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domingo, 27 de fevereiro de 2022

Elias, o profeta da chuva e do fogo. Capítulo 4

e) A escassez humana e a suficiência divina:

A mulher que Deus levantou para alimentar Elias, durante o período da seca, disse que não possuía nada (I Rs 17.12). De fato era algo humanamente insignificante. O termo hebraico usado para punhado dá a ideia de algo muito pouco, mas era dela. A suficiência divina se revela na escassez humana. O pouco com Deus torna-se muito!

As viúvas eram personagens marginalizadas, ainda mais as que não tinham filhos. Estas mulheres ficavam sujeitas as calamidades sociais. Este quadro se agravava diante da seca, pois cada família lutava pela sobrevivência e não havia como socorrer os necessitados.

O profeta entrega à viúva de Sarepta a chave do milagre quando lhe diz: “porém faze disso primeiro para mim um bolo pequeno e traze-mo para fora; depois, farás para ti para teu filho” (Rs 17.13). Atender ao pedido do profeta significava colocar Deus em primeiro lugar e foi justamente isto o que aquela mulher fez (Rs 17.15). Este é o segredo da benção (Mt 6.33).

 

f) Estava ruim piorou, mas depois melhorou:

Depois que acolheu o profeta, o seu filho adoeceu e a sua situação piorou. Parece que a história se repetia para Elias, pois quando estava no ribeiro, foi provido por Deus, mas a cada dia via o ribeiro secando. Da mesma forma estava aquela viúva, sendo abençoada com a multiplicação, mas contemplava seu filho sofrendo, por isto não deu ouvidos aos comentários.

A pobre viúva não aguentou e desabafou no dia da morte do filho. Em seu pensamento imaginava que Deus amava somente Israel e que as operações anteriores havia sido para o profeta e não para sua casa.

Novamente o profeta encontra se diante de um novo desafio e somente pela oração veria as mãos de Deus sobre a casa daquela mulher.

Os moradores de Sarepta adoravam a Baal e devem ter associado a morte do filho da viúva como uma punição por ter aberto as portas para um israelita.

Diante da morte do filho da viúva, Elias tomou as dores da pobre mãe e clamou ao Senhor (I Rs 17.19-20) para que lhe fosse devolvida a vida.

Elias orou com insistência, estendendo-se sobre o menino três vezes. Por alguns minutos esteve frente ao silêncio de Deus, mas não desistiu. Aquele silêncio não significava que o profeta não estivesse sendo ouvido. A sua oração foi respondida e o menino reviveu. 

Por: Ailton da Silva - 12 anos (Ide por todo mundo)

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

As histórias e as poesias falam ao coração. Plano de aula (lição 9)

INTRODUÇÃO

Os atos de Deus em favor de seu povo, um pouco antes da entrada e na Terra Prometida e depois na possessão definitiva são a base dos livros históricos do Antigo Testamento (Josué, Juízes, Rute, I e II Samuel, I e II Reis, I e II Crônicas, Esdras, Neemias, Ester).

Os livros poéticos e de sabedoria (Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes, Cantares), são resultado do amor e cuidado de Deus dispensados ao seu povo. Estes livros nos fazem conhecer e viver intensamente uma relação com Deus. Em cada um destes livros, seja em forma de poesia ou historicamente,  Jesus foi apresentado com uma atribuição diferente:

  • Josué - é o Capitão de nossa salvação; 
  • Juízes - é o nosso Libertador; 
  • Rute - é o Parente Resgatador; 
  • Samuel - é o Rei esperado da nação;
  • Reis - é o Rei prometido; 
  • Crônicas - é o Descendente de Davi; 
  • Esdras - é o Ensinador divino; 
  • Neemias - é o Reconstrutor; 
  • Ester - é a Providência divina; 
  • Jó - é o nosso Redentor que vive; 
  • Salmos - é o nosso Socorro e Alegria; 
  • Provérbios - é a Sabedoria de Deus; 
  • Eclesiastes - é o Pregador perfeito; 
  • Cantares - é o nosso Amado;

 

I – AS HISTÓRIAS DO ANTIGO TESTAMENTO

1) Os livros históricos

Os escritores dos livros históricos se utilizaram da narrativa (em cerca de 40% do Antigo Testamento foi utilizado esse recurso) para registrar todos os acontecimentos e ações de Deus em favor de seu povo.

