sexta-feira, 28 de outubro de 2016
A decisão precipitada de Ló
Recomendo a leitura deste texto
fonte: Os Patriarcas - coincidências ou repetições da história?
A
separação não se deu por brigas, disputas, mas Deus os separou (Abraão e Ló)
por um ato tão sublime, incompreensível ao nosso entendimento. Eles foram
separados pelos olhos.
De
um lugar alto contemplaram um vasto território. Se pudéssemos perguntar para Ló
o que ele havia visto, naquela oportunidade, certamente diria que esteve diante
das belas e verdejantes campinas do Jordão, bem regadas, pelo menos antes da
destruição[1].
Era um sinal de prosperidade, riqueza, beleza e bem estar. Seus familiares
gostariam da escolha e aprovariam a separação.
E
Abraão o que viu? Vegetação rara, rasteira, lugares secos, lagos e rios
minguando, sinônimos de dores, tristezas, rancores, angústias, solidão,
mentiras, desavenças, problemas e mortes? Ou estava contemplando milagres,
providências, misericórdia, operações e grandes intervenções de Deus na sua
descendência?
Enquanto
um enxergava apenas mato e gostava do que via, pois estava preocupado apenas
com o bem estar do seu rebanho, o outro contemplava a promessa, ou seja, a sua
descendência, milhares como as estrelas do céu e a areia do mar. Era a
continuidade do plano de Deus em sua vida e na sua família. Entre o presente e
o futuro Abraão escolheu o segundo.
A
prova de que a separação não deixou sequelas entre os dois foi o fato de Abraão
ter se levantado com seus criados para resgatá-lo das mãos dos quatros reis que
guerrearam contra os reinos daquela região, mas nada que se compare ao clamor
que levantou em favor dele, quando soube que Deus destruiria a cidade.
A
escolha[2]
desastrosa de Ló foi fruto de sua cobiça, pois pensou somente no bem estar de
seu rebanho. Em nenhum momento se preocupou com sua família ou demonstrou
alguma preocupação.
Seus
olhos carnais deram instantaneamente a resposta para o seu coração: “escolha o
bonito, escolha a melhor parte”. Ele se mostrou completamente diferente de seu
tio.
Ficou
com a melhor parte, aparentemente, pois naquele momento e durante algum tempo,
realmente foi uma terra vistosa, verdejante, prazerosa, mas como todo resultado
de visão carnal é enganosa, não demorou para fosse revelado o verdadeiro lado
sombrio daquela região.
O
que era feio poderia ficar bonito. O que não agradava, poderia agradar com o
tempo. O que provocava choro, poderia ser tornar motivo de alegria, algum dia.
Esta era a esperança de Abraão e certamente ele foi motivado a concordar com a
escolha do sobrinho. Não questionou.
Ló
aceitou a proposta, se tivesse visão espiritual teria preferido viver ao lado
do tio. Ele acampou aos arredores de Sodoma e com o passar dos tempos, diante
do comodismo, acabou se mudando para a cidade. Ficou com a melhor parte do
acordo, mas lá no fundo Abraão gritou: “MESMO NA PIOR PARTE EU DAREI E FAREI O
MELHOR PARA DEUS”.
Mas,
no que parecia bom se tornou o principio das dores e o maior sofrimento[3]
de sua vida. Neste caminho tão bonito, verdejante, ele perdeu seus bens,
prováveis amigos, esposa, ficou distante do seu tio, o seu melhor amigo, suas
filhas corromperam o caráter e por fim, para completar, ele viu surgir na
humanidade as duas nações que se tornariam inimigas do povo de seu tio. A
escolha de Ló foi um verdadeiro desastre. Poderia ter pensado melhor antes de
tomar aquela decisão.
Anos
mais tarde a história se repetiu e novamente estavam as descendentes de Abraão
e Ló frente a frente e diante de uma decisão dura que mudaria a vida delas.
Noemi e Rute, respectivamente, uma querendo devolver aos moabitas a nora e a
outra desejando ardentemente se tornar propriedade do Deus de Israel. Nesta
ocasião, a falta de visão que faltou a Ló sobrou para Rute que tomou a melhor
decisão de sua vida, quando optou pelo Deus de Israel.
[1]
Antes da destruição de Sodoma e Gomorra (Gn 19.24).
[2] Ló
fez a sua escolha e separação do tio foi inevitável. Anos mais tarde a história
se repetiu com Rute, a moabita, descendente de Ló, que diante da mesma situação
preferiu continuar junto e não se separou de sua sogra Noemi.
[3] O
bonito ficou feio, a riqueza se perdeu ante a destruição de Sodoma e Gomorra.
