ouvir as orientações do Espírito Santo? “Vá para onde
Deus deseja ampliar a obra e não para onde a sua limitada visão humana alcança”.
O plano de Paulo para expor o Evangelho na
Ásia, foi mudado, pois Paulo intentou uma direção, mas Deus já havia
estabelecido outra rota para o grupo de missionários. Frígia, Galácia, Mísia,
Bitinia e até mesmo Troâde
(16.6-8), de certo, poderiam esperar um pouco mais, já que oportunidades não
faltariam, muito menos pregadores e evangelistas para serem enviados no futuro.
Isto prova que a obra tem direção e propósitos e que não depende da vontade,
vigor ou planejamento humano.
O ponto chave da viagem foi Troâde, o fim dos
limites asiático, local onde Paulo não poderia contemplar o seu destino final,
pois sua visão alcançava somente Bitinia, jamais passou pela sua cabeça navegar
pelo mar Egeu em direção ao leste europeu. Sua visão apontava para a direita (16.8),
enquanto que a de Deus apontava para a frente, Macedônia, em especial Filipos.
Os presos aguardavam para um grande culto de louvor e momentos de oração.
3) A REVELAÇÃO/VISÃO –
O GRITO MACEDÔNICO (16.9)
“Passa
a Macedônia e nos ajuda” – para depois nós ajudarmos você (Fp 1.7; 2.25). Esta
segunda parte da revelação não fora entregue de imediato, demorou um pouco para
que ele entendesse.
O
grito macedônico foi bem audível. Bastava Paulo atender ao chamado. Eles
estavam precisando de Palavra, de paz, de felicidade e de ensino. A instrução
grega, reforçada então pelos “senhores do mundo”, os romanos, os privilégios
concedidos, a riqueza e o status não supriam a falta da Graça, do amor de Deus.
Aquela
visão (16.9) não fora fruto de seu cansaço físico, consequência da longa
viagem terrestre, ela foi espiritual, haja vista, o clamor visto no pedido
“ajuda-nos”, e a disposição dos missionários que não mediram esforços para
materializarem a resposta e se levarmos em conta o resultado final, a conversão
da família do carcereiro, dos presos e o assombro da multidão no dia seguinte
ao “culto de louvor e adoração na prisão”, não teríamos como não corroborarmos
com a origem divina da visão/revelação.
Venha
e sofra por nós, para depois sofrermos e sacrificarmos por você. Um dia aquela
igreja, inaugurada e ensinada por Paulo, a socorreu em seu ministério e
aflições, enviando recursos através de Epafrodito, que não mediu esforços para
cumprir as ordens da igreja. Foi muito mais obediente na volta, depois de
aprender com o professor Paulo, pois colocou em prática tudo o que aprendeu.
Nasceu e foi forjado mais um obreiro.
4) A IDA – TUDO DARIA
CERTO, DEUS ESTAVA NO CONTROLE (16.10)
Imediatamente
após a revelação/visão, eles seguiram viagem em direção ao local indicado. Que
maravilha, que confiança, diante de tal visão, o próprio escritor deixou claro
ao afirmar que imediatamente partiram em direção a Macedônia (16.10). Estavam certos de que tudo daria
certo, pois Deus garantiria o sucesso da viagem. A escolha foi a correta.
A comitiva de missionários seguiu radiante, certos
da vitória e com Deus no controle. Poderia alguém, em sã consciência ou no
curso pleno de suas faculdades mentais, pensar diferente? Ainda mais um com as
credenciais, experiências e objetivos como Paulo?
Qualquer um de nós faria o mesmo, iria radiante,
feliz e confiante no resultado imediato, com tudo facilitado. Com Deus na
frente nos tornamos corajosos.
5) A PRIMEIRA CIDADE.
NÃO ERA PONTO FINAL ERA O PONTO DE PARTIDA (16.12)
A
ordem era para atravessarem a Macedônia (antiga província romana ao norte da
Grécia que abrangia a cidade de Filipos, Tessalônica e Beréia). Passou pela
ilha de Samotrácia e Neapoles, mas não permaneceu nestas localidades. O
objetivo era outro, era a primeira cidade daquela parte da Macedônia, Filipos,
onde estavam os ouvintes ansiosos aguardando a chegada dos pastores.
Quem sabe não teria um grupo organizado, livre,
esperando o socorro como os que estariam em Éfeso (At 19.1-6)? Quem sabe não
teria um salão[1]
preparado, esperando somente os valentes para erguerem e fixarem uma
“imaginária placa”, com os dizeres: PRIMEIRA IGREJA EVANGÉLICA DE FILIPOS – O
VERDADEIRO “CAMINHO” PARA JESUS.
6) A CHEGADA! NADA
ESTAVA DANDO CERTO, MAS É DEUS O CONTROLE (16.13-14)
Durante
a primeira viagem missionaria alguns eventos alegraram o coração dos pregadores
e confirmaram suas chamadas e autoridades, mas em Filipos, até então não havia
acontecido nada, momento ideal para aparecerem as murmurações do tipo: “será
que fizemos a escolha correta? Será que foi de Deus aquela visão/revelação?”
As
dúvidas começaram a surgir nas mentes. Será que seria diferente se tivessem
optado pela direção apontada pelo coração deles? Ao chegar em Filipos, Paulo
não encontrou portas abertas para pregar, como na primeira viagem missionaria
(At 13.14-15), muito menos pessoas sedentas e atentas, rogando para que
retornasse para dizer as mesmas coisas (13.42), pelo menos até então na havia
encontrado os ouvintes.
“Não havia sinagoga
na cidade, porque o número de judeus era pequeno. Os poucos que havia se
reuniam todos os sábados para orar num lugar afastado, fora da cidade, às
margens de um rio. O pequeno grupo compunha-se em sua maioria de mulheres.
Algumas delas eram prosélitas que, abandonando a idolatria haviam encontrado na
religião de Israel algo infinitamente melhor”. BALL (1998, p. 71).
