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sexta-feira, 4 de julho de 2014

Tiago - a fé que se mostra pelas obras. Plano de aula

TEXTO ÁUREO
Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma (Tg 2.17).

VERDADE PRÁTICA
A nossa fé tem de produzir frutos verdadeiros de amor, do contrário, ela se apresenta falsa.

LEITURA BIBLICA EM CLASSE – Tg 2.14-26.
14 - Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé e não tiver as obras? Porventura, a fé pode salvá-lo?
15 - E, se o irmão ou a irmã estiverem nus e tiverem falta de mantimento cotidiano,
16 - e algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos e fartai-vos; e lhes não derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito virá daí?
17 - Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma.
18 - Mas dirá alguém: Tu tens a fé, e eu tenho as obras; mostra-me a tua fé sem as tuas obras, e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras.
19 - Tu crês que há um só Deus? Fazes bem; também os demônios o creem e estremecem.
20 - Mas, ó homem vão, queres tu saber que a fé sem as obras é morta?
21 - Porventura Abraão, o nosso pai, não foi justificado pelas obras, quando ofereceu sobre o altar o seu filho Isaque?
22 - Bem vês que a fé cooperou com as suas obras e que, pelas obras, a fé foi aperfeiçoada,
23 - e cumpriu-se a Escritura, que diz: E creu Abraão em Deus, e foi-lhe isso imputado como justiça, e foi chamado o amigo de Deus.
24 - Vedes, então, que o homem é justificado pelas obras e não somente pela fé.
25 - E de igual modo Raabe, a meretriz, não foi também justificada pelas obras, quando recolheu os emissários e os despediu por outro caminho?
26 - Porque, assim como o corpo sem o espírito está morto, assim também a fé sem obras é morta.

PROPOSTA
         Tiago, filho de José e Maria e meio irmão de Jesus;
         Local e data da carta: Jerusalém (45 e 49 a.C);
         Destinatários: cristãos espalhados pelo mundo;
         Propósito: fortalecer e consolar os cristãos;
         Levando-os a um relacionamento mais intímo com Deus;
         A epístola é um bálsamo para as igrejas perseguidas;
         Tiago exortou os santos a não desanimarem na fé;
         Não se pode fazer separação entre a fé e as obras;
         Alguns visam os seus interesses e não a glória de Deus.

INTRODUÇÃO
Tiago, irmão do Senhor, entregou uma mensagem de Deus aos santos irmãos do primeiro século, por intermédio de sua carta que é classificada como Epístola universal, pelo fato de ter sido direcionada a comunidades judias dispersas no mundo conhecido ou para os cristãos convertidos pela pregação dos apóstolos ou enviados pela igreja.

A carta de Tiago contém conselhos práticos para uma vida bem-sucedida e de acordo com a Palavra de Deus e que combate a espiritualidade superficial, a ausência de integridade, a carência de perseverança e a insuficiência da compaixão para com o próximo, características marcantes de muitos crentes dos dias modernos, que imaginam que somente o fato de professarem uma fé ou então se apoiarem na mudança de vida provocada pela justificação, se mutilam por imaginar que não precisam fazer nada para Deus. Por isto que esta carta “é um dos livros mais atuais e necessários para a igreja contemporânea. Tiago é comparado ao Sermão do Monte”, pois contem princípios práticos que abrangem temas da vida cristã.

O apóstolo Paulo logo no momento de sua conversão, então Saulo, nos deixou uma mensagem através de uma simples atitude sua: “Senhor, que queres que faça”? Já estava evidenciada em sua vida a salvação, então ele deixou transparecer o resultado de sua fé, pois sentiu que precisava fazer algo, fosse o que fosse. A evidencia da salvação é manifesta no homem, mas isto não garante, é apenas um sinal para a humanidade perceber e atribuir a Deus toda a transformação ocorrida. As obras devem seguir a fé, mas também sem garantir resultados salvíficos, somente para deixar bem claro ao mundo que quando Deus inicia uma obra na vida do homem, Ele a faz por completo. Tiago em sua carta nos ensina desta forma, ele foi direto sobre este assunto. O verdadeiro cristão deve se atentar para isto.

Através do estudo desta carta teremos a oportunidade de aperfeiçoar o nosso relacionamento com Deus e com o próximo e poderemos compreender que a fé sem as obras é morta (Tg 2.17).