Toda narrativa é constituída de enredo, trama e principalmente personagens, principais e coadjuvantes, no caso Deus e o homem, representado por Israel. São histórias com começo, meio e fim, com problemas e soluções, que apresentam o falso e o verdadeiro, o justo e o injusto, muito diferente de narrativas de ações humanas tendenciosas e que não levam a lugar algum.

Os livros históricos, registros de experiências riquíssimas adquiridas pelos hebreus em contato com Deus, se iniciou justamente após o Pentateuco, relatando a trajetória de Israel desde a entrada em Canaã e lutas para preservar a posse. Portanto não se tratam de mera histórias, mas confissões e testemunhos públicos de quem sabia o que estava escrevendo e que sabia quem era o verdadeiro autor e inspiração. 

a) Josué:

  • Para quem foi escrito este livro? Para os israelitas;
  • Por quem foi escrito? Autor Desconhecido (provavelmente Josué, algumas partes);
  • Em qual momento histórico?  Após a morte de Josué;
  • Por que este livro foi escrito? Porque a conquista da terra prometida estava incompleta e Israel já não tinha um outro grande líder como Moisés e Josué;
  • Para quê este livro foi escrito? Para lembrar a história do admirável cumprimento das promessas do Senhor através do seu servo Josué (visando reavivar na alma do povo a promessa divina de possuir toda a terra de Canaã) na esperança do surgimento de algum outro servo fiel que pudesse conduzir os israelitas à vitória sobre todos os inimigos que ainda restavam. 

b) Juízes:

  • Para quem foi escrito este livro? Para os israelitas (mais especificamente para os que viviam na época do rei Davi);
  • Por quem foi escrito? Autor Desconhecido;
  • Em qual momento histórico? Os assuntos tratados em Juízes sugerem que o livro foi composto num período em que havia forte controvérsia em torno da questão se o rei deveria ser da casa de Davi (Tribo de Judá) ou da casa de Saul (Tribo de Benjamim), pois Israel tinha duas famílias reais (quando Davi reinou em Hebron, Isbosete reinou no Norte). O livro termina com relatos que comprometem severamente a reputação da Tribo de Benjamim;
  • Por que este livro foi escrito? Porque os leitores (que eram de uma geração posterior aos relatos deste livro) enfrentavam a sua própria crise ao guardarem a aliança e, também, porque não tinham certeza a qual família real apoiar;
  • Para quê este livro foi escrito? Para que as narrativas de sucessos e fracassos de Israel (frutos de sua obediência ou desobediência a Deus) tranquilizassem e encorajassem a nova geração e se manter fiel à aliança; e, para que Israel apoiasse o rei que os conduzisse ao relacionamento com Deus. 

c) Rute:

  • Para quem foi escrito este livro? Para os israelitas (mais especificamente para os que viveram na época do rei Davi);
  • Por quem foi escrito? Autor Desconhecido;
  • Em qual momento histórico? O livro foi escrito num período em que havia forte controvérsia em torno da questão se o rei deveria ser da casa de Davi (Tribo de Judá) ou da casa de Saul (Tribo de Benjamim);
  • Por que este livro foi escrito? Porque inicialmente era muito frágil a reivindicação de Davi ao trono, pois, dentre outros problemas, havia um ascendente moabita em sua genealogia (isto é, Davi não tinha sangue “puramente” judeu);
  • Para quê este livro foi escrito? Para legitimar a monarquia davídica. O livro mostra que um estrangeiro pode ser fiel ao Senhor e obter filiação plena em Israel e que qualidades como lealdade e fidelidade à aliança em um estrangeiro (que vivia em meio a uma geração incrédula) podem servir de modelo para a obediência de Israel ao Senhor.

d) Samuel (I e II):

  • Para quem foi escrito este livro? Para os israelitas;
  • Por quem foi escrito? Autor Desconhecido;
  • Em qual momento histórico? Indefinido;
  • Por que este livro foi escrito? Porque a casa de Davi (Tribo de Judá), finalmente, firma-se com a família real de Israel;
  • Para quê este livro foi escrito? Para demonstrar que Deus fez uma aliança com Davi (de dar à sua casa um reinado perpétuo) por causa do fervor do seu coração, da sua fidelidade à aliança e porque ele colocou o seu relacionamento com Deus acima de tudo o mais. 