Paulo
não contemplou conversões em massa como as vistas nas pregações de Pedro (2.41;
4.4; 5.14; 6.1, 7), não foi testemunha ocular de curas como em sua primeira
viagem missionária (14.8-10), tampouco viu a confirmação de sua autoridade e
chamada tal como acontecera também na primeira oportunidade em que correra o
mundo para pregar o Evangelho (13. 8-11). Mas como sempre existe o lado bom nas
coisas ruins, até então, por que não demoraria, ele não havia experimentado
ainda um livramento de morte como o recebido por ele e Barnabé (14.19-20).
Que
recepção estranha, mas nada de desanimar o grupo de missionários, pois eram
conhecedores que o próprio Jesus também não havia sido recebido de bom grado
pelos seus. Ele não voltou para o céu, de onde havia vindo (Jo 3.13), Ele não
antecipou seu retorno com Glória (At 1.9), diante da nefasta e grotesca
recepção dispensada pelos judeus ao seu Rei.
Jesus, jamais tomaria esta decisão, mesmo não tendo
a recepção devida em seu nascimento. Ninguém lhe rendeu a glória devida, não
teve banda musical, mídias, flores, fila para presentes, vídeo comemorativos,
desfile em carro aberto, blindado e etc. Estiveram presentes somente os anjos
enviados para anunciarem e glorificarem (Lc 2.13-14) e o pastores/magos (Lc
2.8; Mt 2.1-12).
7) O PRIMEIRO SALÃO
(16.13) – À BEIRA DO RIO (EMBRIÃO DA PRIMEIRA IGREJA EVANGELICA DE FILIPOS – “O
CAMINHO VERDADEIRO PARA JESUS”)
Mas
o grupo de missionários encontrou, depois de
alguns dias, somente algumas mulheres à beira do rio, que os ouviram de bom
grado, entre elas Lídia, que os constrangeu a visitarem sua casa. Fato bem
diferente do ocorrido em sua primeira viagem missionária, quando as cidades se
reuniam para ouvi-lo (13.13-15;
14.1; cf 16.13). Lídia foi a única manifestação de conversão pública, até
então.
Os vizinhos estranhariam
a chegada daqueles homens, mas logo saberiam que se tratava de homens de Deus,
enviados para alcançarem suas almas sedentas. Eles não perderam a oportunidade
para pregarem o Evangelho. Faltava apenas um salão para iniciarem os trabalhos.
“Os quatro missionários encontraram este
lugar de oração (beira do rio, acréscimo meu) num sábado pela manhã, logo
depois de chegaram a Filipos, sentaram e conversaram com as mulheres,
compartilhando as boas notícias que tinham trazido. A líder dessas mulheres era
Lídia, uma temente a Deus da cidade de Tiatira, [...]. Como havia uma colônia
judaica em Tiatira, é provável que ela se tornara temente a Deus. Ao ouvir o
Evangelho, foi convencida da sua verdade e batizada, junto com os da sua casa.
Depois disto, ela insistiu que os missionários fossem seus hóspedes pelo resto
do tempo em que ficassem em Filipos”. BRUCE (2003, p. 250).
Lídia, uma vendedora que
interrompeu seus afazeres comerciais para ouvir a Palavra e acolher os
missionários em sua casa. Realmente havia pessoas de bem em Filipos e de lá
viria muitas outras. A mulher de Tiatira, que assim como aquela igreja, que um
dia seria formada em sua cidade, teve suas últimas obras maiores que as
primeiras e que foram reconhecidas por Deus (Ap 2.19).
8) A JOVEM POSSESSA –
O TESTEMUNHO DE DEMÔNIOS (16.16-18)
Quantos tormentos na
vida de Paulo e Silasdurante aquelas manhãs e tardes atribuladas, enquanto eles
andavam a procura de ouvintes (cfe Rm 10.14). Aquela jovem apareceu no momento em que se
dirigiam à oração, nada mais lógico.
O espírito de
adivinhação, que a tomava, testemunhou por vários dias que o grupo de
missionários estava na direção de Deus (At 16.17) e que eram servos do Deus
Altíssimo, que coisa linda, mas que não possuía nada de revelação e muito menos
era de origem ou permissão Divina. O Maligno foi de uma sutileza e esperteza
nunca vista até então. Não havia outra coisa a dizer deles, jamais Paulo e seus
companheiros seriam afrontados ou acusados publicamente, pois o Maligno sabia
muito bem com quem estava mexendo (19.15).
Os
elogios dela pareciam tão tentadores, na verdade eram, mas foram repreendidos,
pois os missionários não precisavam de testemunhos e elogios de demônios. Paulo
não deixou aquela seta maligna entrar em seu coração. No início talvez não
tenha percebido o perigo, demorou um pouco. Sua intenção era impedir que aquela
falácia demoníaca atrapalhasse os trabalhos da noite que se iniciariam tão logo
adentrassem no local do culto, a prisão de Filipos. Como se soubessem do que
estava preparados para eles aquela noite.
Paulo sabia muito bem em
quem cria (2 Tm 1.12), não necessitava de testemunho de demônios, por isto ele
repreendeu e não deixou com que entrasse em seu coração aquela declaração
maligna, mesmo que parecesse boa, de Deus.
9) A REVOLTA QUE VEIO
DO INTERIOR, DOS ESPÍRITOS MAUS (16.19)
Aquela jovem era muito
valiosa, não para seus senhores exploradores, mas para Deus, por isto foi
liberta. A esperança do
lucro se foi, mas para ela, renasceu. A revolta nasceu e veio a partir dos
espíritos maus que estavam perdendo terreno, depois se estendeu aos donos da
jovem, até então, e por fim alcançou a multidão.
Após serem usados como instrumentos para a
libertação da jovem, Paulo e Silas imaginavam que, pelo menos os familiares e
amigos se renderiam a Jesus ou que, pelo menos, dariam crédito à Palavra. O que
eles temiam era que fossem novamente tomados como deuses humanos pelos moradores
da cidade, tal como ocorrera na primeira viagem com o próprio Paulo e Barnabé
(14.13-18).
Alguns dos furiosos filipenses, que participaram da
revolta popular levantada contra a ação dos pregadores, rangiam os dentes de
tal maneira que devem ter jurado atitudes ainda mais severas contra os
missionários no decorrer daqueles dias. Imaginaram se reunindo novamente para
contemplarem a execução, após as animalescas torturas dos “corretos e
inatingíveis” juízes inquisitores que certamente existiam, os perfeitos da
época, os anti-bruxos, os anti-leitura, os queimadores de literatura sacra, os
adversários do crescimento pedagógico espiritual, tal como visto na idade
escura da humanidade, manchada pelo sangue de inocentes que somente desejavam
cumprir o “ide da grande comissão”.
