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sexta-feira, 25 de julho de 2014

Gerados pela Palavra da verdade - plano de aula

TEXTO ÁUREO
Sendo de novo gerados, não de semente corruptível, mas da incorruptível, pela palavra de Deus, viva e que permanece para sempre (1Pe 1.23).

VERDADE PRÁTICA
Somente aqueles que foram gerados pela Palavra da Verdade são guiados pelo Espírito Santo.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE – Tg 1.9-11,16-18.
9 - Mas glorie-se o irmão abatido na sua exaltação,
10 - E o rico em seu abatimento; porque ele passará como a flor da erva.
11 - Porque sai o sol com ardor, e a erva seca, e a sua flor cai, e a formosa aparência do seu aspecto perece; assim se murchará também o rico em seus caminhos.
16 - Não erreis, meus amados irmãos.
17 - Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança, nem sombra de variação.
18 - Segundo a sua vontade, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como primícias das suas criaturas.

PROPOSTA
          Os pobres gerados pela Palavra foram inseridos na igreja;
          Riqueza x ricos: a dificuldade para se desprender é grande;
          Na família de Deus há lugar para todos (justificados);
          Não podemos dar ouvidos a voz da concupiscência;
          Vida espiritual: relacionamento livre e sincero com Deus;
          Não há sombra de variação no Pai das luzes;
          Deus nos gerou pela Palavra da verdade;
          Fomos gerados e enxertados pela Palavra que salva;
          A salvação é a maior benção de Deus para a humanidade.

INTRODUÇÃO
Na lição de hoje vamos estudar acerca da qualidade relacional da igreja nos diversos níveis de interação entre pessoas geradas pela Palavra. Veremos a Epístola de Tiago apontando as distorções sociais que podem existir em um ambiente eclesiástico ou de convivência entre irmãos. A nossa perspectiva é a de que possamos nos relacionar com o outro independente da sua condição econômica e social. Ligados, sobretudo, pelo Evangelho.

O ideal seria uma igreja livre dos problemas relacionais, fossem eles de ordem financeira ou sociais, porém estamos de frente com dificuldade diárias e constantes que teimam em abalar a comunhão no Corpo de Cristo. Para que isto não venha a acontecer, devemos nos espelhar em Cristo e imitá-lo (1 Co 11.1), para assim não abrimos brechas para o Maligno. Jesus em seu ministério terreno sempre abraçou os pobres, ricos, doentes, sadios sem distingui-los, porque não podemos fazer o mesmo? O difícil, para nós, é lidarmos com esta variação, ora bom, ora vingativo, ora parcial. Em Deus não vemos tal situação, pois Ele é bom e pela sua sabedoria faz o bem até mesmo para nos reconciliar consigo mesmo.

Corremos sério perigo por não sabermos lidar com as nossas emoções e situações. Facilmente ficamos propensos à inveja ou ao orgulho, respectivamente males provenientes da pobreza ou da riqueza, caso não sejamos vigilantes.

I. A RELAÇÃO ENTRE OS POBRES E OS RICOS DA IGREJA (Tg 1.9-11)
1. Os pobres na Igreja do primeiro século. 
Do ponto de vista social, a pobreza exclui o ser humano dos direitos básicos necessários à sua subsistência. Não é difícil reconhecer que a Igreja do primeiro século era constituída por duas classes sociais: a dos pobres e a dos ricos, tendo evidentemente mais pobres em sua composição. Uma vez que não podemos fazer acepção de pessoas (Rm 2.11; Cl 3.11), os pobres daquela época, que foram gerados pela Palavra e inseridos no corpo de Cristo — a Igreja — tinham motivos de alegrar-se no Senhor, pois além do novo nascimento, eles eram acolhidos pela igreja local (Gl 2.10).

Apanhamos constantemente na vida em todas as esferas sociais, família, trabalho, escola/faculdade, o bom seria nos sentirmos bem e felizes no seio da igreja, o lugar de iguais, que não se rendem ao indiferentismo. Agora somos um em Cristo, gerados pela Palavra da verdade e inseridos no Corpo de Cristo, portanto não há motivos para deixarmos que os abismos sociais interfiram em nossa comunhão.