I. AUTORIA, LOCAL, DATA E DESTINATÁRIOS (Tg 1.1)
1. AUTORIA. 
Em primeiro lugar, é preciso destacar o fato de que há, em o Novo Testamento, a menção de quatro pessoas com o nome de Tiago:
a) Tiago, pai de Judas, não o Iscariotes, (Lc 6.16);
b) Tiago, filho de Zebedeu e irmão de João (Mt 4.21; 10.2; Mc 1.19, 10.35; Lc 5.10; 6.14; At. 1.13; 12.2), um dos primeiros a se tornar discipulos de Jesus;
c) Tiago, filho de Alfeu, um dos doze discípulos (Mt 10.3; Mc 3.18; 15.40; Lc 6.15; At 1.13);
d) Tiago, o autor da epístola, que era filho de José e Maria e meio-irmão do nosso Senhor (Mt 1.18,20).

Após firmar os passos na fé e testemunhar a ressurreição do Filho de Deus, o irmão do Senhor liderou a Igreja em Jerusalém (At 15.13-21) e, mais tarde, foi considerado apóstolo (Gl 1.19). Pela riqueza doutrinária da carta, o autor não poderia ser outro Tiago, senão, o irmão do Senhor e líder da Igreja em Jerusalém. Outra evidencia que o identifica como autor desta carta foi “a semelhança da língua da epístola com as palavras de Tiago em Atos 15”.

2. LOCAL E DATA. 
Embora a maioria dos biblistas veja a Palestina, e mais especificamente Jerusalém, como local mais indicado de produção da epístola, tal informação é desconhecida. Sobre a data, tratando-se do período antigo da era cristã, sempre será aproximada. Por essa razão, a Bíblia de Estudo Pentecostal data a produção da carta de Tiago entre os anos 45 a 49 d.C., aproximadamente.

3. DESTINATÁRIO. 
“Às doze tribos que andam dispersas” (Tg 1.1), mesmo que esta configuração política não fosse mais vista em Israel, Tiago utilizou esta expressão como um recurso linguistico, fazendo alusão de forma figurativa, à nação inteira de Israel (Mt 19.28; At 26.7; Ap 21.12), uma espécie de resgate do sentimento que havia entre eles antes do período de cativeiro. Todavia, ao usar a fórmula “doze tribos”, na verdade, Tiago refere-se aos cristãos dispersos na Palestina e variadas igrejas estabelecidas em outras regiões, isto é, todo o povo de Deus espalhado pelo mundo alcançados pela pregação do Evangelho.

II. O PROPÓSITO DA EPÍSTOLA DE TIAGO
1. ORIENTAR. 
Em um tempo marcado pela falsa espiritualidade e egoísmo, características marcantes deste mundo que jazz no maligno, as orientações de Tiago são relevantes, pertinentes e por muitos ignoradas na ânsia do alcance de seus objetivos obscuros, até mesmo onde não deveria existir tal situação é possível vermos as ações do Maligno de forma a desestruturar a igreja e levar os crentes ao engano e fascínio que povoa aqueles que não desejam levar uma vida dedicada a Deus, guardando-nos do sistema mundano e amando o próximo.

Assim, através de orientações práticas, Tiago almeja fortalecer e consolar os cristãos, exortando-os acerca da profundidade da verdadeira, pura e imaculada religião para com Deus a qual é: a) visitar os órfãos e as viúvas nas tribulações; b) não fazer acepção de pessoas e c) guardar-se da corrupção do mundo (Tg 1.27). Sua carta atingiu primeiras os cristãos de sua época, mas certamente suas orientações são cabíveis na atualidade e devem ser aplicadas a fim de cheguemos a uma condição que possa agradar a Deus, através de nossas ações e condutas e para que construamos pontes no grande abismo que existe entre o que falamos e o que de fato fazemos.

2. CONSOLAR. 
Numa cultura onde não se dobrar a César, honrando-o como divindade, significava rebelião à autoridade maior, os crentes antigos foram impiedosamente perseguidos, humilhados e mortos. Entretanto, a despeito de perder emprego, pais, filhos e sofrer martírios em praças públicas, eles se mantiveram fiéis ao Senhor. A epístola de Tiago foi direcionada primeiramente para os dispersos pelo mundo, que enfrentaram a perseguição, por isso foi e ainda é um bálsamo para as igrejas atuais, pois os primeiros foram consolados diante da situação desesperadora tal como somos hoje diante da problemática que teima em nos acompanhar.

3. FORTALECER. 
Além das perseguições cruéis, os crentes eram explorados pelos ricos e defraudados e afligidos pelos patrões (Tg 5.4), que intentavam o enriquecimento ou o financiamento para seus ritos pagãos. Apesar de a Palavra de Deus condenar com veemência essa prática mundana, infelizmente, ela ainda é muito atual (Ml 3.5; Mc 10.19; 1Ts 4.6). A Epístola de Tiago não foge à tradição profética de condenar tais abusos, pois, além de expor o juízo divino contra os exploradores, o meio-irmão do Senhor exorta os santos a não desanimarem na fé, pois há um Deus que contempla as más atitudes do injusto e certamente cobrará muito caro por isso. A queda de quem explora o trabalhador não tardará (Tg 5.1-3).

