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quinta-feira, 31 de março de 2022

Prefiro murmurar no deserto. As dez murmurações do primogênito. Capítulo 11


Os hebreus se julgavam e tinham, a princípio, o direito de se considerarem escolhidos e privilegiados, pois desde que foram ouvidos, atendidos e oficializados como povo eleito de Deus, acumularam cinco grandes motivos para pensarem desta forma:

  • A chamada: Abraão foi chamado e separado dentre os idólatras (Js 24.2), para se tornar pai de uma grande multidão. Foi guiado até uma terra distante, onde Deus com mão forte o protegeu, por isto os hebreus pensavam que seriam guiados sem problemas até Canaã, porém não agiram como o fiel patriarca, que nunca reclamou dos obstáculos;
  • A promessa: A intenção de Deus era separar para si um povo, para adorá-lo e servi-lo. A promessa foi feita a Abraão e depois confirmada, pela ordem ao filho Isaque, ao neto Jacó, aos doze bisnetos e por fim aos hebreus, antes e depois de saírem do Egito. Imaginavam que chegariam em Canaã sem muitos problemas;
  • A trajetória: Tomaram por base a trajetória de José, que vendido como escravo foi exaltado depois do sofrimento, ficando somente abaixo de Faraó. Imaginavam que passariam pelo mesmo processo e seriam exaltados logo após o fim da escravidão. O preço da caminhada no deserto já havia sido pago por Abraão, Isaque, Jacó e seus filhos;
  • A escravidão e libertação: Israel enfrentou momentos de aflições e dores durante a escravidão no Egito. Uma sensação de abandono, pois durante este período não houve nenhuma manifestação de Deus, porém quando Moisés foi enviado para levá-los a Terra Prometida se alegraram novamente com a certeza de que não estavam esquecidos;
  • Operações de milagres e maravilhas: Os milagres operados no Egito e em pleno deserto serviu para aumentar a fé dos hebreus. Acreditavam por isto serem privilegiados, pois nunca houve notícias de nações sendo visitadas ou abençoadas, em tão curto espaço de tempo.

Os hebreus saíram do Egito e viram grandes maravilhas operadas por Deus no deserto, porém não entraram em Canaã. As murmurações no deserto impediram que entrassem na Terra Prometida.

Mesmo diante das murmurações, Deus não permitiu que interrompessem a caminhada ou que retornassem ao Egito, como desejaram alguns. A esperança era que neste meio tempo pudesse haver um concerto coletivo, que lhes daria a oportunidade de alcançar o prêmio da soberana vocação. 

“Não voltará para a terra do Egito, ...” (Os 11.5).  “Eu te conheci no deserto, em terra muito seca” (Os 13.5). 

Esta foi a saga do povo que durante quatrocentos e trinta anos permaneceu no Egito escravizado, mas que um dia foi agraciado, com a audição de seu clamor.

Recepcionaram um dos maiores profetas já levantados na face da terra, Moisés, que os guiou pelo deserto até as portas de Canaã.

As dez murmurações, os dez clamores e os dez livramentos caracterizaram e deram vida, através dos tempos, ao que consideramos os momentos da maior demonstração da justiça de Deus, pois somente recebeu a bênção aqueles que de fato mereceram.

Canaã era uma terra idólatra, imoral e injusta, por isto Israel deveria eliminar todos os ao entrarem em seus limites, para que não fossem contaminados pelas abominações.

Se depararam com uma cultura estranha, rituais religiosos e com as riquezas que foram deixadas por aqueles que fugiram ou morreram na batalha, no entanto nada disto poderia ser absorvido, pelo contrário, deveria ser eliminado todo e qualquer foco de abominação daquele povo.

No entanto não cumpriram as ordens de Deus e se misturaram com o que havia sobrado dos cananeus. Este foi o princípio das dores dos hebreus, o povo escolhido, em sua Terra Prometida. 

“Para que eu veja os bens de teus escolhidos, para que eu me alegre com a alegria do teu povo, para que me regozije com a tua herança” (Sl 106.5).

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Geografia Bíblica. Rio de Janeiro . CPAD, 1987.

Bíblia de aplicação pessoal 

Bíblia Sagrada: Nova tradução na linguagem de hoje. Barueri (SP). Sociedade Bíblica do Brasil, 2000. 

COPE, Landa L. Modelo Social do Antigo Testamento: redescobrindo princípios de Deus para discipular as nações. Traduzido por: Andréa Aparício Ribeiro. Almirante Tamandaré JMÍ. Gráfica & Editora Jocum Brasil, 2007. 

GRENZER, Matthias. Do clã de Jacó ao povo de Israel (Ex 1,1-7). Disponível em: http://revistas.pucsp.br/index.php/culturateo/article/view/15573. Acesso em 03 de agosto de 2014 

HENRY, Matthew. Comentário Bíblico do Antigo Testamento - vol 1 - Gênesis a Neemias. 

História do povo judeu. Faculdade de teologia Hokemah. São Luís, 2004. 

JOSEFO, Flávio. A história dos hebreus de Abraão a queda de Jerusalém. Traduzido por Vicente Pedroso 

MACEDO, Edir. A fé de Abraão. Rio de Janeiro. Editora Universal, 2001. 

MACKINTOSH, C. H. Estudos sobre o livro de Êxodo. 

OLIVEIRA, Admilson. Piedade e a fé de seus pais. Disponível em: http://ministerioemfoco.blogspot.com/2011/07/moises-piedade-e-fe-do-seus-pais.html. Acesso em: 01 de ago. 2011. 

Schultz, Samuel J. A história de Israel no antigo testamento. 

Silva, Antônio Gilberto da. A Bíblia através dos séculos: uma introdução. Rio de Janeiro. Casa Publicadora das Assembleias de Deus, 1986. 

Por: Ailton da Silva - 12 anos (Ide por todo mundo)

quarta-feira, 30 de março de 2022

Grandes verdades em poucas palavras - 0055



“A humildade é o selo de autenticidade da sabedoria”. Jeremy Collier

“A modéstia é o distintivo da sabedoria”. Matthew Henry

“A sabedoria abre os olhos tanto para as glórias do céu quanto para o vazio da terra”. J. A. Motyer

“A convicção de ignorância é a porta de entrada do templo da sabedoria”. C. H. Spurgeon

“Grande parte de nosso cristianismo atual está encharcada de sentimentos, mas desprovida de sacrifícios”. Frank Farley

“Deus está procurando pavios para queimar. O óleo e o fogo são gratuitos”. J. Hudson Taylor

“Na criação, Deus nos mostra sua mão; na salvação, seu coração”. Anônimo

“Deus nunca salva um espectador”. Robert Brown

“Santidade é o hábito de estar de comum acordo com Deus”. Anônimo

“Santidade é desinteresse por nós mesmos”. F. W. Faber

“Santidade é uma constelação de virtudes”. Thomas Boston

“Uma pessoa santa considera seus pecados como aqueles que crucificaram seu Salvador”. 