Quando os irmãos de José foram reconhecidos por ele, havia uma grande distância entre eles, mas que foi facilmente transposta pelo único, que mesmo na riqueza, tratou seus irmãos pobres com o mesmo amor e igualdade. Naquele momento no Egito havia 1 no trono e 10 na lona, mas o bonito da história é que eles formaram o grupo dos 11 iguais.

Na igreja primitiva havia pobres e ricos, que não se isolavam em grupos, tampouco eram segregados, pois todos tinham consciência que eram lavados pelo Sangue de Jesus, por isto não permitiam esta mazela social entre eles.

2. Os ricos na Igreja Antiga. 
Por vezes, os ricos são identificados na Bíblia como judeus proprietários de muitos bens e que negligenciavam as obrigações que pesam sobre os que desfrutam de tal condição (Lv 19.10; 23.22,35-55; Dt 15.1-18; Is 1.15-17; Mq 6.9-16; 1Tm 6.9,17-19). Por cuja razão, e pelas suas atitudes, eles eram frequentemente repreendidos pelas Escrituras (Am 3.10; Pv 11.28; 1Tm 6.17-19; Lc 6.24; 18.24,25). Os ricos e abastados têm a tendência a desenvolverem a arrogância, a autossuficiência e a postura de senhores poderosos, que pensam poder comprar as pessoas a qualquer preço. As Escrituras são claras em afirmar que o Reino de Deus não pode ser comprado por dinheiro algum. É possível o irmão rico ser gerado pela Palavra e tornar-se um filho de Deus? Sim, claro (Lc 18.25-26). Porém, ele pode encontrar maior dificuldade para desprender-se de suas riquezas (Mt 19.23-26, cf. v.11). É imprescindível que os mais abastados compreendam que após entregarem-se a Cristo, obedecerão ao mesmo Evangelho a que os irmãos pobres submetem-se. Aqui, torna-se ainda mais clara a verdade bíblica: para Deus não há acepção de pessoas (Rm 2.11; Cl 3.11).

É fácil encontrarmos na igreja moderna grandes empresários, proprietários de terras e imóveis, profissionais liberais, pessoas bem sucedidas na vida, que estão muito preocupadas com a própria subsistência, nada de extraordinário nisto, a não ser que tais estejam lutando contra um sentimento muito peculiar naqueles que possuem recursos infinitos e que estão nas mãos do Maligno, o orgulho, que é o grande perigo que ronda as riquezas. Este sentimento nasce a partir do momento que a consciência do ter e poder invadem o coração do homem. O poder de decidir, resolver, influenciar, comprar pessoas ou a certeza da autossuficiência, alimentam a ganancia e tais agem de forma a manter este suposto poderio e posição acima dos outros.

Na igreja primitiva havia também grandes proprietários de terra e de imóveis que, ao abraçarem a fé, vendiam tudo e depositavam o dinheiro aos pés dos apóstolos.

3. Perante Deus, pobres e ricos são iguais. 
A igreja local deve receber a todos no espírito do Evangelho, isto é, como membros da família de Deus, pois através da salvação em Cristo, independentemente da condição social, todos têm a Deus como Pai (Rm 8.14), e a Jesus como irmão (Lc 8.21). Somos coerdeiros, juntamente com Cristo, de uma herança eterna (1Pe 1.4), pertencentes à santa família de Deus (Ef 2.19) e cidadãos de um reino imutável (Hb 12.28). Na família de Deus há lugar para todo ser humano justificado por Cristo. Portanto, o irmão pobre e o irmão rico não devem se envergonhar de suas condições sociais. Se o Evangelho alcançou seus corações, o rico saberá biblicamente o que fazer com a sua riqueza. E o pobre, de igual forma, como viverá sua pobreza. O importante é que Cristo em tudo seja exaltado!

Deus olhou dos altos céus e não viu um diferente sequer na terra, pois aos seus olhos somos todos iguais, sejam brancos, negros, magros, gordos, ricos, pobres, lideres ou liderados, sadios, doentes, pastores, membros, grandes dizimistas, pequenos ofertantes, judeus ou gentios. Seria possível vermos uma igreja diferenciando pessoas? Talvez por intermédio de uma patética cobrança de indulgencias, em pleno século XXI, seria possível seria possível vermos esta aberração em nosso meio, haja vista, que alguns fariam das tripas coração para atingir status.

