INTRODUÇÃO
A Educação Cristã, que tem como agente principal a
Escola Dominical e o seu conteúdo programático deve ser posto em prática tanto
em sala quanto fora da igreja.
O principal objetivo da Escola Dominical é preparar
ganhadores de almas ao mesmo tempo que é acrescentado virtudes e valores ao caráter
do cristão.
“Quem participa da EBD
constrói muros em volta de sua casa”
Será que somos capazes de
lembrar qual o tema do nosso primeiro trimestre estudado na igreja? Qual o
título da primeira lição? Qual o nome do primeiro professor? Tal como temos
lembranças, em muitos casos até hoje, do nosso primeiro ano na escola secular,
dos nossos primeiros professores?
I – A BÍBLIA É O LIVRO TEXTO DA ESCOLA DOMINICAL
1. O currículo adotado
A Escola Dominical (ED) é fundamentada na Bíblia e
seu método de ensino, através de Revistas de Ensino Bíblico, alcançam muitos em
vários lugares do Brasil e mundo.
O currículo da Escola Dominical preserva a autoridade
e a inerrancia da Palavra de Deus, considerando-a como única regra infalível de
fé e prática (II Tm 3.14-17).
As doutrinas bíblicas transmitidas através das
Revistas servem como padrão para o viver diário e a formação do caráter cristão
(Sl 119.105). O
conteúdo prima pela ortodoxia (absoluta conformidade com a doutrina bíblica),
ortopraxia (prática cristã correta) que aliadas funcionam como escudo e
antídoto contra as heresias.
A razão, do ensino, é justamente pelo norte perdido
pro muitos, ao longo da vida cristã, ou seja, estamos sujeitos aos erros e
quedas, no entanto, pelos ensino ministrados podemos formar barreiras contra os
males advindo do Maligno ou dos males produzidos ou criados por nós mesmos.
2. A prática pedagógica
O texto bíblico deve ser o referencial permanente
da prática pedagógica desenvolvida pelos professores da Escola Dominical. Outro
modo não seriam alcançados o sucesso do processo ensino aprendizagem.
Certamente em muitas classes, não encontramos
conflitos na relação professor-aluno, haja vista a somatória da boa prática
pedagogia adotada, comprometimento de ambos os lados, capacitação (que vem do
céu) e o preparo (humano) para que as aulas sejam agradáveis e produtivas.
Tal como foram as primeiras aulas dos discípulos,
que agarrados no Mestre não desistiam, questionavam ou perturbavam o ambiente.
Todos queriam ouvir, aprender e crescer. Onze foram fiéis e
fizeram parte do grande grupo dos aprovados e somente um ficou margeado ao
pequeno grupo dos reprovados? Os discípulos foram adotados, ensinados,
avaliados e assim se distanciariam do insucesso, retrocesso e fracasso
pedagógico.
3. O padrão ético e moral
A Bíblia, principal fundamentação para a ética e a
moral cristã, é divinamente inspirada e permanece inalterada (Mt 24.35). Os
valores cristãos, também são permanentes, pois sua fonte de autoridade é
imutável (1 Pe 1.25). A
Bíblia não pode ser relativizada, revogada ou ajustada aos interesses humanos (Is 40.8). Esta
premissa fundamenta o papel da Escola Dominical como instituição educadora e
multiplicadora dos princípios éticos e valores morais da fé cristã.
A base ética da igreja é o caráter de Deus, que se
evidencia na sua justiça (perfeito julgamento) retidão, perfeição, santidade,
misericórdia (expressão de sua justiça) e o amor. É o conjunto de valores
morais, total e unicamente baseados nas Escrituras sagradas. Estes valores além
de aproximarem o homem a Deus se torna o instrumento que nos fazem agradá-lo.
Moral e ética, às vezes se confundem, pois alguns
as consideram palavras sinônimas e constantemente associa uma a outra. No
entanto, no contexto filosófico, estas palavras possuem significados
diferentes. Na etimologia, a palavra moral (do latim “morales”) tem
relação com os costumes, enquanto que ética (do grego “ethos”),
significa “modo de ser ou caráter”.
II – A EDUCAÇÃO CRISTÃ E A FORMAÇÃO DE LEITORES DA
BÍBLIA
1. Conceito de Educação Cristã
A palavra “Educação” vem do Latim “educare”, que
significa literalmente “guiar”, “instruir”, “conduzir” para fora. Para esta
função, a família é o primeiro sistema social que o individuo se depara em sua
vida, por isso é destacada a sua importância, uma vez que nos primeiros anos de
vida é pouca ou nenhuma a influência exterior vinda de outras esferas sociais
que poderão atrapalhar o processo de educação no seio da família, pois somente
este grupo social oferece as condições mínimas para a sobrevivência e
desenvolvimento psíquico da criança.