Por: Ailton da Silva - 12 anos (Ide por todo mundo)

terça-feira, 29 de março de 2022

Fé e obediência. Abraão, um exemplo para todos os povos. Capítulo 7



4) O preço alto pelo erro

Sara pensou errado, escolheu a pessoa errada, sentiu uma falsa satisfação pelo desfecho e viu tudo dar errado em sua vida daquele momento em diante.

O preço pelo erro foi alto, pois Sara começou a presenciar uma série de atitudes de Agar e Ismael que não foram bem compreendidas.

Seus atos também não foram condizentes com sua posição de matriarca, pois não demonstrou nenhuma misericórdia por Ismael e Agar quando pediu para Abraão mandá-los embora (Gn 21.10). Sara não teve misericórdia de Agar e Ismael, mas Deus teve misericórdia de Sara.

 

5) O maior obstáculo

Abraão e Sara apresentaram o fator idade como obstáculo para o nascimento do filho da promessa e logo de inicio não acreditarem no impossível. Mesmo assim não sofreram danos por terem duvidado da promessa de Deus.

 

6) Fim do obstáculo

Quando se tratava de uma promessa de Deus colocaram obstáculo, mas quando os filhos já não faziam parte do plano Divino, a história se desenrolou sem nenhum problema.

Se Abraão se considerou avançado em idade antes do nascimento do filho da promessa, imagine então quando viu Isaque, no auge de seus quarenta anos (Gn 25.20), se preparando para seu casamento com Rebeca? Então quem estava com uma idade considerável era o filho e não mais o pai.

Abraão não percebeu e teve mais seis filhos com Quetura (Gn 25.1; I Cr 1.32), após a morte de Sara, mas sua idade não atrapalhou os planos com a nova esposa. Deus mudou o nome de Abrão e Sarai, porém as dificuldades naturais permaneceram. Sara tentou adiantar a bênção, por um atalho criado, que se tornou um grande problema.

A idade avançada do patriarca foi colocada como obstáculo, mas quando os filhos não faziam parte do plano de Deus a história se desenrolou sem problemas. 


Por: Ailton da Silva - 12 anos (Ide por todo mundo)

sexta-feira, 25 de março de 2022

A leitura da Bíblia e a educação cristã. Plano de aula (lição 13)


INTRODUÇÃO

A Educação Cristã, que tem como agente principal a Escola Dominical e o seu conteúdo programático deve ser posto em prática tanto em sala quanto fora da igreja.

O principal objetivo da Escola Dominical é preparar ganhadores de almas ao mesmo tempo que é acrescentado virtudes e valores ao caráter do cristão.

 

“Quem participa da EBD

constrói muros em volta de sua casa”

 

Será que somos capazes de lembrar qual o tema do nosso primeiro trimestre estudado na igreja? Qual o título da primeira lição? Qual o nome do primeiro professor? Tal como temos lembranças, em muitos casos até hoje, do nosso primeiro ano na escola secular, dos nossos primeiros professores?

 

I – A BÍBLIA É O LIVRO TEXTO DA ESCOLA DOMINICAL

1. O currículo adotado

A Escola Dominical (ED) é fundamentada na Bíblia e seu método de ensino, através de Revistas de Ensino Bíblico, alcançam muitos em vários lugares do Brasil e mundo.

O currículo da Escola Dominical preserva a autoridade e a inerrancia da Palavra de Deus, considerando-a como única regra infalível de fé e prática (II Tm 3.14-17).

As doutrinas bíblicas transmitidas através das Revistas servem como padrão para o viver diário e a formação do caráter cristão (Sl 119.105). O conteúdo prima pela ortodoxia (absoluta conformidade com a doutrina bíblica), ortopraxia (prática cristã correta) que aliadas funcionam como escudo e antídoto contra as heresias.

A razão, do ensino, é justamente pelo norte perdido pro muitos, ao longo da vida cristã, ou seja, estamos sujeitos aos erros e quedas, no entanto, pelos ensino ministrados podemos formar barreiras contra os males advindo do Maligno ou dos males produzidos ou criados por nós mesmos.

 

2. A prática pedagógica

O texto bíblico deve ser o referencial permanente da prática pedagógica desenvolvida pelos professores da Escola Dominical. Outro modo não seriam alcançados o sucesso do processo ensino aprendizagem.

Certamente em muitas classes, não encontramos conflitos na relação professor-aluno, haja vista a somatória da boa prática pedagogia adotada, comprometimento de ambos os lados, capacitação (que vem do céu) e o preparo (humano) para que as aulas sejam agradáveis e produtivas.

Tal como foram as primeiras aulas dos discípulos, que agarrados no Mestre não desistiam, questionavam ou perturbavam o ambiente. Todos queriam ouvir, aprender e crescer. Onze foram fiéis e fizeram parte do grande grupo dos aprovados e somente um ficou margeado ao pequeno grupo dos reprovados? Os discípulos foram adotados, ensinados, avaliados e assim se distanciariam do insucesso, retrocesso e fracasso pedagógico.

 

3. O padrão ético e moral

A Bíblia, principal fundamentação para a ética e a moral cristã, é divinamente inspirada e permanece inalterada (Mt 24.35). Os valores cristãos, também são permanentes, pois sua fonte de autoridade é imutável (1 Pe 1.25). A Bíblia não pode ser relativizada, revogada ou ajustada aos interesses humanos (Is 40.8). Esta premissa fundamenta o papel da Escola Dominical como instituição educadora e multiplicadora dos princípios éticos e valores morais da fé cristã.

A base ética da igreja é o caráter de Deus, que se evidencia na sua justiça (perfeito julgamento) retidão, perfeição, santidade, misericórdia (expressão de sua justiça) e o amor. É o conjunto de valores morais, total e unicamente baseados nas Escrituras sagradas. Estes valores além de aproximarem o homem a Deus se torna o instrumento que nos fazem agradá-lo.

Moral e ética, às vezes se confundem, pois alguns as consideram palavras sinônimas e constantemente associa uma a outra. No entanto, no contexto filosófico, estas palavras possuem significados diferentes. Na etimologia, a palavra moral (do latim “morales”) tem relação com os costumes, enquanto que ética (do grego “ethos”), significa “modo de ser ou caráter”. 

 

II – A EDUCAÇÃO CRISTÃ E A FORMAÇÃO DE LEITORES DA BÍBLIA

1. Conceito de Educação Cristã

A palavra “Educação” vem do Latim “educare”, que significa literalmente “guiar”, “instruir”, “conduzir” para fora. Para esta função, a família é o primeiro sistema social que o individuo se depara em sua vida, por isso é destacada a sua importância, uma vez que nos primeiros anos de vida é pouca ou nenhuma a influência exterior vinda de outras esferas sociais que poderão atrapalhar o processo de educação no seio da família, pois somente este grupo social oferece as condições mínimas para a sobrevivência e desenvolvimento psíquico da criança.

O homem, enquanto ser em construção, é capaz de conhecer-se a si mesmo e ao outro, desenvolvendo desta forma suas aptidões físicas, intelectuais, bem como os sentimentos sociais, morais, éticos e religiosos. Este conhecimento e construção são produtos da Educação que utiliza diversos parâmetros que convergem para um mesmo objetivo final que é o desenvolvimento pleno do ser humano na sociedade bem como a sua integração.

