TEXTO
ÁUREO
“Compra
a verdade e não a vendas; sim, a sabedoria, e a disciplina, e a prudência” (Pv 23.23).
VERDADE
PRÁTICA
Quando o dinheiro não é dominado como servo, mas domina como
senhor, transforma-se num grande e terrível tirano.
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE - Pv 6.1-5.
1 - Filho meu, se
ficaste por fiador do teu companheiro, se deste a tua mão ao estranho,
2 - enredaste-te com
as palavras da tua boca, prendeste-te com as palavras da tua boca.
3 - Faze, pois, isto agora, filho meu, e livra- te,
pois já caíste nas mãos do teu companheiro: vai, humilha-te e importuna o teu
companheiro;
4 - não dês sono aos teus olhos, nem repouso às tuas
pálpebras;
5 - livra-te, como a gazela, da mão do caçador e, como
a ave, da mão do passarinheiro.
PROPOSTA DA LIÇÃO
•
O dinheiro como senhor é um tirano cruel;
•
Fiador: o que abona, responsabilizando-se por
alguém;
•
Emprestar: confiar à alguém certa soma ou algo;
•
Os israelitas não podiam cobrar juros de seus
irmãos;
•
Suborno: parece lucro, mas se transforma em perdas;
•
Judas: vender Jesus foi fácil, difícil foi se livrar
da cobiça;
•
As riquezas não duram para sempre;
•
Vida financeira suficiente, somente na perspectiva
bíblica;
•
A sabedoria como bem espiritual supera o dinheiro.
INTRODUÇÃO
Guerras,
assassinatos, fomes e violência, tanto no passado como no presente, existem e podemos
afirmar que boa parte desses males tem como causa primária o amor ao dinheiro
(1 Tm 6.10). Mas o que dizer dos casamentos, divórcios, litígios, mentiras,
disputas em meio a familiares, que da mesma forma existem? A adoração ao dinheiro (a moeda que virou um deus),
atingiu níveis alarmantes e insuportáveis e aumentou a incidência destes
problemas na sociedade atual.
Aqueles
que consideram o dinheiro como “um fim em si mesmo, que buscam a própria
satisfação, sem medir as consequências ou os que correm atrás dele desesperados, se frustram diante de seu falso
brilho e transitoriedade.
Ser
rico e possuir bens não é de todo errado, já que acreditamos que a bênção do
Senhor é que enriquece (Pv 10.22), muito mais espiritual (princípio da bênção)
do que material (demais coisas que acompanham as bênçãos), porém o homem ao
longo dos tempos inverteu este conceito a fim de saciar sua vontade e ímpeto
pelo ter, independente de estar ou não prejudicando a outros. Todavia, amar o
dinheiro significa torná-lo nosso senhor em vez de nosso servo. Isto traz um
grande mal, pois na condição de senhor o dinheiro torna-se um tirano cruel.
I. O CUIDADO COM AS FIANÇAS E
EMPRÉSTIMOS
1. O FIADOR
O Dicionário
Aurélio define o fiador
como “aquele que fia ou abona alguém, responsabilizando-se pelo cumprimento de
obrigações do abonado; aquele que presta fiança”, ou seja, é aquele que dá
“garantias de que o devedor irá cumprir sua palavra e pagar a dívida”. O crente
deve ter cuidado ao afiançar ou avalizar alguém, pois como diz o sábio, poderá
sofrer “severamente aquele que fica por fiador do estranho” (Pv 11.15).
Uma
forma de demonstrar confiança com as pessoas é vista no uso do cartão de crédito
ou com o famoso “cheque emprestado”. Siga a recomendação do sábio, evite esse
tipo de problema e esteja “seguro” (Pv 11.15), mesmo que a outra parte mostre
todo o seu desapontamento, chateação ou que jure agir da mesma forma, caso a
situação se inverta um dia.
2. EMPRÉSTIMO
O Dicionário Aurélio auxilia-nos
também na definição do termo emprestar: “Confiar a alguém (certa soma de
dinheiro, ou certa coisa), gratuitamente ou não, para que faça uso delas
durante certo tempo, restituindo depois ao dono”. Sobre isso, o conselho
encontrado em Provérbios é atualíssimo: “Não estejas entre os que dão as mãos e
entre os que ficam por fiadores de dívidas. Se não tens com que pagar, por que
tirariam a tua cama de debaixo de ti?” (Pv 22.26,27).
Não há nada de errado em emprestar, ou tomar emprestado, desde
que se cumpra o compromisso firmado. Comprou? Pague! Tomou emprestado? Devolva!
Quem compra e não paga, toma emprestado e não devolve, age desonestamente para
com a pessoa que lhe deu crédito e desonra o nome do Senhor.
Quando emprestarmos, jamais tomemos a outra parte como refém,
“para comer a sua carne”, tal como a prática vista em Israel, muito combatida
pelo profeta Miqueias, denunciante desta opressão (2.7; 4.1; 5.11; 8.4-6). O reino era próspero, mas não era justo, pois
os ricos se enriqueciam ainda mais e os pobres cada vez mais amargavam a
miséria.
