Páginas

segunda-feira, 31 de maio de 2021

Geografia Bíblica - aula 1

I – GEOGRAFIA BÍBLICA

A Geografia Bíblica estuda as terras, fenômenos físicos, biológicos, personagens, povos, culturas e tradições, com a intenção de proporcionar um melhor entendimento das histórias do Antigo e do Novo Testamentos. Contemplando cenários, entendendo comportamentos, se aprofundando em culturas, tradições e se localizando histórica e geograficamente, então entenderemos que os acontecimentos bíblicos mudaram tempos, espaços, fronteiras, comportamento e que manifestam a glória de Deus na Terra. 

 

I – O CRESCENTE FÉRTIL E ISRAEL

1) O CRESCENTE FÉRTIL

O Crescente Fértil era uma insignificante área localizada na Ásia Ocidental, berço da civilização, com uma área de 2.184.000 km, entre o Golfo Pérsico e o Sul da Palestina, uma espécie de arco, meia lua crescente. Essa região enfrentou uma serie de lutas entre seus habitantes e os povos nômades do deserto. Todos queriam tomar conta dessas terras.

Na Mesopotâmia (meso – entre; potamos – rios), floresceram duas grandes civilizações: ao norte, a Assíria e ao Sul, a Babilô­nia. Os rios Tigre e Eufrates cercam esse miste­rioso território, ocupado, atualmente, pelo Iraque e parte do Irã. Foi em Ur dos Caldeus que Abraão foi chamado e deu inicio ao surgimento do que seria no futuro Israel, berço de grandes patriarcas, profetas, juízes, reis, sábios e justos, desde sempre guardada pelo Todo-poderoso para acolher o Salvador da humanidade.

 

2) OS PRIMEIROS HABITANTES DA TERRA SANTA E ISRAEL

Bem antes de Israel conquistar suas terras, outros povos há habitavam nessa região (Dt 7.1), principalmente os heteus, girgaseus. amorreus, cananeus, fereseus, heveus e jebuseus, que tinham como vizinhos os amalequitas, midianitas, moabitas, amonitas, edomitas, fenícios e sírios. 

Os hebreus, descendentes de Sem, filho de Noé, que se originaram a partir de Abraão, Isaque e Jacó. Os dez filhos de Jacó, juntamente com dois filhos de José, formaram a espinha dorsal da nação: Rúben, Simeão, Judá, Dã, Naftali, Gade, Aser, Issacar, Zebulom. Benjamim, Manassés e Efraim, estes dois últimos filhos de José. A tribo de Levi não teve herança, pois era considerada uma tribo à parte devido a consagração a Deus (Nm 1.47-49).

Assim Israel surgiu no cenário mundial, ainda em terras estranhas e hoje é a região mais visada da Terra, pois tem despertado o interesse e se tornou palco de sangrentas batalhas.

 

3) A ENTRADA DOS HEBREUS NA TERRA PROMETIDA

Josué introduziu os hebreus na Terra Prometida e a dividiu conforme as tribos, porém os vizinhos sempre estiveram à espreita de Israel, ora induzindo à idolatria, ora roubando suas colheitas, mas pela misericórdia, Deus levantava juízes para julgar o povo e libertá-los da opressão.

 

4) MONARQUIA – O REINO UNIDO

O profeta Samuel, chamado de fazedor de reis, representou a transição do período da judicatura e mo­narquia. Os dois primeiros reis foram ungidos por ele, Saul e Davi. As doze tribos foram unificadas em um reino, que durou cerca de cento e vinte anos. Nesse período as fronteiras de Israel foram alargadas. O sucessor de Davi, Salomão foi o responsável pela construção do grande Templo em Jerusalém, reinado marcado pela paz interna e externa.

 

5) REINO DIVIDIDO

Com a morte de Salomão, o reino foi dividido e dez tribos formaram o reino do Norte, ou Israel, sob o comando de Jeroboão, enquanto que as tribos de Judá e Benjamim, leais a Davi, formaram o reino do Sul ou Judá.

 

6) O CATIVEIRO ASSÍRIO E BABILÔNICO E A RESTAURAÇÃO

A divisão do reino enfraqueceu os dois lados, principalmente o Norte, mas ambos os reinos não perceberam o perigo que se aproximava, os assírios e os babilônicos. O reino do Norte foi levado cativo para a Assíria e o reino do Sul foi levado por Nabucodonosor para Babilônia. Após o fim do exilio na Assíria as dez tribos do reino do Norte nunca mais foram mencionadas, ficaram perdidas na história, pois ao retorno da Babilônia, após setenta anos, a nação de Israel foi restabelecida e ficaram conhecidos como judeus. 