O que poderiam pensar aqueles pobres homens cegos
de Filipos? O que poderiam fazer de mal aos enviados de Deus que estavam ali
somente para apresentar-lhes a Graça? Será que imaginavam que as furiosas caras
e algumas mascaras poderiam esconder o vazio que existia no interior de cada
um? Pura ilusão. Eles estavam exteriorizando o amor e zelo pela religião local,
talvez a maior da época, a mais antiga, a que se declarava erroneamente como
primeira e única, talvez a que batia no peito e declarava: “os filipenses tem a
literatura sacra devido a nós (nós – religião)”, ou aqueles que mais
entusiasmados diziam: “se não fosse a nossa religião (filosofia barata e
ridícula de vida, mistura de misticismo e mitologia greco-romana, traduzindo,
uma verdadeira bagunça que perdura nos dias atuais) ninguém teria literatura”.
Conversa fiada de quem não tem argumentos para incentivar o povo a buscar na
Palavra entendimento e razão para existência e salvação, aliás um emaranhado de
paredes brancas (23.3).
10) A PRISÃO INJUSTA –
O PEDIDO MACEDÔNICO DE SOCORRO SAIU DAQUELE LUGAR: “PASSE A MACEDÔNIA E NOS
AJUDE” AQUI NA PRISÃO (16.23)
Este
era o objetivo de Deus. A missão não era atender às mulheres à beira do rio,
tampouco socorrer às multidões que encontraram durante o trajeto ou as
conversões em massa, as curas públicas etc. O mistério estava na prisão. O
motivo da viagem era os presos. O pedido de socorro veio deles. O carcereiro
foi alcançado porque estava ali, na linha de frente.
Naquele
dia, Paulo e Silas não entraram na prisão boquejando ou jurando vingança, muito
menos se declarando inocentes. Eles não ofereceram resistência na entrada.
Portando as boas novas observaram o ambiente, os olhares dos presos, futuros
ouvintes. Creio que um olhou para o outro e sem palavras entenderam tudo havia
sido necessário para que chegassem naquele lugar. Por isto louvaram com alegria
e oraram com fé, para que todos ouvissem mesmo.
Mas
quem em sã consciência poderia imaginar homens sendo conduzidos para uma
prisão sem esboçarem algum tipo de reação? Pelo menos os gritos de: “somos
inocentes, não fizemos nada, queremos nossos advogados”, seria normal ouvirmos,
o que não dizer então da promessa de retorno, as ditas, conhecidas e tão
temidas juras de morte e vingança, as quais na maioria das vezes são cumpridas
na integra.
Paulo e Silas foram encaminhados ao interior da
prisão tão somente por terem participado da libertação de uma jovem possessa
(16.18), que sofria com o tormento provocado por espíritos maus e com os
aproveitadores que utilizavam sua vida como trampolim financeiro para manterem
suas vidas pecaminosas.
Ora, se Paulo se declarava um imitador de Cristo e
se aconselhava a igreja a se portar da mesma forma (1 Co 11.1; Fp 3.17) e por
ser instruído em todo conhecimento da Lei e dos Profetas (22.3), o normal seria
que as lembranças das profecias messiânicas estivessem gravadas em sua mente,
principalmente a que dizia respeito ao caminhar tranquilo de um cordeiro em
direção ao matadouro (Is 53.7), passando pela porta do Gado ou das Ovelhas (Ne
3.1), a menor de todas as portas de Jerusalém, justamente por ter sido
construído para a passagem destes animais e não para homens[2].
Suas vestes foram arrancadas, rasgadas, sinal
evidente do descontentamento e ciúmes da multidão e foram jogadas ao lado para
provarem o castigo à aqueles que se atrevessem a proclamar outra religião que
não a vista e permitida na cidade, mesmo que viesse com sinais, prodígios e
maravilhas. Alias, logo mais a noite os filipenses veriam o agir de Deus. A
multidão que auxiliou e os jogou na prisão seria a mesma que pela manhã,
boquiaberta testemunharia a transformação que Jesus faria na vida dos presos
que ouviriam os louvores e orações dos missionários.
11) A ENTRADA DA TROPA
DE CHOQUE. OS PASTORES CHEGARAM. CULTO
VAI COMEÇAR (16.24)
Eles
foram lançados na prisão, pela porta da frente e encaminhados ao local de
pregação e louvor, mas enquanto se dirigiam ao cárcere interior, Paulo e Silas
observaram os semblantes dos presos, uns tristes, outros solitários, carentes,
sem perspectivas, sem esperanças de salvação, olhos lacrimejados, revoltados, desiludidos e tudo mais o
que pode haver de sombrio na vida de um homem sem Deus. Parece que ouço um
dizendo ao outro: “Oh! Glória”. Este é o lugar da benção. “Quão terrível é este
lugar! Este não é outro lugar senão a casa de Deus; e esta é a porta dos céus”.
Quem mais poderia ter este tipo de discernimento, senão verdadeiros
evangelistas[3]?
A
tropa de choque, liderada por Paulo, entrou na prisão para dar vida e não para
reprimir. Em vez de bater, apanhou para depois oferecer o conforto. Aliás, a tropa de choque chegou bem antes dos
acontecimentos (16.23). Eles foram recepcionados na cidade e depois de
calorosos abraços, (16.22) foram lançados na prisão para darem inicio aos
trabalhos. Como de costume, entraram sérios, procuraram lugares adequados, onde
poderiam ser vistos e bem ouvidos. “Sabe como é”, verdadeiros evangelistas de
ofício, e não de carteiras, sabem muito bem como trabalhar, pois não dependem
de equipamentos radiofônicos, satélites, empresas, grupos de comunicação com
seus inúmeros diretores executivos que vivem somente para aumentarem índices e
agradarem anunciantes de cigarros, bebidas e prostituição. Eles sabiam que tudo
aquilo não era em vão, havia propósitos (9.16).