e) Reis (I e II):

  • Para quem foi escrito este livro? Para os israelitas;
  • Por quem foi escrito? Jeremias – segundo a tradição judaica;
  • Em qual momento histórico? Quando Israel ainda estava no exílio da Babilônia;
  • Por que este livro foi escrito? Porque Israel precisava refletir sobre sua história e sobre os pecados que levaram a nação à divisão (após a morte de Salomão) e, finalmente, à destruição.
  • Para quê este livro foi escrito? Para fazer uma reflexão sobre os procedimentos de Deus para com o seu povo Israel; e, para extrair lições do passado (seus pecados e sua destruição) que sirvam ao seu povo no presente e no futuro. 

f) Crônicas (I e II):

  • Para quem foi escrito este livro? Para os judeus que voltaram do exílio;
  • Por quem foi escrito? Esdras – segundo a tradição judaica;
  • Em qual momento histórico? Depois do exílio persa (o império persa sucedeu o império babilônico);
  • Por que este livro foi escrito? Porque a nação de Israel estava sendo reconstruída e precisava de orientação e encorajamento, pois a restauração não havia produzido as mudanças dramáticas esperadas por muitos. Além disso, eles tiveram que suportar dificuldades econômicas desencorajadoras, oposição dos estrangeiros, bem como conflitos internos;
  • Para quê este livro foi escrito? Para mostrar aos leitores como receber as bênçãos de Deus em seus dias; para atender as necessidades da comunidade que havia recentemente regressado do exílio babilônico; e, para responder aos seus principais questionamentos: Quem são os legítimos herdeiros das promessas que Deus deu ao seu povo? Quais são as instituições políticas e religiosas que devem ser adotadas? Havia esperança quanto a um novo rei davídico? Como o povo deveria compreender a experiência do exílio e da restauração à luz da lei e da graça de Deus? 

g) Esdras/Neemias:

  • Para quem foi escrito este livro? Para os judeus que voltaram do exílio;
  • Por quem foi escrito? Esdras – segundo a tradição judaica;
  • Em qual momento histórico? Depois do exílio persa (o império persa sucedeu o império babilônico), no início da reconstrução do Templo e dos muros de Jerusalém;
  • Por que este livro foi escrito? Porque o povo precisava entender que Deus age soberanamente por meio de agentes humanos responsáveis para realizar o seu objetivo redentor;
  • Para quê este livro foi escrito? Para encorajar os judeus que haviam retornado do exílio e que estavam reconstruindo o templo e os muros de Jerusalém (apesar das dificuldades econômicas, oposição de estrangeiros e conflitos internos). Este encorajamento veio através da revelação que, embora Israel ainda estivesse sob o domínio persa, o seu Deus soberano estava dando prosseguimento à sua obra redentora; e, para instruí-los à absoluta necessidade de sua atenção estar centrada no culto a Deus e na obediência à Sua Palavra. 

h) Ester:

  • Para quem foi escrito este livro? Para os israelitas;
  • Por quem foi escrito? Autor Desconhecido;
  • Em qual momento histórico? Quando parte do povo de Israel ainda se encontra no exílio persa (o império persa sucedeu o império babilônico);
  • Por que este livro foi escrito? Porque os judeus que ainda estava no exílio foram condenados à morte por um decreto real;
  • Para quê este livro foi escrito? Para relatar o livramento divino aos judeus fiéis à aliança (e, também, explicar a origem da celebração do Purim).

 

2) As histórias dos juízes

O livro dos Juízes relata as ações de Deus em favor de seu povo, a rebeldia dos hebreus após entrada em Canaã, bem como a posterior consequência pelos erros. O governo dos juízes teve inicio logo após a morte de Josué e durou até a coroação do rei Saul.

Neste período ficou bem evidente que Israel não foi capaz de se manter fiel, por isso sofreu nas mãos de vizinhos opressores que foram vencidos por homens levantados por Deus para a tarefa.

O livro registra o esquecimento da aliança feita no passado e confirmada durante a caminhada no deserto. Os hebreus fizeram o que era mal aos olhos do Senhor, por isso foram subjulgados pelos vizinhos (Jz 3.9-15; 6.7; 10.10) e só saiam desta situação quando viam Deus levantando um juiz em prol deles. Este circulo vicioso cerceou Israel por muito tempo.

