INTRODUÇÃO
Leitura da
Bíblia é um dever, mas acima disto é um privilégio. Quanto ao entendimento,
compreensão e interpretação não existem adjetivos para qualificar os que fazem
uso dela como regra de fé, ou seja, se a leitura é um dever e privilégio, o
entendimento, compreensão e interpretação é para poucos e torna-se um
diferencial gritante que separa homens espirituais dos carnais.
Para a mudança
de grupo, dos carnais para os espirituais, não basta somente cumprir o dever de
ler as Escrituras Sagradas, pois muitos leem, mas não entendem nada e não a
tomam como regra de fé e conduta. Para mudar de grupo tem que entender,
compreender e interpretar corretamente a Bíblia e somente Jesus pode conceder.
Deste pressuposto é que podemos afirmar que somos escolhidos “a dedo”.
I – A BIBLIA PRECISA SER INTERPRETADA
1. A importância da exegese
Exegese, um
grande palavrão, difícil de pronunciar, ás vezes, muito mais complicado de
entender sua definição, mas de grande valia para leitura, compreensão e
entendimento da Bíblia.
A exegese, assim
como toda a Teologia, deve ser usada para esclarecer e
tirar as almas das mãos do inimigo. Nunca deve ser usada para desestabilizar
crentes, evitando os desnecessários debates e combates da lei (Tt 3.9).
a) A natureza da Exegese Bíblica
- Exegese rabínica: Os judeus
interpretavam a escritura ao pé da letra, por causa da noção de inspiração que
tinham. Se uma palavra não tinha sentido perceptível imediatamente, eles usavam
artifícios intelectuais, para lhes dar um sentido, porque todas as palavras da
Bíblia tinham que ter uma explicação. O exemplo do paralítico é antológico: ele
passara 38 anos doente. Por que 38? Ora, 40 é um número perfeito, usado várias
vezes na vida de Cristo (antes da ressurreição, no jejum) ou também no AT
(deserto, Sinai). Dois é outro número perfeito, porque os mandamentos (vontade)
de Deus se resumem em "2": amar Deus e ao próximo. Portanto, tirando
um número perfeito de outro, isto é, tirando 2 de 40 deve dar um número
imperfeito (38) que é número de doença;
- Exegese protestante: Surgiu do
protesto de alguns cristãos contra a autoridade da Igreja como intérprete fiel
da Bíblia. Lutero instituiu o princípio da "scritura sola" (só a
escritura), sem tradição, sem autoridade, sem outra prova que não a própria
Bíblia. A partir daquele instante, os Protestantes se dedicaram a um estudo
mais acentuado e profundo da Bíblia, antecipando-se mesmo aos católicos. Mas o
princípio posto por Lutero contribuiu para um desastre hermenêutico, pois ele
mesmo disse que cada um interpretasse a Bíblia como entendesse. Isto fez surgir
várias correntes de interpretação, que podem se resumir em duas: a conservadora
e a racionalista. A conservadora parte daquele principio da inspiração
(ditado), em que se consideram até os pontos massoréticos (manuscritos hebraicos)
como inspirados. Não se deve aplicar qualquer método cientifico para entender o
que está escrito. É só ler e, do modo que Deus quiser. A racionalista foi
influenciada pelo iluminismo e começou a negar os milagres. Daí passou à
negação de certos fatos, como os referentes a Abraão. Afirmam que as narrações
descritas, como provam o vocabulário, os costumes, são coisas de uma época
posterior, atribuído àquela por ignorância. Esta teoria teve muito sucesso e
começaram a surgir várias “vidas” de Jesus, apresentando-o como um pregador
popular, frustrado, fracassado;
- Exegese Católica: Inicialmente,
apegou-se muito aos métodos tradicionais: usava mais a tradição e menos a
Bíblia. Mesmo no século XIX, a tendência era ainda conservar a apologética, a
defesa da fé. Foi o Padre Lagrange quem iniciou o movimento de restauração da
exegese católica. Começou a comentar o Antigo Testamento com base na critica
histórica. Mas foi alvo de tantos protestos que não teve coragem de continuar.