O homem, enquanto ser em construção, é capaz de
conhecer-se a si mesmo e ao outro, desenvolvendo desta forma suas aptidões
físicas, intelectuais, bem como os sentimentos sociais, morais, éticos e
religiosos. Este conhecimento e construção são produtos da Educação que utiliza
diversos parâmetros que convergem para um mesmo objetivo final que é o
desenvolvimento pleno do ser humano na sociedade bem como a sua integração.
A Educação, muito discutida no Brasil, enquanto
transmissora de conhecimento e valores, não se preocupa apenas com esta
transmissão que engloba sabedoria e cultura retransmitida de geração a geração,
mas sim, é algo bem mais profundo, pois através dela ensinamos e aprendemos.
A partir desta definição podemos colocar a Educação
como um processo prioritário, diante de outros tantos que existem e mesmo que
estes andem lado a lado não podem, em nenhum momento, serem preteridos ou super
valorizados em relação ao outro. Ex: as instituições família, escola e igreja
possuem os seus respectivos pesos já determinados pelo próprio individuo, ou
pela sociedade, assim não existe uma fórmula pela qual possamos escolher ou
priorizar um em detrimento ao outro, já que todos fazem parte de um mesmo
sistema de auto-dependência.
Nestes mesmos moldes
deve caminhar a Educação Cristã, pois assim baseados em respeito,
comprometimentos, direitos, deveres, desejo de conhecimento pleno, todos os
cristãos crescerão em Graça e Sabedoria e tal como aconteceu com os primeiros
alunos, os discípulos, conseguiremos definir metas e estratégias para
colocarmos em prática.
A Escola Dominical
não oferece o conteúdo bíblico para depois solicitar de volta ao final de cada
trimestre, pelo contrário, tal como Jesus leva em consideração o meio, os
instrumentos e as condições, para ensinar, avaliar e cobrar posturas novas de todos
os envolvidos no processo. São oferecidos elementos para um melhor ensinar e um
melhor aprender.
2. Objetivos da Educação Cristã
A Grande Comissão (Mt
28.19,20; Mc 16.15), a
ordenança proclamadora e de um mandato educacional, ficou sob responsabilidade
dos apóstolos que deveriam evangelizar e ensinar (I Tm 4.13, II Tm 4.2). Esse
papel é desempenhado pela Escola Dominical, a agencia educadora, pois ensina
enquanto evangeliza e evangeliza enquanto ensina.
Embora a principal missão de Jesus aqui na terra
tenha sido dar a vida em resgate de muitos (Jo 3.14), sua vida terrena não
limitou-se apenas ao sacrifício do calvário. Ele dedicou também grande parte do
seu ministério, ao ensino da Palavra de Deus (Mc 2:1,2; João 3:3-21; At 1:1).
Por esta razão foi constantemente chamado de
Mestre. Até mesmo aqueles que foram prendê-lo se maravilharam pela autoridade e
forma como falava (Jo 7.46). A sua intenção, com o ensino, era justamente que o
povo contemplasse tamanho conhecimento e autoridade, nunca vistos antes.
A verdadeira igreja deve dedicar-se ao ensino da
Palavra, assim como Jesus também dedicou boa parte de seu ministério terreno.
Esta dedicação deve ser da forma mais didática possível, através da Escola
Dominical, cultos de ensino, pesquisa e o bom manuseio e do estudo da Palavra.
Uma Igreja que prima pelo ensino é menos suscetível a falsos ensinos e profetas
e não sucumbe aos ventos de falsas doutrinas que muito se espalham em nossos
dias.
3. A capacitação dos alunos
Capacitar (tornar capaz, preparar e qualificar) é o
processo de desenvolvimento do caráter e habilitação para servirmos no Reino de
Deus e para sairmos da condição de meros leitores ou expectadores para nos
enfileiramos na infantaria contra o pecado e o mal, pois na regeneração nos
tornarmos servos, mas na capacitação nos tornamos soldados.
Deus procura líderes para sua obra. Eles podem estar em
qualquer lugar, em qualquer classe de Escola Dominical espalhado por este país
ou fora. Estes serão preparados, através do Ensino da Palavra e depois
separados e posteriormente enviados cada qual para sua missão.