 

3) As histórias dos reis

Os livros de Samuel relatam os atos de Saul, o rei pedido por Israel, que ascendeu ao trono, mas que depois deu lugar a Davi, o rei que andou segundo coração de Deus. Os livros de Reis deram ênfase ao reinado de Salomão e de seus sucessores, após a divisão do reino em duas partes. Já os livros de Crônicas registraram os atos dos reis de Judá (Reino do Sul), antes do exílio e esporadicamente fazem menção de alguns reis de Israel (Reino do Norte).


O segundo livro de Reis descreve o fracasso dos reis e do povo, que se afastaram de Deus, não deram ouvidos aos profetas e se aproximaram da idolatria, fatos que culminaram com a queda e cativeiro de ambos o reinos (Norte e Sul).


Israel foi levado cativo para a Assíria e cerca de 150 anos depois, Judá foi levado cativo para a Babilônia, no entanto a linhagem de David foi conservada intacta até a vinda de Jesus. 

a) Reis maus:

  • Jeroboão (1Rs 12:31,32; 13:33); 
  • Roboão (1Rs 14:23); 
  • Zinri (1Rs 16:19); 
  • Onri (1Rs 16:25,26);
  • Acabe (1Rs 16:30-33); 
  • Acazias (1Rs 22:52,53); 
  • Jorão (2Rs 3:1-3); 
  • Acazias (2Rs 8:27); 
  • Jeú(2Rs 10:18-31); 
  • Jeocaz (2Rs 13:1,2); 
  • Jeoás (2Rs 13:10,11); 
  • Jeroboão (2Rs 14:23,24); 
  • Peca(2Rs 15:27,28); 
  • Acaz (2Rs 16:1-3); 
  • Oséias (2Rs 17:1,2); 
  • Manasses (2Rs 21:1-3); 
  • Amom (2Rs 21:17-21). 

b) reis bons, que andaram no caminho do Senhor, mas que, ao mesmo tempo, toleraram os lugares altos: 

  • Asa (1Rs 15:12-15); 
  • Josafá (1Rs 22:43,44); 
  • Joás (2Rs 12:3); 
  • Amazías (2Rs 14:1-4); 
  • Azarias (2Rs 15:1-4); 
  • Jotão (2Rs 15;32-35).

c) reis excelentes, que andaram no caminho do Senhor e derrubaram os lugares altos:

  • Ezequias (2Rs 18:1-4);
  • Josias (2Rs 22:1,2; 2Cr 34:4).

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II – OS LIVROS POÉTICOS (E DE SABEDORIA) DO ANTIGO TESTAMENTO

1) Os livros sapienciais e poéticos

Tanto os livros sapiências (livros de sabedoria) como os poéticos (livros de poesia) foram escritos com um estilo literário próprio, mas que em nenhum momento fere ou desqualifica a inspiração, canonicidade e autoridade divina.

Seja em forma poética ou em prosas, estes livros nos apresenta a Palavra que atinge nosso sentimento, intelecto e emoções. Este é o desejo do poeta maior, o inspirador, pois sua intenção foi revelar em rimas, em prosas ou de forma poética a sua vontade para a humanidade decaída. A sensibilidade do Altíssimo foi transferida para os textos, tal como ocorre com um simples poeta humano.

Encontramos em toda a Bíblia muitos conselhos, em especial nos livros de Provérbios e Eclesiastes, que “tratam a respeito da sabedoria, não a dos homens, mas a de Deus”. É um misto de “parecer, juízo, advertência, admoestação, aviso, opinião sobre o que convém fazer”, ou não. 


2) Eclesiastes, Provérbio e Jó

a) Eclesiastes:

  • Para quem foi escrito este livro? Para os israelitas;
  • Por quem foi escrito? Salomão;
  • Em qual momento histórico? Durante o reinado de Salomão;
  • Por que este livro foi escrito? Porque era preciso defender a fé em Deus (e o autor faz isso através de respostas e argumentos negativos). No final, ele chega à conclusão de que a fé em Deus é o único caminho para a realização humana;
  • Para quê este livro foi escrito? Para ensinar ao povo da aliança “como as pessoas devem viver (6.12) num mundo onde o bom Criador (3.11, 14) e justo Juiz (3.17) soberanamente ordena que coisas ‘más’ sucedam igualmente aos que são retos (7.13, 14) bem como aos iníquos e não de acordo com o merecimento pessoal de cada um (8.14; 9.1). O dom do contentamento deve ser exercido não apenas diante da opressão humana (3.22 – 4.3), mas também diante da futilidade e da morte (9.7-10) que Deus impôs sobre a raça humana em razão do pecado”. 

