Antes de ascender ao Céu, Jesus reuniu seus discípulos e os instruiu a ensinarem, fazendo discípulos em todas as nações (Mt. 28.19), pela pregação de sua morte e ressurreição a todas as criaturas (Mc. 16.15) e por fim deveriam testemunhar o Evangelho através da dependência exclusiva do poder do Espírito Santo.
Em At 13:1-3, após uma reunião de oração, vemos o inicio de um dos maiores empreendimentos de missão no mundo. Em Antioquia veio a confirmação da chamada, prometida na conversão do apóstolo. O próprio Espírito Santo chama e determina a separação de Paulo e Barnabé para a missão (At.13:2).
O Apóstolo Paulo levou a sério a ordem do Senhor e, em “quatro” viagens missionárias, foi poderosamente usado pelo Espírito na expansão do evangelho. Ele é considerado o maior missionário do Cristianismo, pois:
• realizou muito em pouco tempo;
• falava as principais línguas da época;
• possuía uma cultura invejável;
• tinha livre acesso à sociedade gentílica de qualquer nação.
Mesmo não possuindo recursos, realizou estas viagens com a finalidade de expor o Evangelho ao mundo gentílico:
• andava a pé enfrentando salteadores nas estradas;
• em velhas embarcações enfrentando tempestades, piratas e naufrágios;
• foi apedrejado até ser considerado morto;
• em Filipos foi despido e apanhou publicamente;
• foi açoitado e preso
• sofreu diversos ataques de judeus e gentios durante suas viagens;.
I - PRIMEIRA VIAGEM MISSIONÁRIA – ANTES DO CONCILIO - a mais difícil, ao desconhecido
Missionários: Paulo e Barnabé - Ajudante: João Marcos
Durou cerca de dois anos. At 13 e 14. Nessa viagem, os evangelistas concentraram seus esforços na Ásia Menor.
ITINERÁRIO DE IDA:
• Antioquia da Síria; Porto de Selêucida; Salamina; Pafos; Perge; Antioquia da Psídia; Icônio, Listra; Derbe
ITINERÁRIO DE VOLTA:
• Derbe, Listra, Icônio, Antioquia da Psídia; Perge; Atália; Antioquia da Síria.
OS ACONTECIMENTOS DURANTE A PRIMEIRA VIAGEM:
• O ponto de partida da primeira viagem de Paulo foi Antioquia da Síria (é a moderna Antakya, na Turquia).
• a evangelização em Chipre (At 13:4-12)
• O nome de Saulo é mudado para Paulo (At 13:9)
• Proconsul Sergio crê e fica maravilhado da doutrina
• Elimas é atacado com cegueira (At 13:6-12);
• João Marcos volta a Jerusalém, assustado com a hostilidade dos gentios e judeus;
• Início da Evangelização da Ásia Menor;
• Paulo pregou seu grande sermão (At 13:16-41);
• a evangelização na sinagoga de Antioquia da Psídia (At 13:13-52)
• o conflito em Icônio (At 14:1-7)
• Paulo é apedrejado após uma tentativa de adorá-lo (At 14:8-9), após a cura de um coxo. Os missionários foram o confundidos com Zeus e Hermes (deuses da mitologia grega). Consideraram Barnabé como o deus supremo e Paulo como seu mensageiro (Atos 14:8-13);
• a evangelização dos pagãos em Listra (At 14:8-20)
• após uma viagem de 160 quilômetros chegou em Antioquia da Psídia, pregou na sinagoga. Uma semana depois, Paulo e Barnabé voltaram para continuarem a pregação e quase toda a cidade se reuniu para ouvir a Palavra de Deus. A popularidade da mensagem, encheu os judeus de inveja (Atos 13:45)
• a viagem de volta à Antioquia (At 14:21-28);
• estabelecimentos de Igrejas nessas localidades (At 14:21-23);
Ao mesmo tempo que enfureceu os judeus, esse anúncio foi motivo de grande alegria para os gentios presentes. Eles glorificaram a palavra do Senhor que ouviram, e todos os que estavam dispostos para a vida eterna creram (Atos 13:48).
Era costume na época dar a palavra a visitantes, por isto os missionários aproveitaram as oportunidades para pregarem a mensagem do Evangelho. Muitos judeus e gentios aceitaram o Senhor Jesus. Os judeus que rejeitaram o evangelho se iraram e manipularam os gentios para que realizassem os seus propósitos malignos.