A Educação, muito discutida no Brasil, enquanto transmissora de conhecimento e valores, não se preocupa apenas com esta transmissão que engloba sabedoria e cultura retransmitida de geração a geração, mas sim, é algo bem mais profundo, pois através dela ensinamos e aprendemos.

A partir desta definição podemos colocar a Educação como um processo prioritário, diante de outros tantos que existem e mesmo que estes andem lado a lado não podem, em nenhum momento, serem preteridos ou super valorizados em relação ao outro. Ex: as instituições família, escola e igreja possuem os seus respectivos pesos já determinados pelo próprio individuo, ou pela sociedade, assim não existe uma fórmula pela qual possamos escolher ou priorizar um em detrimento ao outro, já que todos fazem parte de um mesmo sistema de auto-dependência.

Nestes mesmos moldes deve caminhar a Educação Cristã, pois assim baseados em respeito, comprometimentos, direitos, deveres, desejo de conhecimento pleno, todos os cristãos crescerão em Graça e Sabedoria e tal como aconteceu com os primeiros alunos, os discípulos, conseguiremos definir metas e estratégias para colocarmos em prática.

A Escola Dominical não oferece o conteúdo bíblico para depois solicitar de volta ao final de cada trimestre, pelo contrário, tal como Jesus leva em consideração o meio, os instrumentos e as condições, para ensinar, avaliar e cobrar posturas novas de todos os envolvidos no processo. São oferecidos elementos para um melhor ensinar e um melhor aprender.


2. Objetivos da Educação Cristã

A Grande Comissão (Mt 28.19,20Mc 16.15), a ordenança proclamadora e de um mandato educacional, ficou sob responsabilidade dos apóstolos que deveriam evangelizar e ensinar (I Tm 4.13, II Tm 4.2). Esse papel é desempenhado pela Escola Dominical, a agencia educadora, pois ensina enquanto evangeliza e evangeliza enquanto ensina.

Embora a principal missão de Jesus aqui na terra tenha sido dar a vida em resgate de muitos (Jo 3.14), sua vida terrena não limitou-se apenas ao sacrifício do calvário. Ele dedicou também grande parte do seu ministério, ao ensino da Palavra de Deus (Mc 2:1,2; João 3:3-21; At 1:1).

Por esta razão foi constantemente chamado de Mestre. Até mesmo aqueles que foram prendê-lo se maravilharam pela autoridade e forma como falava (Jo 7.46). A sua intenção, com o ensino, era justamente que o povo contemplasse tamanho conhecimento e autoridade, nunca vistos antes.

A verdadeira igreja deve dedicar-se ao ensino da Palavra, assim como Jesus também dedicou boa parte de seu ministério terreno. Esta dedicação deve ser da forma mais didática possível, através da Escola Dominical, cultos de ensino, pesquisa e o bom manuseio e do estudo da Palavra. Uma Igreja que prima pelo ensino é menos suscetível a falsos ensinos e profetas e não sucumbe aos ventos de falsas doutrinas que muito se espalham em nossos dias.


3. A capacitação dos alunos

Capacitar (tornar capaz, preparar e qualificar) é o processo de desenvolvimento do caráter e habilitação para servirmos no Reino de Deus e para sairmos da condição de meros leitores ou expectadores para nos enfileiramos na infantaria contra o pecado e o mal, pois na regeneração nos tornarmos servos, mas na capacitação nos tornamos soldados.

Deus procura líderes para sua obra. Eles podem estar em qualquer lugar, em qualquer classe de Escola Dominical espalhado por este país ou fora. Estes serão preparados, através do Ensino da Palavra e depois separados e posteriormente enviados cada qual para sua missão.

Deus oferece para nós duas opções de respostas, sim ou não. Sim para a educação cristã, com ética, valores e conhecimentos ou não para a mesmice, falta de vontade e ousadia para trabalhar em prol ao reino de Deus. Bênção ou maldição? Vida ou a inevitável morte? Obediência ou desobediência? Muitas oportunidades nos surgem, as vezes ilusórias, por isso necessitam de olhar espiritual acurado.

Onde estão ou onde estavam os escolhidos de Deus? Alguns? José estava na cova. Gideão, no buraco (lagar). Davi, no pasto. Neemias, na cozinha. Mardoqueu, na porta do rei e João Batista, ainda no ventre.

 

a) Como foi a capacitação de José:

  • Na cova, enquanto esperava uma mudança;
  • No trajeto ao Egito, enquanto caminhava como escravo;
  • No período em que serviu Potifar;
  • Nas frias prisões egípcias.

Não se vingou de seus irmãos quando reconheceram sua autoridade. O socorro foi a marca de sua administração (Gn 45.7-11).

 

b) Como foi a capacitação de Gideão:

  • Enquanto estava solitário no lagar;
  • Escondia o seu trigo ou o do povo? Depois acabaria socorrendo o povo;
  • Quando derrubou os altares de Baal;
  • E quando ouviu o sonho do midianita.

Venceu os midianitas com 300 homens, que quebraram os cântaros, tocaram as buzinas e acenaram com as tochas.

 

c) Como foi a capacitação de Davi:

  • Não desejou o trono antes da hora;
  • Esperou o momento certo;
  • Não atentou contra um ungido;
  • Respeitou e zelou pela vida de Saul;
  • A fuga serviu para conhecer Israel;

Foi ungido por Samuel, pelos homens de Judá e pelos anciãos de Israel.

 

d) Como foi a capacitação de Neemias:

  • Choro, oração, jejum e lamento;
  • Coragem para pedir a permissão ao rei;
  • Nos preparativos para a longa viagem;
  • Incentivo na viagem e em Jerusalém diante da cena desoladora;
  • Como se encorajou para iniciar a obra?

Estudou o caso, elaborou um plano e venceu a oposição. Sempre foi o exemplo.

 

e) Como foi a capacitação de Mardoqueu:

  • Quando revelou a conspiração;
  • Na porta em trajes de humilhação;
  • Quando intimou a rainha (4.13);
  • Cumprindo a ordem recebida da rainha Ester (4.17).

Foi nomeado para substituir seu algoz inimigo e sua autoridade foi reconhecida em todo o império (9.3).

 

f) Como foi a capacitação de João Batista:

  • Foi diferente, ousado e corajoso;
  • Foi preparado no deserto;
  • Abdicou do convívio da civilização;
  • Foi ignorado pela sociedade religiosa.

Escolhido e dado como profeta para executar a mais difíceis das tarefas, converter o coração de Israel à Deus.

O Egito não investiu na capacitação de José. Ninguém investiu na capacitação de Gideão. Ninguém investiu na capacitação de Davi. Nem o rei ou muito menos o povo investiram na capacitação de Neemias. Ninguém investiu na capacitação de Mardoqueu e muito menos na de João Batista, porém o maior beneficiado foi Israel.