b) Provérbios:

  • Para quem foi escrito este livro? Para os israelitas;
  • Por quem foi escrito? Diversos autores (Salomão, Agur, Lemuel, etc), sendo que foi Salomão quem liderou a compilação do livro, bem como compôs a maioria dos provérbios;
  • Em qual momento histórico? Durante o reinado de Salomão;
  • Por que este livro foi escrito? Porque o povo da aliança precisava preservar a sabedoria que adquiriu em seu relacionamento com Deus e sua Lei;
  • Para quê este livro foi escrito? Para ensinar que o temor a Deus conduz à sabedoria e a obediência aos Seus princípios é a forma segura de viver; que a vida deve ser vivida para a glória do Criador; e, que há uma ordem moral para toda a criação, e as violações dessa ordem apenas conduzem a consequências adversas. 

c) Jó:

  • Para quem foi escrito este livro? Para os israelitas;
  • Por quem foi escrito? Autor Desconhecido;
  • Em qual momento histórico? Indefinido;
  • Por que este livro foi escrito? Porque era preciso se opor aos conceitos tradicionais sobre a difícil questão do sofrimento humano em confronto com a afirmação que Deus é bom e justo;
  • Para quê este livro foi escrito? Para que a raça humana compreenda que Deus é soberano e recompensa aqueles que lhe pertencem, apesar dos tempos de aperto e dor (O leitor aprende que Jó sofreu não porque era um dos piores dentre os homens, mas porque era um dos melhores, e que a sua provação veio a glorificar o seu Deus).

 

3) Salmos e Cantares de Salomão

a) Salmos:

  • Para quem foi escrito este livro? Para os israelitas;
  • Por quem foi escrito? Diversos autores (David, Moisés, Salomão, etc);
  • Em qual momento histórico? Desde a época de Moisés (90), passam pela experiência de Davi (51) e vão até a época posterior ao exílio dos nos judeus na Babilônia (126);
  • Por que este livro foi escrito? Porque o povo da aliança precisa preservar a memória de suas experiências individuais ou coletivas com Deus e sua Palavra;
  • Para quê este livro foi escrito? Para diversas finalidades, tais como: Louvor (ex: 8, 24, 29, 33, 47-48); Lamentos (ex: 25, 39, 51, 86, 102, 120); Ações de Graças (ex: 18, 66, 107, 118, 138); Cânticos de Confiança (ex: 23, 121, 131); Salmos Reais (ex: Sl 20-21, 24, 45, 93); Salmos Sapienciais (ex: 1, 37, 49).

 

b) Cantares:

  • Para quem foi escrito este livro? Para os israelitas;
  • Por quem foi escrito? Salomão;
  • Em qual momento histórico? Durante o reinado de Salomão;
  • Por que este livro foi escrito? Porque o povo da aliança precisava ter em mente que Deus preza o amor conjugal lícito e a instituição da família (este livro se refere ao amor conjugal e revela as três qualidades mais desejáveis do amor entre um homem e uma mulher: autodoação, desejo e compromisso);
  • Para quê este livro foi escrito? Para mostrar ao povo da aliança que Deus preza o amor conjugal lícito e a instituição da família; também para refletir o próprio amor de Deus por nós.


III – UMA MENSAGEM AO CORAÇÃO

1) Uma mensagem de soberania

Deus é soberano em suas decisões, o seu poder é ilimitado e nunca pode ser resistido, impedido e jamais terá uma decisão sua anulada. Ele resolveu tirar os hebreus do Egito (Ex 3.8-10) e nada neste mundo foi capaz de impedir sua ação.

Tudo o que Deus faz jamais irá contra a sua natureza (Hb 6.18). Afinal quem é que está no controle de tudo? Quem controla céus e terra (I Cr 29.11). Deus é completamente soberano e possui o direito de governar tudo conforme a sua vontade. É o oleiro com completo domínio sobre o barro.