Foram anos de lutas, glórias que se seguiram até o advento do Império Romano, que no ano 70 d.C. destruiu o Templo e dispersou os judeus pelos confins da Terra. Somente em 1948 com a promulgação da criação do Estado de Israel, os judeus puderam voltar e tomar posse da Terra Prometida.


Fonte: Apostila Curso Básico de Teologia do SETEM – Seminário Teológico Manancial. Elaboração: Pb. Ailton da Silva 

Por: Ailton da Silva - 11 anos (Ide por todo mundo)

domingo, 30 de maio de 2021

Os patriarcas. Coincidências ou repetições da história? – Capítulo 3


Isaque: Segundo patriarca. Deus falou com ele.

A teoria da inversão da primogenitura 

Ismael, o primeiro filho de Abraão e todos os outros filhos[1] que Abraão teve com Quetura foram meros coadjuvantes na história dos hebreus e se tornaram seus ferrenhos inimigos, já Isaque, o primeiro do clã que deu sustentação a Israel, foi chamado de filho da promessa, o unigênito.

Aos nossos olhos os dois teriam direito a participação e reconhecimento nas mesmas proporções no grande plano de Deus, respeitando-se a ordem de nascimento, o primogênito[2] e o outro, porém na ótica Divina a história foi diferente, somente um poderia ser incluído neste contexto e caberia a quem decidir? O mais novo deveria respeitar o primogênito?

A promessa era grandiosa, mas para o cumprimento seria necessário apenas um filho. Neste episódio não haveria espaços para o “filho da serva”, por isto era preciso uma intervenção Divina para corrigir esta situação.

Em todas as gerações dos patriarcas, as mulheres enfrentaram dificuldades para gerar seus respectivos filhos e ao primeiro sinal de sucesso, devido a intervenção Divina, se deparavam com outro grande problema, que deveria ser resolvido, não pelo homem, que não reunia condições para tal, mas por Deus:

  • Ismael foi o primeiro filho de Abraão, mas não estava nos planos de Deus, por isto foi despedido juntamente com sua mãe Agar. Isaque foi então promovido à condição de unigênito e este seu título anulou todos os privilégios do seu irmão primogênito;
  • Esaú foi o primogênito, mas Jacó foi o escolhido para dar continuidade aos planos de Deus, por isto, as duras penas, recuperou a primogenitura, que deveria ter sido sua desde o nascimento;
  • José foi o décimo primeiro filho de Jacó e primeiro com a mulher que realmente amava, por isto precisava receber status de primogênito, mas o problema seria a reação de seus irmãos, como aceitariam? Se esta história tivesse se desenrolado no tempo de vigência da Lei Mosaica, certamente Jacó teria problemas[3];
  • Ruben, primogênito de Jacó (1 Cr 5.1-2), inconstante e de caráter duvidoso, por isto não herdou a maior de todas as bênçãos já direcionadas a um homem, não foi o ascendente do Rei dos reis, o Messias. Este privilégio foi repassado para seu irmão Judá;
  • Manassés, o primogênito, teve que aceitar seu avô, Jacó, abençoar seu irmão, mais novo, Efraim, com as suas bênçãos de direito, mesmo José tendo preparado a ordem dos dois, antes de adentrarem no quarto do velho patriarca.

Mesmo antes da geração patriarcal, Deus já havia trabalhado na primeira família a fim de inverter a ordem dos filhos de Adão, pois Caim, o primogênito, não havia alcançado graça no seu sacrifício, enquanto Abel, o segundo filho a nascer, se tornou o primeiro homem a agradar a Deus.

A falta de comunhão com Deus impediu que a geração adâmica percebesse que não se tratava da única ou última chance para oferecerem sacrifícios. Mesmo que a frequência fosse anual, teriam outras oportunidades no futuro. A falta deste discernimento contribuiu para uma grande tragédia familiar.

Todas estas inversões foram administradas por Deus, para corrigir situações constrangedoras, fruto das rivalidades, disputas, privilégios dado a um filho em detrimento a outros, falhas de caráter, condutas repreensíveis ou para mostrar que o controle de tudo sempre esteve em suas mãos.


[1] O plano de Deus era com a semente de Abraão e não com “as sementes”.

[2] A primogenitura, no caso de Isaque e Ismael, seria sinônimo de cumprimento da promessa por parte de Deus.

[3] Conforme a Lei, quando o homem tivesse duas mulheres, o primogênito seria o primeiro filho, independente do amor ou não que o pai sentisse pela mãe (Dt 21.15-17).

Por: Ailton da Silva - 11 anos (Ide por todo mundo)

sábado, 29 de maio de 2021

Anticristo. A solução material com implicações espirituais! Capítulo 4

ANTICRISTO – DEFINIÇÃO:

 ETIMOLÓGICA E TEOLÓGICA 

A trindade satânica, uma imitação da trindade Divina, terá sua função na terra durante a administração do Anticristo na Terra e será composta pelo Dragão (Anti-Deus), a Besta (Anti-Cristo) e o Falso Profeta (Anti-Espírito).

