4) ATITUDE DE NEEMIAS:
De que maneira Neemias poderia ter reagido? Aparentar-se também ao inimigo? Ser conivente com Eliasibe e aceitar novamente os casamentos mistos? Corajosamente tomou os móveis de Tobias e os lançou para fora do cômodo (Ne 13.7,8). Jesus também teve a mesma reação quando se deparou com os vendilhões no Templo (Jo 2.11-13). Os interesses pessoais devem estar às margens do centro da obra de Deus.
Novamente Neemias conseguiu incentivar o
povo para que tomassem uma atitude para mudar aquela situação. Ordenou a
purificação das câmaras, para recolocarem os utensílios e ofertas em seus
devidos lugares.
Neemias jogou fora todos os pertences de
Tobias. Alguns judeus até poderiam estranhar esta atitude, mas tão estranho
quanto a reação foi a permissão.
a) O povo apoiou Neemias:
A decisão enérgica de Neemias despertou o
povo e trouxe de volta para o Templo as contribuições e riquezas que a presença
de Tobias havia tirado (Ne 13.12). Tesoureiros foram nomeados e os levitas
foram convocados para desempenharem suas funções.
A transparência da administração alegrou
os sacerdotes, os levitas, o povo e os trabalhos prosseguiram (Ne 12.44).
5. COMENTÁRIOS ADICIONAIS:
- Os moabitas não poderiam entrar na congregação de Israel, mas não eram impedidos de adorarem ao Deus verdadeiro onde estivessem (Rt 1.16);
- Os sacerdotes na rua, levitas na roça e o “bandido” no Templo. Greve e revolta do ministério no Templo?
- Neemias imaginava Jerusalém em festa no seu retorno. Que decepção;
- Moabita e amonita não poderiam sequer passar pela rua do Templo;
- Gesém após a reconstrução despareceu, mas Tobias e Sambalate ficaram rodeando, esperando uma brecha;
- Se Neemias não tomasse uma decisão, certamente Tobias levaria seus parentes e amigos para o Templo para se juntarem a ele;
- O único lugar onde Tobias poderia circular livremente seria pelos canos de esgoto do Templo;
- Pela segunda vez Neemias dirigia aquela congregação;
- Será que Neemias temeu que o povo tomasse as dores do sumo sacerdote e seu nobre parente (At 23.1-5)? Não se preocupou com a reação do povo, tampouco temeu ser levado a juízo. O importante era limpar a sujeira do Templo;
- Os judeus conheciam aquele homem, afinal havia sido o pastor deles;
- Tem casta de demônios que não resistem ao jejum e oração (Mt 17.21), foi isto que Neemias fez ao expulsar o inimigo do interior do Templo;
- Porque Deus permitiu que aquele amonita entrasse no Templo?
- Neemias não se sentiu em condições e não tinha autoridade para se esconder no interior do Templo, porque então Deus permitiu que Tobias adentrasse?
- Quanto tempo demorou para os impérios egípcio, babilônico, persa, grego, romano caírem definitivamente para nunca mais serem levantados? E foram justamente alguns destes que profanaram o Templo e os objetos sagrados dos judeus. E o que dizer dos povos que rodeavam Israel, sumiram todos. Sequer existem vestígios do sangue, língua ou história de alguns deles. Foram apagados pelo tempo;
- Os levitas eram sossegados, tranquilos, tão bonzinhos, somente até receberem ordens, tipo: voltem para seus postos. O duro era quando a ordem era: “Quem é de Deus", (Nm 8.14), "matem os idólatras" (Ex 32.26-28). Eles não pensavam duas vezes;
- Quantas vezes ouvimos: “o pastor é muito parado, muito tranquilo, os obreiros idem, os dirigentes de departamentos não fazem nada”. Quando eles recebem ordens de Deus, sai de baixo;
- Houve um pastor nosso (primitivo) que um dia desejou conhecer os irmãos de Roma, mas a igreja local não tinha condições de fornecer a passagem. Então ele orou a Deus e foi lhe provido as condições para a sua viagem. Partiu como prisioneiro, durante a viagem virou conselheiro, teve regalias, fizeram algumas paradas para que se despedisse dos irmãos e celebrou até uma ceia parcial no navio (At 27.35-36). Não se entristeceu pela prisão domiciliar (privilégio e segurança domiciliar) e aproveitou para doutrinar a igreja com os seus ensinamentos;
- Os apóstolos faziam grandes cruzadas e não gastavam nada e ganhavam muitas almas;
- A Igreja primitiva necessitava de recursos financeiros (At 6.1), pois crescia o número de discípulos para aprenderem a Palavra (e não o de apóstolos para ensinarem), portanto, se este povo se reunia para ouvir e aprender era evidente que largavam todos seus afazeres. Era altíssimo o custo para manterem a obra.