12) A 1ª IGREJA
EVANGÉLICA DE FILIPOS PAULO ENTENDEU O PLANO DE DEUS – TUDO DEU ERRADO FORA,
PARA DAR CERTO DENTRO (16.24)
Tudo
parecia estar dando errado no inicio, pois o plano de Deus não era com aqueles
que estavam supostamente livres, mas sim com aqueles que estavam presos. Neste
momento Paulo compreendeu. Não havia sido em vão sua viagem para aquela cidade.
Ele estava agora no melhor lugar para se pregar o Evangelho. Tudo deu errado
fora para dar certo dentro. Os convertidos estão presos, por enquanto.
Eles estavam cansados,
foram pregações à beira do rio, dias atribulados, nos quais o grupo de
missionários ouvia constantemente palavras que pareciam boas, pareciam de Deus,
mas que na verdade eram verdadeiras setas malignas que atrapalhariam o
louvorzão noturno na prisão, então aproveitaram aqueles momentos iniciais do
culto na prisão para recuperarem o folego e as forças.
Através daquela jovem, o
Maligno tentou se antecipar para atrapalhar o culto da noite, porém encontrou
um homem vigilante. Se Paulo estivesse aceito aquelas palavras demoníacas,
certamente a noite sua oração seria bem diferente, tipo: “Jesus, prova para
mim, para Silas, para os presos, para a multidão, para a cidade que eu sou teu
servo. Exploda as paredes, faz algo grandioso, nunca visto, mostra que Maligno
estava certo quando afirmou que EU te sirvo”. Uma oração para que a palavra do
maligno se cumprisse em suas vidas.
Se fosse nos dias
atuais, muitos se alegrariam com as declarações malignas e quando fossem louvar
não veriam o agir de Deus em suas vidas. “Mostra Deus que eu sou teu servo,
mostra Deus que eu sei te louvar, pregar e ensinar, mostre que não há outro
como EU”.
13) CUMPRIMENTO DA
VISÃO/REVELAÇÃO – O PRIMEIRO GRUPO DE LOUVOR DA IGREJA PRIMITIVA. O LOUVOR
CHEGOU AO CÉU E ATINGIU O ALVO NA TERRA (16.25)
O
louvor e oração de Paulo e Silas deram inicio ao cumprimento da
visão/revelação. Eles não perceberam, devido a fraca iluminação, que os presos
estavam atentos. Talvez imaginaram que estivessem dormindo, por isto começaram
a orar e louvar bem baixinho, um olhando para o outro, como que falando pelos
olhos: “faça a primeira voz que eu faço a segunda, ou então um pedindo para
solar[4]”.
Os
presos não estavam dormindo, estavam congelados, atentos e alegres com aquele
louvor suave, tal como os ouvintes de Paulo em sua primeira viagem missionária
(At 13.15-44). Certamente eles disseram ao final: “voltem na próxima semana,
pois estaremos aqui esperando vocês”, duvido que não disseram isto (cfe 13.42).
Esta foi a primeira oportunidade concedida ao
primeiro grupo de louvor e intercessão da igreja primitiva. Louvaram com
alegria, com a alma, não deixaram o interior, a tristeza, a lacuna da fé, as
dores interferirem nos trabalhos daquela noite. O louvor deles chegou ao céu e
atingiu o alvo na terra.
“Passe
a Macedônia e nos ajude” era o mesmo que dizer: “Será que Deus vê algo de bom
em nossas vidas, pois a sociedade filipense não enxerga, nos ajude, queremos
ser transformados”. Nos ajude, nos mostre o caminho”.
14) O TERREMOTO
(16.26). ALICERCE REMEXIDO (INVÍSIVEL A OLHOS HUMANOS) E PAREDES INTACTAS
(VÍSIVEL A OLHOS HUMANOS)
Este
foi o único terremoto da história da raça humana que não destruiu paredes, que
não deixou desabrigados, pessoas tristes, mortos e etc, apenas abriu as portas
da prisão, cadeados e algemas. Tudo isto aconteceu pois, durante o dia, o grupo
de missionário resistiu aos elogios malignos e não permitiram que entrassem em
seus corações, tampouco ficaram orando pedindo a Deus que explodisse ou abrisse
buracos na parede, para que todos viessem que realmente eram servos do Deus
Altíssimo.
Deus
começou a agir no alicerce da prisão, um lugar onde a visão do homem não
alcança. No invisível, onde somente Ele pode chegar. O terremoto mexeu no
alicerce e manteve as paredes intactas. Deus mexeu na estrutura, mas manteve as
paredes, assim como age em nossa vida, quando trabalha em nosso interior nos
mantendo vivos.
O
homem atual certamente gostaria de ver as paredes ruindo, explodindo, pois
assim todos veriam Deus agindo em sua vida, jamais optariam pelas ações
primárias na estrutura, no interior, no invisível.
15) OS PRESOS QUE NÃO
FUGIRAM E O ÚNICO HOMEM LIVRE QUE ESTAVA PRESO FOI LIBERTO (16.27)
Homens, que até então,
antes deste acontecimento, não tinham valor algum para a sociedade,
principalmente a de Filipos, cidade moderna, vaidosa, intelectual, segura, bem
vigiada, refúgio de soldados e oficiais reformados leais ao império. Creio que
passavam por aquele edifício e meneavam suas cabeças, como não acreditando que
pudesse tal escória ainda estar com vida mantida naquelas condições.
Aqueles presos foram
transformados durante o culto, prova disto foi a declaração paulina: “Não faças
isso! Todos nós estamos aqui”. (16.26-27 – NTLH). Em outras palavras era como
se ele tivesse dito: “ei carcereiro, quem está preso é você e aqueles a quem
você não credita nada bom, ainda estão aqui”.
Mas o que prendeu
aqueles homens, se eles já estavam libertos? A porta se abriu, as correntes
caíram de todos. Por quais cargas de águas, eles ainda permaneceram como que
congelados diante do louvor celestial que Paulo e Silas entoavam? Qualquer um de nós fugiria, diante da cena,
ainda mais se estivéssemos sendo injustiçados. Creio que diríamos: “mais um
livramento de Deus, Ele é fiel”. Os criminosos não fugiram, por que fugiríamos?