II. DEUS SÓ FAZ O BEM (Tg 1.16,17)
1. Não erreis (v.16). 
Com essa advertência o meio-irmão do Senhor não está afirmando a doutrina da “santidade plena” ou perfeccionista: a de que o homem, uma vez remido, não mais pecará. Tal palavra tem como propósito conclamar o crente a não dar ouvidos à “voz” da concupiscência carnal. Recapitulando a mensagem dos versículos 12 a 15, que tratam do tema da tentação, os versículos 9 a 11 formam uma introdução ao tema da tentação, ao passo o que versículo 16 é uma advertência para os crentes não se curvarem aos desejos imorais e infames do mundo, pois Deus é a fonte de tudo o que é bom. Logo, não podemos dar crédito àquilo que é mau.

“Não erreis”, uma afirmação contundente do escritor que em nenhum momento fez alusão ao perfeccionismo ou de santidade plena, pregado e garantido por muitos na atualidade. O mesmo já havia sido manifesto pelo apóstolo Paulo quando escrevia aos crentes de Filipos (Fp 3.11-14) descrevendo, sem nenhuma reserva, a sua situação espiritual, mesmo que houvesse uma má interpretação por parte de muitos quando lessem sua carta. Ele afirmou que ainda não havia alcançado a o seu maior objetivo, declarando bombasticamente que não era perfeito, mas deixou claro que devia prosseguir para o prêmio da soberana vocação, conselho valiosíssimo para a igreja.

2. Todo dom e boa dádiva vêm de Deus. 
Um dom de Deus, como a sabedoria que torna uma pessoa espiritualmente madura (v.4), não pode ser recebido pelo crente através de esforço humano. Quem o distribui é Deus. Este dom é fruto da graça do Pai para nós. Num tempo onde o ascetismo religioso tende a tirar o foco da glória de Deus e da sua benignidade, tornando o ser humano “digno” do céu, precisamos lembrar que a nossa vida espiritual não depende de disciplinas humanas para receber dádivas de Deus. Depende de um relacionamento livre, espontâneo e sincero com o Pai das Luzes mediante o seu Filho, Jesus Cristo, e na força do Espírito Santo.

O objetivo de Deus é tornar sua igreja madura espiritualmente para assim prosseguir avante vencendo e resistindo ao Maligno, porém o que falta às vezes, é a consciência de que este amadurecimento, via sabedoria de Deus, não é alcançado através de esforços humanos, certamente para que ninguém venha se gloriar disto um dia. Enquanto uns tentam nos empurrar este conceito “goela abaixo”, outros ainda esperam em Deus e continuam pedindo a Ele a sabedoria divina.

3. A origem de tudo o que é bom está no Pai das Luzes. 
Ao escrever que “toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto”, Tiago declara que apenas as boas virtudes vêm de Deus. Não há sombra de variação no Pai das Luzes, isto é, nEle não há momentos de trevas e outros de luzes. Só há luz. Ele não muda e é bom! Não faz o mal aos seus filhos (Lc 11.11-13). Infelizmente, muitos têm uma visão turva de Deus como se Ele fosse um carrasco pronto a castigar-nos na primeira oportunidade. Não devemos falar sobre o Pai desta maneira, lembremo-nos do ensinamento joanino que fala sobre sermos defendidos e advogados por Jesus, o Filho de Deus (1Jo 2.1,2).

Não há sombra de variação em Deus, há em nós, que não conseguimos manter uma regularidade em nossas ações e principalmente em nossas reações. Deus falou está falado, fez está feito, determinou está determinado, concedeu está concedido, abençoou está abençoado. Seria uma frustração sem precedentes para todos nós se recebêssemos algo da parte de Deus sem a garantia de que Ele se arrependeria e nos tiraria momentos depois. Seria um tal de “dá e toma” que nos levaria a loucura. Estas variações no humor é algo característico humano, jamais poderá atingir o Pai das Luzes.

III. PRIMÍCIAS DE DEUS ENTRE AS CRIATURAS (Tg 1.18)
1. Algo que somente Deus faz. 
A regeneração é um milagre proveniente do Pai das Luzes, segundo a sua vontade (v.17). Foi Ele que nos gerou pela Palavra da Verdade. Ser gerado de novo é uma ação realizada exclusivamente pelo Pai das Luzes através do Santo Espírito. Ele limpa o homem dos seus pecados (Is 1.18), dando-lhe perdão e implantando-lhe um novo caráter. Aqui, acontece o que o nosso Senhor falou aos seus discípulos: “Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada” (Jo 14.23). O Pai é a fonte de nossa vida espiritual (Jo 1.12,13).