Deus oferece para nós duas opções de respostas, sim
ou não. Sim para a educação cristã, com ética, valores e conhecimentos ou não
para a mesmice, falta de vontade e ousadia para trabalhar em prol ao reino de
Deus. Bênção ou maldição? Vida ou a inevitável morte? Obediência ou
desobediência? Muitas oportunidades nos surgem, as vezes ilusórias, por isso
necessitam de olhar espiritual acurado.
Onde estão ou onde estavam os escolhidos de Deus?
Alguns? José estava na cova. Gideão, no buraco (lagar). Davi, no pasto.
Neemias, na cozinha. Mardoqueu, na porta do rei e João Batista, ainda no
ventre.
a) Como foi a capacitação de José:
- Na
cova, enquanto esperava uma mudança;
- No
trajeto ao Egito, enquanto caminhava como escravo;
- No
período em que serviu Potifar;
- Nas
frias prisões egípcias.
Não se vingou de seus irmãos quando reconheceram
sua autoridade. O socorro foi a marca de sua administração (Gn 45.7-11).
b) Como foi a capacitação de Gideão:
- Enquanto
estava solitário no lagar;
- Escondia
o seu trigo ou o do povo? Depois acabaria socorrendo o povo;
- Quando
derrubou os altares de Baal;
- E
quando ouviu o sonho do midianita.
Venceu os midianitas com 300 homens, que quebraram
os cântaros, tocaram as buzinas e acenaram com as tochas.
c) Como foi a capacitação de Davi:
- Não
desejou o trono antes da hora;
- Esperou
o momento certo;
- Não
atentou contra um ungido;
- Respeitou
e zelou pela vida de Saul;
- A fuga
serviu para conhecer Israel;
Foi
ungido por Samuel, pelos homens de Judá e pelos anciãos de Israel.
d) Como foi a capacitação de Neemias:
- Choro,
oração, jejum e lamento;
- Coragem
para pedir a permissão ao rei;
- Nos
preparativos para a longa viagem;
- Incentivo
na viagem e em Jerusalém diante da cena desoladora;
- Como
se encorajou para iniciar a obra?
Estudou
o caso, elaborou um plano e venceu a oposição. Sempre foi o exemplo.
e) Como foi a capacitação de Mardoqueu:
- Quando
revelou a conspiração;
- Na
porta em trajes de humilhação;
- Quando
intimou a rainha (4.13);
- Cumprindo
a ordem recebida da rainha Ester (4.17).
Foi nomeado para substituir seu algoz inimigo e sua
autoridade foi reconhecida em todo o império (9.3).
f) Como foi a capacitação de João Batista:
- Foi
diferente, ousado e corajoso;
- Foi
preparado no deserto;
- Abdicou
do convívio da civilização;
- Foi
ignorado pela sociedade religiosa.
Escolhido e dado como profeta para executar a mais
difíceis das tarefas, converter o coração de Israel à Deus.
O Egito não investiu na capacitação de José.
Ninguém investiu na capacitação de Gideão. Ninguém investiu na capacitação de
Davi. Nem o rei ou muito menos o povo investiram na capacitação de Neemias.
Ninguém investiu na capacitação de Mardoqueu e muito menos na de João Batista,
porém o maior beneficiado foi Israel.
Referências:
Baptista, Douglas. A
supremacia das Escrituras. A Inspirada, Inerrante e Infalível Palavra de Deus.
Casa Publicadora das Assembleia de Deus. Rio de Janeiro, 2021
Bíblia de estudo
aplicação pessoal. CPAD, 2003
Bíblia de Estudo Temas
em Concordância. Nova Versão Internacional (NVI). Rio de Janeiro. Editora
Central Gospel, 2008
Ética crista – aula
1. Disponível em:
http://ailtonsilva2000.blogspot.com/2021/08/etica-crista-aula-1.html. Acesso em
22/03/2022
Liderança
antecipada. Disponível em: http://ailtonsilva2000.blogspot.com/2015/03/lideranca-antecipada.html#more. Acesso em
24/03/2022
Plano de aula - lições trimestres anteriores. Disponível
em: http://ailtonsilva2000.blogspot.com/2011/06/plano-de-aula-licoes-trimestres_18.html#more
acesso em
22/03/2022.
Uma igreja autenticamente pentecostal. Plano de Aula. Disponível em: http://ailtonsilva2000.blogspot.com/2011/06/plano-de-aula-e-resumo-dos-subsidios.html. Acesso em 23/03/2022