Introdução
O que ajunta com o Senhor
é um mesmo espirito e o que se ajunta com a meretriz serão uma só carne. O que
se prostitui comete pecado contra o seu próprio corpo (depósito contra o
próprio corpo), uma carga tremenda sobre o corpo, que não suportará.
A forma como se define o
certo e o errado em relação a sexualidade humana sofreu drásticas mudanças ao
longo dos anos e ganhou o apoio popular.
A maioria das mudanças
ocorreu em meados dos anos 1960, através de apresentação de novas ideias e
comportamentos que juntamente com os movimentos de contestação acabaram por
modelar as gerações que se seguiram.
Esta revolução provocou grandes
mudanças em legislações e na forma como a sexualidade era vista e praticada principalmente
no Ocidente, mas o que dizer das mudanças no Oriente? Ocorreram? Entre os
mulçumanos? Como eles encaram a prostituição e a homossexualidade? Dois pesos e
duas medidas?
I – A revolução sexual
1) Um novo paradigma
O paradigma judaico
cristão moldou a cultura ocidental durante séculos e muitos conceitos,
tradições e comportamentos foram implementados em várias culturas e povos ao
redor do mundo. Na ótica judaica cristã, a sexualidade era vista como algo
sagrado e deveria ser exercida dentro dos parâmetros e limites estabelecidos
por Deus, ou seja, dentro do casamento e de forma monogâmica.
No entanto, a poligamia
foi adotada por muitos povos, inclusive os hebreus. A Lei Mosaica não permitia
esta prática, somente regulamentava para que não houvesse injustiças e abusos (Dt
17.17; 24.1; Mt 19.8).
a) O “jeitinho judeu”:
Tal como faziam nos casos
de juramentos que juravam em nome dos deuses dos gentios e nas oportunidades
que se uniam para deixarem as heranças entre as famílias, foi implementado para
que o mandamento de Deus não fosse quebrado na íntegra, pois eles não podiam
cobiçar a mulher do próximo (Ex 20.14), por isso faziam uso de outro artigo da
Lei para justificar seus atos (Ex 21.10). Não cobiçavam porque estavam
ajuntando muitas outras ao seu redor.
b)
Poligamia:
A palavra monogamia vem de dois vocábulos
gregos: monos (único) e gamós (casamento),
significando um único homem para uma única mulher. Desde o Gênesis, vemos a
monogamia como o modelo de união arquitetado por Deus para o casamento e a
formação da família (Gn 2.24), já que uma única mulher foi criada e entregue
para Adão e da mesma forma foi entregue em casamento um único homem para uma
mulher, ou seja, não foram feitos várias Evas ou vários Adões.
A poligamia, a bigamia e a poliandria estão em
desacordo com os princípios de Deus para o casamento (Dt 28.54-56; Sl 128.3; Pv
5.15-21; Ml 2.14). Isto não ficou restrito somente ao primeiro casal, pois foi
ratificado na Lei (Ex 20.17).
c) Casos de bigamia e poligamia:
- Lameque,
filho de Metusalém (Gn 4.18-19; 5.25);
- Esaú casou-se
com duas mulheres heteias (Gn 26.34,35);
- Elcana
tinha duas mulheres (I Sm 1.4-8);
- Abraão,
que pela esterilidade de Sara e a pedido dela se uniu a Agar, serva de sua
esposa e inaugurou o concubinato (Gn 16) na família. Um costume antigo da região permitia
que a esposa estéril oferecesse servas para que seu marido não ficasse sem
herdeiros. Esse filho poderia ser adotado pela esposa principal (Gn 16.1-4;
30.1-13), no entanto, caso a principal viesse a ter filho, poderia transferir
os direitos do filho da serva para o seu (Gn 21.8-10), tal como fez Sara;
- Davi
que teve como esposas a Mical, filha de Saul, a Ainoã, Maaca, Hagite, Abital,
Eglá, Bate-Seba;
- Salomão
foi considerado o maior polígamo da Bíblia e permitiu que suas mulheres
pervertessem o seu coração (I Rs 11.1).
Isaque, em contrário, casou-se aos 40 anos, com uma
esposa escolhida por seu pai, e preferiu viver um casamento monogâmico,
honrando Rebeca, sua esposa, e principalmente, honrando ao Senhor.
d) Motivos para adoção
da poligamia:
- Alianças politicas: a poligamia garantia alianças políticas, como
aconteceu com Salomão ao se casar com a filha de Faraó e o rei Acabe ao se
casar com Jezabel (I Rs 3.1; 16.31);
- Aumentar a descendência de um homem: quanto mais filhos um homem
tivesse melhor seria, especialmente porque os homens viviam em constantes
guerras (Jz 8.30; I Cr 7.4);
- Esterilidade da primeira esposa.
e)
Poligamia em o Novo Testamento:
O apostolo Paulo também foi claro e taxativo em
seus ensinos a respeito do casamento monogâmico. Aos coríntios ensinou que cada
um deveria ter a sua própria mulher e esta o seu próprio marido (I Co 7.1,2),
numa prevenção clara contra a prostituição. Aos efésios ensinou a respeito da
submissão da esposa ao marido, enquanto que este deveria amar sua esposa como
Cristo amou a Igreja, sacrificando-se por ela (Ef 5.25; Cl 3.19). Provas claras
da presença da harmonia conjugal como um dos fatores que reforçam a monogamia,
e ambas são valorizadas conforme o plano original de Deus para o casamento
entre um homem e uma mulher.