 

A) DEFINIÇÃO ETIMOLÓGICA:

O Anticristo será um personagem de habilidade nunca vista, com uma capacidade de liderança contagiosa, de forma a não proporcionar resistência ou oposição. 

Se apresentará como o Salvador do mundo, o Messias Ungido tão esperado pelos judeus, um deus terrestre, que em determinado momento de seu governo requererá para si a glória e adoração.

Enganará com facilidade e prontamente será colocado em um pedestal. Passará a imagem de um homem bom e preocupado com os problemas[1] que estarão assolando o planeta.

Porém, não passará de um ditador mundial, que aos poucos colocará em prática o seu plano de domínio global. Estará revestido da figura do substituto, será um grande impostor, um ferrenho adversário e imitador (I Jo 2.18; 2.22; 4.3; II Jo 1.7) e a sua intenção, desde o inicio, será tomar o lugar e receber para si a honra que é devida a Jesus, o verdadeiro Cristo.

Um homem demagogo, interesseiro, politiqueiro, que viverá em função das alianças políticas que estabelecerá, por isto não encontrará dificuldades para influenciar diretamente os últimos governantes terrestres e indiretamente as massas com seus discursos fervorosos e promessas que não conseguirá cumprir à risca, no entanto, durante a sua administração, apresentará a solução para todos os problemas sociais, econômicos e políticos da humanidade.

Um verdadeiro gênio político e intelectual, grande orador, capaz de fazer prodígios, entendido em adivinhações (Dn 8.23) e em assuntos religiosos, que explorará o fanatismo e esperança do povo. Dominará o mundo nos últimos dias, como um instrumento direto do Maligno.

A plenitude de seu governo se dará na metade da Grande Tribulação (Dn 7.25; 13.5), momento em que a humanidade não terá opções, pois os que confiarem e receberem sua marca estarão também condenados.


[1] Apesar que muitos dos problemas que assolam a humanidade na atualidade não existirão mais, pois os arrebatados deixarão seus bens e riqueza para trás.

Por: Ailton da Silva - 11 anos (Ide por todo mundo)

sexta-feira, 28 de maio de 2021

Terra. A preparada para o homem - Capítulo 5

Continuação...

AQUI NÃO HABITA PECADO!

A situação se tornou caótica, após este acontecimento, pois Deus ordenou a saída do homem do paraíso, já que se dependesse dele, jamais sairia, uma vez que o pecado somente afetou a sua natureza santa e não criou desapego ou ódio por aquele lugar.

O plano do inimigo era fazer com que os dois desobedecessem a Deus, exteriorizando o desejo de se tornarem iguais a Ele. Talvez imaginasse que seriam mantidos no jardim, mesmo em pecado, para então dar o golpe final com a ajuda deles. Uma nova derrota para o inimigo se desenhava, pois não seriam permitidas brechas para o pecado e para piorar a situação houve a revelação da promessa da restauração da humanidade.

O homem foi colocado em um mundo totalmente oposto ao que ele vivia até aquele momento e ficou sujeito a todos os sentimentos, além de ser preciso desprender força física para obter o seu sustento.

Assim o pecado contribuiu para a proliferação do mal, porém, por outro lado, Jesus veio diminuir esta força maligna com a sua eterna Graça, a única capaz de salvar o pecador.

Logo após a queda a situação do homem seria outra, bem diferente daquela vista após o sexto dia:

  • Homem mau, imperfeito, pecador e destituído da Glória, sem a semelhança e somente com a imagem de Deus;
  • Homem em guerra com a natureza, pois a sua exploração desenfreada seria diária a fim de tirar dela o sustento, através do suor;
  • Homem limitado: o passado não poderia ser apagado (Gn 2.7), o homem veio do pó e não passava disto;
  • Homem carente: seria possível haver solução para aquele caso? Teria como mudar (Gn 3.7) o presente? Primeira ocorrência na Terra da lei da semeadura, plantou, colheu. E a salvação, perdão ou restauração à condição original? Houve somente misericórdia e promessa de restauração. Ainda não era hora da manifestação da plenitude do amor de Deus, que se concretizaria com o envio de seu Filho Amado;
  • Homem passivo diante do seu futuro: O suor, trabalho, dores, tristezas, tragédias e morte deveriam ser enfrentados.

Mesmo diante deste quadro catastrófico Deus não se arrependeu[1] de toda a sua obra, pelo menos até aquele momento.


[1] Não somente o homem seria destruído como também os animais.