Referências:

Baptista, Douglas. A supremacia das Escrituras. A Inspirada, Inerrante e Infalível Palavra de Deus. Casa Publicadora das Assembleia de Deus. Rio de Janeiro, 2021 

Bíblia de estudo aplicação pessoal. CPAD, 2003

Bíblia de Estudo Temas em Concordância. Nova Versão Internacional (NVI). Rio de Janeiro. Editora Central Gospel, 2008

Ética crista – aula 1.  Disponível em: http://ailtonsilva2000.blogspot.com/2021/08/etica-crista-aula-1.html. Acesso em 22/03/2022

Liderança antecipada. Disponível em: http://ailtonsilva2000.blogspot.com/2015/03/lideranca-antecipada.html#more. Acesso em 24/03/2022

Plano de aula - lições trimestres anteriores. Disponível em: http://ailtonsilva2000.blogspot.com/2011/06/plano-de-aula-licoes-trimestres_18.html#more

acesso em 22/03/2022.

Uma igreja autenticamente pentecostal. Plano de Aula. Disponível em: http://ailtonsilva2000.blogspot.com/2011/06/plano-de-aula-e-resumo-dos-subsidios.html. Acesso em 23/03/2022


Por: Ailton da Silva - 12 anos (Ide por todo mundo)

terça-feira, 22 de março de 2022

Fé e obediência. Abraão, um exemplo para todos os povos. Capítulo 7

O preço, os obstáculos e as promessas 

Deus mudou o nome de Abrão e Sarai para Abraão e Sara. Novos nomes, novos tempos, mas havia algo antigo que impedia a felicidade do casal.

A idade avançada sempre foi apresentada como obstáculo, pois desde o recebimento da promessa, os dois conheciam suas limitações naturais.

Mesmo assim ambos mantiveram a calma diante do problema, até o dia em que Sara tentou antecipar a bênção incluindo uma terceira pessoa no plano de Deus.

 

1)  A promessa ao casal

A promessa de Deus dizia respeito a uma família numerosa e naquela época parecia impossível a realização deste sonho, no entanto, as promessas futuras estavam atreladas a tudo o que já havia acontecido no momento da chamada e nos livramentos recebidos no deserto, no Egito e em Canaã.

Portanto não teria como Deus continuar abençoando Abraão e Sara sem conceder o filho prometido e tão desejado.

 

2) A demora e a espera

Abraão sabia que Deus honraria suas palavras, mas a idade avançada e o esgotamento de todos os recursos humanos da época dificultavam a esperança, não havia mais onde descansar a não ser em Deus.

Ele havia entendido bem a mensagem, não havia margens para erros, por isso aguardava o nascimento do filho prometido.

 

3) O atalho não era de Deus

As dificuldades aumentavam dia a dia e Sara, no desespero, colocou em prática um plano mirabolante, na tentativa de adiantar a bênção ou tentar condicionar o agir de Deus à ações humanas falíveis.

A egípcia Agar, uma terceira pessoa, foi inserida na história para dar um filho a Abraão, mas isto não estava nos planos de Deus e muito menos nos do patriarca, mas Sara conseguiu convencer o marido a fazer parte do plano, que mais tarde se arrependeram.

continua...

Por: Ailton da Silva - 12 anos (Ide por todo mundo)

sexta-feira, 18 de março de 2022

As epístolas instruem e forma cristãos – Plano de aula (lição 12)


INTRODUÇÃO

Epistole (gr.) epístola, remete a uma comunicação escrita, carta ou missiva, de natureza formal, umas dirigidas a Igrejas, outras a indivíduos. São vinte e uma cartas, sendo treze escritas por Paulo e oito por outros autores (Romanos, I e II Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, I e II Tessalonicenses, I e II Timóteo, Tito, Filemon, Hebreus, Tiago, I e II Pedro, I, II e III João, Judas).

As epístolas são textos divinamente inspirados, que instruem o povo de Deus quanto a formação do caráter do crente salvo ao mesmo tempo que prepara a igreja para volta de Jesus.

 

I – COMO AS EPÍSTOLAS PAULINAS NOS INSTRUEM

1. Instruções salvíficas

a) Romanos:

  • Para quem foi escrito este livro? Para os cristãos de Roma;
  • Por quem foi escrito (autor)? Paulo;
  • Em qual momento histórico? Por volta do ano 55 d.C.;
  • Por que este livro foi escrito? Porque Paulo queria evangelizar a Espanha e na viagem de ida conhecer os irmãos de Roma, e ganhar a ajuda deles como igreja de apoio (15.24);
  • Para quê este livro foi escrito? Paulo escreveu este livro para apresentar aos cristãos de Roma suas credenciais apostólicas e sua teologia (2.16; 16.25), na esperança que eles reconhecem a autenticidade do seu ministério (uma vez que eles não conheciam Paulo pessoalmente e muitos ainda tinham medo dele) e o apoiassem em sua viagem à Espanha;
  • Mensagem: “Porque Nele (Cristo) se descobre a justiça de Deus em fé em fé...mas o justo viverá da fe”.

 

b) Gálatas:

  • Para quem foi escrito este livro? Para as igrejas do Sul da Galácia (Antioquia da Pisídia, Icônio, Listra e Derbe);
  • Por quem foi escrito (autor)? Paulo;
  • Em qual momento histórico? Por volta do ano 49 d.C.;
  • Por que este livro foi escrito? Porque surgiram judeus agitadores entre os gálatas, tentando desacreditar o apóstolo Paulo com o objetivo de implantar nestas igrejas uma forma distorcida de cristianismo (um “evangelho” legalista, que requeria a circuncisão para a salvação – 6.12);
  • Para quê este livro foi escrito? Para defender o apóstolo Paulo de suas falsas acusações; para defender a “verdade do evangelho” (2.5, 14); e, para instruí-los a resistir aos corruptores da verdade a todo o custo (1.8-9);
  • Mensagem: A fidelidade a Deus é a fonte da vida de todos os cristãos que terão à disposição o gozo da vida eterna.

 

c) I Corintios:

  • Para quem foi escrito este livro? Para os cristãos de Corinto, capital da Acaia;
  • Por quem foi escrito (autor)? Paulo;
  • Em qual momento histórico? Por volta do ano 55 d.C.;
  • Por que este livro foi escrito? Porque a igreja de Corinto dividiu-se em dois grupos, um que defendia que a associação do cristão com os pecadores era permissível e necessária (despencando para uma extrema frouxidão moral), e o outro, que defendia que um certo isolamento era essencial para preservar a santidade (despencando para um ascetismo doentio), julgando-se um mais inteligente ou espiritual que o outro, ameaçando o futuro daquela congregação;
  • Para quê este livro foi escrito? Paulo escreveu este livro para tratar dos problemas daquela igreja (desafio à autoridade de Paulo, orgulho sobre a espiritualidade pessoal, falta de amor); para repreendê-los por terem deixado a situação chegar ao ponto em que chegou; e, para instruí-los doutrinariamente;
  • Mensagem: Os judeus se escandalizavam na salvação por meio da morte em cruz, enquanto que os gregos consideravam loucura.