II. O CUIDADO COM O LUCRO FÁCIL
1. EVITANDO A USURA
A
prática de emprestar dinheiro a juros é bem antiga. Para Milton C. Ficher,
erudito em Antigo
Testamento, a legislação de Deuteronômio 23.19,20 já proibia
a prática de se “emprestar com usura” (“juros” na ARA). Mas não apenas
dinheiro, também comida e “qualquer coisa que se empreste à usura”.
Os termos hebraicos neshek e nashak aludem a qualquer tipo de cobrança
abusiva feita por ocasião do pagamento da dívida. O princípio de não cobrar
juros exorbitantes e abusivos de seus irmãos devia ser observado pela nação
israelita. Sobre isso e acerca de quem habitaria o tabernáculo do Altíssimo,
Davi advertiu solenemente (Sl 15.5).
A legislação brasileira prevê que o
crime de usura, ou agiotagem, ocorre quando os juros cobrados por particulares
forem maiores que os praticados pelo Mercado Financeiro e permitido por lei.
Portanto, agiotagem é crime e pecado, pois se trata da forma mais “injusta e iníqua
de se aproveitar da miséria do pobre, emprestando-lhe dinheiro na hora do
aperto”.
2. EVITANDO O SUBORNO
De acordo com os léxicos, subornar é
“dar dinheiro ou outros valores a, para conseguir coisa oposta à justiça, ao
dever ou à moral”. Subornar é corromper para ganhar vantagens. A imprensa
veicula constantemente exemplos de pessoas que receberam suborno quando
deveriam zelar pelo cumprimento de suas obrigações, políticos em seus
“conchavos inescrupulosos e empresas mal intencionadas e gananciosas. Esta prática
ficou muito comum.
A Palavra de Deus afirma que aquele que aceita suborno
secretamente perverte o caminho da justiça (Pv 17.23). O cristão não pode
aceitar suborno nem muito menos pagá-lo, pois ele anda na luz e precisa honrar
a Deus em todas as áreas de sua vida. A prática do suborno é uma perigosa
armadilha. O que se apresenta como lucro hoje, amanhã se revelará numa perda
irreparável. Por isso, atentemos ao conselho de Provérbios (Pv 17.23 — ARA).
III. O USO CORRETO DO DINHEIRO
1. PARA PROMOVER VALORES ESPIRITUAIS.
Um dos melhores conselhos sobre a
promoção dos valores espirituais pode ser encontrado em Provérbios: “Compra a
verdade e não a vendas; sim, a sabedoria, e a disciplina, e a prudência” (Pv
23.23). Aquilo que é eterno custa caro e, por isso, poucos têm interesse nesse
investimento. Não somos donos de nada, pois nada trouxemos para cá e muito menos
levaremos algo conosco. A fidelidade no pouco é uma virtude que poucos
demonstram, mas é através dela que Deus nos confiará os verdadeiros tesouros.
Para Judas foi mais fácil vender
Jesus do que se desfazer de sua cobiça. O mesmo aconteceu com os irmãos de
José. Venderam-no para o Egito por um punhado de dinheiro (Gn 37.1-36). Hoje,
muitos crentes estão negociando a sua herança espiritual e moral, trocando-a
por coisas pecaminosas.
Por que não investir o dinheiro
naquilo que promove a sabedoria, a instrução e o conhecimento? Infelizes e
enganados são aqueles que confiam na provisão, no dinheiro e nas coisas da
terra, pois desprezam o Provedor e as coisas do alto. Cuidado! Não desperdice o
seu salário com futilidades. Adquira somente o que glorifica a Deus e honra o
Evangelho de Cristo. “Entesoure riquezas para a vida eterna (1Tm 6.19). O
que você semeia é o que colhe”.
2. PARA PROMOVER O BEM-ESTAR SOCIAL.
Para o pobre, o dinheiro mal dá para suprir as necessidades
mais elementares e básicas. Felizmente, o dinheiro não é o único valor que
realmente conta, pois “melhor é o pobre que anda na sua sinceridade do que o de
caminhos perversos, ainda que seja rico” (Pv 28.6).
Entretanto, há muitos crentes com dinheiro, e muito dinheiro,
mas que não o utilizam para honrar a Deus e ajudar ao próximo. Eles não trazem
os seus dízimos à Casa do Senhor, não ofertam, não contribuem com a obra
missionária, não investem em obras sociais e nem do bem-estar da própria
família cuidam. A estes as Escrituras chamam de insensatos (Pv 17.16 — ARA). Os
tais ainda não leram o conselho do sábio: “Porque as riquezas não duram para
sempre; e duraria a coroa de geração em geração?” (Pv 27.24). Quando morrerem,
outros irão usufruir o que eles deixarem! Não façamos como eles, não deixemos o
dinheiro nos dominar, não sejamos reféns ou servo do mecanismo monetário, que
deve ser usado sim para promover o bem estar social, tal como fizera Barnabé
(At 4.36-37), que abriu os seus celeiros e colocou seus
recursos à disposição da igreja primitiva.