Por: Ailton da Silva - 11 anos (Ide por todo mundo)

quinta-feira, 27 de maio de 2021

Neemias: como sair do anonimato? - Capítulo 7

CAPÍTULO 7 

EX-PORTAS QUEIMADAS (TUDO SE FEZ NOVO)

Jerusalém possuía 12 grandes portas, sendo, cada uma, nomeada de acordo com a sua função, aplicação ou pelas influências que exerceram sobre a vida dos reis, sacerdotes ou moradores ao longo da história:

  • Porta do Gado ou das ovelhas (3.1);
  • Porta do Peixe (3.3);
  • Porta Velha (3.6);
  • Porta do Vale (3.13);
  • Porta do Monturo (3.14);
  • Porta da Fonte (3.15);
  • Porta do Cárcere (12.39);
  • Porta das Águas (3.26);
  • Porta dos Cavalos (3.28);
  • Porta Oriental (3.29);
  • Porta de Mifcade (3.31);
  • Porta de Efraim (8.16). 

Transmitiam segurança, proteção e defesa, mas também eram usadas estrategicamente pelas autoridades a fim de administrarem os conflitos ou erros do povo (Dt 17.5-8), portanto não eram apenas grandes objetos de madeiras (Ne 3.6), ferro (At 12.10) ou bronze (Sl 107.15,16).

Era comum também existirem fontes de água nas proximidades destas portas para facilitar em caso de incêndio durante as tentativas de invasões.

Pela ausência de praças públicas, eram utilizadas como locais de concentração do povo para realizarem seus negócios (Jó 29.7; Am 5.10-12), comercializarem seus produtos, para ouvirem a leitura da Lei (Ne 8.1-3) e também serviam de testemunhas para os resgates de autoridade e soberania dos governantes, pois ali eram resolvidas as demandas judiciais (Dt 17.5). Durante as guerras eram muito vigiadas, pois se caíssem a cidade seria facilmente dominada.

Todas estavam queimadas e os muros fendidos. Que tipo de segurança havia naquela cidade? A reconstrução deveria ser urgente, mas como, sem ânimo e diante de uma crise sem precedentes? Neemias responsabilizou cada família na reconstrução de trechos do muro. Esta foi a solução encontrada por ele. Atualmente a cidade possui apenas oito portas, sendo a Porta Nova, do Esterco, das Flores, de Jafa, de Damasco, dos Leões, de Sião e a Dourada.

 

1) A PORTA DO GADO OU DAS OVELHAS (3.1): 

  • Localização: Próxima ao Templo. Junto ao tanque de Betesda (Jo  5.2). Era a menor das portas, pois foi construída justamente para a passagem das ovelhas e não de homens;
  • Função: Local de passagem das ovelhas para serem lavadas antes de serem sacrificadas no Templo;
  • Reconstrutores: Os sacerdotes (3.1). “E junto a ele” (3.2) os homens de Jericó;
  • Significado: Foi a primeira a ser reconstruída e única a ser consagrada. É uma figura de Cristo, a Porta da Salvação e o Bom Pastor (Jo 10.7-9). Na sua segunda vinda Jesus não entrará por esta porta, pois estará na condição de Leão e não mais de Cordeiro. Simboliza a reconstrução do homem e sua posterior conversão.

 

2) PORTA DO PEIXE (3.3; 12.39): 

  • Localização: Localizada ao norte;
  • Função: Os peixes do rio Jordão e do mar da Galiléia chegavam à cidade por intermédio desta porta e eram comercializados nas imediações, por isto veio a receber este nome;
  • Reconstrutores: Os filhos de Hassenaá (3.3). “E ao seu lado” (3.4-5) outros homens, exceto alguns nobres e preguiçosos de Tecoa;
  • Significado: Simboliza a pregação do Evangelho pelo homem, que foi feito pescadores de homens por Jesus (Mt 4.19).  Ressalta a dedicação profética, crescimento e reprodução. O peixe era usado como símbolo, pelos primeiros crentes, pois a palavra grega ICHTHUS, formava o acrônimo Iesus Christus Theou Huios Soter (Jesus Cristo Filho de Deus Salvador).

 

3) PORTA VELHA (3.6; 12.39): 

  • Localização: Na parte mais antiga da cidade (3.6);
  • Reconstrutores: Joiada, filho de Paséia e Mesulão, filho de Besodias (3.6). “E ao seu lado” (3.7-12) vários homens;
  • Significado: Ela nos remete ao resgate histórico das tradições dos hebreus, através de suas gerações, redescobrindo os seus tesouros. É um retorno aos caminhos antigos (Jr 6.16), ao princípio, aos marcos antigos, a renúncia ao “eu”, as nossas tradições e vã maneira de viver. Representa também a legítima doutrina cristã, que resiste ao tempo e as investidas malignas.  

continua...

