INDEPENDÊNCIA OU MORTE? MORTE!
Mesmo diante de condições propicias para a obediência, o homem mostrou o seu lado fraco, fruto de sua natureza inclinada para o mal e não soube fazer uso da liberdade ora recebida, conhecendo, por isto, a dor do pecado.
A única orientação foi para que não se alimentassem da árvore do
conhecimento do bem e do mal, pois morreriam no mesmo dia[1], caso não obedecessem.
Eles entenderam a ordem de Deus, pois foram capazes de distinguirem o
permitido do não permitido. O problema não foi o ato de comer, inofensivo, mas
sim a aproximação à árvore, que estava ali, para servir de testemunha da
obediência e queda.
O caminhar materializou a desobediência do homem. O comer foi apenas
uma consequência da aproximação. Aquilo que foi comido não possuía nenhum poder
sobrenatural para trazer a morte. O veneno maligno do pecado foi visto no andar
do homem em direção a árvore e não propriamente no comer.
Aquela árvore produzia algo que poderia afetar a vida do casal, por
isso foram ordenados a não se alimentarem dela, pois ainda não estavam
preparados[2] para
as consequências.
No paraíso estavam protegidos do mal e na viração dos dias recebiam a
visita de Deus. Um dever ou um privilegio? O certo seria imaginarmos que o
inimigo não se atreveria a adentrar aquele lugar, haja vista a condição de
santidade, obediência e presença constante de Deus.
O PECADO ORIGINAL
E A QUEDA FATAL
O casal original, caso imaginasse a visita do inimigo, certamente o
aguardaria em sua aparência normal, pois desta forma seria facilmente
identificado e resistido, mas a astúcia foi tamanha que não perceberam o laço.
O inimigo do homem, enfim resolveu entrar em cena e como ainda não
havia sido manifesto o pecado na Terra, então resolveu usar a serpente, por não
ter ainda opções entre os humanos para usar. Sorrateiramente avistou
primeiramente a mulher e com muita sutileza conseguiu enganá-la. Em nenhum
momento precisou de força bruta, grosseria, gritaria ou ameaças, simplesmente
ganhou a confiança dela. Enfim chegou o momento da prova crucial e por ela o
homem demonstraria toda a sua fidelidade ou revelaria a sua natureza
pecaminosa.
Quando o inimigo percebeu que estava no controle daquela situação
lançou no coração dela a dúvida sobre a veracidade das palavras do próprio
Deus. Ele encontrou uma maneira muito sutil de dizer que o Criador havia
mentido. Que argumentos tão convincentes ele teve para garantir que ninguém
morreria?
Eva não demonstrou nenhuma reação, pelo fato de ouvirem que Deus havia
mentido. Era isto o que o Maligno precisava, para ter a certeza de que estava
caminhando a passos largos para o sucesso de sua empreitada, por isto deu a
cartada final.
A conversa parecia ser tão inocente, mas no fundo estava recheada de
astúcia. A curiosidade, soberba, dúvidas e a possibilidade de se tornarem
iguais a Deus, foram as armas letais utilizadas pelo Maligno.
Por um momento, gostaram do cheiro, do maravilhoso quadro pintado e da
bela embalagem do produto apresentado, mas quando abriram o pacote sentiram o
gosto amargo da desobediência e o resultado destrutivo foi irreversível.
O homem não teve noção da profundidade do abismo em que estava
entrando. Desejou mais do que era
permitido e perdeu o que havia recebido de graça.
Deus havia escrito a palavra perigo na embalagem daquele presente
maligno e também tinha colocado uma grande placa imaginária, com letras enormes
para não se aproximarem daquela árvore, mas a ânsia pela mudança impediu que
lessem os avisos.
A promessa de benefícios[3] foi
realmente tentadora, mas com ela veio o descontentamento, pois contemplaram a
limitação do corpo humano. Por um momento se imaginaram em condições
diferentes, alçando voo, atingindo estágio nunca antes imaginado, pelo menos
esta foi a garantia do Maligno. Sedução, argumentos enganosos, incentivos, à
desobediência, armadilhas. Como não perceberam o laço? A mesma droga que
apresenta o céu para o homem voar, não é capaz de apresentar a terra para o homem
aterrissar.
Há pouco tempo[4] no
paraíso, mas já possuíam experiência e conhecimento para não desobedecerem. O
direito à árvore da vida foi perdido no momento em que caminharam em direção a
outra árvore. Este foi o brado de independência do casal.
Continua....
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