Isto prova que aqueles
homens estavam com os corações inundados pela graça de Deus. Duvido que muitos
não estavam ali refletindo, de cabeça baixa chorando, orando junto com os
apóstolos (únicos e nomeados por Deus). Tal como acontecera com o próprio
Paulo, que ficou fascinado com a pregação de Estevão (o primeiro soco que levou
na cara), tanto que não foi embora, esperou pela benção final. Para a agitada
turba, o apedrejamento do pregador foi alegria, sensação de dever cumprido, mas
para Saulo foi diferente, ele não ouviu os gritos de alegria e ódio, ouviu
somente alguém dizendo em seu coração a famosa e graciosa frase: “que o grande
amor de Deus, a graça de Jesus Cristo e as consolações o Espírito Santo estejam
com todos e todos digam, amém”. Depois ouviu bem lá no fundo: “Até daqui há
pouco lobo, te encontro à caminho de Damasco, para te transformar em ovelha”.
Aqueles presos não
tiveram tempo suficiente ou conhecimento para gritarem de dentro de suas
portinholas: “Onde encontramos água para batismo, para que assim possam
acreditar em nossa conversão (cfe At 8.36)? Eles permaneceram presos, mas em
Jesus, e o único homem livre desta história que estava preso foi liberto
naquela noite.
16) O CARCEREIRO QUE
TEVE O EMPREGO MANTIDO. “MATO ELES OU MATO EU?” (16.27-29)
Deus
opera para a vida e não para morte. O carcereiro não entendeu. Em vez de
agradecer e glorificar a Deus pela manutenção do seu emprego, preferiu tentar o
suicídio. Ou morria ele ou os presos, que congelados apenas testificavam a
transformação ocorrida em suas vidas. Bastou apenas um pequeno diálogo com
Paulo para ele também experimentasse a alegria do novo nascimento. Evangelista
é evangelista e ponto final.
Esta mesma história se
repetiria anos mais tarde e com o mesmo personagem. Seria possível? Poderia um
raio cair duas vezes em um mesmo lugar? O que pode ser impossível a Deus?
Durante o naufrágio,
Paulo experimentou novamente a mesma sensação. Os soldados desejaram matar
todos os prisioneiros para que não fugissem e para assim manterem seus
empregos, tal como imaginou o carcereiro de Filipos (27.42-22; cf 16.27).
Apenas alguns detalhes diferenciaram e ao mesmo tempo tornavam semelhantes
estas duas ocorrências:
a) Na primeira havia apenas
um carcereiro, na segunda muitos soldados;
b) Na primeira um
carcereiro foi salvo da morte por Paulo e na segunda um centurião desejou
salvar a vida do apóstolo;
c) Na primeira uma porta
foi aberta e correntes caíram ao chão, na segunda havia uma imensa porta
aberta, o mar;
d) Na primeira os presos
não tiveram pedaços de correntes, algemas para lutarem ou salvarem suas vidas,
na segunda havia pedaços de madeira, do barco ou poderiam nadar para salvarem
suas vidas;
e) Na primeira os presos
ficaram parados ouvindo o louvor e orações, na segunda os prisioneiros
obedeceram Paulo, comeram e confiaram em suas palavras, “nenhum se perderá”;
f) Na primeira o
carcereiro cuidou de Paulo depois dos fatos, na segunda o centurião cuidava
dele antes, pois temia que algum mal lhe acontecesse. Deus cuida antes e
depois;
g) Na primeira um
terremoto abalou o alicerce da prisão, na segunda houve agitação no alicerce
dos mares;
h) Na primeira as
paredes foram preservadas, mesmo com o terremoto, na segunda o barco não
suportou o tremor das águas;
i) Em ambos os casos o
que deveria estar desesperado, estava calmo, confiando em Deus, esperando pelo
livramento;
j) Na primeira não havia
água por perto para batizar os presos, na segunda não podemos dizer o mesmo.
Quem sabe aquele balançar do barco para jogá-los na água não foi uma espécie de
batismo informal (sic);
k) Na primeira os presos
ficaram congelados dentro das celas e não fugiram, na segunda os prisioneiros
nadaram em direção à terra firme e também não aproveitaram a oportunidade para
fugirem, queriam ficar perto do verdadeiro evangelista;
l) Na primeira houve
louvor e adoração, na segunda uma prévia de uma ceia com 266 almas (At
27.34-37).
17) O CARCEREIRO QUE
VIROU ENFERMEIRO. EMPREGO MANTIDO GRAÇAS A DEUS (16.30-34)
Bastou
aquela rápida conversa com o apóstolo para o carcereiro entender o agir de
Deus. Quando viu a salvação sua e da família ele rapidamente se transformou em
um bom socorrista. De carrasco a enfermeiro em poucos minutos.
O carcereiro, que quase
se suicidou, depois da manifestação do poder de Deus, agora desempenhava outra
função. Parece que as palavras de Paulo ainda soavam bem fortes em seus
ouvidos: “Homem, entenda, quando Deus trabalha é para proporcionar vida e não
morte”.
18) MULTIDÃO: ENFURECIDA
E BOQUIABERTA EM MENOS DE 24 HORAS – CHEGOU A HORA DE DEUS TRATAR COM OS
FILIPENSES (16.36-40)
Os
mesmos que acusaram os missionários no dia anterior, enfurecidos, foram os que
no outro dia, boquiabertos e admirados, não entenderam nada do que havia
ocorrido durante a noite naquela prisão. Se os presos tivessem fugido
certamente a cidade teria acusado Paulo e Silas pela tragédia e ninguém estaria
admirado.
Eles
tomaram conhecimentos de todos os fatos, logo pela manhã, pois a noticia deve
ter corrido como relâmpago, de boca em boca. Louvores, oração, terremoto,
conversão de presos, carcereiro e família, não era todo dia que uma cidade era
tomada por fatos tão relevantes e de máxima grandeza.
A multidão transitou
rapidamente da alegria, pelos açoites aplicados aos missionários, ao assombro
diante dos fatos ocorridos na noite anterior. Um grande privilégio para aquela
cidade, pois foram poucos os lugares que contemplaram tamanha demonstração do
poder de Deus. Em Listra (At 14.11-19), havia acontecido o inverso, pois
primeiramente se assombraram com o poder de Deus para depois se alegraram com o
sofrimento dos missionários.
