a) O primeiro erro de Moisés:
Pura demonstração de incredulidade de
quem poderia ter sido chamado de pai na fé de todos os hebreus. Quem foi o
primeiro que demonstrou interesse, fé e confiança nas promessas de Deus?
Bastava falar a rocha, mas em um momento de pura infelicidade e descuido
doutrinário, abriu as portas para questionamentos, dúvidas e instigou o povo à
revolta. De certo esta não foi sua intenção.
“Porventura tiraremos água desta rocha
para vós?” Uma infeliz declaração (Nm 20.10), uma questão que poderia ser
resolvida sem maiores prejuízos. Alguém poderia sim fazer brotar água da rocha
e este alguém não era da Terra.
b) O Segundo erro de Moisés:
“Porventura
tiraremos água desta rocha para vós?” Quem sabe, talvez. O certo é que a água
brotaria da rocha. O egoísmo e petulância de Moisés ficaram evidentes nesta sua
declaração, pois no seleto grupo da Trindade não tem espaço para a inclusão do
homem.
Moisés trouxe
para si uma autoridade e poder que não lhe pertenciam, jamais poderia ter se
auto incluído entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
Disse Deus um
dia: “Façamos o homem”, em outro dia disse: “desçamos e confundamos”, isto
prova que em momento nenhum coube ou foi usada a palavra “porventura faremos ou
porventura desceremos e confundiremos”.
c) O terceiro erro de Moisés:
Será que Moisés
estava tentando tirar a glória que deveria ser toda e exclusiva para Deus? Este
seu erro crucial que lhe custaria muitas lágrimas. Feriu a rocha por duas vezes
e saiu a tão desejada água, porém não houve muito tempo para comemorações.
Como Moisés feriu
a rocha? Alegre, com fé, aliviado? Ou irado, desconfiado e atribulado pela
pressão? Na primeira ocasião, quando houve falta de água, obedeceu à risca as
ordens de Deus (Ex 17.5-6), por que então se portou desta maneira? Ainda mais
diante daquele simbolismo divino, pois aquela rocha era uma figura de Cristo (1
Co 10.4). Era a segunda vez que aparecia diante deles, para prestar socorro, para
ajudar, para dar o livramento.
Se clamassem,
ouviriam do céu: “Haja água” e haveria. Era para Moisés ter usado sua voz e não
o seu cajado. O que deveria ser um momento de cura, pois aquela água teve a
função de sarar, se tornou o principio das dores para o líder.
Era momento de
clamor, mudança de vida, demonstração de fé. O erro foi percebido e deveria ser
corrigido. Os encarregados desta tarefa já estavam dispostos a iniciarem o
momento de humilhação diante de Deus, pois a situação poderia piorar.
Era hora de
mostrar seu caráter e amor pelos hebreus. Será que ainda tinha forças para mais
um clamor? Será que tinha ao seu lado alguns valentes para esta batalha? Será
que havia chegado o momento da troca do líder? Haveria alguém que preenchesse
os requisitos?
Não era ainda a
hora do aparecimento da figura do sucessor. O tempo de Moisés ainda não havia
terminado, mesmo com seus erros e surtos (Nm 11.21-22).
Deus chamou
Moisés para a obra e não tinha cabimento ficar ali parado, diante do povo,
chorando pelo leite derramado.
Deus não queria
um príncipe para liderar o seu povo até a Terra Prometida, por isto tirou
Moisés do meio da realeza egípcia bem antes de dar início ao seu plano.
Também não queria
que um prisioneiro liderasse Israel, pois os hebreus não o aceitariam, por isto
permitiu a fuga de Moisés após o assassinato (Ex 2.12).
Para a missão de
liderar Israel não era preciso a figura de um soldado, guerreiro e valentão,
por isto Deus fez Moisés desaprender tudo o que havia aprendido no Egito em termos
de tática de guerra e defesa pessoal.
Deus queria um
pastor amoroso, por isto foi necessário que Moisés saísse primeiro do Egito
para conhecer e sentir de longe as dores de seu povo para então voltar com todo
o gás a fim de liderar a grande saga dos hebreus.
Se o grande líder
de Israel fosse um príncipe, certamente sairia atrás de seus súditos e
aproveitaria os últimos momentos de mordomia. Se fosse um prisioneiro sem
perspectivas, facilmente arrumaria suas malas e voltaria para seu antigo lugar
de sofrimento, tal como os hebreus desejaram em várias oportunidades. E se
fosse um soldado valentão, fatalmente se armaria e sairia em batalha contra o
invisível e perderia.
Ou na pior das
hipóteses poderia ter aceito a proposta feita por Deus, para a partir dele
fazer uma outra nação (Ex 32.10) e eternizar seu nome. Qualquer um teria
aceitado.
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