CAPÍTULO 9
RECONSTRUÇÃO, ORAÇÃO E VIGILÂNCIA
1. A OBRA NÃO FOI PARALISADA:
A única forma dos inimigos terem êxito em suas
tentativas de paralisarem a obra seria uma patética união entre eles (4.7-8).
Na teoria poderia dar certo, mas na prática o resultado seria bem diferente.
Irados, se aliaram, planejaram uma
infiltração para distraírem, confundirem e desestabilizarem os judeus. Os
inimigos utilizaram artilharia pesada e vários artifícios para impedirem a
execução da obra:
- Desagrado (2.10);
- Zombaria (2.19);
- Ira, indignação e escárnio (4.1)
- Humilhação (4.2);
- Incitação a violência (4.8)
- Boatos (4.12);
- Conspiração contra Neemias (6.2);
- Levantaram falsas acusações
(6.6-7);
- Subornaram (6.12);
- Espionaram (6.17-19);
Neemias não queria perder
tempo ou desviar o foco. Ele havia recebido um convite para descer ao Vale de
Ono, que para ele representaria descer na vida espiritual. Suas respostas à
estes convites foram firmes e sábias. Nunca pensou em interromper a obra para se
encontrar com os opositores e inimigos. O seu trabalho era mais importante no
momento.Tinha certeza da grandeza de sua missão, por isto
não quis desviar o seu foco. Ele entendeu a urgência da obraa, por isto corria
contra o tempo.
A intenção do inimigo era
justamente distrair, negociar e paralisar a obra. Aquela não seria uma simples conversa ou encontro
para festejarem, era algo mais. Os acontecimentos que se seguiram revelaram os
objetivos daqueles convites:
Distração – queriam retirar o foco da obra (6.2);
- Dialogo e negociação – barganha, sutileza e engano,
pois enquanto estivesse negociando eles imaginaram que a obra pudesse ser
paralisada ou esperavam obter alguma vantagem (6.2);
- Maldade
– o plano era afastar Neemias das proximidades da cidade para tentarem contra a
sua vida (6.2).
- Cansaço – queriam vencer Neemias pelo cansaço e pelo muito falar
(6.4);
- Boataria – o objetivo era denegrir a imagem do líder (6.5-7);
- Medo –
espalhariam boatos de possíveis ataques (6.9).
Os inimigos não dariam tréguas (4.9), por isto Neemias animou e mobilizou
o povo não somente para a oração, mas também para a vigilância. Trabalho e
vigilância ao mesmo tempo, para não serem pegos de surpresa.
Em nenhum momento se deixou intimidar pelas ações dos seus
inimigos, antes pelo contrário, se fortalecia a cada ataque, pois a sua
liderança se destacava em cada uma de suas decisões. Como um autêntico líder
sabia que não teria condições de fugir destas investidas.
Mas será que algumas destas investidas surtiram efeito na
vida de Neemias? Será que por alguns momentos ele não pensou em desistir e
voltar para a sua antiga função?
2. MOBILIZAÇÃO PARA A ORAÇÃO E VIGILÂNCIA:
A oposição não daria
trégua (4.9), por isto Neemias mobilizou o povo para a oração e vigilância. Sua
estratégia principal foi dar responsabilidade para todos. Ele posicionou os
guardas perto de suas famílias. A grandiosidade da obra era visível e muitos
estavam espalhados, por isto ao toque da trombeta todos deveriam se ajuntar a
ele (4.19-20). Sua preocupação era com a segurança do povo, por isto colocou
guardas nos lugares baixos,
altos e por detrás do muro.
3. VIGIEM! EXISTE UM FALSO PROFETA (6.12):
Naquele momento a visão espiritual
de Neemias entrou em ação e o inimigo foi detectado. O absurdo era que ele
estava do lado de dentro e não de fora e ele não tinha aparência de mal, apenas
era mal intencionado. Um infiltrado, que em vez de cooperar para o bom
andamento da obra, trabalhou em prol da oposição, talvez motivado pela
prometida recompensa, que certamente não viria.
Semaías,
o profeta, que se permitiu ser subornado pela oposição (6.10), fez parte de um
grande plano maligno através de uma falsa profecia entregue a Neemias. Sua intenção
era levar o líder ao Templo, mesmo não tendo descendência levítica.
a) Profecia que infringia
a Lei (com erro teológico):
Como os inimigos não
conseguiram tirar Neemias de dentro de Jerusalém, então investiram em outro
plano. A intenção era prendê-lo no Templo e matá-lo, mas ele discerniu a falsa
profecia, pois a mensagem do profeta não condizia com as Escrituras (Nm 18.7). A intenção deste plano era a
profanação do Templo (II Cr 26.16). Se queria proteger deveria ter oferecido os
átrios para segurança de Neemias e não o interior do Templo.
b)
Profecia para impressionar:
Segundo
o falso profeta, Neemias corria perigo, por isto era necessário que se
escondesse rapidamente conforme suas instruções. Foram ameaças assustadoras,
com tom de gravidade e pressa (6.10). Se ele fosse um pouco descompromissado
com a obra certamente acreditaria naquela falácia.
c)
O pagamento do falso profeta:
O
profeta de Deus virou mensageiro do inimigo, prostituiu o seu ministério e se
deixou enganar. Recebeu algo por isto? Quantas moedas? Sabia do desejo final do
inimigo em matar Neemias? Se arrependeu após o ocorrido, tal como Judas
Iscariotes? Tanto um quanto outro estiveram tão pertos de seus líderes e
contemplaram as obra de cada um deles, mas não se envolveram como deveriam.
4. VIGIEM! OS NOBRES ESTÃO A SERVIÇO DO INIMIGO:
Como o muro já estava construído não restavam alternativas
aos inimigos a não ser destruirem o grande líder. Os nobres em vez de ajudarem,
mantinham a oposição informada sobre o andamento da obra e procuravam
desestabilizar os judeus que estavam de coração, engajados nos trabalhos, mas o
alvo de todos sempre foi Neemias (6.9).
Seria obrigação destes nobres o auxílio a Neemias na
reconstrução da cidade? Não seria mais vantajoso e lucrativo para eles o
progresso? Ou as promessas e barganhas oferecidas pelo outro lado foram capazes
de seduzi-los? Neemias tinha autorização, os nobres não.
Por: Ailton da Silva - 5 anos (Ide por todo mundo)