19) A CIDADANIA NÃO
DECLARADA – PAULO ESQUECEU DE MOSTRAR SEU CARTÃO DE ISENÇÃO E PRIVILÉGIOS?
(16.22, 37)
Porque
não declarou sua cidadania romana antes (16.22) de ser açoitado e preso? Não
deu tempo, diante da fúria da multidão? Se tivesse feito, teria um julgamento
digno, pelo menos. Ele somente revelou no outro dia (16.37), após os açoites,
prisão e depois da salvação tanto dos presos, quanto do carcereiro e família.
Se tivesse aberto sua boca antes e se tivesse levantado seu “cartão de cidadão
romano” certamente não teria contemplado tamanha salvação. No outro dia, como
bom cidadão romano, exigiu que lhes pedissem desculpas pelo ocorrido e foi
embora, tomar posse como primeiro pastor da igreja de Filipos.
O(s) abençoado(s) que
aplicou(aram) os açoites, se assombrou(aram) no outro dia quando souberam do
ocorrido, aliás eles temeram, ao ouvirem o pedido de Paulo: “que venham eles e
tirem-nos para fora”. Eles quem? Os magistrados! Eles apareceram, tiraram os
missionários e apresentaram suas desculpas ao cidadão romano, companheiro de
Silas. Então eles ficaram diante de magistrados e cidadãos filipenses admirados
e boquiabertos com tamanha atitude de um homem, nunca vista antes. Apanharam
sem merecer?
Em outra oportunidade,
já cansado, pois também era humano como qualquer um de nós, ele não suportou e
levantou a mão para apresentar seu cartão de cidadão romano, antes de ser
condenado a açoites em pleno perímetro urbano de Jerusalém (At 22.25). Ele não
tinha mais o mesmo vigor de antes, mas se sentisse em seu coração faria tudo de
novo, sem problemas. Deus olhou do céu e disse: “Paulo, Paulo, está cansado de
apanhar, de sofrer, vou te dar um desconto, você tem crédito, vá para Roma para
umas merecidas férias”.
20) O PRIMEIRO SALÃO –
16.40
Enfim
realizaram um culto no primeiro salão de Filipos, na casa de Lídia com todos os
irmãos que estavam maravilhados pelo ocorrido e com muitos da multidão e quem
sabe com alguns presos convertidos. A igreja daquela cidade nunca mais esqueceu
o que Paulo e Silas fizeram por eles. O primeiro salão somente veio após a
pregação à beira do rio, ao louvor, oração e pregação na prisão.
Depois
ele enviou a carta a eles agradecendo pelas contribuições e lembrança. A
resposta da igreja foi imediata: “nós é que agradecemos a Deus por ter lhe
usado em nossa cidade”.
Referências:
BALL, Charles Fergurson. A vida e
época do apóstolo Paulo. 1ª ed. , Rio de Janeiro. Casa Publicadora das
Assembleias de Deus, 1998.
Bíblia de estudo aplicação pessoal - BAP (ARC). CPAD, 2003.
Bíblia de Estudo Temas em Concordância. Nova Versão Internacional (NVI).
Rio de Janeiro. Editora Central Gospel, 2008
Bíblia Sagrada: Nova tradução na linguagem de hoje (NTLH). Barueri (SP).
Sociedade Bíblica do Brasil, 2000.
Bíblia Sagrada – Harpa Cristã. Baureri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil,
Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembleias de Deus, 2003.
A Bíblia Viva.
Edição para todos. Associação Religios Editora Mundo Cristão.
MACARTHUR, John. Novo Testamento. Comentários
expositivos Filipenses. 1939.
BRUCE,
F. F. O apóstolo da graça, cartas e
teologia. Tradução: Hans Udo Fuchs. Shedd Publicações. São Paulo. 2003.
[1] O
grupo de recepção, homens livres que esperavam Paulo e Silas estavam presos no
salão cumprindo pena.
[2]
Esta porta era destinada a passagem de animais para o sacríficio e não para
homens, a não ser que algum passasse por ela de joelhos, se arrastando ou com a
boca no pó. Na época era quase impossível que isto viesse a acontecer. Esta
porta foi exclusiva para Jesus.
[3] Se eu
estivesse lá, certamente rasgaria meu cartão. Tenho muito o que aprender ainda.
Por: Ailton da Silva - Ano V
sexta-feira, 27 de setembro de 2013
Encerramento do 3º trimestre de 2013
2 hinos para comemorarmos o encerramento deste proveitoso trimestre.
Por: Ailton da Silva - Ano V
O sacrifício que agrada a Deus. Plano de aula
TEXTO ÁUREO
“Eu
te oferecerei voluntariamente sacrifícios; louvarei o teu nome, ó Senhor,
porque é bom” (Sl 54.6).
VERDADE
PRÁTICA
Ajudando os nossos irmãos, contribuímos
para a obra de Deus, e, ao Senhor, oferecemos a mais pura ação de graças.
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE
Filipenses
4.14-23
14 - Todavia, fizestes bem em tomar parte na
minha aflição.
15 - E bem sabeis também vós, ó filipenses, que,
no princípio do evangelho, quando parti da Macedônia, nenhuma igreja comunicou
comigo com respeito a dar e a receber, senão vós somente.
16 - Porque também, uma e outra vez, me mandastes
o necessário a Tessalônica.
17 - Não que procure dádivas, mas procuro o fruto
que aumente a vossa conta.
18 - Mas bastante tenho recebido e tenho
abundância; cheio estou, depois que recebi de Epafrodito o que da vossa parte
me foi enviado, como cheiro de suavidade e sacrifício agradável e aprazível a
Deus.
19 - O meu Deus, segundo as suas riquezas,
suprirá todas as vossas necessidades em glória, por Cristo Jesus.
20 - Ora, a nosso Deus e Pai seja dada a glória
para todo o sempre. Amém.
21 - Saudai a todos os santos em Cristo Jesus. Os
irmãos que estão comigo vos saúdam.
22 - Todos os santos vos saúdam, mas
principalmente os que são da casa de César.
23 - A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja
com vós todos. Amém!