II. A SEGUNDA VIAGEM MISSIONÁRIA (At 15.36-18.28)
Missionários: Paulo e Silas (At 15:40) - Ajudantes: Timóteo (At 16:1); Lucas (At 16:10); Áquila e Priscila (At 18:1-3)
Durou cerca de quatro anos (51-54 d. C.). Durante essa segunda viagem escreveu duas cartas: I e II aos Tessalonicenses.
A segunda viagem missionária de Paulo tinha três objetivos especificos:
• visitar as cidades nas quais o Evangelho de Cristo havia sido pregado (At. 15.36);
• para comunicar as igrejas a decisão do Concílio;
• para abrir novos campos de trabalho.
Na partida ocorreu um desentendimento entre Paulo e Barnabé, por causa de João Marcos, que queria acompanhá-los nesta viagem, mesmo tendo abandonado em Perge, Paulo não queria levá-lo, por isso escolheu Silas com a benção da igreja (At. 15.40). Em Listra, Timóteo juntou-se a eles. Posteriormente, Marcos reconquistou a confiança do apóstolo Paulo (II Tm 4:11)
ITINERÁRIO – IDA E VOLTA:
• Síria, Cilícia; Derbe, Listra; Trôade; Filipos e Macedônia; Samotrácia; Neápolis; Tessalônica; Anfípolis; Apolônia; Beréia; Atenas; Corinto; Éfeso; Jerusalém; Antioquia, Tiro e Sidom.
ACONTECIMENTOS DURANTE A SEGUNDA VIAGEM:
• Paulo e Silas deixam Antioquia (At 15:40)
• Timóteo junta-se a Paulo e Silas em Listra (At 16:1-3)
• a volta de Paulo a Derbe e Listra (At 16:1-5)
• na Frigia e Galácia foram impedidos pelo Espírito Santo de anunciar o evangelho na Ásia (At 16.6);
• Seguiram para Mísia e tentaram rumar à Bitínia, mas também o Espírito Santo não os permitiu (At 16.7). Jesus queria que seu evangelho chegasse a Europa, por isso mudou os planos dos missionários. A Ásia necessitava do evangelho, mas não era o tempo de Deus. O chamado deles não foi determinado pela necessidade. Era o Senhor quem os guiava.
• a chamada à Macedônia ou visão de Paulo em Trôade (At 16:6-10). Naquela cidade a equipe ganha o reforço de Lucas;
• a conversão de Lídia em Filipos (At 16:24). Paulo fundou a primeira igreja européia, na casa de Lídia, rica comerciante vendedora de púrpura.
• em Filipos, foram presos e após intervenção divina, o carcereiro e sua família se converteram ao Senhor (At. 16.20,21). Após ser liberado da prisão, Paulo apelou para sua cidadania romana, algo que poderia ter prevenido que ele fosse açoitado (At. 16.22-24).
• Paulo visitou Tessalônica, a principal cidade da Macedônia, com uma população constituída de gregos, romanos e judeus;
• a turba assalta a casa Jasom em Tessalônica (At 17:5)
• após a perseguição em Tessalônica, Paulo ruma sozinho para Atenas, centro cultural do mundo grego e famosa pela quantidade de ídolos, onde discursou Areópago (At 17:16-34). Ele pregou nas sinagogas e nos lugares públicos, onde encontrou os filósofos epicureus e estóicos, que consideraram Paulo não mais do que um falastrão (At. 17.18). Pregou sobre o Deus Desconhecido dos atenienses, e falou a respeito de Jesus e da ressurreição;
• Paulo seguiu para Corinto onde permaneceu por um ano e meio. Foi hospedado pelo casal, Áquila e Priscila, companheiros de fé e profissão (Rm. 16.3-5). Foi acusado pelos judeus de adorar a Deus em desacordo com à Lei, resultando na sua apresentação, perante Gálio, no tribunal (At. 18.15-17). Sóstenes é espancado (At 18:17);
• partiu para Cencréia, com breve parada em Éfeso, seguindo depois para Cesaréia, Jerusalém e por fim Antioquia da Síria (18.22).
Antes de partir, Paulo circuncidou Timóteo. Como explicar essa decisão, tendo em vista a sua posição no Concilio e a sua objeção veemente à circuncisão de Tito (Gl 2:1-5)? No caso de Tito, era uma questão de doutrina cristã básica, pois os falsos mestres insistiam para que os gentios fossem circuncidados a fim de receberem a salvação.
No caso de Timóteo, o assunto era diferente, pois o povo da região sabia que ele era judeu por parte de mãe, portanto como o trio estava evangelizando, certamente o primeiro contato seriam com os judeus e se estes soubessem que ele não era circuncidado, recusariam a ouvi-los. Sendo circuncidado não causaria nenhuma ofensa aos judeus (I Co 9:19-23).