Por: Ailton da Silva - 11 anos (Ide por todo mundo)

quarta-feira, 26 de maio de 2021

Grandes verdades em poucas palavras - 0019

“Difamação é o mau hálito do cérebro”. Anônimo

Ninguém tem língua difamatória sem ter ouvidos difamatórios”. Anônimo

“Dinheiro é como a água do mar: quanto mais uma pessoa bebe, mais sede sente”. Anônimo

“Dinheiro é como esterco: só é bom se for espalhado”. Francis Bacon

Deus sempre ilumina seus túneis”. Anônimo

“As feridas causadas por Deus curam; os beijos do pecado matam”. William Gurnall

“A dolorosa tesoura de podar está em mãos seguras”. John R. W. Stott

“Deus separa de nós aquilo que nos separaria dEle”. Ralph Venning

Por: Ailton da Silva - 11 anos (Ide por todo mundo)

terça-feira, 25 de maio de 2021

Dispensação: O Reino Milenial

DISPENSAÇÃO: O REINO MILENIAL

ALIANÇA MILENICA

OBJETIVO: MANIFESTAÇÃO DO GOVERNO DE JESUS

 

1) DESTAQUES:

  • Jesus (positivo);
  • Igreja (positivo);
  • Maligno (negativo).

 

2) PROPÓSITOS:

  • Obedecer e adorar a Jesus (Is 11.3-5)
  • Recepção de Cristo como rei da vida natural e na alma para a vida espiritual e eterna.
  • Obediência às leis divinas do governo divino. O diabo será solto no fim da dispensação para provar a humanidade Ap. 20.7. 
  • A humanidade na dispensação Milênio terá que ser provada, como nas outras dispensações anteriores.

 

3) CIRCUNSTÂNCIAS FAVORÁVEIS:

  • Cristo reinará com ajuda dos santos. Is.4.2-3; 9.6-7; 11.1-9; Jer. 23.5-8; Ap. 11.15.
  • Satanás será amarrado no abismo. Ap. 20.1-13.
  • O governo será perfeito em Justiça. Não será monarquia, nem democracia, nem autocracia, mas uma teocracia. Os santos de todos os tempos terão parte no reino, Oséias 3.5; Jer. 30.9; Ez. 34.10.
  • A terra estará livre da maldição que atualmente pesa sobre ela.
  • Haverá um só reino que cobrirá toda a terra. Haverá uma unica capital, Jerusalém. Pecadores estarão no reino, mas estarão obrigados a obedecer as leis do reino. Is. 2.2-5; Sal. 2.7-9; Miq. 4.3; I Cor. 15.25-28; ap. 20.1-10; Zac. 14.16-21.
  • Haverá um novo templo. Cristo será seu construtor. Zac. 6.9-15. O templo que os judeus construíram e que foi profanado pelo Anticristo será destruído na batalha do Armagedom 2 Tes. 2; Mat. 24.15; Ap. 11.1-2.

 

4) INÍCIO, TÉRMINO E DURAÇÃO:

  • Desde o juízo das nações ao juízo final (Is.11.3-9; Ap 20).
  • Se chamará do reino divino porque Cristo reinará.
  • Começa com a vinda de Cristo em glória.
  • Terminará com o Juizo Final, ou Grande Trono Branco.
  • Durará 1.000 anos.

 

5) ELEMENTO ESTRANHO:

  • Facilidade com que o Maligno seduzirá as nações após ser solto.

 

6) FRACASSO:

  • Como nos períodos anteriores esta dispensação terminará em fracasso.
  • Quando Satanás for solto, muita gente que aparentemente obedecia as leis divinas, se unirá ao Diabo para o ultimo esforço para vencer a Cristo.

 

7) JUÍZO:

  • O grande Trono Branco e o inferno (Ap 20.7-9)

 

8) SITUAÇÃO DO HOMEM APÓS O FRACASSO

  • Condenado ao Lago de fogo

 

9) CURIOSIDADES DA DISPENSAÇÃO:

  • Será um reino literal e universal, Dn 2.34,35;
  • Jerusalém será a capital do reino, Jr 3.27; Is 24.23; Ez 48;
  • Os animais serão dóceis. Is 11.6-9; 65.25; Os 2.18;
  • Época de justiça e paz. Is 9.6,7; 11.4; Zc 9.10; SI 96.13;
  • A terra ficará mais fértil, Is 35. l; Am 9.3,6;
  • prolongamento da vida humana. Is 65.20,22; Zc 8.4,5;
  • Satanás será amarrado, Ap 20.20,22,23.

 

10) ALIANÇA

  • Plano de Deus para com o mundo é fazer "Convergir" nele (em Cristo), na Dispensação e na plenitude dos tempos, Ef 1.10. 