 

d) II Corintios:

  • Para quem foi escrito este livro? Para os cristãos de Corinto, capital da Acaia;
  • Por quem foi escrito (autor)? Paulo;
  • Em qual momento histórico? Por volta do ano 55 d.C.;
  • Por que este livro foi escrito? Porque a carta anterior do apóstolo Paulo (I Coríntios) havia alcançado seus objetivos, levando aquela congregação ao arrependimento;
  • Para quê este livro foi escrito? Para expressar a alegria de Paulo com o genuíno arrependimento da igreja de Corinto e da sua profunda afeição e lealdade a ele (7.6-15); para defender seu ministério apostólico contra acusações de “falsos apóstolos” (11.13) em Corinto (que desafiavam sua autoridade e a integridade de seu ministério); e, para instruí-los doutrinariamente;
  • Mensagem: Paulo apresentou o ministério da reconciliação ao homem, que vivia na inimizade com Deus, que estava disposto a perdoar.

 

2. Instruções a respeito de Cristo

a) Efésios:

  • Para quem foi escrito este livro? Para a Igreja de Éfeso, em primeira mão, mas, certamente, também para todas as igrejas da Ásia;
  • Por quem foi escrito (autor)? Paulo;
  • Em qual momento histórico? Por volta do ano 60-62 d.C.;
  • Por que este livro foi escrito? Porque Paulo queria ensinar para os cristãos o “mistério da igreja”;
  • Para quê este livro foi escrito? Para ensinar, dentre outras verdades fabulosas, que: “A Igreja é a nova humanidade de Deus, uma colônia onde o Senhor da história estabeleceu uma amostra da unidade e dignidade renovada da raça humana (1.10-14; 2.11-11; 3.6,9-11; 4.1-6.9)”;
  • Mensagem: Paulo afirma que somos exclusivamente abençoados com todas as bênçãos espirituais devido a nossa conexão com Jesus.

 

b) Filipenses:

  • Para quem foi escrito este livro? Para a Igreja de Filipos;
  • Por quem foi escrito (autor)? Paulo;
  • Em qual momento histórico? Por volta do ano 61 d.C.;
  • Por que este livro foi escrito? Porque os filipenses estavam enfrentando perseguição (1.27-30) e sentindo as pressões exercidas pelos falsos ensinamentos (3.2-21). Os conflitos na igreja puseram em risco o testemunho dos crentes ao mundo e a sua capacidade de suportar seus ataques (1.27 – 2.18; 3.2-3);
  • Para quê este livro foi escrito? Para fortalecer e instruir os cristãos quanto à vida cristã; e, para ensiná-los que o sofrimento para o crente é “um prelúdio à ressurreição” (3.10-11);
  • Mensagem: Paulo expressou seu amor, gratidão, ternura, calor, afeição e entusiasmo em relação ao amoroso zelo que aquela igreja nutria pelos obreiros do Senhor.

 

c) Colossenses:

  • Para quem foi escrito este livro? Para a Igreja de Colossos;
  • Por quem foi escrito (autor)? Paulo;
  • Em qual momento histórico? Por volta do ano 60-62 d.C.;
  • Por que este livro foi escrito? Porque os colossenses estavam lutando contra uma estranha forma de filosofia judaica de influência grega que considerava os cristãos ainda vulneráveis às forças espirituais (forças, estas, que precisavam ser aplacadas através da veneração, através de algum tipo de ascetismo em relação a comida e bebida, e pela observação de certos dias prescritos na lei cerimonial do Antigo Testamento);
  • Para quê este livro foi escrito? Para ajudar os cristãos a entender que, para ganharem aceitação perante Deus, eles precisam somente de Cristo.
  • Mensagem: A igreja esta unida a Cristo, morta para os pecados e mundo e ressuscitada com Cristo. Resumo: Cristo é tudo em todos. Ele é a nossa suficiência.

 

3. Instruções sobre as últimas coisas

a) I-II Tessalonicenses:

  • Para quem foi escrito este livro? Para a Igreja de Tessalônica;
  • Por quem foi escrito (autor)? Paulo;
  • Em qual momento histórico? Por volta do ano 50-51 d.C.;
  • Por que este livro foi escrito? Porque os tessalonicenses continuavam firmes na fé, apesar da partida prematura de Paulo e de seus colaboradores e da perseguição que ainda sofriam de facções hostis. Havia um mal-entendido entre os tessalonicenses de que o “Dia do Senhor” já havia ocorrido.
  • Para quê este livro foi escrito? Para expressar a alegria de Paulo com a fidelidade daqueles irmãos; e, para fortalecê-los e instruí-los acerca de algumas questões comportamentais e doutrinárias (p.ex: Acerca dos “últimos dias”) e também para corrigir o mal entendido acerca do “Dia do Senhor”; e, para instruí-los acerca de algumas questões comportamentais (p.ex: alguns queriam deixar de trabalhar);
  • Mensagem: A igreja de Tessalônica acreditava que Jesus já havia voltado, por isso Paulo disse: “acerca dos que dormem...não quero que sejais ignorantes”.

 

4. Instruções pastorais e pessoais

a) I Timóteo:

  • Para quem foi escrito este livro? Para Timóteo, o jovem pastor e companheiro de Paulo em suas viagens missionárias;
  • Por quem foi escrito (autor)? Paulo;
  • Em qual momento histórico? Por volta do ano 62-64 d.C.;
  • Por que este livro foi escrito? Porque Paulo estava preocupado com a pouca experiência de Timóteo, especialmente num momento em que a igreja estava sendo ameaçada com falsos ensinamentos, tais como a proibição de casamento e de certos alimentos, que a ressurreição já acontecera e pondo restrições à oração – uma forma primitiva de gnosticismo (1.7, 20; 2.12; 3.6; 5.19-20);
  • Para quê este livro foi escrito? Para orientar o jovem pastor e dar-lhe muitos conselhos práticos sobre como um líder da igreja deve atuar e como devem ser a organização e os relacionamentos na igreja; e, para treiná-lo em vários aspetos da “sã doutrina” para que ele pudesse combater os falsos mestres (1.10; 3.9; 4.6; 6.3);
  • Mensagem: Paulo orientou Timóteo a coibir as heresias, fabulas, lendas, ficções, revelações mitos e as espúrias doutrinas que estavam rodeando a igreja.

 

b) II Timóteo:

  • Para quem foi escrito este livro? Para Timóteo, o jovem pastor da igreja de Éfeso e companheiro de Paulo em suas viagens missionárias;
  • Por quem foi escrito (autor)? Paulo;
  • Em qual momento histórico? Por volta do ano 68-68 d.C., quando Paulo estava preso em Roma (pouco antes do seu martírio);
  • Por que este livro foi escrito? Porque Paulo queria ver Timóteo mais uma vez e entregar-lhe uma carta final de encorajamento pessoal em seu ministério (1.5-14; 2.1-16; 22-26; 3.10-4.5) e porque os falsos ensinamentos em Éfeso continuavam sendo um problema;
  • Para quê este livro foi escrito? Para solicitar ao jovem pastor que venha visitá-lo na prisão em Roma; para dar-lhe suas últimas instruções ministeriais; e, para treiná-lo mais uma vez em vários aspectos da “sã doutrina” para que ele pudesse continuar combatendo os falsos mestres;
  • Mensagem: Paulo asseverou que o obreiro deveria ser aprovado diante de Deus e deveria manejar bem a Palavra, jamais deveria buscar a aprovação humana.