IV. BUSCANDO O EQUILÍBRIO FINANCEIRO
1. BUSCANDO A SUFICIÊNCIA.
O
sábio ensina o sentido de ter uma vida financeira suficiente (Pv 30.8-9), isto
é, nem pobreza nem riqueza. Esse ponto de equilíbrio define bem o que é ter uma
vida próspera na perspectiva bíblica. É ter a suficiência, como ensinou o
apóstolo Paulo (Fp 4.19). Essa suficiência mantém nossa vida equilibrada. Ela
não permite o muito tornar-se excesso nem o pouco virar escassez. Atentemos ao
conselho do sábio!
Deus
sabe que necessitamos de bens para sobrevivermos, principalmente depois da
queda do ser humano, que fez com que nossa sobrevivência fosse obtida com
esforço e dificuldades (Gn 3:17-19).
Sabendo
que precisamos destas coisas, Deus promete no-las dar, se dermos prioridade às
coisas realmente importantes, que são as relativas à eternidade (Mt 6:31-34).
Se colocarmos a comunhão com Deus como nossa prioridade em nossas vidas, Deus
dará o necessário para nossa sobrevivência. Devemos nos contentar com a porção
acostumada (Pv 30.8).
2. BUSCANDO O QUE É VIRTUOSO.
Para o sábio, há coisas que superam
o valor do dinheiro: “Bem-aventurado o homem que acha sabedoria, e o homem que
adquire conhecimento. Porque melhor é a sua mercadoria do que a mercadoria de
prata, e a sua renda do que o ouro mais fino. Mais preciosa é do que os rubis;
e tudo o que podes desejar não se pode comparar a ela” (Pv 3.13-15).
A sabedoria, como bem espiritual, em muito supera o dinheiro,
pois para o sábio, a riqueza do verdadeiro saber não se compara com a mais bela
e cobiçada jóia. É incomparável o seu valor (Pv 8.11), apesar que existem
muitos que não pensam desta forma, mas Salomão continuou: “Mais digno de ser
escolhido é o bom nome do que as muitas riquezas; e a graça é melhor do que a
riqueza e o ouro” (Pv 22.1). “Note que Salomão não apenas
declara que o bom nome é melhor do que riquezas”, ele foi mais longe, disse “muitas
riquezas”.
Um grande mentiroso prega que o
dinheiro pode trazer a felicidade e muitos acreditam nele, porém se analisarmos
início, meio e fim desta grande asneira chegamos a conclusão que:
- Em vez de trazer a felicidade, ele promove a divisão,
contenda, conflitos, ressentimento, desconfiança;
- Em vez de trazer tranquilidade, ele traz correrias, stress,
lutas e competições;
- Em vez de trazer amigos, familiares ele os leva para
bem longe;
- Em vez de firmar ideais e confirmar caráter, ele os
denigre.
CONCLUSÃO
O
dinheiro é algo essencial à vida, mas não é o mais importante, cabe a cada um
de nós classificarmos estes elementos e valores para deixa-los agir em nossa
vida. Devemos priorizar os valores espirituais, sob pena de não usufruirmos os
terrenos, ou na pior das hipóteses, de posse dos bens materiais devemos ter o
cuidado para não virarmos as costas para Deus, um risco iminente.
Existem
muitos outros valores muito mais importantes do que o dinheiro. É necessário,
portanto, buscarmos um viver equilibrado como resultado da obediência aos princípios
da Palavra de Deus. Em Cristo, o centro de toda revelação bíblica, temos toda a
suficiência de que precisamos.
OBJETIVOS
1) Definir fiador, empréstimo, usura
e suborno:
•
Fiador: responsável pelas obrigações de outros;
•
Empréstimo: dinheiro ou algo confiado a alguém;
•
Usura: juros abusivos, exploração, proibida pela
lei;
•
Suborno: ofertas para conseguir algo, corromper;
2) Decidir usar corretamente o
dinheiro:
•
Promovendo valores espirituais e o bem estar social.
3) Buscar o equilíbrio financeiro.
•
Através da suficiência em Cristo.
REFERÊNCIAS
Bíblia de estudo aplicação pessoal. CPAD, 2003.
Bíblia
de Estudo Temas em
Concordância. Nova Versão Internacional (NVI). Rio de
Janeiro. Editora Central Gospel, 2008.
Bíblia Sagrada: Nova tradução na linguagem de hoje.
Barueri (SP). Sociedade Bíblica do Brasil, 2000.
Bíblia Sagrada – Harpa Cristã. Barueri, SP:
Sociedade Bíblica do Brasil, Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembleias
de Deus, 2003.
Por: Ailton da Silva - Ano V