 

2) Uma mensagem de sabedoria

A sabedoria é a habilidade de aplicar o conhecimento no momento oportuno diante das escolhas que se apresentam. É a prática da prudência que é muito mais do que o mero conhecimento intelectual. Para se viver bem, segundo a Bíblia, devemos observar os preceitos e mandamentos de Deus (Ef 5.15).

Salomão foi extremamente usado por Deus para a tarefa de direcionar seus leitores a uma vida melhor, que é muito mais do que simplesmente honrar os pais, criar os filhos, lidar com o dinheiro, conduzir a sexualidade, trabalhar e exercitar liderança, usar bem as palavras, tratar os amigos com gentileza, comer e beber saudavelmente, bem como cultivar emoções e atitudes em relação aos outros de modo pacífico.

A grande questão é como Salomão adquiriu tamanha sabedoria? Qual era o seu objetivo e como aplicou no seu dia a dia e na sua administração? Entendemos que Deus dá inteligência aos homens para que possam analisar situações da vida e tirar conclusões que servirão para si mesmos e para outras pessoas.  A fonte da sabedoria de Salomão é Deus (Jó 28.20) e o principio dela é o temor ao Senhor (Sl 111.10), isto explica o motivo pelo qual ninguém conseguiu superá-lo.

 

3) Uma mensagem de adoração

A adoração é a única resposta da criação a partir do momento que entende Deus como Criador Supremo e Salvador, por isso a adoração deve resultar em maior dedicação, para servirmos ao Senhor diariamente. Caso o resultado não seja este, urgentemente devemos avaliar nossas condutas para sabermos o que está errado ou o que pode ser melhorado.

O foco da verdadeira adoração é o próprio Deus e não tão somente as bênçãos ou promessas. A adoração deve ser centralizada na pessoa e obra de Jesus, pois somente Ele tem a palavra de vida eterna (Jo 6.68).

Adoração, do grego “proskuneo”, significa.

  • Prostrar (sinal de humildade e reconhecimento da soberania divina);
  • Beijar a face (expressão de amor, atitude de íntimos);
  • Reverenciar (honrar, obedecer, atitude de submissão).

Adoração, do hebraico “barak” significa.

  • Prostrar-se em adoração;
  • Virar-se para beijar ou beijar a mão.

Deus procura verdadeiros adoradores e estes devem adorar ao Criador em espírito e em verdade. Mas o que é adorar em espirito e em verdade? Adorar em espírito e em verdade é adorar sob a influência do Espírito Santo e isto somente é possível para aqueles que passaram pelo novo nascimento, que andam segundo o Espírito Santo de Deus e não conforme a vontade da própria carne (Gl 5.16-25).

Muitos cantam, dançam, pregam, oram, mas poucos adoram em espírito e em verdade, pois isto requer renúncia (Mt 1.24):

  • Deus encontrou um adorador em Abraão, que não mediu esforços para quase sacrificar seu filho Isaque;
  • Deus encontrou um adorador em Moisés, que recusou os títulos de nobreza para servir o povo de Deus;
  • Deus encontrou uma adoradora em Ana, que dedicou seu filho Samuel para os serviços do Templo;
  • Deus encontrou adoradores em Daniel, Hananias, Misael e Azarias, que se recusaram os manjares de Nabucodonosor;
  • Deus encontrou um adorador em Jesus que se humilhou a si mesmo e foi obediente até à morte de cruz (Fp 2.5-8).

 

REFERÊNCIAS

A Bíblia. A revelação de Deus a humanidade. Revista Cristão alerta. Subsídios bíblicos para a Escola Dominical. Ed. 8, 1º trimestre 2022

Baptista, Douglas. A supremacia das Escrituras. A Inspirada, Inerrante e Infalível Palavra de Deus. Casa Publicadora das Assembleia de Deus. Rio de Janeiro, 2021 

Bíblia de estudo aplicação pessoal. CPAD, 2003. 

Bíblia de Estudo Temas em Concordância. Nova Versão Internacional (NVI). Rio de Janeiro. Editora Central Gospel, 2008. 

