c) A viúva certa, no local e hora certa:
Uma viúva gentia
contribuiu para a continuidade do plano divino. Uma frágil mulher socorreu um gigante
espiritual. O que possuía era insignificante, mas colocou Deus em primeiro
lugar (Mt 6.33).
Uma filha de
Baal, assim poderia ser rotulada a viúva de Sarepta, a mulher certa, na hora
certa que foi notada pela pessoa certa. Naquele lugar Deus ordenou a benção e a
vitória para todo o sempre para a sua família.
Um belo dia, pela
manhã, acordou e contemplou o seu filho faminto. O que fazer? Clamar? Gritar? Pedir
ajuda para outros que enfrentavam a mesma situação? O que poderia esperar de
Baal? Aquela inerte estátua! Outro deus ainda não conhecia, mas estava prestes
a conhecer e não demoraria.
De repente sentiu
algo estranho, uma presença diferente, um sentimento novo, ouviu uma voz mansa
e suave que lhe dizia: “Sustente o meu servo” (I Rs 17.9). Achou normal ou
fruto da variação provocada pela fome, mas guardou aquilo no coração,
imaginando que nunca aconteceria. Por que logo com ela? Em Israel havia muitas
outras tantas viúvas (Lc 4.25). Por que uma estrangeira?
Do céu ouviu o
chamado e deu crédito. Acordar e ver seu filho morrendo aos poucos de fome, que
tristeza! Mas esperar o que? Um profeta (I Rs 17.10) ou um homem de Deus
aparecer em sua frente?
Ela creu nas
palavras do profeta e serviu água e pão, conforme o pedido de Elias. O seu último
estado, de sofrimento, foi transformado no principio de bênçãos ainda maiores
(I Rs 17.16, 23).
Um copo de água e
um pedaço de pão do tamanho da mão de uma mulher, sinal de chuva de bênçãos,
este foi inicio da transformação radical na vida da desiludida filha de Baal,
que certamente deve ter sentido a diferença (I Rs 17.24) entre a divindade
inoperante fenícia e o verdadeiro e único Deus.
d) Uma estrangeira no plano de Deus:
Deus ordenou que Elias se deslocasse até
Sarepta, pois era para sair do território controlado pelo rei Acabe. Naquela
cidade, seria usada uma mulher que não era israelita, um instrumento incomum,
uma viúva sem posição social, sem influência ou poder, que estava prestes a
morrer de fome.
Aquela viúva, que ninguém conhece sua
história, foi escolhida por Deus dentre milhares, para fazer cumprir seu
projeto soberano (Lc 4.25-26). Era uma gentia que contribuiu para a construção
e desenvolvimento do plano divino.
Em sua chegada em Sarepta, Elias teve uma
surpresa negativa, pois avistou a viúva apanhando lenha na entrada da cidade,
solitária, já que não possuía ninguém que pudesse ajudá-la. Que abalo na fé do
profeta? Uma viúva solitária, sem recursos, com um filho, como poderia
sustentá-lo? Ele estava andando por fé e não por vista (II Co 5.7).
Esta providência divina antecipou o que o
apóstolo Paulo escreveria algum tempo depois. As coisas loucas seriam usadas
para confundir os sábios e os fracos seriam usados para confundir os fortes (I
Co 1.27). Um gigante espiritual ajudado por uma frágil, viúva e pobre.
O ambiente era estranho, os personagens
envolvidos eram duvidosos, a situação de ambos eram embaraçosas, mas Elias não
duvidou e confiou.
Logo na chegada pediu água para a mulher,
de forma educada pediu também um bocado de pão. Em nenhum momento tentou se
aproveitar da situação.
A viúva sabia que o profeta era
israelita, pois não foi a toa que disse: “vive o Senhor teu Deus”. Fez a sua
parte, cumpriu seu dever.
Como era estranha aquela situação. Como
Elias lidou com aquilo, afinal estava frente a uma mulher que sofria, junto com
muitos, pela seca, ora profetizada por ele mesmo.
E aquela mulher poderia ser julgada pelos
seus vizinhos que a poderiam acusar de estar trazendo a maldição de Baal sobre
Sarepta.
continua...
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