1. SABEDORIA DIANTE DAS CALÚNIAS:
Porque se intimidar diante dos
opositores? Neemias tinha autorização para reconstruir os muros e os judeus já
confiavam em sua liderança. Sabia que ninguém poderia impedir aquela obra,
portanto não poderia perder tempo.
A sua resposta foi imediata
(2.20). Foi incisivo ao afirmar que se levantariam, edificariam e que a
oposição não teria parte, justiça ou memória na história da cidade.
Movidos pela inveja, os
inimigos não esperaram o início da obra para manifestaram-se como opositores. O
sucesso de Neemias poderia ser o fracasso de qualquer um deles.
Deveriam correr
contra o tempo, pois se iniciassem certamente a finalizariam, devido ao ânimo
do povo e a intervenção de Deus. A intenção era impedir que Neemias ganhasse
força diante do rei. A nação estava falida, oprimida e em autonomia política.
O plano era levantar falsas
acusações, interromper as obras e condenar todos a morte por
traição ao rei.
Neemias estava de posse de
cartas que autorizavam a reconstrução e se por isto foi possível convocar e
animar o povo, então partindo deste principio, quem estava realmente traindo as
ordens do rei? Não seriam os opositores?
2. MOTIVAÇÃO DE NEEMIAS
À SEUS LIDERADOS:
Logo na chegada Neemias entendeu que a sua luta não seria contra a carne
ou contra o sangue, muito com os opositores que se levantariam, mas sim deveria
lutar contra a apatia dos judeus, que era muito pior.
Como um líder sentiu a necessidade de motivar o coração daquele povo. Os
anos em que ficaram desprezados, solitários e sem esperanças foram suficientes
para minar a fé de todos, por isto era necessário que se sentissem importantes
no plano de Deus.
A sua preocupação não era apenas com a cidade, ainda que parecesse, pois
era evidente o enfraquecimento espiritual dos judeus e das suas futuras
gerações. Os opositores imaginavam que a reconstrução visava apenas proteção
para Jerusalém diante dos inimigos, mas na verdade Deus estava trabalhando
naqueles corações enfraquecidos de forma a proporcionar a oportunidade de
adentrar as dimensões espirituais.
Para dar exemplo aos demais, Neemias renunciou a privilégios que tinha
como governador (5.14) e conseguiu motivar o sumo sacerdote, os (3.1), os
sacerdotes (3.22,28), os ourives (3.8,31) e todos os moradores da cidade que se
envolveram na obra, deixando de lado suas desculpas, fraquezas e prioridades.
Somente os nobres de Tecoa se recusaram de participar da reconstrução do muro
(3.5).
3. DEDICAÇÃO TOTAL AO
TRABALHO:
De fato percebeu logo de inicio que a tarefa não seria fácil. A cena, de
destruição, por si só não seria motivo para desânimo, mas a situação do povo
sim era capaz de desanimar qualquer um que tentasse algo naquela cidade. A tudo
isto juntava-se ainda a ação dos inimigos que se levantaram após a proclamação
de seus intentos.
Mas como Neemias conseguiu atrair a atenção dos judeus e como foi capaz
de fazê-los sentirem a necessidade da mudança?
Talvez outros, com intenções que não a de beneficiarem os judeus,
tentaram em vão motivar os habitantes da cidade, mas faltou-lhes autoridade,
envolvimento e comprometimento com a obra, características estas vistas em
Neemias, quando dedicou-se integralmente, tornando-se exemplo para todos.
A ação maior deveria partir deles, o desejo de mudança deveria nascer
primeiro naqueles corações, por isto que o sucesso desta obra não pode ser
somente atribuído a Neemias, pois todos participariam e trabalhariam.
Desde o início dos trabalhos Neemias participou ativamente. Mesmo com a
autoridade constituída de governador não ficou somente olhando e esperando o
resultado. Sabia que deveria ser o exemplo para os demais. Como líder, sua
intenção era mobilizar o povo para o mutirão.
Neemias diagnosticou o
problema, incentivou o povo, colocou a mão na obra e nomeou cada pessoa para o
lugar certo. Os muros foram reconstruídos, as portas levantadas e a nação
restaurada em cinqüenta e dois dias
4. UNIÃO PARA OS FRACOS JUDEUS:
Sambalate e seus companheiros
utilizaram de todos os artifícios para impedirem o início da obra.
Ridicularizaram o esforço, criticaram a atitude (mudança), escarneceram e
zombaram da consistência do trabalho e tentaram abalar a auto-estima do povo (4.1-2).
Imaginavam que os judeus fossem reagir da mesma forma como eram
atacados, ou seja, com ira, ódio, agressões e desanimo, mas Neemias buscou a
Deus em favor do povo para que não caíssem nesta cilada, pois se reagissem,
conforme era esperado, a obra seria paralisada.
a) Respostas aos
críticos e temores dos opositores:
- “Que fazem estes fracos judeus”? Na verdade temiam o fortalecimento dos fracos judeus
- “Permitir-se-lhes à isso”? Os judeus estavam enfraquecidos? Mas por acaso a oposição era forte? Eles eram as raposinhas (4.3);
- “Sacrificarão”? Sim sacrificarão ao término da obra e com muita alegria (cap. 8 e 9; 12.43). O temor era o princípio resgate religioso;
- “Acabá-lo-ão num só dia”? Sabiam que o inicio precederia o término. Simplesmente estavam adiando temporariamente a derrota;
- “Vivificarão dos montões do pó as pedras que foram queimadas”? Temiam a transformação de toda a cidade.
A união era essencial para inicio
da obra. Quando Neemias se deparou com a situação do povo, certamente sentiu
ser possível a mudança, mas o trabalho seria árduo, porém seria fácil os opositores
incitá-los a divisão e confusão
Todas as criticas foram respondidas por Neemias em alto nível, não com
calorosas e inúteis discussões, mas sim com uma audaciosa oração (4.4,5). Esta
era a reação esperada de um verdadeiro líder.
Os grandes impérios do passado
fizeram uso de mão de obra escrava para construírem suas cidades e obras, mas
com Jerusalém ocorreu um fenômeno diferente, pois não foi por força ou muito
menos por violência, foi de coração (4.6).
5.
COMENTÁRIOS ADICIONAIS:
- O pensamento dos nobres era o seguinte: Se algo der errado mudamos para outros lugares levando nossos títulos. O povo que se vire e a cidade que continue em escombros;
- Neemias resgatou as genealogias dos que retornaram do exílio e trabalharam com ânimo. Estes eram os verdadeiros nobres da cidade;
- Sambalate, Tobias e Gesem mereciam algum tipo de citação? Neemias orou (2.20) para que eles não tivessem memória em Jerusalém;
- Neemias não queria meros expectadores, queria trabalhadores responsáveis.
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