Em seguida, comentou o Novo Testamento, e ainda hoje é autoridade no assunto. A
Igreja Católica custou muito a perceber o seu atraso no estudo bíblico.
2. As limitações dos leitores
Todos os leitores são
interpretes, o problema é a influência na interpretação que muitos tentam
exercer sobre outros, mesmo antes da leitura minuciosa. Isso é muito comum,
pois terceiros, totalmente fora da direção de Deus e contrários a verdadeira intenção
do Espirito Santo, tentam forçar o entendimento das Escrituras por parte
daqueles que ainda não mergulharam ou questão titubeando entre dois
pensamentos.
“é fácil demais aplicarmos ao texto bíblico as
interpretações tradicionais que recebemos de terceiros”. (Baptista, 2001, p.58)
a) Como diria o poeta, em um momento de lucidez:
“É você olhar no espelho,
se sentir um grandessíssimo idiota,
saber que é humano, ridículo, limitado,
que só usa dez por cento de sua cabeça animal…”
3.
A natureza das Escrituras
A Palavra foi provada,
purificada para se tornar regra de fé, esperança e principalmente para ser
interpretada. Ela clama por “verdadeiros interpretes”. Deus procura os
verdadeiros interpretes para que interpretem a Palavra e adorem a Deus em
espírito e em verdade, nada mais além disso.
II
– PRESSUPOSTOS PENTECOSTAIS PARA LER A BÍBLIA
1.
Autoridade da Bíblia
O que está escrito na
Palavra nunca e jamais deverá ou poderá ser questionado, uma vez que é a mais
pura vontade de Deus para a humanidade, por isso deve ser criada e seguida à
risca. Este direito a interpretação e
experiência com a Palavra é para poucos.
2.
A iluminação do Espírito Santo
Sem o Espírito Santo
trabalhando seria impossível o homem receber a revelação de Deus através da
leitura de sua Palavra. A iluminação e discernimento se fazem necessários
justamente para que não criemos regras humanas, fábulas e mitologias acerca do
que já foi provado.
A salvação é revelada na
exposição da Palavra ao público alvo, no entanto, é necessário que haja o estudo,
pesquisa, e principalmente dedicação na busca pela revelação do que está
contido na Bíblia.
Esta é uma das tarefas
atribuídas ao Espírito Santo na vida daqueles que mergulham nos mistérios
espirituais de Deus, além de ensinar, nos lembrar, guiar, apresentar a
santificação e principalmente discernir as coisas materiais das espirituais.
3.
O valor da experiência
A interpretação correta
da Bíblia não necessita da aplicação de nossa experiência pessoal, pois é
comum, muitas vezes, estabelecermos parâmetros extraídos de nossa experiência
pessoal (espiritual) para balizar e ensinar muitos o caminho da verdade.
Bem que se torna necessário,
e que não pode ser desprezado, o nosso conhecimento secular, o senso comum,
nossa experiência de vida, passado, gostos, medos e outros tantos elementos
para procurarmos entender e compreender a Palavra, que nos diga o apóstolo
Paulo, educado aos pés de Gamaliel, conhecedor profundo das Escrituras (faltava
somente a Graça para pregar como Estevão, por isso ficou ouvindo a pregação do
mártir).
“De outro lado, a experiência também
não pode ser negligenciada”. (Baptista, 2001 p.63)
A experiência serve
justamente para compreendermos todo o processo de transformação pelo qual fomos
agraciados (Ec 7.10). Entendendo isto, certamente começaremos a interpretar
corretamente a Bíblia, ou pelos menos tentaremos.
III
– REGRAS BÁSICAS DE INTERPRETAÇÃO
1.