III. ATUALIDADE DA EPÍSTOLA
1. NUM TEMPO DE SUPERFICIALIDADE ESPIRITUAL. 
Outro propósito da epístola é levar o leitor a um relacionamento mais íntimo com Deus e com o próximo. A carta traz diversas citações do Sermão do Monte como prova de que o autor está em plena concordância com o ensino de Jesus Cristo. Tiago chama a atenção para a verdade de que se as orientações de Jesus não forem praticadas, o leitor estará fora da boa, perfeita e agradável vontade de Deus. Portanto, a Igreja do Senhor não pode abandonar os conselhos divinos para desenvolver uma espiritualidade sadia e profunda. Era como se ele estivesse escrevendo para a igreja atual, um visionário, que estava muito adiante de sua época, pois a perseguição enfrentada corajosamente pelos crentes primitivos e os problemas com a conduta em nada diferem dos atuais.

2. NUM TEMPO DE CONFUSÃO ENTRE “SALVAÇÃO PELA FÉ” OU “SALVAÇÃO PELAS OBRAS”. 
O leitor desavisado pode pensar que a Epístola de Tiago contradiz o apóstolo Paulo quanto à doutrina da salvação mediante a fé, algo totalmente improvável, uma vez que os dois escreveram sob orientação divina, bem diferente de muitos falsos mestres que distorciam a doutrina da salvação pela graça proclamada pelo apóstolo dos gentios (2Pe 3.14-16 cf. Rm 5.20—6.4). Entretanto, a Epístola de Tiago evidencia que não se pode fazer separação entre a fé e as obras, apesar de que somos sabedores que as obras não garantem a salvação, mas acompanha os salvos como resultado da fé, uma manifestação da experiência salvífica do crente (Ef 2.10; cf. Tg 2.24). A salvação pela graça ficou bem clara quando Paulo escreveu: “a fé não vem de vós, vem de Deus”, na mesma linha de raciocínio Tiago nos asseverou: “As obras não vem de Deus, vem de vós”.

3. UMA FÉ POSTA EM PRÁTICA. 
Muitos dizem ser discípulos de Cristo, mas estão distantes das virtudes bíblicas. Estes não evidenciam sua fé por intermédio de suas atitudes, para tais a carta de Tiago cai como uma luva, uma mensagem direta e sem rodeios. Os pseudodiscípulos visam os seus interesses particulares e não a glória de Deus, influenciados que se deixam pelo sistema mundano. Precisamos urgentemente priorizar o Reino de Deus e a sua justiça (Mt 6.33), pois assim fomos ensinados por Jesus, que reforçou a mensagem pregada por João Batista (Lc 3.8-14) e ratificada anos mais tarde por Tiago, que se resumia a produção, frutos e arrependimento.

CONCLUSÃO
Como em toda a Escritura Sagrada, a Epístola de Tiago é um farol acesso e permanentemente atual. Ela nos alerta contra a mediocridade da vida supostamente cristã e nos exorta a fazer das Escrituras o nosso pão diário. Jesus Cristo sempre foi zeloso pelo bem estar do seu rebanho (Jo 10.10). Em todas as épocas Ele é o bom pastor que cuida das suas ovelhas (Jo 10.11). É do interesse do Mestre que os discípulos vivam em harmonia e amor mútuo, afim de não trazerem escândalo aos de dentro e, muito menos, aos de fora (1Co 10.32). E não nos esqueçamos: A religião pura e imaculada é a fé que se mostra através de nossas práticas e obras.

OBJETIVOS DA LIÇÃO – FORAM ALCANÇADOS?
1.   Tiago escreveu a carta para os dispersos (45 a 49 d.C);
2.   Propósito: orientar, consolar e fortalecer;
3.   Carta importante diante da superficialidade espiritual.

REFERÊNCIAS
Bíblia de estudo aplicação pessoal. CPAD, 2003.

Bíblia de Estudo Temas em Concordância. Nova Versão Internacional (NVI). Rio de Janeiro. Editora Central Gospel, 2008.

Bíblia Sagrada. Nova tradução na linguagem de hoje. Barueri (SP). Sociedade Bíblica do Brasil, 2000.

Bíblia Sagrada – Harpa Cristã. Barueri, SP. Sociedade Bíblica do Brasil, Rio de Janeiro. Casa Publicadora das Assembleias de Deus, 2003.

LOURENÇO, Luciano de Paula. Disponível em: http://luloure.blogspot.com.br/2014/06/aula-01-tiago-fe-que-se-mostra-pelas.html. Acesso em 03 de julho de 2014.


Por: Ailton da Silva - Ano VI (desde 2009)

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