TEXTO ÁUREO
“Não desampares a
sabedoria, e ela te guardará; ama-a e ela te conservará” (Pv 4.6).
VERDADE PRÁTICA
A sabedoria que procede de
Deus é humilde, por isso, equilibra o crente em todas as circunstâncias da
vida.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE – Tg 1.5; 3.13-18
Tg 1.5 - E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a
todos dá liberalmente e não o lança em rosto; e ser-lhe-á dada.
Tg 3.13 - Quem dentre vós é sábio e inteligente? Mostre, pelo seu bom trato,
as suas obras em mansidão de sabedoria.
Tg 3.14 - Mas, se tendes amarga inveja e sentimento faccioso em vosso coração,
não vos glorieis, nem mintais contra a verdade.
Tg 3.15 - Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas é terrena, animal e
diabólica.
Tg 3.16 - Porque, onde há inveja e espírito faccioso, aí há perturbação e toda
obra perversa.
Tg 3.17 - Mas a sabedoria que vem do alto é, primeiramente, pura, depois,
pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem
parcialidade e sem hipocrisia.
Tg 3.18 - Ora, o fruto da justiça semeia-se na paz, para os que exercitam a
paz.
PROPOSTA
•
A sabedoria que vem do alto se distingue
da humana;
•
Como Deus concede sabedoria aos que pedem?
•
Falta de sabedoria em alguma área?
Não desanime;
•
Sabedoria: virtude que devemos buscar e
cultivar;
•
Devemos buscar ajuda do alto para viver em
comunhão;
•
Pessoas não convivem, apenas se toleram
(alguns casos);
•
Sabedoria: um novo pensar, um novo sentir,
um novo agir;
•
Tragédia espiritual: falta de sabedoria de
líderes;
•
Deus nos chamou para paz e não para
confusões.
INTRODUÇÃO
Tiago inicia a temática em tom de exortação, enfatizando a
necessidade da sabedoria divina como condição básica de levar a igreja a viver
a Palavra de Deus com alegria, coerência, segurança e responsabilidade. E isso
tudo sem precisar fugir das tribulações ou negar que o crente passa por
problemas. A nossa expectativa é que abracemos e vivamos o estilo de vida
proposto pelo Santo Espírito nesta carta, não fugindo da realidade, mas enfrentando-a
com sabedoria do alto e na força do Espírito Santo.
Como viver diante das
dificuldades que encontramos, tanto espiritual quanto material? Tiago fez uso
de sua carta, primeiramente para consolar os crentes primitivos diante da
perseguição e depois de uma forma direta e sucinta intentou promover um
crescimento na igreja por intermédio das atitudes, algo deveria acontecer, uma
espécie de choque, não poderia ser tolerado o comodismo e a invasão maligna.
Uma sabedoria nos foi apresentada e remetidos fomos à origem, ao meio como
consegui-la. Em nenhum momento o autor nos falou algo de que estivesse ao nosso
alcance. Sim é possível recebermos de Deus a sabedoria para usá-la de forma
humilde em prol do crescimento de seu reino.
I. A NECESSIDADE DE PEDIRMOS SABEDORIA A DEUS (Tg 1.5)
1. A SABEDORIA QUE VEM DE DEUS.
Tiago fala da sabedoria que vem do alto para distingui-la da humana,
de origem má (Tg 3.13-17). Irrefutavelmente, a sabedoria que vem de Deus é o
meio pelo qual o homem alcança o discernimento da boa, agradável e perfeita
vontade divina (Pv 2.10-19; 3.1-8,13-15; 9.1-6; Rm 12.1,2). Sem esta sabedoria,
o ser humano vive à mercê de suas próprias iniciativas, dominado por suas
emoções, sujeitando-se aos mais drásticos efeitos das suas reações. Enfim, a
Palavra de Deus nos orienta a vivermos com prudência. Todavia, quando nos
achamos em meio às aflições é possível que nos falte sabedoria. Por isso, o
texto de Tiago revela ainda a necessidade de o crente desenvolver-se,
adquirindo maturidade espiritual.
Tiago nos apresentou a
sabedoria, pela qual, os crentes primitivos poderiam suportar as adversidades
ao mesmo tempo em que cresciam espiritualmente, mas as mesmas orientações devem
ser aplicadas na igreja moderna, sob pena de incorrermos aos erros e fatalmente
a perdição eterna.
Quer sabedoria para
vencer as dificuldades e não se render ao Maligno? Esta sabedoria vem de Deus e
não tem outra forma de recebermos. Uma grandiosa e necessária concessão divina.