 

c) Tito:

  • Para quem foi escrito este livro? Para Tito (companheiro de Paulo em suas viagens, deixado na ilha de Creta para dar continuidade ao trabalho missionário que eles mesmos iniciaram);
  • Por quem foi escrito (autor)? Paulo;
  • Em qual momento histórico? Por volta do ano 62-64 d.C., quando as igrejas da ilha de Creta precisavam ser organizadas e estavam sendo ameaçadas por falsos mestres;
  • Por que este livro foi escrito? Porque Paulo queria instruir Tito quanto às igrejas sob sua coordenação;
  • Para quê este livro foi escrito? Para encorajar Tito a completar o seu ministério na ilha (organizando as igrejas, enfrentando os falsos mestres e orientando os crentes quanto à conduta adequada – 1.5-9; 1.10-14; 3.9-11); e, para orientá-lo a entregar as igrejas ao seu substituto quando ele chegasse e vir encontrar-se com Paulo em Nicópolis (3.12);
  • Mensagem: Paulo ensinou que os falsos ensinos deveriam ser combatidos pelos obreiros através da sã doutrina, reafirmando a autoridade da Palavra.

 

d) Filemon:

  • Para quem foi escrito este livro? Para Filemon (um irmão cristão, dono de escravos em Colossos);
  • Por quem foi escrito (autor)? Paulo;
  • Em qual momento histórico? Por volta do ano 60 d.C., quando Paulo esteve pela primeira vez numa prisão em Roma;
  • Por que este livro foi escrito? Porque, através dos ensinamentos de Paulo, Onésimo tinha se tornado cristão e queria acertar sua situação com Filemon (de quem havia fugido);
  • Para quê este livro foi escrito? Para registrar como o apóstolo Paulo, usando toda sua força pessoal para produzir uma solução cristã a um problema muito sério, pede a Filemon que perdoe e receba Onésimo de volta, não mais como escravo, mas como um irmão (como se estivesse recebendo o próprio Paulo);
  • Mensagem: Súplica em favor de um arrependido que necessitava ser recebido como irmão e não como servo. Paulo se referiu a Onésimo, o escravo que havia fugido de seu senhor.

 

II – COMO AS EPISTOLAS GERAIS NOS FORMAM

1. As epístolas de Pedro

a) I Pedro:

  • Para quem foi escrito este livro? Para os cristãos judeus da Diáspora (a dispersão dos judeus fora da Palestina), de todos os lugares (1.1);
  • Por quem foi escrito (autor)? Pedro (irmão de Jesus);
  • Em qual momento histórico? Por volta do ano 60-68 d.C., antes do martírio de Pedro (que, segundo a tradição cristã, foi crucificado de cabeça para baixo);
  • Por que este livro foi escrito? Porque os cristãos estavam sofrendo perseguição por causa da sua fé (1.6-7; 3.13-17; 4.12-19), insultos (4.4, 14), falsas acusações de má conduta (2.12; 3.16), espancamentos (2.20), ostracismo social, violência esporádica pela multidão e policiais;
  • Para quê este livro foi escrito? Para encorajar aqueles cristãos perseguidos e confusos a permanecer firmes na sua fé (5.12); e, para ensiná-los o comportamento correto do cristão no meio de sofrimento injusto (4.1, 19);
  • Mensagem: os crentes eram minoria naquela sociedade pagã, idólatra e injusta e estavam sofrendo forte perseguição por causa da fé, por isso foram ensinados a agirem contrário a cultura da época.

 

b) II Pedro:

  • Para quem foi escrito este livro? Indeterminado;
  • Por quem foi escrito (autor)? Pedro;
  • Em qual momento histórico? Por volta do ano 67-68 d.C., antes do martírio de Pedro (que, segundo a tradição cristã, foi crucificado de cabeça para baixo);
  • Por que este livro foi escrito? Porque seus leitores estavam sendo ameaçados por falso ensino (por alguma forma primitiva de gnosticismo, que ensinava a salvação pelo conhecimento intuitivo e esotérico – e não pela fé em Cristo; defendia a imoralidade – 2.13-19; negava o Senhor e desprezava sua autoridade – 2.1, 10; caluniava os seres celestiais – 2.10; e zombava da segunda vinda de Cristo – 3.3-4);
  • Para quê este livro foi escrito? Para enfatizar a verdade e as implicações éticas do Evangelho contra os falsos mestres;
  • Mensagem: os crentes estavam diante de um quadro desolador, fruto da perseguição do império romano, por isso foram ensinados a manterem a fidelidade e esperança em meio ao sofrimento.

 

2. As epístolas de João

a) I João:

  • Para quem foi escrito este livro? Indeterminado;
  • Por quem foi escrito (autor)? João, o apóstolo;
  • Em qual momento histórico? Por volta dos anos 90-100 d.C.;
  • Por que este livro foi escrito? Porque seus leitores estavam sendo ameaçados por um falso ensino que negava que Jesus Cristo havia se encarnado (4.2-3) (este falso ensino é chamado de Docetismo, uma variação do gnosticismo);
  • Para quê este livro foi escrito? Para reafirmar a verdade aos seus leitores; para, ressaltar os ideais cristãos de pureza e amor (pureza e amor são dons de Deus comunicados aos homens através da auto-revelação que Ele fez de si mesmo a nós – na encarnação de Cristo); e, para ensinar o que fazer com os falsos ensinamentos;
  • Mensagem: Pedro ensinou a igreja a resistir aos falsos ensinos que ligavam a salvação às experiências esotéricas e também orientou acerca da necessidade de comunhão entre os irmãos.

 

b) II João:

  • Para quem foi escrito este livro? “À senhora eleita e aos seus filhos...” (vs 1);
  • Por quem foi escrito (autor)? João, o apóstolo;
  • Em qual momento histórico? Por volta dos anos 90-100 d.C.;
  • Por que este livro foi escrito? Porque seus leitores estavam sendo ameaçados por um falso ensino que negava que Jesus Cristo havia se encarnado (4.2-3) (este falso ensino é chamado de Docetismo, uma variação do gnosticismo);
  • Para quê este livro foi escrito? Para reafirmar a verdade aos seus leitores; para, ressaltar os ideais cristãos de pureza e amor; e, para ensinar como tratar os falsos mestres;
  • Mensagem: João reiterou a prática do amor como uma mandamento divino.

 

c) III João:

  • Para quem foi escrito este livro? “Ao amado Gaio...” (vs. 1);
  • Por quem foi escrito (autor)? João, o apóstolo;
  • Em qual momento histórico?  Por volta dos anos 80-90 d.C.;
  • Por que este livro foi escrito? Porque havia uma rivalidade mesquinha entre Diótrefes e os demais líderes daquela igreja sobre a hospitalidade que deveria ser demonstrada para com os missionários viajantes;
  • Para quê este livro foi escrito? Para recomendar que a igreja recebesse com amor os missionários viajantes (inclusive Demétrio, que foi levar este carta àqueles cristãos); e, para repreender Diótrefes (por sua conduta em relação aos demais irmãos e aos missionários);
  • Mensagem: João condenou a soberba e rivalidade que estavam colocando irmãos contra irmãos.