Por: Ailton da Silva - 11 anos (Ide por todo mundo)

segunda-feira, 24 de maio de 2021

Teologia Sistemática - aula 6

6) A ASSEIDADE DO ESPÍRITO SANTO

  • Também chamada de sua independência, é aquela virtude segundo o qual Deus.
  • Existe por si próprio;
  • Não foi causado;
  • Não é dependente de outro ser fora de si;
  • É um ser absoluto e puro;
  • Autossuficiente, assim como são o Pai e o Filho;
  • É diferente da criatura, pois é o Criador. Ele é, enquanto a criatura existe;
  • Ele é chamado Deus (At 5.3-4);
  • Seu nome está ligado ao de Deus e ao de Cristo (Mt 10.20; At 16.7; Rm 8.9);
  • Ele faz parte da Santa Trindade (Mt 28.19; II Cor 13.13; I Jo 5.7; Ef 4.4-6);
  • Ele é chamado Senhor (II Cor 3.18).

 

7) A EXISTÊNCIA DO ESPÍRITO SANTO

A natureza e os atributos do Espírito Santo caracterizam-no como o ‘Espírito Eterno’, não tendo princípio e nem fim de existência (Hb 9.14). Como vemos na declaração divina de Gn 1.27, na criação do homem toda a Trindade esteve envolvida. “Façamos o homem conforme à Nossa imagem, conforme à Nossa semelhança”. Bem diferente da criação dos outros animais e elementos da natureza, quando Deus somente ordenou, haja.


8) O ESPÍRITO SANTO NÃO SE CONFUNDE COM O PAI E FILHO

Ao investigarmos a doutrina da deidade do Santo Espírito, devemos observar que o Novo Testamento ensina a unicidade da divindade (1 Co 8.4; Tg 2.19) e também revela a distinção de pessoas na divindade. O Pai é Deus (Mt 11.25; João 17.3; Rm 15.6; Ef 4.6), o Filho é Deus (João 1.1,18; 20.28; Rm 9.5; Hb 1.8; Cl 2.9; Fp 2.6; 1 Jo 5.20), o Espírito Santo é Deus (At 5.3,4; 1 Co 2.10,11; Ef 2.22).

 

“O Espírito Santo não se confunde nem com o Pai, nem com o Filho (Jo 15.26; 16.13-15; Mt 3.16,17; 1 Co 13.13). As três pessoas não se confundem umas com as outras”.

 

Pai, o Filho e o Espírito Santo são claramente distinguidos um dos outros na Bíblia (João 15.26; 16.13-15; Mt 3.16,17; 1 Co 13.13), de tal forma que as três pessoas não se confundem umas com as outras.

 

9) ATRIBUTOS INCOMUNICÁVEIS DO ESPÍRITO SANTO

A Bíblia confere atributos e características ao Espírito Santo que indicam que Ele é Deus, já que se trata de qualidades exclusivas que as escrituras atribuem à Deus.

  • O Espírito Santo é onisciente (I Co 2.10,11);
  • O Espírito Santo é onipresente (Sl 139.7-10.);
  • O Espírito Santo é onipotente (Lc 1.35,37; 1 Co 12.11).

 

10) ATRIBUTOS HUMANOS DO ESPÍRITO SANTO

  • Ele fala (At 13.2; Ap 2.7, 11, 17, 29; 3.6, 13, 22);
  • Ele testifica (Jo 15.23);
  • Ele intercede (Rm 8.26-27);
  • Ele guia e conduz (Rm 8.14 cf At 16.6-7);
  • Ele ensina (Jo 14.26; 16.12-14; Ne 9.20);
  • Ele clama (Gl 4.6);
  • Ele dá testemunho (Jo 15.26);
  • Ele chama homens e os comissiona (At 13.2; 20.28);
  • Ele conhece as profundezas de Deus e no-la revela (I Co 2.10-11; Rm 8.27);
  • Ele ouve (Jo 16.13) - “...mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará o que há de vir”.

 

11) A PERSONALIDADE DO ESPÍRITO SANTO

  • O Espírito Santo tem conhecimento, habilidade para examinar, sentir e ensinar (Rm 8.27; I Co 2.10,11,13, Ef 4.30);
  • O Espírito Santo tem emoções (Ef 4.30), sente tem alegria, ciúmes (Tg 4.5). O ciúme ocorre quando há o adultério moral, espiritual (idolatria), econômico (amor ao dinheiro) e político (paixão e esperanças políticas mais acentuadas em relação ao programa humano que ao Reino de Deus);
  • O Espírito Santo é bom (Ne 9.20), ama (Rm 15.30) e se entristece (Sl 10.33; Is 63.10-11; Ef 4.30) quando mentimos (At 5.3), blasfemamos (Mt 12.31-32) ou resistimos (At 7.51; I Ts 5.19);
  • O Espírito Santo tem vontade, empregada na habilidade para escolher (At 16.6-11; 1 Co 12.11) e repartir os dons liberalmente (1 Co 12.11).

 

12) ENSINAMENTOS ERRADOS ACERCA DO ESPÍRITO SANTO.