Basta pedirmos e ficarmos em posição para recebermos.
Quer vitória ou
continuar sujeito as emoções e reféns de reações, vivendo a mercê de suas
próprias iniciativas? Sabedoria que vem de Deus não pode ser comparada com a
que vem do homem, de forma nenhuma.
2. DEUS É O DOADOR DA SABEDORIA.
O texto bíblico não detalha a maneira pela qual Deus concede
sabedoria. Tiago apenas afirma que o Altíssimo a dá. Juntamente com a súplica
pela sabedoria que fazemos ao Pai em oração, a epístola fornece riquíssimos
ensinamentos (v.5):
a) O Senhor é que dá
sabedoria. Jesus ensina que o Pai atende às orações daqueles que o pedirem (Mt
7.7,8).
b) O Senhor dá todas as
coisas. Neste sentido, dizem as Sagradas Escrituras: “Aquele que nem mesmo a
seu próprio Filho poupou, antes, o entregou por todos nós, como nos não dará
também com Ele todas as coisas?” (Rm 8.32 cf. Jó 2.10).
c) O Senhor dá a todos os
homens. Ele não faz acepção de pessoas (At 10.34; Rm 2.11; Ef 6.9; Tg
2.1,9).
d) O Senhor dá
liberalmente. É de graça! Nosso Deus não vende bênçãos apesar de pessoas, em seu
nome, “comercializá-las”.
e) O Senhor dá sem lançar
em rosto. A expressão é sinônima do adágio popular “jogar na cara”. O Pai
Celeste não age dessa forma.
Como recebê-la? Como
Deus concede? Quais os critérios por Ele usados? Não nos cabe interrogar ao Doador
sobre estas questões. Quem a receber
deve colocar em prática e aqueles que ainda esperam a concessão divina devem
perseverar e esperar o momento correto.
3. PEÇA A DEUS SABEDORIA.
Ainda no versículo cinco, Tiago estimula-nos a fazermos as seguintes
perguntas: Falta-nos sabedoria espiritual? Sentimental? Emocional? Nos
relacionamentos? Caso ache em si falta de sabedoria em alguma área, não
desanime! Peça-a a Deus, pois é Ele quem dá liberalmente. E mais: não lança em
rosto! Ouça as Escrituras e ponha em prática este ensinamento. Fazendo assim,
terás sabedoria do alto.
É
nosso dever fazermos constantemente avaliação de nossas práticas bem como de
nossas situação espiritual, pois certamente será notada a falta de algo que
somente poderá vir de Deus, a sabedoria para suportarmos tudo o que acontece em
nossa vida.
II. A DEMONSTRAÇÃO PRÁTICA DA SABEDORIA HUMILDE (Tg 3.13)
1. A SABEDORIA COLOCADA EM PRÁTICA.
Tiago conclama os servos de Deus, mais notadamente aqueles que
exercem alguma liderança na igreja local, a demonstrarem sabedoria divina
através de ações concretas (Dt 1.13,15; 4.6; Dn 5.12). A sabedoria é a virtude
que devemos buscar e cultivar em nossos relacionamentos neste mundo (Mt
5.13-16). O tempo do verbo “mostrar”,
utilizado por Tiago em 3.13, indica uma ação contínua em torno da finalidade ou
do resultado de uma obra. Desta maneira, a Bíblia está determinando uma atuação
cristã que promova as boas obras no relacionamento humano.
A inteligência e sabedoria, dos que assim se
consideram, devem ser vistas em seu dia a dia, em práticas condizentes e de
forma mansa. Devemos cultivar a sabedoria em nossos relacionamentos diários,
mesmo com a dificuldade gritante e o grande abismo que existe entre o nosso
falar e o nosso fazer, principalmente por aqueles que exercem liderança na
igreja local.
2. A HUMILDADE COMO PRÁTICA CRISTÃ.
Instruída pela Palavra de Deus, a humildade cristã promove as boas
obras na vida do crente (Tg 1.17-20; cf. Mt 11.29; 5.5). Quem é portador dessa
humildade revela a verdadeira sabedoria, produzindo para si alegria e
edificação (Mt 5.16). A fim de redundar em honra e glória ao nome do Senhor
Jesus, a humildade deve ser uma virtude contínua. Isso a torna igualmente uma
porta fechada para o crente não retornar às velhas práticas. O homem natural,
dominado pelo pecado, não tem o temor de Deus nem o compromisso de viver para a
honra e glória dEle. Porém, o que nasceu de novo e, portanto, “ressuscitou com
Cristo”, busca ajuda do alto para viver em plena comunhão e humildade com o seu
semelhante (Cl 3.1-17).