PROPOSTA
DA LIÇÃO
•
“Tomar parte”: partilhar, coparticipar de (das
aflições);
•
“Tomar parte” é mostrar-se recíproco;
•
Amor dos filipenses por Paulo: padrão a ser seguido;
•
Eles apoiaram integralmente o apóstolo;
•
Participaram ativamente do ministério de Paulo;
•
Não tinham interesses pessoais. Aprendamos com eles;
•
Oblação: oferta sacrificial comestível;
•
Oferta com cheiro suave, agradável a Deus;
•
Paulo concluiu sua carta da forma mais adequada.
INTRODUÇÃO
Além de apresentar assuntos de ordem
doutrinária, a Epístola aos Filipenses destaca a gratidão e a alegria do
apóstolo Paulo pela oferta recebida. Nela, temos uma das mais belas expressões
de amor, confiança e contentamento de toda a Bíblia.
O apóstolo descreve o quanto o seu coração
se aqueceu com a demonstração de amor e carinho dos filipenses. No final da
epístola, ele revela a sua total confiança na suficiência de Cristo, pois esta
lhe concedeu força para desenvolver o seu ardoroso ministério.
Paulo colocou em evidencia e apresentou ao
mundo uma igreja atuante, “que não se fechava em si mesma”, que participou
ativamente e o acompanhou durante suas aflições, tanto o apostolo quanto os
filipenses revelaram seu amor e preocupação um pelo outro. Um “sacrifício que agrada a Deus”. Os dois lados havia aprendido a se
contentar com o que possuíam e não se deixavam influenciar pelas
circunstancias, uma vez que foram capazes de entender que a fonte de alegria
era Cristo.
I.
A PARTICIPAÇÃO DA IGREJA NAS TRIBULAÇÕES DE PAULO (4.14)
1. OS FILIPENSES TOMAM PARTE NAS AFLIÇÕES
DO APÓSTOLO.
Paulo via a participação dos filipenses em
suas tribulações como o agir de Deus para fortalecer o seu coração e alma. A
expressão “tomar parte” (v.14) sugere a ideia de “partilhar com, ou
coparticipar de”, pois eles supriam suas necessidades físicas, mas não deixavam
de suprir também as emocionais e espirituais, haja vista a alegria do apóstolo
em virtude da lembrança da igreja.
Os filipenses estavam participando das aflições
e tribulações com o apóstolo. Eles sentiam as agruras de sua prisão. Por outro
lado, o apóstolo sentia-se abençoado por Deus pelo fato de ser lembrado com
tamanho amor e ternura pela comunidade cristã filipense.
2. O EXEMPLO DA IGREJA APÓS O PENTECOSTES.
A igreja de Filipos vivia a mesma dimensão
de serviço da comunidade de Jerusalém nos dias de Pentecostes (At 2.45-47). Com
o seu exemplo, os filipenses nos ensinam que “tomar parte”, ou “associar-se”,
nas tribulações de nossos irmãos é mostrar-se amorosamente recíproco, eles
viviam o que pregavam, tinham uma pratica cristã correta, pois é impossível que
haja a ortopraxia sem a devida atenção a ortodoxia do ensino, ou seja uma está
ligada a outra, em outras palavras podemos dizer que uma ortodoxia sem
ortopraxia é como se nos deparássemos com uma grande verdade sem vida.
Enquanto o mundo da época era caracterizado
pelo materialismo, tal como nos dias hodiernos, a igreja se portava de forma
diferente e manifestava o seu amor, transparecendo “um dos elementos do serviço cristão”. Não bastava somente responder as cartas de Paulo
dizendo que também o amava e se alegrava com tudo o que ele havia feito até
então pela igreja, era preciso uma ação mais contundente, uma resposta mais
ofensiva contra o desânimo e descaso, tal como o visto na sociedade religiosa
atual.
3. O PADRÃO DE AMOR PARA A IGREJA.
O amor dos filipenses para com o apóstolo
Paulo mostra-nos que esse deve ser o padrão de nosso cotidiano: a generosidade
no repartir constitui-se em “sacrifícios que agradam a Deus” (Hb 13.16). Esta
foi a única igreja que se dispôs a doar e socorrer, ao mesmo tempo em que se
tornavam empáticos com o apóstolo. Eles, na simplicidade ou na falta de
conhecimento sobre a real situação de Paulo na prisão, chegaram a “vias de
fato”, chegaram a sentir as dores, as angustias, choraram juntos. Não foi a toa
que no tocante ao amor conseguiram ser recíprocos. Para conseguirem este
estagio deveriam também demonstrarem o mesmo com as dores e sofrimento, caso
contrario somente ajudariam e depois voltariam as rotinas e preocupações do dia
a dia.
Foram várias as ocasiões em que aquela
igreja se dispôs e se mostrou amorosa com o apóstolo, desde o inicio de seu
ministério (Fp 4.15):
a) Em
Tessalônica, a igreja do amor recíproco enviou sustento para ele duas vezes (Fp
4.16);
b) Em Corinto,
a igreja de Filipos enviou socorro financeiro (2 Co 11.8-9);
c) Em
Jerusalém, após encerrar sua terceira viagem missionária, os irmãos das
províncias da Macedônia levantaram ofertas para os pobres da Judéia (2 Co
8.1-5);
d) Em Roma,
Paulo foi agraciado com as ofertas enviadas pela igreja de Filipos, por mãos de
Epafrodito (Fp 4.18).
II.
REMINISCÊNCIA: O ATO DE DAR E RECEBER (4.15-17)
1. PAULO RELEMBRA O APOIO DOS FILIPENSES.
O versículo 15 destaca a generosidade dos
crentes filipenses em relação a Paulo. Mesmo sendo uma igreja iniciante e
pobre, assim que tomou conhecimento das necessidades do apóstolo, a comunidade
de fé de Filipos o apoiou integralmente (v.16). E como foi possível eles nestas
condições socorrerem o apóstolo em sua prisão em Roma? Esqueceram suas
necessidades e procuraram sanar as do próximo, “se deram ao Senhor’ (2 Co 8.5),
com isso, os filipenses tornaram-se cooperadores do apóstolo na expansão do
Reino de Deus até aos confins da terra. É por isso que Paulo não podia esquecer
do amor que lhe demonstraram os crentes daquela igreja. A recíproca era
verdadeira e pelo “andar da carruagem”, foi duradoura.