Agora, para os líderes da igreja, Paulo exortou-os
a que fossem marido de uma única mulher (I Tm 3.2), o mesmo se aplicando aos
diáconos (I Tm 3.12). A liderança deve ser o exemplo dos fiéis em tudo, e esse
exemplo inclui o casamento (I Tm 4.12).
2) A quebra de um tabu
A partir dos anos 1960 o ocidente
enfrentou grandes mudanças comportamentais através de movimentos de contestação,
apelos da TV, festivais, literatura, encontros, debates que miraram a moral
cristã e a elegeram como o tabu a ser quebrado.
II – Principais distorções da sexualidade sadia
1) A prática da fornicação
Significa qualquer tipo
de ato sexual considerado pecaminoso, incluindo praticas sexuais antes do
casamento por pessoas solteiras. Um tabu que foi facilmente derrubado no meio
dos jovens.
O rompimento dos limites
da castidade era exceção, mas acabou se tornando regra e tendência normalizada,
até mesmo no meio cristão. A explicação para esta explosão de comportamento é
justamente pelo fato dos jovens apresentarem os requisitos básicos pedidos pelo
sistema mundano, a imagem e o vigor.
José foi um grande
exemplo de jovem que resistiu e mesmo sem Palavra de Deus para guia-lo ou mesmo
sem ouvir a voz de Deus, tal como seu pai, avô e bisavô ouviram (Jacó, Isaque e
Abraão), conseguiu dizer não a fornicação (Gn 39.9), venceu pelos ensinamentos
recebidos de seu pai, apesar que Jacó, em vida, não ter sido nenhum exemplo de
conduta.
2) Adultério: não é crime, mas é pecado
Algumas das cercas de
proteção do casamento bíblico foram derrubadas e as que ainda resistem sofrem constantes
e violentos ataques vindos do adultério.
“A regra é simples: O adultero muda primeiro”.
As redes sociais abrem as
portas para as relações extraconjugais, porém o telefone celular, estranhamente
dificulta esta prática, pois se torna um instrumento de fácil localização e, algumas
vezes, pode atrapalhar as práticas ilícitas fora do casamento.
Mídia, TV, internet
funcionam como disseminadoras do adultério, tornando-o corriqueiro, normal e
legalizado. A ideia apresentada é que o atual não serve, não presta e que o
outro será sempre melhor. Um velho mito diabólico. O fruto do adultério é
amargo como a morte e o preço é muito alto (Ec 7.26; Pv 5.1-4). O certo é que
estranhos ao casamento devem ser evitados.
“Devemos sempre beber água do poço que nós mesmos cavamos” (Pv 5.15).
Os adúlteros segundo a
Lei Mosaica deveriam ser punidos (Dt 22.22; LV 20.10), após serem pegos no ato
e pela boca de duas ou mais testemunhas pagariam com a morte (Dt 19.15), porém
na manifestação da Graça, não precisam ser pegos no ato e tampouco precisa de
testemunhas, pois o próprio pensamento o denuncia e condena os adúlteros (Mt
5.27-28). Tal como acontecia no caso dos que provocavam ferimentos e mortes
entre outros, que deveriam ser punidos (Nm 35.16-25), na Graça basta somente o
homem se encolerizar (Mt 5.22). Assim a Lei punia as ações se preocupando com o
exterior, enquanto que a Graça se preocupa como interior e condena os
pensamentos e não o interior como a Graça, que pelo pensamento já posiciona o
homem em relação as suas ações.
Deus não escreve certo
por linhas tortas, Ele endireita o que está torto ou errado. Davi adulterou com
Bate Seba e as consequências foram catastróficas para a criança. Anos mais
tarde, Deus concedeu o filho substituto para Davi e Bateseba, Salomão para que
desse continuidade ao reinado do pai sobre Israel.
“Às vezes o justo não é correto e o correto pode não ser justo”.
3) Homossexualidade. Uma contradição da ordem
natural
As Escrituras ensinam que homem e mulher foram
feitos à imagem de Deus, um após o outro (Gn 1.27,22), em condições de
igualdade, perante o Criador, mas com diferenças morfológicas e peculiaridades
psicológicas.
“Nasci assim e vou morrer
assim”. Mentira! A homossexualidade sofre ação do ambiente, do meio social,
sofre influencia psicossociais, culturais, traumas, etc, mas nunca se submete a
genética.
“Uma coisa é masculinidade e feminilidade, outra coisa é o machismo e o feminismo”.