A escritura é a sua própria intérprete
Etimologicamente a palavra
hermenêutica deriva do verbo “hermeneutikós” que significa explicar, traduzir
interpretar. A sua raiz esta ligada ao deus grego Hermes. Este deus mitológico,
que tinha asas nos pés, encarregava-se de levar as mensagens dos deuses aos
destinatários. Assim a ideia é levar alguma coisa ou situação do estado de
ininteligibilidade ao da compreensão. Assim na antiguidade grega esta palavra
tem três sentidos: expressar em voz alta, dizer, explicar e interpretar. Hermenêutica é a ciência e a arte que estuda a interpretação
da Bíblia, que permitirá uma análise criteriosa para chegarmos o mais próximo
possível do que o autor quis dizer.
a) A necessidade da Hermenêutica
O apóstolo Pedro admite que nas Escrituras
"há certas cousas difíceis de entender, que os ignorantes e instáveis
deturpam” para a própria destruição. São muitas as dificuldades que o
texto bíblico apresenta:
- Língua,
tempo, história, sociedade, estilos, costumes, culturas;
- Variedade
do estilo literário, pois contém poesias, estórias, parábolas, epístolas;
- Foram
cerca de 1600 anos para a Bíblia ser escrita;
- Diversidade
cultural dos autores, alguns poetas como Esdras e Salomão,
profetas como Isaías, guerreiros como Davi, pastores como Amós, estadistas como
Daniel, sábios, como Moisés e Paulo, e "pescadores, homens sem
letras", como Pedro e João. Destes, uns formularam leis, como Moisés,
outros escreveram história como Josué, outro salmos e provérbios como Davi e
Salomão, outros profecias como como Jeremias, Isaías, Ezequiel, uns escreveram
biografias como os evangelistas e outros cartas os apóstolos.
b) Importância da Hermenêutica
A Bíblia recebeu um valor
inquestionável, da parte dos judeus e cristãos, por isto é importantíssimo o
aprofundamento dos estudos. Este é o fundamento de partida da Hermenêutica.
2. Princípios de interpretação bíblica
a) Cuidados para a interpretação
- Princípio de Interpretação Gramatical: A pregação bíblica
começa com a exegese do texto, e a exegese segue os princípios gramaticais. É
necessário se entender o significado verbal do texto analisando a função e o
sentido das palavras empregadas. Visto que a Bíblia foi escrita em hebraico e
grego (e algumas partes em aramaico) o ministro que não conhece essas línguas
se encontra numa posição desvantajosa. Não basta achar num dicionário o termo
equivalente em português a uma palavra hebraica ou grega. O ministro que não
possui adequadas habilidades linguísticas pode fazer uso de tais auxílios
lexicais como comentários, concordâncias e dicionários;
- Princípio de Interpretação Histórica: A exegese histórica não
nega a inspiração da Bíblia, antes confirma o seu caráter histórico. Visto que
a Bíblia é um documento histórico e a Igreja é um movimento histórico, a
exegese histórica é importante tanto para compreender a mensagem bíblica como
para determinar seu significado na atualidade. Questões de data, autoria,
antecedentes e circunstâncias são essenciais à tarefa de preparar sermões
bíblicos. Quanto mais conhecermos as condições político-religiosas e
socioeconômicas sob as quais foi escrito certo documento, tanto melhor
poderemos compreender a mensagem do autor e aplicá-la de acordo com isso;
- Princípio de Interpretação Teológica: é necessário a
compreensão e entendimento do texto. É preciso o conhecimento teológico capaz
de elucidar o texto. O pregador deve conhecer tradições, filosofia, maneira de
pensar, "Cosmovisão", as ideias acerca de Deus e da religião na época
em que aquela mensagem foi escrita.