Ensinamentos errados acerca do Espírito Santo:

  • O Espírito Santo se funde com o Pai, ou com o Filho. Assim, o Espírito Santo seria ou o Pai ou o Filho, mas não uma “terceira” Pessoa. O texto bíblico para tal afirmação é João 14.18.” Não vos deixarei órfãos; voltarei para vós“;
  • O Espírito Santo é uma influência impessoal, uma força ou uma energia, um sentimento avivado.

 

13) NOMES E SÍMBOLOS DO ESPÍRITO SANTO

A Bíblia é rica em linguagem simbólica. Essa linguagem serve para ajudar ou atrapalhar a compreensão, dependendo das circunstâncias e das pessoas. Para se compreender os símbolos é necessário interpretá-lo dentro do seu contexto de origem. O símbolo é uma figura, objeto, número ou emblema, cuja imagem representa, de modo sensível, uma verdade moral ou religiosa. No símbolo, um conceito abstrato recebe uma correspondência material e concreta, oferecendo quadros concretos de coisas abstratas:

  • Fogo (Is 4.4; Mt 3.11; Lc 3.16);
  • Vento (Ez 37.7-10; Jo 3.8; At 2.2);
  • Água (Ex 17.6; Ez 36.25-27; 47.1; Jo 3.5; 4.14; 7.38-39);
  • Selo (Ef 1.13; II Tm 2.19; II Cor 1.21-22);
  • Óleo ou azeite (I Sm 10.1; 16.13; Ex 30.25-30; I Rs 17.12-14);
  • Pomba (Lc 3.21-22; Gn 15.9);
  • Penhor (I Cor 1.22; Ef 1.13-14; Gn 24.22; I Jo 1.24);
  • Roupa, revestimento (Sl 132.9; Ez 16.10; Ap 19.8; Lc 24.49).

 

“Os símbolos oferecem quadros concretos de coisas abstratas”.

A Bíblia nos ensina que o Espírito Santo é, dentre as Pessoas da Trindade, aquela que atua diretamente no interior do homem e que zela pela Igreja do Senhor enquanto ela se encontra na dimensão terrena, ou seja, Ele acompanha o cotidiano do cristão.

 

14) O ALTRUÍSMO DOS DONS ESPIRITUAIS

Os dons espirituais são dotações e capacitações sobrenaturais que Jesus, por intermédio do Espírito Santo, outorga à sua Igreja, visando à expansão universal da sua obra e a edificação dos santos. Por intermédio deles, segundo o Espírito, o crente fala, conhece e age sobrenaturalmente.

 

a) Dons que manifestam o poder de Deus (poder).

  • Dom da Fé (1 Co 13.2; Mt 17.20; Mc 11.22-24; Lc 17.6);
  • Dons de Curas (Mt 4.23-25; 10.1; At 3.6-8; 4.30). Devido ao plural (dons) nos indica curas de diferentes enfermidades e sugere que cada ato de cura vem de um dom especial de Deus;
  • Dom de Operação de Milagres (Jo 6.2).

 

b) Dons que manifestam a sabedoria de Deus (revelação, saber).

  • Sabedoria (At 6.10; 15.13-22) e no caso do rei Salomão quando teve de julgar qual das mulheres era a mãe da criança (1 Rs 3.16-28);
  • Conhecimento (At 5.1-10; 1 Co 14.24,25);
  • Discernimento de Espíritos (1 Co 14.29; 1 Jo 4.1).

 

c) Dons que manifestam a mensagem de Deus (inspiração, manifestação verbal).

  • Dom de Profecia (Ef 4.11);
  • Dom de Variedades de Línguas (At 2.4-6; 1 Co 13.1; 1 Co 14.14-16);
  • Interpretação de Línguas (1 Co 14.6, 13, 26).

 

15) PROPÓSITOS DOS DONS ESPIRITUAIS

Os dons de Deus são dados para serem usados. Nós somos despenseiros da multiforme graça de Deus, e recebemos a ordem para sermos bons despenseiros (1 Pe 4.10):

  • São dons de serviço, cujo propósito primordial é edificar a Igreja (1 Co 14.26; Ef 4.12);
  • São altruístas, a serviço de outras pessoas (1 Co 12.7; 1 Pe 4.10);
  • São importantes para o progresso dos crentes (I Co 14.1-4) para torná-los mais produtivos (1 Co 12.7);
  • Promovem a unidade da Igreja (Ef 4.13, 1 Co 12.25) e a protege de falsas doutrinas (Ef 4.14);
  • Promovem a unidade social, pois a operação dos dons dinamiza a comunhão entre os crentes;
  • Glorificam a Deus (I Pe 4.11);
  • Promove a interdependência entre os membros, para que ninguém se julgue superior ou autossuficiente (1 Co 12.21,22);
  • Para que haja diversidade na realização da Sua obra (1 Co 12.4-6), atendendo a cada necessidade do Corpo de Cristo (Rm 12.4-8; 1 Co 12.17-20). 

