continuação...
O preço pelo erro de Sara foi alto, pois
presenciou inúmeras atitudes de Agar e Ismael que não foram bem compreendidas,
mas os seus atos também não foram condizentes com sua posição de matriarca, uma
vez que não demonstrou nenhum sinal de misericórdia quando pediu que Abraão
despedisse sua serva e seu filho (Gn 21.10). A matriarca não teve misericórdia[1]
de Agar e Ismael, mas Deus teve misericórdia dela e do filho.
Então este filho que tivera com Agar, a
escrava, fruto da impaciência de Sara, não estava nos planos de Deus, tampouco
os outros seis que teve com Quetura[2],
após a morte de Sara.
Estranho é que quando se tratava de uma
promessa de Deus colocaram obstáculos, porém quando os filhos já não faziam
parte do plano Divino, a história se desenrolou sem problemas.
Abraão se considerou idoso antes do
nascimento de Isaque, que já estava no auge dos seus quarenta anos e casado,
mas não teve a mesma reação quando teve seus outros filhos com Quetura. Agora
quem estava com idade avançada era Isaque e não o pai.
A promessa garantia, a partir de Abraão,
o surgimento de uma grande nação, mas a principio temeu pelo cumprimento dela,
haja vista todos os problemas e dificuldades que enfrentaram.
Abraão foi tirado do local onde tinha
certa garantia de futuro. Aprendeu a viver na dependência de sua fé, essencial
para o surgimento de uma nação forte, invencível e inabalável. Saiu pelo
deserto sem mapa, sem pista, um verdadeiro desafio e com paciência alcançou a
promessa (Hb 6.15).
O reconhecimento como grande nação, povo
seleto, custaria caro aos patriarcas, não seria fácil chegarem a este estágio,
por isso fora imputado por justiça a Abraão o fato de ter crido com veemência
nas promessas de Deus, logo de princípio. O caminho seria longo e difícil, mas
recompensador.
Quando então haveria o reconhecimento
como povo exclusivo de Deus? Seria com Abraão e Sara, que aguardavam ansiosos
pelo cumprimento? Nada mais justo receberem a promessa em vida? Depois de
suportarem tamanha prova no sacrifício não consumado?
Ou o reconhecimento se daria pelas vidas
de Isaque e Rebeca ou por seus filhos Jacó e Esaú, tão abençoados, um em Padã-Harã
e outro em Canaã, separados devido as astúcias e enganos.
Talvez o reconhecimento viesse pela vida
de Jacó, o que levou os hebreus ao Egito, a mando de José (Gn 46.1-6). Quem
sabe não fosse o grande sinal para o cumprimento de tudo o que havia sido prometido
ao primeiro patriarca, lá no passado?
A última esperança seria José, o que
cuidou do povo no Egito enquanto estiveram como hóspede e eram bem vistos? O
homem que de humilhado foi transformado em autoridade no Egito. Não era este o
plano de Deus para o seu povo?
Ou seria com Moisés, o que retirou aquele
povo do sofrimento no Egito, guiando-os até a terra que fora prometida a
Abraão?
Estes três últimos patriarcas formaram o
trio que contribui para o reconhecimento de Israel como nação. O primeiro levou
os hebreus ao Egito, o segundo cuidou e o terceiro retirou para receberem o que
havia sido prometido no passado a Abraão.
As gerações de Abraão, Isaque, Jacó e
José não viram a glorificação do povo de Deus e tampouco seu reconhecimento
pelas outras nações.
Mas em que momento da história da
humanidade seria instalada aquela que se tornaria a grande nação de Deus?
A lógica seria imaginarmos um momento
especial, diferente, nunca visto antes na Terra, para ser eternizado por todas
as gerações futuras, tantos pelos hebreus quanto pelas outras nações. O
cumprimento do plano de Deus estava em andamento. Deus se lembraria do seu povo
que sofria em terras egípcias e enviaria o libertador.
Nenhum comentário:
Postar um comentário