A
verdadeira sabedoria, a que realmente importa, é revelada pela humildade
prática e contínua, isto nos é garantido pela Palavra de Deus. A humildade, que
não tem nada a ver com vestes, falta de recursos ou cultura, é na verdade uma
grande porta que se fecha diante de nós, não para impedir o nosso progresso,
mas sim para impedir o retrocesso às velhas práticas mundanas e condenadas.
3. OBRAS EM MANSIDÃO DE SABEDORIA.
Vivemos em um tempo onde as pessoas se aborrecem por pouca coisa,
onde tudo é motivo para desejar o mal ao outro. Vemos descontrole no trânsito,
o destempero na fila, a pouca cordialidade com o colega de trabalho e coisas
afins. Parece que as pessoas não convivem espontaneamente com as outras. Apenas
se toleram! Nesse contexto, o ensino de Tiago é de sobremodo relevante:
“Mostre, pelo seu bom trato as suas obras em mansidão de sabedoria” (v.13).
Amor, cordialidade e solidariedade são valores éticos absolutos reclamados no
Evangelho. Ouçamos a sua voz!
Vivemos
em uma igreja onde os irmãos se aborrecem por pouca coisa, algo estranho de ser
relatado, mas se trata da pura verdade. Descontrole nos departamentos internos.
Pouca cordialidade com os companheiros de bancos ou tribuna ou destempero na
fila, fila do louvor, solo ou oportunidades para mensageiros ou preletores.
Círculos de oração e grupo de jovens andando errantes. Parece que não há mais
espontaneidade nos tratamento, apenas tolerância. Qualquer semelhança é mera
coincidência.
III. O VALOR DA VERDADEIRA SABEDORIA E A ARROGÂNCIA DO SABER
CONTENCIOSO (Tg 3.14-18)
1. ADMINISTRANDO A SABEDORIA.
A sabedoria mencionada por Tiago assinala a vontade de Deus para a
vida do crente. Uma vez dada por Deus, tal sabedoria constitui-se parte da
natureza do crente. É resultado do novo caráter lapidado pelo Espírito Santo. É
um novo pensar, um novo sentir, um novo agir. Deus dá ao homem essa sabedoria
para que ele administre as bênçãos, os dons e todas as esferas de
relacionamentos da vida humana. Quando Jesus de Nazaré expressou “assim brilhe
a vossa luz diante dos homens” (Mt 5.16), Ele estava refletindo sobre o
propósito divino de o crente viver a inteireza do Reino de Deus diante dos
homens.
A
sabedoria divina concedida a nós parece absorver a nossa vida ou vice-versa,
torna-se parte integrante de nosso viver. Creio que não é tomada, pois Deus
jamais agiria como o homem: “toma – devolve, toma – devolve”, se fosse assim
certamente seria um tal de “da e toma” sem precedentes, que bagunça na nossa
mente e na igreja. O que devemos fazer é cultivar esta sabedoria e colocá-la em
prática em prol do crescimento do reino de Deus e nunca em favor ou questões
próprias.
2. SABEDORIA VERDADEIRA E A ARROGÂNCIA DO SABER.
Há pessoas orgulhosas que, por se julgarem sábias, não admitem serem
aconselhadas ou advertidas. Sobre tais pessoas as Escrituras são claras (Jr
9.23). Entre os filhos de Deus não há uma pessoa que seja tão sábia que possa
abrir mão da necessidade de aconselhar-se com alguém. O livro de Provérbios
descreve que há sabedoria e segurança na multidão de conselheiros, pois do
contrário: o povo perece (11.14). O rei Salomão orou a Deus pedindo-lhe
sabedoria para entrar e sair perante o povo judeu (2Cr 1.10). Disto podemos
concluir que lidar com o povo sem depender dos sábios conselhos de Deus é um
pedantismo trágico para a saúde espiritual da igreja. Portanto, leve em conta a
sabedoria divina! É um bem indispensável para os filhos de Deus. Para quem
sente falta de sabedoria, Tiago continua a aconselhar: “peça-a a Deus”.
“Até
o tolo quando se cala será reputado por sábio; e o que cerrar os seus lábios
por entendido” (Pv 17.28). Esta é a nossa garantia que Deus está no controle de
tudo. Não cabe a nós lampejos de orgulhos ou desprezo á um bom conselho vindo
da parte de Deus. Grandes vultos bíblicos deram crédito a bons conselhos e não
se mostraram arrogantes pelo muito saber, abrindo as portas para a vitória em
suas vidas. Por que então não agirmos como eles? Saúde para a igreja é a
conduta de lideres e crentes que aceitam e colocam em prática os bons
conselhos.