Cantares. Disponível em: http://ailtonsilva2000.blogspot.com/2014/11/22-cantares-cantico-dos-canticos.html. Acesso em 25/02/2022

Crônicas. Disponível em: http://ailtonsilva2000.blogspot.com/2014/07/13-i-cronicas.html. Acesso em 25/02/2022

Eclesiastes. Disponível em: http://ailtonsilva2000.blogspot.com/2014/11/21-eclesiastes-aquele-que-reune.html. Acesso em 25/02/2022

Esdras. Disponível em: http://ailtonsilva2000.blogspot.com/2014/08/15-esdras.html. Acesso em 25/02/2022

Ester. Disponível em: http://ailtonsilva2000.blogspot.com/2014/09/17-ester.html. Acesso em 25/02/2022

I Reis. Disponível em: http://ailtonsilva2000.blogspot.com/2014/07/11-i-reis.html. Acesso em 25/02/2022

II Samuel. Disponível em: http://ailtonsilva2000.blogspot.com/2014/06/10-ii-samuel.html. Acesso em 25/02/2022

Jó. Disponível em: http://ailtonsilva2000.blogspot.com/2014/09/18-jo.html. Acesso em 25/02/2022

Josué. Disponível em: http://ailtonsilva2000.blogspot.com/2014/05/6-josue-informacoes-sobre-o-livro.html. Acesso em 25/02/2022

Juízes. Disponível em: http://ailtonsilva2000.blogspot.com/2014/05/7-juizes.html. Acesso em 25/02/2022

Provérbios. Disponível em:http://ailtonsilva2000.blogspot.com/2014/10/20-proverbios-ditados-ou-ditos-sabios.html. Acesso em 25/02/2022

Salmos. Disponível em: http://ailtonsilva2000.blogspot.com/2014/10/19-salmos-canticos.html. Acesso em 25/02/2022

Rute. Disponível em: http://ailtonsilva2000.blogspot.com/2014/06/8-rute.html. Acesso em 25/02/2022

Silva, Ailton. O valor dos bons conselhos. Plano de aula Disponível em: http://ailtonsilva2000.blogspot.com/2013/10/o-valor-dos-bons-conselhos-plano-de-aula.html. Acesso em 25/02/2022


Por: Ailton da Silva - 12 anos (Ide por todo mundo)

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

Grandes verdades em poucas palavras - 0053



“Nenhum homem deve pensar que é melhor porque está livre de dificuldades. Deus não o considera apto para suportar algo maior”. Richard Sibbes

“O Senhor recruta seus melhores soldados nas montanhas das aflições”. C. H. Spurgeon

“O refinador nunca fica muito longe da boca da fornalha quando seu ouro está no fogo. “ C. H. Spurgeon

“Deus tempera o vento para a ovelha tosquiada”. Laurence Sterne

As feridas de Deus são melhores do que os bálsamos de Satanás”. John Trapp

“Não oro pedindo um fardo mais leve, mas, sim, costas mais fortes”. Phillips Brooks

“Para este mundo Deus tem planos, não problemas. Nunca ocorre pânico no céu”. W. Ian Thomas

“Nenhuma criatura que mereça redenção precisa ser redimida”. C. S. Lewis

“A adoção dá-nos o privilégio de filhos; a regeneração, a natureza de filhos”. Stephen Charnock


Por: Ailton da Silva - 12 anos (Ide por todo mundo)

terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

Fé e obediência. Abraão, um exemplo para todos os povos. Capítulo 6

Não ajunte o homem, o que Deus separou 

Abraão e Ló saíram juntos e andaram por muito tempo lado a lado, prosperando em terras estranhas. Mantiveram seus rebanhos e empregados, na pura harmonia, mas como toda boa relação tende a conflitos com o tempo, não demorou para que os desentendimentos tivessem inicio.

Ló, um homem bom, porém falho em suas decisões, inclusive uma de suas decisões afetou o seu futuro e de sua família, bem diferente de seu tio, que conseguiu manter sua família ao redor mesmo com os problemas e dificuldades.

 

1) Dois grandes líderes

Tanto Abraão quanto Ló foram bem sucedidos em seus negócios. Possuíam rebanho, empregados e logicamente os pensamentos e decisões quanto à administração do montante de cada um deles eram bem divergentes.

Líderes natos, prósperos, um ambicioso e materialista e o outro esperançoso, no entanto, mesmo com diferenças, comungavam a mesma terra para continuarem seus negócios, até o dia em que a situação fugiu ao controle.

continua...