(Gn 19.24-38).
Por: Ailton da Silva - 7 anos (Ide por todo mundo)
sexta-feira, 21 de outubro de 2016
O quase sacrifício consumado de Isaque
Recomendo a leitura deste texto
fonte: Os Patriarcas - coincidências ou repetições da história?
Os
dois, pai e filho, foram protagonistas de uma das mais belas demonstrações de
obediência a Deus registrada na Bíblia e este acontecimento marcaria para
sempre suas vidas, pois foi o momento de maior tristeza vivido pelos dois, até
então. Mesmo a separação de sua parentela no passado não houvera sido tão cruel
para Abraão ou a partida de Jacó, no futuro, haveria de ser tão dolorosa, para
Isaque, quanto aquele momento. Ali estava em jogo a vida de um filho e a fé[1]
de um pai.
Deus
havia pedido que entregasse seu filho em sacrifício, não o primogênito, o
segundo ou um outro qualquer, mas sim o unigênito.
Mesmo
com o coração condoído ele obedeceu e durante a caminhada veio a lembrança em sua
mente das promessas feitas no passado. Como se cumpririam caso o menino fosse
sacrificado? Teria outro filho ou Ismael requisitaria para si todos os direitos
de primogênito e único filho vivo?
Ismael
foi o primeiro filho e Isaque o segundo, mas como Deus requereu o único para
aquele sacrifício? Os direitos e reconhecimento do primogênito foram anulados
pelo aparecimento do unigênito[2]?
Ou Deus havia se esquecido deste detalhe?
Abraão
não conseguia entender[3]
a vontade de Deus para a sua vida e a única solução foi trancar-se na solidão
da sua alma e seguir adiante. Seria difícil Isaque não atentar para o peso da
angústia que seu pai estava carregando e a princípio não entendeu tamanha
tristeza, pois estavam prestes a entregarem um sacrifício a Deus, isto deveria
ser motivo de alegria, mas como era submisso continuou calado.
O
silêncio foi quebrado quando ele perguntou sobre o animal para o sacrifício, já
que não estavam levando nenhum. O cordeiro será provido no momento certo, esta
foi a resposta de seu pai, confiante na providência Divina.
O
coração de Abraão chorava angustiado. Como seria difícil revelar ao filho que
ele seria o cordeiro, pior seria tirar-lhe a vida. Como reagiria ao vê-lo
inerte sobre o altar? No silêncio foi possível ouvir os pássaros, os ruídos e o
barulho das lágrimas internas do pai que não foram fortes para escorrerem pelos
seus olhos.
Mas
que espécie de sacrifício racional seria aquele? Tristeza em vez de alegria?
Perdas em vez de ganhos? Derrotas e não vitórias? Era isto que receberia por
ter posto a mão no arado[4]?
Era isto que Deus havia reservado por ter se auto anulado?
Desde
a sua chamada, a sua única preocupação foi com a formação e preservação da
nação prometida a ele. Sua vida, jornada e fé foram essencialmente baseadas e
firmados nas promessas, não tinha mais vontade própria ou objetivos pessoais.
E
o que recebia por toda a sua dedicação? Rótulo de assassino, louco, fanático,
extremista entre outros. Sara o apoiaria? E os parentes o taxariam ainda mais,
ou dariam graças, aos seus inúmeros deuses, por Abraão estar tão longe. Ló
certamente diria que havia recebido um livramento, após a separação dos dois.
Quantos
pensamentos, em fração de segundos? Quantas perdas materiais e espirituais?
Seria melhor a rebelião e a fuga para bem longe? Mas para onde? Ele sabia que
isto seria impossível, então o jeito foi se entregar cem por cento ao chamado
sacrifício racional.
Foram
várias as perguntas sem respostas durante a caminhada, porém as únicas duas que
não foram feitas eram exatamente as que tinham as respostas prontas. Deus
poderia ter perguntado a Isaque se era possível um pai ou uma mãe se esquecer
de um filho. A resposta seria imediata, direta e afirmativa, porém ele jamais
seria esquecido ou abandonado, mesmo naquela situação.
A
segunda pergunta poderia ser de Isaque ao seu pai, pois ao vê-lo triste,
poderia imaginar que tal situação fosse pela demora do cumprimento das
promessas. Qual o motivo de tamanha tristeza? Ele estava indo para auxiliá-lo na
administração do sacrifício e para ajudá-lo a provar sua fé e fidelidade a Deus.
Ao
chegarem ao local do sacrifício, Abraão deixou os seus moços e o jumento[5],
pois seria desnecessário aquele animal de carga, uma vez que tinha somente a
lenha para carregar. O cordeiro para o sacrifício estava indo com os próprios
pés.