Foi uma parceria que deu certo, a igreja
ligado à Paulo e este por sua vez da mesma forma ligado a eles. Os filipenses
investiam bens materiais, financeiros e demonstravam seu amor e recebiam, em
contrapartida imediata, benefícios, riquezas espirituais e gratidão.
2. O NECESSÁRIO PARA VIVER.
O versículo 16 revela-nos outro grande fato.
Enquanto o apóstolo estava em Tessalônica, a igreja em Filipos continuava a
enviar-lhe “o necessário” à sua subsistência. No ato de “dar e receber”, os
filipenses participavam do ministério de Paulo, pois não tinham em mente os
seus interesses, mas as urgências do Reino de Deus.
Por outro lado, Paulo não se deixava cair
na tentação do dinheiro. As ofertas que ele recebia eram aplicadas
integralmente na Obra Missionária. O apóstolo bem sabia da relação perigosa que
há entre o dinheiro e a religião (1 Tm 6.10-11). Tal atitude leva-nos a
desenvolver uma consciência mais nítida quanto às demandas do Reino. Fujamos,
pois, das armadilhas das riquezas deste mundo, pois, como disse o sábio
Salomão, “quem ama o dinheiro, jamais dele se farta” (Ec 5.10).
3. “NÃO PROCURO DÁDIVAS”.
Para o apóstolo, a oferta que lhe enviara a
igreja em Filipos tinha um caráter espiritual, pois ele não andava a procura de
“dádivas” (v.17). Quem vive do ministério deve aprender este princípio áureo: o
ministro de Deus não pode e não deve permitir que o dinheiro o escravize. No
final de tudo, o autêntico despenseiro de Cristo deve falar com verdade: “Não
procuro dádivas”! Sua real motivação tem de ser o benefício da igreja de
Cristo. Assim agia Paulo. Ele dava oportunidade aos filipenses, a fim de que
exercessem a generosidade, tornando-os seus cooperadores na expansão do Reino
de Deus (v.17 cf. Hb 13.16).
III.
A OBLAÇÃO DE AMOR E SAUDAÇÕES FINAIS (4.18-23)
A palavra “oblação” está relacionada à
linguagem proveniente do sistema sacrifical levítico, oferta de cereais comestíveis,
ou algo inanimado, tipo: “azeite, flor de farinha, espigas verdes tostadas,
etc”, sendo uma parte queimada e outra destinada aos sacerdotes (Lv 2.1-3).
O termo remete-nos a estas expressões:
“cheiro de suavidade” e “sacrifício agradável e aprazível” (v.18). E estas, por
sua vez, estão relacionadas às “ofertas de consagração” a Deus identificadas
como “holocaustos” (Lv 1.3-17), “oferta de manjares” (Lv 2; 6.14-23), oferta de
libação e oferta pacífica (Nm 15.1-10).
Paulo
encara como verdadeira oblação a assistência que lhe ofereciam os filipenses.
Tais ofertas eram-lhe como um “cheiro suave, como sacrifício agradável a Deus”
(v.18). Assim, tendo em vista a generosidade praticada pelos filipenses, Paulo
declara com plena convicção: “O meu Deus, segundo as suas riquezas, suprirá
todas as vossas necessidades em glória, por Cristo Jesus” (v.19). “Mente, coração e corpo estavam em plena sintonia
para fazer o bem”.
A expressão “o meu Deus” aponta para aquEle
que haveria de suprir não somente as suas necessidades, como também as dos
filipenses e também as nossas. Aleluia!
3. DOXOLOGIA.
Os versículos 20 a 23 trazem a saudação
final do apóstolo à igreja em
Filipos. E , como podemos observar, Paulo não poderia concluir
a sua carta de forma mais adequada: “A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja
com vós todos. Amém!” (v.23). Ele encerrou a carta com uma palavra de glória.
Ele denota, assim, que todo o enfoque da
carta é Cristo, e que nós, seus seguidores, temos de nos lembrar e viver por
sua graça, pois “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes
imputando os seus pecados” (2Co 5.19).
CONCLUSÃO
A igreja de Filipos participou das aflições
de Paulo. Todo o labor, dedicação e amor foram um dia, retribuído pelos irmãos,
que não esqueceu o que havia sido feito por eles, durante a primeira estadia do
apóstolo naquela cidade.
Aquela igreja foi ensinada que Jesus foi o
meio providenciado pelo Pai, a fim de reconciliá-los com Deus, por isto
exaltemos o Eterno, pois fomos da mesma forma reconciliados com Ele em Cristo Jesus. A
exemplo da igreja em Filipos, não esqueça: “a alegria do Senhor é a vossa
força” (Ne 8.10).
OBJETIVOS DA LIÇÃO
1. O comportamento da igreja ante as tribulações
de Paulo:
•
Os filipenses tomaram parte nas tribulações de Paulo.
2) Explicar a reminiscência entre Paulo e
os filipenses:
•
A parceria que deu certo. Eles não esqueceram!
3) Analisar a oblação e a generosidade dos
filipenses:
•
A assistência dos filipenses foi como um “cheiro suave
REFERÊNCIAS
BARBOSA, José Roberto A. O
sacrifício que agrada a Deus. Disponível em: http://subsidioebd.blogspot.com.br/2013/09/licao-13.html.
Acesso em 25 de setembro de 2013.
Bíblia de estudo aplicação pessoal. CPAD, 2003.
Bíblia de
Estudo Temas em
Concordância. Nova Versão Internacional (NVI). Rio de
Janeiro. Editora Central Gospel, 2008.
Bíblia Sagrada: Nova tradução na linguagem de hoje. Barueri (SP).
Sociedade Bíblica do Brasil, 2000.
Bíblia Sagrada – Harpa Cristã. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do
Brasil, Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembleias de Deus, 2003.
Estudantes da Bíblia. O
sacrifício que agrada a Deus. Disponível em: http://www.estudantesdabiblia.com.br/licoes_cpad/2013/2013-03-13.htm.
Acesso em 25 de setembro de 2013.
Por: Ailton da Silva - Ano V