3. ATITUDES A SEREM EVITADAS.
“Onde há inveja e espírito faccioso, aí há perturbação e toda obra
perversa” (v.16). Aqui o autor da epístola descreve o resultado de uma
“sabedoria” soberba e terrena. Classificando tal sabedoria, Tiago utiliza dois
termos fortíssimos, afirmando que ela é “animal” e “diabólica”. Animal, porque
é acompanhada por emoções oriundas de um instinto natural, primitivo,
irracional e carnal, sendo por isso destituída de qualquer preocupação
espiritual. Diabólica, porque o nosso adversário inspira pessoas a
transbordarem desejos que em nada se assemelham aos que são oriundos do fruto
do Espírito, antes, são sentimentos egoísticos, que se identificam com as obras
da carne (2Tm 4.1-3; Gl 5.19-21). Atitudes que trazem contenda, facções,
divisão, gritarias e irritabilidade devem ser evitadas em nossa família, em
nossa igreja ou em quaisquer lugares onde nos relacionarmos com o outro. O
Senhor nos chamou para paz e não para confusão. Vivamos, pois uma vida cristã sábia
e em paz com Deus!
O
então Saulo rogou ao professor Gamaliel (At 22.3) que lhe concedesse a
sabedoria necessária para o seu futuro religioso. Ele conseguiu e lhe foi muito
útil, mas não para o crescimento do reino, mas sim para impedir a expansão da igreja.
A sabedoria terrena recebida por ele para nada serviu senão para perseguir,
matar, açoitar, amedrontar e recalcitrar. Sabedoria vinda de Deus não permite
tais atitudes.
A
sabedoria divina recebida por ele, lhe foi muito útil em vários momentos da vida,
durante as suas tribulações, perseguições e enroscos da vida. Quando esteve
acuado em Jerusalém (At 22.1-2) resolveu expor sua defesa em hebraico, a língua
morta dos judeus, e todos pasmados observavam-no, em sua autoridade e
sabedoria. Qualquer outro em seu lugar teria esbravejado, blasfemado em
aramaico, grego ou latim. Ele conseguiu calar seus opositores por alguns
momentos.
Paulo
sabia muito bem que Ananias era o sumo sacerdote, somente não o considerava
como tal, pois o envolvimento do chefe religioso com a política de Roma o
desqualificava e devido, bem como a nova fé de Paulo que não permitia ou
aceitava a figura de um intermediador humano, portanto ele sabia com quem
estava falando, mas diante do perigo ele pensou rápido e encontrou uma saída digna
de mestre: “Varões irmãos, eu sou fariseu, filho de fariseu; no tocante à
esperança e ressurreição dos mortos sou julgado”, pronto isto foi o suficiente
para dividir seus acusadores fariseus, que acreditavam em anjos e ressurreição,
dos saduceus, que diferente não acreditavam (At 23.1-8). Com esta atitude,
Paulo se livrou da morte certa pelas mãos dos furiosos judeus.
CONCLUSÃO
Após estudarmos o tema “sabedoria humilde” é impossível ao crente
admitir a possibilidade de vivermos a vida cristã em qualquer esfera humana sem
depender da sabedoria do alto. A sabedoria divina não só garante a saúde
espiritual entre os irmãos, mas da mesma maneira, a emocional e psíquica. Ela
estabelece parâmetros para o convívio social sadio ao mesmo tempo em que nos
previne para que não caiamos nos escândalos e pecados que entristecem o
Espírito Santo. Ouçamos o conselho de Deus. Que possamos viver de forma sóbria,
justa e piamente (Tt 2.12).
OBJETIVOS
DA LIÇÃO – FORAM ALCANÇADOS?
- Sabedoria que vem de Deus é diferente da humana;
- Sabedoria humilde promove boas obras (em mansidão);
- Sabedoria humilde é útil para o bem e não para o mal.
REFERÊNCIAS
Bíblia de estudo aplicação pessoal. CPAD, 2003.
Bíblia de Estudo Temas em Concordância. Nova Versão
Internacional (NVI). Rio de Janeiro. Editora Central Gospel, 2008.
Bíblia Sagrada. Nova tradução na linguagem de hoje. Barueri
(SP). Sociedade Bíblica do Brasil, 2000.
Bíblia Sagrada – Harpa Cristã. Barueri, SP. Sociedade
Bíblica do Brasil, Rio de Janeiro. Casa Publicadora das Assembleias de Deus,
2003.
Por: Ailton da Silva - Ano VI (desde 2009)
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