“Se os ministros não derem crédito à obra do Espírito Santo, darão pedra em vez de pão ao seu rebanho”.  Abraham Kuiper, teólogo, político e educador holandês. 


Fonte: Apostila Curso Básico de Teologia do SETEM – Seminário Teológico Manancial. Elaboração: Pb. Ailton da Silva

Por: Ailton da Silva - 11 anos (Ide por todo mundo)

domingo, 23 de maio de 2021

Os patriarcas. Coincidências ou repetições da história? – Capítulo 2

continuação...

O preço pelo erro de Sara foi alto, pois presenciou inúmeras atitudes de Agar e Ismael que não foram bem compreendidas, mas os seus atos também não foram condizentes com sua posição de matriarca, uma vez que não demonstrou nenhum sinal de misericórdia quando pediu que Abraão despedisse sua serva e seu filho (Gn 21.10). A matriarca não teve misericórdia[1] de Agar e Ismael, mas Deus teve misericórdia dela e do filho.

Então este filho que tivera com Agar, a escrava, fruto da impaciência de Sara, não estava nos planos de Deus, tampouco os outros seis que teve com Quetura[2], após a morte de Sara.

Estranho é que quando se tratava de uma promessa de Deus colocaram obstáculos, porém quando os filhos já não faziam parte do plano Divino, a história se desenrolou sem problemas.

Abraão se considerou idoso antes do nascimento de Isaque, que já estava no auge dos seus quarenta anos e casado, mas não teve a mesma reação quando teve seus outros filhos com Quetura. Agora quem estava com idade avançada era Isaque e não o pai.

A promessa garantia, a partir de Abraão, o surgimento de uma grande nação, mas a principio temeu pelo cumprimento dela, haja vista todos os problemas e dificuldades que enfrentaram.

Abraão foi tirado do local onde tinha certa garantia de futuro. Aprendeu a viver na dependência de sua fé, essencial para o surgimento de uma nação forte, invencível e inabalável. Saiu pelo deserto sem mapa, sem pista, um verdadeiro desafio e com paciência alcançou a promessa (Hb 6.15).

O reconhecimento como grande nação, povo seleto, custaria caro aos patriarcas, não seria fácil chegarem a este estágio, por isso fora imputado por justiça a Abraão o fato de ter crido com veemência nas promessas de Deus, logo de princípio. O caminho seria longo e difícil, mas recompensador.

Quando então haveria o reconhecimento como povo exclusivo de Deus? Seria com Abraão e Sara, que aguardavam ansiosos pelo cumprimento? Nada mais justo receberem a promessa em vida? Depois de suportarem tamanha prova no sacrifício não consumado?

Ou o reconhecimento se daria pelas vidas de Isaque e Rebeca ou por seus filhos Jacó e Esaú, tão abençoados, um em Padã-Harã e outro em Canaã, separados devido as astúcias e enganos.

Talvez o reconhecimento viesse pela vida de Jacó, o que levou os hebreus ao Egito, a mando de José (Gn 46.1-6). Quem sabe não fosse o grande sinal para o cumprimento de tudo o que havia sido prometido ao primeiro patriarca, lá no passado?

A última esperança seria José, o que cuidou do povo no Egito enquanto estiveram como hóspede e eram bem vistos? O homem que de humilhado foi transformado em autoridade no Egito. Não era este o plano de Deus para o seu povo?

Ou seria com Moisés, o que retirou aquele povo do sofrimento no Egito, guiando-os até a terra que fora prometida a Abraão?

Estes três últimos patriarcas formaram o trio que contribui para o reconhecimento de Israel como nação. O primeiro levou os hebreus ao Egito, o segundo cuidou e o terceiro retirou para receberem o que havia sido prometido no passado a Abraão.

As gerações de Abraão, Isaque, Jacó e José não viram a glorificação do povo de Deus e tampouco seu reconhecimento pelas outras nações.

Mas em que momento da história da humanidade seria instalada aquela que se tornaria a grande nação de Deus?

A lógica seria imaginarmos um momento especial, diferente, nunca visto antes na Terra, para ser eternizado por todas as gerações futuras, tantos pelos hebreus quanto pelas outras nações. O cumprimento do plano de Deus estava em andamento. Deus se lembraria do seu povo que sofria em terras egípcias e enviaria o libertador.



[1] Segundo leis da época, Sara poderia tirar os direitos de Ismael e transferir para seu filho, caso concebesse filhos após.

[2] Abraão com Quetura tiveram seis filhos (Gn 25.1).

Por: Ailton da Silva - 11 anos (Ide por todo mundo)