b) Regras de interpretação
- 1ª regra (Interpretar
segundo o significado das palavras): Enquanto for possível, é necessário tomar
as palavras no seu sentido usual e comum. Regra natural e simples,
porém importantissima, pois caso ignorada, fatalmente muitas partes da
Escritura não terá o devido sentido. A interpretação deve
ocorrer levando em conta o significado das palavras. Um exemplo é a palavra
carne, que algumas vezes pode ter um sentido comum (Ez 11.19), mas em outros
significa a natureza humana (Jo 1.14; Rm 1.3) e em outros casos faz alusão à
natureza pecaminosa do homem (Rm 8.5, Ef 2.3). Em Gênesis 6.12, lemos que toda carne havia corrompido, portanto,
quando tomamos as palavras “carne” e “caminho” no sentido figurado facilmente
entenderemos que se tratam, respectivamente, de pessoas e costumes, modo de
proceder ou religião. Sangue é outra palavra que pode tomar significados
diferentes dependendo da correta interpretação, exemplo: “Caia sobre nós o seu
sangue" (Mt 27.25), nesta passagem toma o sentido de culpa. “Sendo
justificados pelo seu sangue" (Rm 5.9), traz o sentido da obediência de
Jesus até a morte. “...o sangue de Cristo purificará a nossa consciência das
obras mortas" (Hb 9.14), isto é, o sacrifício de Jesus é o fundamento da
justificação e o instrumento e o motivo da santificação;
- 2ª regra (Interpretar
segundo o objetivo do livro): Esta regra de interpretação é útil e nos leva a
conhecer o objetivo dos livros. Por exemplo: a carta aos Gálatas foi
escrita porque membros da igreja, influenciados por mestres judaizantes,
pensavam em ser justificados guardando a lei e observando os ritos judaicos (Gl
2.16; 3.1-6). A carta de Tiago teve por objetivo provar que ninguém podia ser
justificado por uma fé passiva, uma fé que não produza boas obras. Nesta regra
é importante considerar o desígnio ou objetivo, tanto do livro, quanto das
passagens. Os diferentes autores da Bíblia viveram em tempos, culturas,
situações sociais e regiões diferentes. Os livros foram escritos por
sacerdotes, Sumo-sacerdote, reis, copeiro, escribas, profetas, governador,
pastores, cobrador de impostos, agricultores, médico, pescadores, entre outros,
portanto, eram culturas distintas que atendiam os anseios de cada época, mas
que também visualizavam o cenário da humanidade ao longo da historia;
- 3ª regra (Contexto): É importantíssimo a
observação da parte que vem antes ou depois do texto, por isso não se deve
interpretar um texto sem o auxílio do contexto, para não se inventar um
pretexto (Lc 19.8-44; At 8.30-31; Is 53.7). Esta regra diz ser necessário tomar
as palavras no sentido indicado no contexto, consultando sempre os versículos
que precedem, quanto os que se seguem. Exemplo: "Quando
éramos menores, estávamos servilmente sujeitos aos rudimentos do mundo"
(Gl 4.3, 9-11), nesta passagem o que são os rudimentos do mundo? O que vem
depois da palavra nos explica que são práticas de costumes judaicos. Outro exemplo: “e também os que dormiram em
Cristo estão perdidos” (I Co 15.18). Se lermos apenas este versículos teremos a
certeza de que todos os que morreram em Cristo estão perdidos, no entanto se
lermos os versículos anteriores e posteriores entenderemos a ideia de Paulo;
- 4ª regra (Interpretar a Bíblia pela própria Bíblia): Quando o conjunto da frase ou o contexto não bastam para
explicar uma palavra duvidosa, procura-se às vezes adquirir seu verdadeiro
significado consultando outros textos. O principio desta regra é interpretar a Bíblia
pela própria Bíblia e é também chamado de consulta às passagens paralelas. Se
este princípio fosse sempre seguido muitos erros seriam evitados. A revelação
de Jesus dada aos discípulos: "tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a
minha Igreja" (Mt 16.18), quando comparamos esta passagem com a afirmação
de Paulo de que o único fundamento da Igreja é Cristo, fica clara a correta
interpretação (1 Co 3.11). Outro exemplo:
"Trago no corpo as marcas de Jesus" (Gl 6.17), quais marcas eram
essas? A frase e muito menos o contexto nos elucidam a passagem, portanto
torna-se necessário recorrer a outras passagens (II Co 4.10; 11.23). O rei Davi
que andou segundo o coração de Deus, foi ele portanto um exemplo de perfeição a
ser seguido? Não, pois foram muitas suas faltas e erros. Buscando os paralelos
encontramos a resposta (I Sm 2.35; 13.14). Outros
casos são: (Lc 16.16 x Mt 11.13 e At 2.21 x Mt 7.21);
- 5ª regra (Interpretação do texto): É aquilo que a
passagem quer dizer no tempo, no espaço e nas circunstâncias que foram
escritas. O literalismo busca o que o texto quer dizer (Jo 21.6), já o
simbolismo valoriza o que a figura quer dizer (Ap 3.20);
- 6ª regra (Aplicação do texto): Um mesmo texto pode
ser aplicado à pessoas ou clãs, independente de épocas ou situações geográficas
(Mt 13.24-30). O texto facilmente será entendido, pois independe de época ou
localização geográfica;
- 7ª regra (Figuras de retórica):
I) Metáfora, semelhança
entre dois objetos ou fatos, caracterizando-se um com o que é próprio do outro.