Por: Ailton da Silva - 12 anos (Ide por todo mundo)

sábado, 19 de fevereiro de 2022

Elias, o profeta da chuva e do fogo. Capítulo 4

c) A viúva certa, no local e hora certa:

Uma viúva gentia contribuiu para a continuidade do plano divino. Uma frágil mulher socorreu um gigante espiritual. O que possuía era insignificante, mas colocou Deus em primeiro lugar (Mt 6.33).

Uma filha de Baal, assim poderia ser rotulada a viúva de Sarepta, a mulher certa, na hora certa que foi notada pela pessoa certa. Naquele lugar Deus ordenou a benção e a vitória para todo o sempre para a sua família.

Um belo dia, pela manhã, acordou e contemplou o seu filho faminto. O que fazer? Clamar? Gritar? Pedir ajuda para outros que enfrentavam a mesma situação? O que poderia esperar de Baal? Aquela inerte estátua! Outro deus ainda não conhecia, mas estava prestes a conhecer e não demoraria.

De repente sentiu algo estranho, uma presença diferente, um sentimento novo, ouviu uma voz mansa e suave que lhe dizia: “Sustente o meu servo” (I Rs 17.9). Achou normal ou fruto da variação provocada pela fome, mas guardou aquilo no coração, imaginando que nunca aconteceria. Por que logo com ela? Em Israel havia muitas outras tantas viúvas (Lc 4.25). Por que uma estrangeira?

Do céu ouviu o chamado e deu crédito. Acordar e ver seu filho morrendo aos poucos de fome, que tristeza! Mas esperar o que? Um profeta (I Rs 17.10) ou um homem de Deus aparecer em sua frente?

Ela creu nas palavras do profeta e serviu água e pão, conforme o pedido de Elias. O seu último estado, de sofrimento, foi transformado no principio de bênçãos ainda maiores (I Rs 17.16, 23).

Um copo de água e um pedaço de pão do tamanho da mão de uma mulher, sinal de chuva de bênçãos, este foi inicio da transformação radical na vida da desiludida filha de Baal, que certamente deve ter sentido a diferença (I Rs 17.24) entre a divindade inoperante fenícia e o verdadeiro e único Deus. 

 

d) Uma estrangeira no plano de Deus:

Deus ordenou que Elias se deslocasse até Sarepta, pois era para sair do território controlado pelo rei Acabe. Naquela cidade, seria usada uma mulher que não era israelita, um instrumento incomum, uma viúva sem posição social, sem influência ou poder, que estava prestes a morrer de fome.

Aquela viúva, que ninguém conhece sua história, foi escolhida por Deus dentre milhares, para fazer cumprir seu projeto soberano (Lc 4.25-26). Era uma gentia que contribuiu para a construção e desenvolvimento do plano divino.

Em sua chegada em Sarepta, Elias teve uma surpresa negativa, pois avistou a viúva apanhando lenha na entrada da cidade, solitária, já que não possuía ninguém que pudesse ajudá-la. Que abalo na fé do profeta? Uma viúva solitária, sem recursos, com um filho, como poderia sustentá-lo? Ele estava andando por fé e não por vista (II Co 5.7).

Esta providência divina antecipou o que o apóstolo Paulo escreveria algum tempo depois. As coisas loucas seriam usadas para confundir os sábios e os fracos seriam usados para confundir os fortes (I Co 1.27). Um gigante espiritual ajudado por uma frágil, viúva e pobre.

O ambiente era estranho, os personagens envolvidos eram duvidosos, a situação de ambos eram embaraçosas, mas Elias não duvidou e confiou.

Logo na chegada pediu água para a mulher, de forma educada pediu também um bocado de pão. Em nenhum momento tentou se aproveitar da situação.

A viúva sabia que o profeta era israelita, pois não foi a toa que disse: “vive o Senhor teu Deus”. Fez a sua parte, cumpriu seu dever.

Como era estranha aquela situação. Como Elias lidou com aquilo, afinal estava frente a uma mulher que sofria, junto com muitos, pela seca, ora profetizada por ele mesmo.

E aquela mulher poderia ser julgada pelos seus vizinhos que a poderiam acusar de estar trazendo a maldição de Baal sobre Sarepta. 

continua...

Por: Ailton da Silva - 12 anos (Ide por todo mundo)