 

3. As outras gerais

a) Hebreus:

  • Para quem foi escrito este livro? Para os cristãos judeus da Diáspora (a dispersão dos judeus fora da Palestina), provavelmente na Itália;
  • Por quem foi escrito (autor)? Autor desconhecido;
  • Em qual momento histórico? Por volta do ano 64 d.C., quando Nero perseguiu a Igreja com muita violência;
  • Por que este livro foi escrito? Porque eles estavam sendo perseguidos pelos romanos pela segunda vez (um edito de Cláudio havia expulsado os judeus de Roma em 49. d.C.) e pelos judeus, que os expulsaram das sinagogas e da religião judaica (13.12-13), e corriam o perigo da apostasia (abandono da fé), talvez por medo da morte (2.14-18); também, porque passavam por uma transição de liderança (13.7, 17), estavam preocupados com segurança e permanência (6.19; 11.10; 13.8, 14);
  • Para quê este livro foi escrito? Para exortar e encorajar aqueles cristãos (3.13; 6.18; 10.25; 12.5; 13.22). O autor repetidamente chama seus leitores a uma ativa e corajosa resposta a todos estes problemas (4.11, 14, 16; 6.1; 10.19-25);
  • Mensagem: o escritor exorta os crentes a terem ânimo, confiança e fé em um tempo marcado pela apostasia, para suportarem as pressões e perseguições.

 

b) Tiago:

  • Para quem foi escrito este livro? Para os cristãos judeus da Diáspora (a dispersão dos judeus fora da Palestina), de todos os lugares (1.1);
  • Por quem foi escrito (autor)? Tiago (irmão de Jesus);
  • Em qual momento histórico? Por volta do ano 49 d.C., pouco depois do começo da perseguição aos cristãos que se difundiu na Diáspora;
  • Por que este livro foi escrito? Porque eles estavam sofrendo perseguições em todo o império romano;
  • Para quê este livro foi escrito? Para encorajar aqueles cristãos; para exortá-los a um viver santo; e, para mostrar-lhes que há um relacionamento crucial entre fé e obras ativas de obediência (2.14-26);
  • Mensagem: A carta contém conselhos práticos para uma vida bem-sucedida e de acordo com a Palavra de Deus para combate da espiritualidade superficial.

 

c) Judas:

  • Para quem foi escrito este livro? Para todas as igrejas da época;
  • Por quem foi escrito (autor)? Judas (irmão de Jesus).;
  • Em qual momento histórico? Por volta dos anos 65-67 d.C.;
  • Por que este livro foi escrito? Porque as igrejas estavam sendo ameaçadas com uma falsa doutrina que ensinava que a nossa liberdade em Cristo nos permite viver na imoralidade;
  • Para quê este livro foi escrito? Para denunciar os falsos mestres; e, para exortar os leitores para que cresçam no conhecimento da verdade cristã (v. 20), que tenham um testemunho firme pela verdade (v. 3) e que procurem resgatar aqueles cuja fé estava hesitante (vs. 22-23);
  • Mensagem: a mensagem foi endereçada cos cristão espalhados pelo mundo. Alguns hereges estavam infiltrados, por isso alguns se imaginavam isentos de regras morais, outros eram insubmissos.

 

III – AS EPÍSTOLAS CONTINUAM A FALAR

1. A doutrina da justificação

Justificação é Deus justificando os ímpios (Rm 4.1-8; GL 2.16-17) é a fase do processo de salvação que altera a nossa situação diante de Deus, pois a condenação que recaia sobre nós é cancelada. Essa fase foi legitimada pelo sacrifício do Calvário.

A justificação, ato de Deus, que declara o homem justificado, é o resultado da grande luta espiritual travada no Calvário. Jesus foi usado como fundamento legal para encerrar de vez a condenação que recaia sobre o homem. É um estado que jamais seria alcançado pelo homem através de méritos próprios.

Esta situação não é somente fruto do que Deus faz por nós diariamente, mas sim é resultado do que Deus fez por nós no Calvário. Essa é a única forma de nos apresentarmos a Deus sem o peso da culpa e assim foi declarada a Ele e sua criatura (Rm 5.1-2,15; 1 Co 1.4; 2 Co 9.14).

 

“O réu está perante Deus, o justo Juiz; mas, ao invés de receber sentença condenatória, ouve a sentença de absolvição”, isso é justificação.

 

a) Um ato único – a decisão de Deus:

A justificação não é um processo continuo, trata-se de um ato jurídico e único, diretamente do Trono de Deus que não está sujeito a decisões humanas, portanto a justificação não é fruto do que fazemos, mas sim fruto do que Deus fez por nós.

Deus fez o que autoridade no mundo jamais conseguirá fazer, ou seja, pela justificação somos inocentados e colocados na mesma posição daquelas pessoas que nunca desrespeitaram leis.

 

b) Fundamento da justificação:

A bondade genuína de Deus, que é Cristo Jesus, é o único fundamento do favor recebido. A nossa justificação não resultou em dívidas, pois Deus justificou e não pediu nada em troca.

Jesus ofertou o perdão para a humanidade decaída e aplicou a justiça de Deus em nossas vidas. Nossas vestes espirituais eram manchadas pelo pecado, por isso não havia condições de nos auto-justificarmos ou nos esforçarmos para alcançarmos a salvação.

 

c) Benefícios da justificação:

  • A remissão dos pecados aplica-se a todos os pecadores justificados, pois remove a culpa e toda pena. O pecador agraciado com esta situação jamais terá condenação lançada contra sua vida (Rm 5.21; 8.1,32-34; Hb 10.14), desde que persevere na presença de Deus (Mt 6.12; Sl 32.5; 51.1-4; 130.3-4);
  • A imputação da justiça de Cristo é muito mais do que somente perdão de pecados, pois engloba o revestimento de santidade e a limpeza de nossas vestes espirituais, que antes estavam manchadas pelo pecado (Zc 3.4; At 26.18; Rm 5.1-2; Gl 4.5);
  • Pela justificação experimentamos um novo relacionamento com Deus (Rm 5.1-9), pois passamos a enxergar possibilidades em meio às adversidades.

 

d) Alcance da justificação:

Se o pecado tomou proporções universais a partir do Éden, então a justificação também deveria ter o mesmo alcance (Tt 2.11). Todos os que se arrependem de seus pecados e creem em Jesus como Salvador não perecerão, mas terão a vida eterna.

A justificação pela fé em Jesus independe de raças, culturas, níveis sociais, idades, circunstâncias (Jo 6.37) e caráter do homem, pois Deus justifica os ímpios e os transforma em novas criaturas. Não teria logica se não fosse dessa maneira, pois o Evangelho proporciona o milagre da aproximação entre Deus e o homem caído.