TERCEIRA VIAGEM MISSIONÁRIA:
Missionário: Paulo - Ajudantes: Timóteo e outros
Tempo gasto: Quatro anos (54-58 d. C.)
Paulo partiu para visitar as igrejas fundadas na sua primeira viagem e na segunda. Empenhou-se de igual modo tanto na evangelização, quanto no discipulado.
ITINERÁRIO - IDA E VOLTA
• Antioquia da Síria; Cilícia; Galácia; Frigia; Éfeso; Macedônia; Corinto; Trôade; Mileto; Rodes; Pátara; Tiro; Cesaréia; Jerusalém.
ACONTECIMENTOS DURANTE A TERCEIRA VIAGEM:
• Paulo viaja a Cesaréia e a Antioquia (At 18:22-23)
• a chegada de Apolo (At 18:24-28)
• em Éfeso Paulo encontrou uma comunidade de doze crentes que conheciam apenas o batismo de João (At 19.1-7)
• a obra de Paulo em Éfeso: Os convertidos queimas livros (At 19:8-22)
• a reação do paganismo em Éfeso: O Templo de Diana (At 19:23-41)
• em Corinto ficou três meses e escreveu a Epístola aos Romanos. Os judeus conspiram contra Paulo (At 20:3)
• em Trôade, Êutico cai da janela e é socorrido por Paulo (At 20:9-12)
• em Mileto, manda chamar os anciãos da Igreja em Éfeso para se despedir através de seu célebre discurso de despedida (20.17-38).
• Paulo deixa os amigos em Tiro (At 21:3-6)
• Em Cesaréia, Ágabo liga suas próprias mãos com o cinto de Paulo (At 21:10-11)
• a viagem de Paulo para Jerusalém (At 21:12-17)
Desejoso de ir a Jerusalém, para Festa de Pentecoste (At. 20.16), mesmo sendo advertido dos perigos que lhe sobreviriam, ele partiu (At. 21.13), levando consigo a coleta dos irmãos para os necessitados (I Co. 16.1-4; II Co. 8-9; Rm. 15.25-27).
Enquanto era recebido por Tiago e os anciãos da igreja, alguns judeus da Ásia, que estavam presentes em Jerusalém, para a Festa de Pentecoste, acusaram Paulo de tentar destruir os costumes da lei de Moisés. Para mostrar que não tinha esta intenção, ele foi ao Templo para se purificar e foi preso (Atos 21.26; I Co 9.20). Defendeu-se diante do povo e do Sinédrio e foi enviado para Cesaréia, para se apresentar diante de Félix, Festo e Agripa II. Aqui temos o início de uma quarta viagem missionária, dessa vez, para Roma, por ter apelado para César na condição de prisioneiro romano.
VIAGEM A ROMA:
Alguns teólogos consideram que, ao todo, Paulo realizou quatro viagens missionárias, levando-se em conta que, ao ser enviado preso para Roma, aproveitou a oportunidade, em todos os lugares em que o navio aportava, para pregar o Evangelho. A prova disso está na grande obra realizada na Ilha de Malta, onde ganhou todos os seus moradores para Jesus.
CONCLUSÃO
As viagens missionárias de Paulo revelam a seriedade que ele atribuiu à obra evangelizadora. Ele tinha profunda convicção do seu chamado para levar o evangelho às nações (Gl. 1. 15,16; Rm. 1.1; I Co. 1.1; Rm. 1.16).
Talvez dominasse o aramaico, o idioma da Palestina, também o hebraico falado pelos mais cultos em Israel e a língua ‘sagrada’ das Escrituras. Educado em duas culturas (grega e judaica), dominava as principais línguas faladas no Império, possuidor de uma cultura invejável adquirida em Tarso, zelo espiritual aprendido na mais severa seita dos fariseus, aos pés de Gamaliel, em Jerusalém.
O Apóstolo dos Gentios não temia oposição e muito menos adversidades, pois estava ciente da responsabilidade que recaia sobre os seus ombros (I Co. 9.16). O teor da mensagem missionária paulina era, repetidamente, Jesus Cristo, o Ressuscitado (I Co. 1.30; II Co. 4.5).
A dedicação de Paulo à obra missionária era tão intensa que o fazia afirmar que ele não mais vivia, mas Cristo vivia nele (Gl. 2.20), e que para ele o viver era Cristo e o morrer era lucro (Fp. 1.20).
fonte: resumo dos subsidios retirados de: ebdweb.com.br
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