Abraão
subiu triste com o filho e atribuiu a ele a tarefa de carregar a madeira para o
próprio[6]
sacrifício. Que peso, que responsabilidade caíra sobre os ombros daquele jovem.
Como o pai via aquela cena? O que imaginava ou o que filme passava rapidamente
em sua mente?
Havia
chegado o momento de todos os sonhos de Abraão caírem por terra. Se o filho
fosse morto, fatalmente seus planos quanto à sua descendência não seriam
cumpridos, uma vez que não teria mais filhos para a continuidade.
Diante
do altar ergueu o cutelo, mas neste instante ouviu a voz do anjo do Senhor
dizendo que não finalizasse o sacrifício, já que ele havia provado que temia a
Deus.
Abraão,
que chorava ante a atitude que deveria tomar, sorriu, abraçado a seu filho,
pelo livramento recebido. Ele subiu com a promessa ao lado e desceu com ela.
Não perdeu o foco e sua fé foi honrada.
Sequer
teve o trabalho de descer para ordenar que um de seus moços fosse atrás de
algum cordeiro para completar o sacrifício. Ele olhou para os lados e não
conseguia contemplar nada, mas mesmo assim não se desesperou. Virou-se[7]
e viu um cordeiro enroscado entre o mato. Isto prova que Deus sempre está à
retaguarda[8],
provendo o que precisamos. Bastou esticar a mão e pegá-lo, pronto, o seu serviço
sacrificial estava completo.
Jamais
conseguiríamos imaginar a alegria[9].
Um sentimento que somente ambos poderiam descrever, em virtude da tensão vivida
durante o trajeto e os cruciais minutos que antecederam o sacrifício.
Ter
saído da terra de seus pais, para depois ser presenteado com um filho na
velhice, que anos mais tarde foi o instrumento usado para provar a sua
fidelidade, foram a base da segurança de Abraão para aguardar o cumprimento das
promessas.
[1] A fé do
pai ajudaria a salvar a vida do filho.
[2]
Vide teoria da inversão no capítulo 3.
[3]
Abraão deveria deixar no altar o que ele não queria deixar, o filho, que então
sairia de seus cuidados e seria entregue para Deus.
[4]
Não estava apto (Lc 9.62) a herdar as bênçãos de Deus?
[5] O
jumento representava toda a carga negativa que trouxe desde a sua partida. Ele
resolveu deixar para que o sacrifício fosse leve e agradável a Deus.
[6]
Tal com Jesus que carregou sua cruz, Isaque apareceu no cenário bíblico
carregando a lenha para o próprio sacrifício.
[7] Deus
sempre provê às nossas costas, nunca na frente
[8] Muitas
vezes esperamos as bênçãos de Deus à nossa frente, queremos enxergar.
[9] Um encontro a três. O momento que deveria ser trágico
e que fatalmente seria lembrado pela família por todas as gerações seguintes,
terminou de forma glorioso.
Por: Ailton da Silva - 7 anos (Ide por todo mundo)
terça-feira, 18 de outubro de 2016
Pré-aula_Lição 4: A provisão de Deus no monte do sacrifício (sem edição)
Por: Ailton da Silva - 7 anos (Ide por todo mundo)
sexta-feira, 14 de outubro de 2016
quinta-feira, 13 de outubro de 2016
Melhores momentos da trajetória do grande patriarca Abraão
Recomendo a leitura deste texto
fonte: Os Patriarcas - coincidências ou repetições da história?
Sobre o projeto divino
Abraão[1]
foi chamado e recebeu a maior promessa de sua vida, a possessão das terras de
Canaã, ora habitada pelos descendentes de Cã, filho de Noé.
Abraão,
filho de Terá, irmão de Naor e Harã, o pai de Ló. De Ur dos caldeus, ele partiu
para Harã e depois para as terras de Siquém. Deixou para trás um passado
idólatra[2]
e de ignorância, que não foi capaz de manchar a sua chamada. A partir deste
momento sua história tomou novos rumos.
Sobre o desafio de acreditar no projeto divino
Ele deveria sair de sua terra,
deixar a sua parentela e esquecer definitivamente tudo o que havia aprendido e
vivido naquele universo idólatra, uma mudança radical que poucos aceitariam. Creu
e saiu primeiro para ver depois, pois a visão das terras se deu após a sua
chamada e isto lhe foi imputado por justiça.
A sua jornada seria longa, onerosa, cansativa
e, pela fé, pois não fora revelado a ele o local exato, a latitude, longitude,
direção e tampouco a duração da viagem, apenas ainda ecoava em sua mente:
“largue, saia, vá que eu te mostrarei”. Deus prometeu abençoar ele durante a
viagem e garantiu que seu nome seria engrandecido, mesmo que fosse esquecido
pelos parentes que ele havia deixado para trás.