Quando Jesus disse que é a videira verdadeira e os discípulos eram as varas, na
verdade Ele estava dizendo que era tronco verdadeiro que transmite vida e
forças aos crentes para produzirem frutos. Outros exemplos: “Eu sou a porta; Eu
sou o caminho; Eu sou o pão vivo; Vós sois o sal, edifício, etc”;
II) Sinédoque: quando se
toma a parte pelo todo ou o todo pela parte, o plural pelo singular, o gênero
pela espécie, ou vice-versa. Exemplos: “Minha carne repousará segura",
poderia ter dito o meu corpo repousará, mas optou por usar carne. “Este homem é uma peste e promove sedições
entre os judeus dispersos por todo o mundo”, estava falando apenas do mundo
conhecido e dominado pelo Império romano alcançado por Paulo;
III) Metonímia: quando se
emprega a causa pelo efeito, ou o sinal ou símbolo pela realidade que indica o
símbolo. Exemplo: “Eles têm Moisés e os profetas; ouçam-nos", poderia ter
dito: “eles tem os escritos de Moisés e dos profetas”;
IV) Prosopopéia:
personificação de coisas inanimadas, atribuindo-lhes os feitos e ações das
pessoas. Exemplo: “Onde está, ó morte, o teu aguilhão”? (1 Co 15.55). “O amor
cobre multidão de pecados" (1 Pd 4.8). “Os montes e os outeiros romperão
em cânticos diante de vós, e todas as árvores do campo baterão palmas";
V) Ironia: quando se
expressa o contrário do que se quer dizer, porém sempre de tal modo que se faz
ressaltar o sentido verdadeiro. Exemplo: Paulo emprega esta figura quando chama
aos falsos mestres de “os tais apóstolos”, dando a entender ao mesmo tempo que
de nenhum modo são apóstolos. (2 Co 11.5,13; 12.11). Elias usou este recurso no
Carmelo quando disse aos sacerdotes sobre o falso deus Baal. "Clamai em
altas vozes e despertará, ou quem sabe intente alguma viagem", dando-lhes
a compreender, por sua vez, que era de todo inútil gritarem. (1 Rs 18.27);
VI) Tipo: classe de
metáfora que não consiste meramente em palavras, mas em fatos, pessoas ou
objetos que designam fatos semelhantes, pessoas ou objetos no porvir. Estas
figuras são numerosas e chamam-se na Escritura “sombra de coisas futuras” e se
encontram, portanto, no Antigo Testamento. Exemplo: Jesus fez referência à
serpente de metal levantada no deserto, como tipo, prefigurando a crucificação
do Filho do homem (Jo 3.14). Noutra ocasião Jesus se referiu aos fatos
acontecidos com Jonas como tipo, prefigurando sua sepultura e ressurreição (Mt
12.40). Paulo nos apresenta o primeiro Adão como tipo, prefigurando o segundo
Adão, Jesus e o Cordeiro Pascoal como o
tipo do Redentor (Rm 5.14; 1 Co. 5.7) Sobretudo, a carta aos Hebreus faz
referência aos tipos do Antigo Testamento, como, por exemplo, ao sumo sacerdote
que prefigurava a Jesus; aos sacrifícios que prefiguravam o sacrifício de
Cristo; ao santuário do templo que prefigurava o céu, etc. (Hb 9.11-28;
10.6-10);
VII) Síimbolo: espécie de
tipo pelo qual se representa alguma coisa ou algum fato por meio de outra coisa
ou fato familiar que se considera a propósito para servir de semelhança ou
representação. Exemplos: o leão é considerado o rei dos animais, assim é que
Jesus é simbolizado. A força se representa pelo cavalo e a astúcia pela
serpente. (Ap 5.5; 6.2; Mt 10.16). As chaves, pela importância, nos da ideia de
autoridade (Mt 16.19). As portas das cidade e povoados serviam como fortaleza.