As Santas Escrituras são claras ao condenarem o
adultério, a prostituição, a perversidade, a idolatria, a mentira, o falso
testemunho, bem como a prática do homossexualismo, quer masculino ou feminino
(Lv 18.22; 20.13; Dt 23.17; I Rs 14.24; 15.12; 22.47; Rm 1.24,27; I Co
6.10; Gl 5.19; I Tm 1.10; Ap 21.8), voluntário ou influenciado
midiaticamente. Este tipo de relação foi definida como uma paixão infame, um
erro, uma disposição mental reprovável, uma abominação para Deus.
III – O padrão bíblico para uma sexualidade sadia
1) O sexo atende uma necessidade. “Cresçam primeiro
e depois se multipliquem”
Deus criou o homem, um ser masculino (Gn 1.26), e
também fez a mulher, um ser feminino (Gn 1.27) e os uniu pelo matrimônio. Em
outras palavras, Deus não uniu dois machos ou duas fêmeas, tampouco criou um
segundo homem para o primeiro, pois o modelo divino para o ser humano é a
heterossexualidade. Ele os uniu, demonstrando a natureza e o padrão divino da
heterossexualidade.
Após realizar o primeiro casamento, o Criador
disse: “Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua
mulher, e serão ambos uma carne” (Gn 2.24) e não muitas carnes, como alguns
imaginam.
Deus foi taxativo ao falar ao homem a respeito da
sua vocação heterossexual: apegar-se-á à sua mulher. A própria Palavra nos
direciona para entendermos o ciclo da vida humana, desta forma não restam
dúvidas quanto à eficácia da união heterossexual, promovida por Deus, desde o
princípio, para subsistência da raça humana e para observância e cumprimento
dos preceitos divinos para constituição e manutenção da família.
2) O sexo como complementação e satisfação. Não
como fardo
Pelo modelo de casamento bíblico, homem e mulher
deixará pai e mãe e se unir a uma pessoa do sexo oposto, para perpetuação da
raça humana, bem como propiciar o convívio social. Portanto era necessário e
ainda o é, que o homem deixe seu pai e mãe para se unir a uma mulher, para
assim serem uma só carne, de acordo com a vontade de Deus (Mc 10.6-9). Esta
união pode ser caracterizada da seguinte forma:
- União heterossexual: Heteros (diferente),
sexual (sexo). União de um homem com uma mulher, macho e fêmea, assim como
foram criados por Deus (Gn 1.27);
- União monossomática: mono (um), soma (corpo).
“Deus, de um ser humano, fez dois” (Gn 2.21,22), e os dois (macho e fêmea) se
tornaram ambos uma carne (Gn 2.24)
Não é possível que uma união de pessoas do mesmo
sexo possam constituir uma família, pois Deus criou a família com propósitos
que exigem a heterossexualidade, entre as quais, a procriação e a
complementaridade afetiva e emocional, que só é possível diante de uma união
entre pessoas de sexos diferentes.
3) O
pastoreio cristão e a prática homossexual
A relação homossexual até pode ser
aprovada pelas leis dos homens, devido a corrupção moral, mas jamais será
chancelada pelas leis de Deus. Devemos definir
a homossexualidade como um comportamento adquirido, aceito ou imposto ou
aceitá-la como resultado do determinismo biológico?
A nossa reprovação por
essa prática é justamente por se tratar de uma condição totalmente contrária a
ordem natural descrita na Bíblia, jamais pode ou poderá ser vista como fruto de
preconceito. O homossexual é um ser humano como qualquer outro. Se a igreja
tiver esse pensamento, servirá como local de prevenção e não de punição.
“Negligencie suas prioridades, e ele o (acusador) tomara nota disso.
Abandone suas promessas, e ele registrará tudo.
Tente esquecer seu passado, ele o lembrará.
Tente desfazer seus erros, ele o frustrará”.
REFERÊNCIAS
Bíblia de estudo aplicação pessoal. CPAD,
2003
Bíblia de Estudo Temas em Concordância. Nova Versão
Internacional (NVI). Rio de Janeiro. Editora Central Gospel, 2008
Bíblia Sagrada. Nova tradução na linguagem de hoje.
Barueri (SP). Sociedade Bíblica do Brasil, 2000
Geografia bíblica – aula 4. Disponível em: http://ailtonsilva2000.blogspot.com/2021/06/geografia-biblica-aula-4.htmlApostila.
Acesso em 12/07/2022
Gonçalves, José. Os ataques contra a Igreja de
Cristo. As sutilezas de Satanás nestes Dias que antecedem a volta de Jesus
Cristo. Casa Publicadora das Assembleias de Deus. Rio de Janeiro, 2022
O casamento bíblico. Plano de aula. Disponível em: http://ailtonsilva2000.blogspot.com/2013/04/o-casamento-biblico-plano-de-aula.html#more. Acesso em
12/07/2022
O Que é Poligamia? Deus Permitiu a Poligamia
na Bíblia? Disponível em: https://estiloadoracao.com/o-que-e-poligamia-na-biblia/#bsht=CgRmYnNtEgQIAxAA. Acesso
em 12/07/2022Por: Ailton da Silva -
12 anos (Ide por todo mundo)