b) Segunda fase – resgate do Ministério:
Após o termino daquela grande obra,
Neemias estava livre de qualquer obrigação, poderia ir embora, mas resolveu
ficar por alguns dias.
No inicio contemplou um povo, desgarrado,
sem pastor, totalmente descrente e entendeu que sua missão não era somente
material, tinha mais por fazer naquela cidade.
Estabeleceu porteiros, cantores e
levitas, pois já estava preocupado com o ministério deles (7.1). Orientou
quanto ao fechamento das portas durante a noite e a abertura ao amanhecer
(7.3).
Fez uma justa homenagem genealógica aos
que retornaram do cativeiro. Foram quarenta e duas trezentas e sessenta judeus,
que com seus servos e servas, totalizaram quase cinquenta mil. Vitoriosos que
acataram a ordem do retorno e que acreditaram na proposta de Neemias (7.66).
Esta foi uma forma bonita e singela de demonstrar sua gratidão.
Quando o povo implorou pela leitura da
Lei (8.1), muitos obreiros foram resgatados e colocados a retaguarda de Esdras
(8.4) e todos os levitas se misturaram ao povo para ensinar e explicar o
sentido das palavras que estavam ouvindo.
c) Terceira fase – resgate do fervor religioso:
Realmente Neemias poderia ter ido embora
ao final da primeira fase, mas entendeu que não era somente o muro o grande
problema de Jerusalém. Ao final da segunda fase, pensou da mesma forma, pois de
que adiantaria a cidade cercada, em segurança, os obreiros animados a seus
postos, se o povo continuava disperso, desatento, desinteressado e incrédulo.
O resgate do fervor religioso do povo, na
verdade, foi a mola propulsora para que os sacerdotes e levitas recobrassem os
seus ânimos, pois no momento em que imploraram pela leitura da Lei, alguns dos
responsáveis por este trabalho se apresentaram (8.4). Isto reavivou os dois
lados naquele dia, tanto o povo quanto os sacerdotes e levitas (8.9-12).
Após o momento de exposição da Palavra,
com a leitura, ensino, explicação, entendimento e aplicação, restava somente ao
povo um caminho a trilhar, o concerto, é claro, antecedido pelo arrependimento
e confissão dos pecados (9.1-2).
A assinatura ao final, de todos (9.38),
dava a Neemias a garantia de que permaneceriam na obediência e temor. Então
poderia ir embora, pois realmente a sua missão havia chegado ao fim.
Então Neemias poderia ter ido embora, mas
deve ter visto tudo aquilo e imaginado que faltava algo para marcar
definitivamente todas as gerações que se seguiriam.
Uma grande comoção na cidade, pois foram convocados
e todos se reuniram. Povo, sacerdotes e os levitas (12.27), os responsáveis
pela administração da festa.
A grande alegria (12.43) foi ouvida ao
longe pelos vizinhos idólatras e pelos inimigos. A fortaleza foi reerguida e os
judeus orgulhosamente diziam: “Contemplem a nossa riqueza reconstruída (Ed 6.15
e Ne 6.15), ai mesmo do lado de fora, pois agora estamos protegidos”. A
proteção era pelos muros erguidos e portas fechadas? Não, era pela fé em Deus
que foi restaurada.
Todos participaram, ninguém ficou em suas
casas, também como poderiam diante de tanta alegria. Se fosse hoje, certamente
alguns assistiriam confortavelmente em suas residências, por transmissão via
satélite, tv paga, internet, 5G, Wi-fi, ou por telões, data-show. Certamente o
público alcançado seria maior e todos os judeus espalhados pelo mundo se
regozijariam. Quantas caravanas não chegariam à cidade nos dias posteriores. O
próximo resgate poderia ser o comercial e turístico.
O serviço no Templo restaurado,
sacerdotes e levitas trabalhando com alegria e o povo servindo a Deus no temor.
Não tinha mais o que ser feito naquela cidade. Neemias não era um conquistador
como Davi (II Sm 7.9), tampouco diplomata como Salomão (I Re 3.1; 5.1; 10.1),
então a sua missão terminava naquele momento. A festa de dedicação dos muros
serviu também como despedida para aquele bom homem.
Anos mais tarde, Neemias retornou a
Jerusalém e encontrou o caos, mas nada que uma atitude de homem de Deus não
pudesse resolver.
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