O “nascer de novo”, um grande presente de Deus dado a nós, se torna o divisor de águas de nossa existência nesta dimensão carnal. Nenhuma ação humana pode ser comparada com esta dádiva divina, mesmo que alguns queiram ou teimem neste que se torna o maior erro dos homens.

2. A Palavra da Verdade. 
Naqueles dias, parte da igreja estava dispersa, sofrendo muitas tribulações. Para superá-las era preciso uma inabalável convicção de que, apesar das lutas, ela não havia deixado de ser as primícias do Senhor entre as criaturas. Por esse motivo, Tiago enfatiza a expressão “Palavra da Verdade”. Fomos gerados e enxertados pela Palavra que salva a nossa alma (v.21). Assim, a despeito de todas as circunstâncias difíceis da vida, podemos aplicar essa verdade afirmando que somos filhos de Deus, as primícias entre as criaturas do Senhor.

O inicio da igreja foi marcado pela perseguição e dispersão, motivo pelo qual havia necessidade de uma ligação que fortalecesse os laços entre os membros. A certeza da salvação e da presença de Jesus entre os que abraçavam a fé era evidente, mesmo porque era muito raro, para não dizer, quase zero o número dos que negavam a fé para salvarem suas vidas. Tiago deixou bem claro que diante desta situação calamitosa era necessário continuarem firmes, pois faziam parte das primícias do Senhor, portanto não havia o que temerem. A Palavra da verdade os havia enxertado no Corpo de Cristo, tal como nós fomos.

3. O propósito de Deus. 
A salvação é a maior bênção de Deus para a humanidade. O propósito divino não é primeiramente abençoar o crente com bênçãos materiais, mas fazer dele primícias de suas criaturas: os salvos pela graça mediante a fé (Ef 2.8). No Antigo Testamento, as primícias eram a colheita do melhor fruto (Lv 23.10,11 cf. Êx 23.19; Dt 18.4). Ao referir-se às primícias, Tiago dizia aos primeiros irmãos, notadamente judeus, que eles foram escolhidos como primícias do Evangelho. Os primeiros de muitos outros que Deus havia começado a colher. Alegre-se no Senhor! Você faz parte das primícias da sua geração. Escolhido por Deus e nomeado por Ele para proclamar as virtudes do Senhor neste mundo.

Os primeiros que abraçaram a fé fizeram parte de um seleto grupo, não tão mais importante por isto, ficaram conhecidos como as primícias do Senhor, os primeiros a serem usados para propagação do Evangelho para que outros fossem alcançados pela Palavra.

CONCLUSÃO
Inseridos no processo de aperfeiçoamento espiritual, sofremos os mais diversos tipos de provações, independentemente de nossa posição social, econômica e cultural. Tais situações aperfeiçoam-nos e amadurecem-nos como pessoas. Quando alguém é gerado pela Palavra da Verdade, ele é chamado pelo Pai a viver o Evangelho em fidelidade. Não podemos nos esquecer do nosso maior desafio: fazer o Evangelho falar num mundo dominado por relacionamentos distorcidos. Somos o Corpo de Cristo, a Igreja de Deus: a coluna e firmeza da verdade (1Tm 3.15).

OBJETIVOS DA LIÇÃO – FORAM ALCANÇADOS?
·         Foram chamados para fazerem parte da igreja.
·         Toda boa dádiva bem de Deus.
·         Igreja: primícias de Deus entre as criaturas.
  
REFERÊNCIAS
Bíblia de estudo aplicação pessoal. CPAD, 2003.

Bíblia de Estudo Temas em Concordância. Nova Versão Internacional (NVI). Rio de Janeiro. Editora Central Gospel, 2008.

Bíblia Sagrada. Nova tradução na linguagem de hoje. Barueri (SP). Sociedade Bíblica do Brasil, 2000.

Bíblia Sagrada – Harpa Cristã. Barueri, SP. Sociedade Bíblica do Brasil, Rio de Janeiro. Casa Publicadora das Assembleias de Deus, 2003

Por: Ailton da Silva - Ano VI (desde 2009)

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