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sábado, 5 de fevereiro de 2022

Elias, o profeta da chuva e do fogo. Capítulo 4

b) A estadia de Elias em Sarepta:

O ribeiro se secou e um novo tempo se iniciou na vida de Elias. As ordens eram para se afastar de sua terra e de seu povo para se refugiar em território fenício (I Rs 17.9).

Em nenhum momento questionou a Deus e não ficou procurando sentido ou lógica nas ordens recebidas. Foi chamado para defender o verdadeiro culto, mas acabou sendo enviado para Sidom, a nação governada pelo pai de Jezabel (I Rs 16.30).

Por um poucochinho de tempo o profeta foi retirado da Terra Prometida e enviado justamente para o território do inimigo.

Sarepta era uma pequena localidade situada a cerca de quinze quilometros de Sidom, conhecida como Zarefate em algumas versões (Ob 1.20) e como Sarepta no Novo Testamento (Lc 4.26).

Em Sarepta, Elias seria sustentado por uma viúva, sem nome, pagã, pobre, sem esperança e perspectiva (I Rs 17.8-9) que poderia até mesmo ser simpatizante de Jezabel e adoradora de Baal.

A lógica seria Deus enviar o profeta para a casa de um abastado líder ou pessoa influente, mas ao contrário foi levado até à casa de uma mulher necessitada. Mas o que Elias esperava encontrar em Sarepta? Pela fé imaginava uma viúva rica, com tudo preparado?

Aquela mulher deu, conforme a palavra do profeta, um pedaço de pão, do tamanho da mão dela. Depois disto, foi vendo, dia a dia, a multiplicação do azeite e farinha em sua casa.

Nesta historia Deus tirou leite de pedra, mas porque agiu desta maneira? Porque Elias não foi enviado para a casa de alguma autoridade em Sarepta? Ou algum líder religioso? Deus mandou o profeta buscar pela casa mais humilde, a pessoa mais necessitada, uma mulher que estava prestes a fazer a última refeição e que depois disto esperaria a morte juntamente ao seu filho.

Deus socorre por atos que parecem não ter lógica alguma! No entanto, esse seria o lugar que o rei jamais pensaria em procurar o profeta (I Rs 18.10). São nas coisas menos prováveis que Deus realiza seus desígnios! Sarepta parecia uma terra de ninguém, mas estava no roteiro para algo grandioso que viria do céu.

A ordem foi: “Levanta-te, e vai para Sarepta”, porque uma viúva o sustentará, mesmo em situação precária. Em Israel havia a lei que garantia alguns direitos para as pessoas necessitadas, mas certamente as nações vizinhas não se importavam.

O propósito da seca foi fazer Israel voltar a adorar o verdadeiro Deus, mas serviu também para Elias descobrir que as outras nações, em breve, seriam socorridas pela Graça que se manifestaria por Jesus.

Realmente as viúvas eram as maiores vitimas da sociedade judaica. Por vezes esquecidas ou desprezadas, mesmo nesta situação contavam com o olhar de Deus. Antes mesmo da instituição da Lei Mosaica (Gn 38.8) isto já era uma realidade. Estas mulheres ficavam a mercê de suas próprias sortes, esperando um milagre. Outras agiam conforme sua vontade para resolverem o problema, mas falhavam ou arrumavam confusões, piorando ainda mais a situação. 

continua...

Por: Ailton da Silva - 12 anos (Ide por todo mundo)

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