 

2. A doutrina da santificação

A carne representa toda a nossa natureza antiga, mas que pela regeneração é apresentada à uma nova vida. O termo “carne” faz referência aos prazeres e pecados ligados ao corpo (Rm 6.12-14; 7.5,23-25; 8.13) e outras vez diz respeito ao mundo e à natureza humana decaída, portanto a carne é tudo o que se opõe ao Espírito (Gl 5.16-25).

A carne isola o homem de uma vida de santidade, pois abrange toda sorte de práticas negativas e de oposição ao que agrada a Deus. Em regra, todos aqueles que andam segundo a carne, tendem a se inclinar para as coisas da carne, para a soberba, arrogância e concupiscência (1 Jo 2.15-17).

Pela justificação, executada por Deus, nos tornamos justos. A regeneração nos leva à uma nova vida. A conversão torna pública a ação regeneradora do Espírito Santo e pela santificação somos efetivamente consagrados e separados deste mundo corrompido para recebermos a vida eterna.

A santificação é o processo que nutre o bom relacionamento entre Deus e o convertido, para que vivam segundo seus ensinamentos e vontade (1 Pe 2.9; Ap 22.11). Todo esse processo não é resultado de esforços humanos.

Portanto santificação é a separação do que é santo, mas que antes era profano. É uma ordenança de Jesus (2 Co 7.1; 1 Pr 1.16), que deve ser observada pelo crente e continuamente buscada, haja vista, estar disponível a todos.

 

a) O agente da santificação:

O Espírito Santo é o agente da santificação na vida do convertido (2 Ts 2.13; 1Pe 1.2) e o Evangelho é o instrumento que regula a vida do homem (Jo 17.17; Rm 1.16).

O Espírito Santo nos separa, purifica, consagra e nos prepara para a execução dessa boa obra (Êx 30.29,32,37; 40.9; Lv 10.10). Trata-se de uma ação na vida da pessoa, levando-o à pratica da justiça, do amor e dedicação a Deus.


b) Vida de santidade:

A vida de santidade se caracteriza pelo temor, respeito, obediência e reverência a Deus. A justificação e regeneração são ações que Deus fez por nós e não requer ajuda humana, enquanto que a vida de santidade é fruto do que Deus faz por nós, dia a dia, e requer essencialmente a participação humana, a partir de renúncias.

 

c) Santidade - o primeiro contato:

É na conversão que temos o primeiro contato com a santificação, pois somos apresentados à nova forma de vida. As novas criaturas começam a deixar as coisas velhas sendo deixadas para trás (2 Co 5.17).

 

d) Santidade progressiva:

Enquanto a justificação e regeneração são atos instantâneos de Deus, a santificação é um processo que, pela ação do Espírito Santo, leva o homem a buscar uma identificação com Jesus dia a dia, degrau a degrau (Pv 4.18; Fp 3.12-14; 2 Co 3.18).

Alguns pensam que a vida de santidade se caracteriza pelo isolamento social, muito pelo contrário, pois a intenção é justamente o aumento das relações para que a Palavra seja anunciada e para que encontre guarida nos corações dos homens que ainda estão inclinados à carne.

Santidade é vestir-se do novo homem e não somente despojar-se da velha criatura (Rm 6.4; Ef 4.22.24, 25-32). Por isto devemos mortificar os nossos membros (Cl 3.5), devemos possuir nosso corpo em santificação e honra (1 Ts 4.4), fugir dos desejos (2 Tm 2.22) e seguir a paz com todos e santificação. Portanto a santificação progressiva se caracteriza pela subida degrau a degrau, dia a dia, com muito cuidado e vigilância.

 

e) De glória em glória:

A vida de santidade nos proporciona a mais profunda comunhão espiritual com Deus (1 Co 1.30; Ef 1.3) e nos faz cada vez mais parecido com Jesus. Esta identificação espiritual nos dá segurança para continuarmos em busca da nossa salvação (Ef 1.3-14). De glória em glória poderemos prosseguir confiantes (2 Co 3.18).

A nossa natureza carnal antiga nos impedia de adentrar as regiões espirituais, por isso fomos regenerados e através do Espírito Santo, o agente da santificação, nos é oferecida condições para buscarmos uma vida de santidade.

 

3. A doutrina da glorificação

Os salvos em Cristo aguardam o cumprimento das muitas promessas, dentre as quais se destaca a glorificação final, que é a mais desejada. Serão bênçãos maravilhosas, que somente os filhos de Deus receberão, ainda que sem nenhum merecimento pessoal.

Então o crente salvo estarão no pleno gozo das promessas de Deus (I Pe 1.1-12), já de posse da incorruptível coroa da glória (I Pe 5.4), como indicio de ter alcançado a perfeição, não a Divina, mas a que caracterizará a liberdade total do pecado (Ap 21.27) e do sofrimento (Ap 21.3-4), O salvo estará também constantemente na presença de Deus com um corpo glorificado (I Co 15.50-54; I Ts 4.13-17; Ap 21.1-3).

Os justos são destinados à vida eterna na presença de Deus. O cristão durante a sua vida terrestre experimenta pela fé a presença do Deus invisível, mas na vida vindoura essa experiência da fé tornar-se-á um fato consumado. Ele verá a Deus face a face, terá a experiência que alguns teólogos chamam a "Visão Beatifica".

O céu é habitação futura dos crentes. Um lugar de completa felicidade e alegria, marcado principalmente pela presença de DEUS (Mt 5.11-12, 6.20, 19.21; Lc 6.22-23, 12.33; Jo 14.1-3; II Co 5.1-2; Fp 1.19-23, 3.20; I Pe 1.3-5). Não pode haver dúvidas, quanto à existência de um lugar preparado por DEUS onde estarão, eternamente, junto de si, todas as pessoas salvas por Jesus.

 

Referências

A Bíblia. A revelação de Deus a humanidade. Revista Cristão alerta. Subsídios bíblicos para a Escola Dominical. Ed. 8, 1º trimestre 2022 

Baptista, Douglas. A supremacia das Escrituras. A Inspirada, Inerrante e Infalível Palavra de Deus. Casa Publicadora das Assembleia de Deus. Rio de Janeiro, 2021  

Bíblia de estudo aplicação pessoal. CPAD, 2003 

Bíblia de Estudo Temas em Concordância. Nova Versão Internacional (NVI). Rio de Janeiro. Editora Central Gospel, 2008 

Conteúdo da Bíblia. Disponível em:  http://ailtonsilva2000.blogspot.com/search/label/Conte%C3%BAdo%20da%20B%C3%ADblia 

Gonçalves, José. A supremacia de Cristo. Fé, esperança e ânimo na Carta aos Hebreus. Lições Bíblicas. Faixa Jovens e Adultos. 1º trimestre 2018. Casa Publicadora das Assembleias de Deus, 2018 

Tiago. A fé que se mostra pelas obras. Plano de aula. Disponível em: http://ailtonsilva2000.blogspot.com/2014/07/tiago-fe-que-se-mostra-pelas-obras.html. Acesso em 15 de março de 2022.

 

Por: Ailton da Silva - 12 anos (Ide por todo mundo)