10ª MURMURAÇÃO - MOTIVO: FALTA DE ÁGUA (novamente)
Foram cerca de
quatrocentos e trinta anos de permanência no Egito em regime de escravidão (Ex
12.41 cf Gn 46.5-6) e sofrimento. Depois foram mais quarenta anos de caminhada
no deserto, uma situação angustiante que parecia não ter fim (Nm 14.33-34; Dt
2.7; 8.2-4; 29.5; Js 5.6; At 7.36). Não tinha como não deixar transparecer a
insatisfação.
E o que dizer da
nova geração que nasceu em pleno deserto? Tinham a certeza do recebimento da
herança? Também estavam propensos a erros?
A nova geração
tomou conhecimento dos fatos ocorridos pré e pós-saída da escravidão, portanto
era inaceitável que duvidassem ou murmurassem, na verdade não havia motivos
para tal.
Moisés estava em
idade avançada, cansado da jornada e, por algumas vezes, não era mais senhor de
suas palavras. Será que havia chegado o momento da troca? Um sucessor teria
condições de dar continuidade em seu trabalho? Ao seu lado sempre esteve um
valoroso jovem, destemido e com todo vigor, mas ainda necessitava de mais
preparo e discipulado[1].
Moisés já havia
errado quando duvidou que Deus pudesse dar carne ao povo por um mês inteiro (Nm
11.21-22). Na mente dele, de onde sairia tantas ovelhas, vacas e peixes. Deus
não cobrou dele nesta oportunidade, mas a conversa seria diferente agora,
diante da murmuração do povo, que reclamaram pela falta de água.
A MURMURAÇÃO
Em Cades, o povo ficou sem água e
muitos aproveitaram a situação para murmurar contra Moisés e Arão,
representantes de Deus. Para piorar ainda mais, disseram que seria melhor se
tivessem sido todos consumidos juntos com os demais murmuradores nas ocasiões
anteriores.
Mas havia possibilidade de desagradarem a Deus ainda mais e conseguiram, pois reclamaram do lugar, chamaram de lugar mau e sem perspectiva. Sequer havia iniciada a exploração daquelas terras, como então chegarem aquela conclusão? Canaã, a terra da fartura, se aproximava.
“E não havia água para a congregação; então se congregaram contra Moisés e contra Arão. E o povo contendeu com Moisés, e falaram dizendo: Oxalá tivéssemos expirado quando expiraram nossos irmãos perante o Senhor! E por que trouxestes a congregação do Senhor a este deserto, para que morramos ali, nós e os nossos animais? E por que nos fizestes subir do Egito, para nos trazer a este lugar mau? Lugar não de semente, nem de figos, nem vides, nem de romãs, nem água para beber (Nm 20.2-5).
Um pouco antes desta murmuração, presenciaram a morte de Miriã e logo após
este episódio se depararam com outro funeral, o de Arão. Desta forma o trio que
trabalhou junto, antes mesmo da saída do Egito, foi desfeito.
O período
compreendido entre o sepultamento de Miriã e Arão foi possível contemplar
aquele que foi o maior erro de Moisés. Teria sido este erro, porventura fruto
das perdas dos irmãos? Quem sabe isto não tenha abalado a estrutura do grande
líder de Israel na caminhada.
De todos os erros do povo e de Moisés,
este foi o mais grave e decisivo, pois interferiu em seu futuro. A ordem foi
para falar à rocha e não bater enfurecido nela.
A sua impaciência foi uma reação de
momento, devido à pressão a que estava sujeito por causa das críticas do povo,
no entanto esta sua atitude revelou uma pequena falta de fé na suficiência de
Deus.
continua...
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