b) A estadia de Elias em Sarepta:
O ribeiro se
secou e um novo tempo se iniciou na vida de Elias. As ordens eram para se
afastar de sua terra e de seu povo para se refugiar em território fenício (I Rs
17.9).
Em nenhum momento
questionou a Deus e não ficou procurando sentido ou lógica nas ordens
recebidas. Foi chamado para defender o verdadeiro culto, mas acabou sendo enviado
para Sidom, a nação governada pelo pai de Jezabel (I Rs 16.30).
Por um poucochinho
de tempo o profeta foi retirado da Terra Prometida e enviado justamente para o território
do inimigo.
Sarepta era uma
pequena localidade situada a cerca de quinze quilometros de Sidom, conhecida
como Zarefate em algumas versões (Ob 1.20) e como Sarepta no Novo Testamento
(Lc 4.26).
Em Sarepta, Elias
seria sustentado por uma viúva, sem nome, pagã, pobre, sem esperança e
perspectiva (I Rs 17.8-9) que poderia até mesmo ser simpatizante de Jezabel e adoradora
de Baal.
A lógica seria
Deus enviar o profeta para a casa de um abastado líder ou pessoa influente, mas
ao contrário foi levado até à casa de uma mulher necessitada. Mas o que Elias
esperava encontrar em Sarepta? Pela fé imaginava uma viúva rica, com tudo
preparado?
Aquela mulher
deu, conforme a palavra do profeta, um pedaço de pão, do tamanho da mão dela.
Depois disto, foi vendo, dia a dia, a multiplicação do azeite e farinha em sua
casa.
Nesta historia
Deus tirou leite de pedra, mas porque agiu desta maneira? Porque Elias não foi
enviado para a casa de alguma autoridade em Sarepta? Ou algum líder religioso?
Deus mandou o profeta buscar pela casa mais humilde, a pessoa mais necessitada,
uma mulher que estava prestes a fazer a última refeição e que depois disto
esperaria a morte juntamente ao seu filho.
Deus socorre por
atos que parecem não ter lógica alguma! No entanto, esse seria o lugar que o
rei jamais pensaria em procurar o profeta (I Rs 18.10). São nas coisas menos
prováveis que Deus realiza seus desígnios! Sarepta parecia uma terra de ninguém,
mas estava no roteiro para algo grandioso que viria do céu.
A ordem foi:
“Levanta-te, e vai para Sarepta”, porque uma viúva o sustentará, mesmo em
situação precária. Em Israel havia a lei que garantia alguns direitos para as
pessoas necessitadas, mas certamente as nações vizinhas não se importavam.
O propósito da
seca foi fazer Israel voltar a adorar o verdadeiro Deus, mas serviu também para
Elias descobrir que as outras nações, em breve, seriam socorridas pela Graça
que se manifestaria por Jesus.
Realmente as
viúvas eram as maiores vitimas da sociedade judaica. Por vezes esquecidas ou
desprezadas, mesmo nesta situação contavam com o olhar de Deus. Antes mesmo da
instituição da Lei Mosaica (Gn 38.8) isto já era uma realidade. Estas mulheres
ficavam a mercê de suas próprias sortes, esperando um milagre. Outras agiam
conforme sua vontade para resolverem o problema, mas falhavam ou arrumavam
confusões, piorando ainda mais a situação.
continua...
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