Era comum, na época, os pobres ou
fugitivos largarem, abandonarem familiares e terra natal, mas ele não era um
“João ninguém”, pertencia a uma família
importante, somente não imaginava a duração, muito menos as consequências
pela sua decisão.
A
promessa recebida dizia respeito à posse definitiva daquelas terras, já
habitadas por outros povos, que até então não faziam questão ou não reconheciam
a sua importância. Em continuidade, teria um filho e geraria uma grande nação,
por isto, saiu confiante, largou família, mordomias e, principalmente deixou
para trás lembranças idólatras, para peregrinar.
Abraão,
a partir do momento que decidiu obedecer às ordens de Deus, experimentou um
período de ganhos espirituais, jamais proporcionado a qualquer outro homem, mas
antes disto teve que vivenciar as mudanças drásticas no campo familiar,
segurança e recursos materiais, pois deixou amigos, parentes e peregrinou por
terras desconhecidas. Depois habitou entre os cananeus, pessoas de má fama e
por fim enfrentou a fome ao chegar a Canaã, e peregrinou ao Egito. Ele decidiu
pela fidelidade e este se tornou o início do grande plano de criação da nação
de Israel.
Esta
foi uma experiência espiritual inédita em sua vida. Como crer tão de repente em
uma mensagem desta natureza? Ele creu e seguiu viagem rumo à terra que lhe
havia sido prometida durante as revelações.
Durante a caminhada recebeu
novamente a visita de Deus para lhe confirmar a promessa e ratificar o seu
desejo de vê-lo longe daquelas terras idólatras. Aquelas revelações serviram
para Abraão contemplar aquilo que seria, num futuro bem próximo, o fruto de sua
semente, Israel, tudo teria início a partir dele.
Sobre a esterilidade de Sara
Abraão
esteve o tempo todo ao lado de uma esposa estéril. O que poderia esperar de
bom, principalmente no tocante à continuidade de sua semente? Talvez entre sua
parentela pudesse encontrar outra esposa que lhe desse filhos.
Ele habitou como peregrino próspero[6] nas terras de Canaã, mas ainda não havia presenciado a plenitude do cumprimento da promessa de Deus, pois faltava, um filho, para que a partir dele se originasse a multidão de descendentes prometidos.
Ele sabia que Deus honraria as suas palavras, por isso aguardava ansioso o cumprimento das promessas, que se iniciaria com o nascimento de um filho, porém isto seria quase impossível aos seus olhos, pois tanto ele quanto Sara estavam avançados em idade e ainda havia o problema da esterilidade.
O interessante foi o obstáculo criado, por eles, para duvidarem do nascimento de um filho. O fator idade foi, de princípio, uma desculpa para não buscarem a confirmação da promessa de Deus. Seria melhor desacreditarem do que acreditarem no impossível?
O filho que tivera com Agar, a escrava, fruto da impaciência de Sara, não estava nos planos de Deus, tampouco os outros seis que teve com Quetura[7], após a morte de Sara.
Quando se tratava de uma promessa de Deus colocaram obstáculos, mas quando os filhos já não faziam parte do plano Divino, a história se desenrolou sem nenhum problema. Abraão se considerou idoso antes do nascimento do filho da promessa, imagine então com Isaque já no auge dos seus quarenta anos e casado. Agora quem estava com uma idade avançada era o filho e não os pais.
Mesmo assim, ele e Sara não sofreram danos por não terem dado crédito, de princípio, na possibilidade de terem filhos, bem diferente de Zacarias, pai de João Batista, que ficou mudo (Lc 1.18-25).
Sobre Abraão ter saído de suas terras ACOMPANHADO (parte de sua família).
Ele
saiu de suas terras acompanhado de seu sobrinho Ló, contrariando a ordem de
Deus e cumprindo o determinado pela metade. Talvez o tenha levado por ser filho
de seu irmão Harã, que já havia falecido, ou pela simpatia, presteza ou por
algum outro interesse familiar, tornando-o seu herdeiro legitimo, até aquele
momento, mas isto não seria por muito tempo, pois logo seriam separados por
providência Divina. O plano era com ele e sua família e não com os seus
parentes.
Foram
duas as táticas utilizadas por Deus para efetuar a separação entre tio e
sobrinho. A primeira foi a permissão para que houvesse os desentendimentos
entre os pastores de ambos, pois a contenda, caso continuasse afetaria o
caráter tanto de Abraão quanto de Ló, além do mais, as brigas poderiam abrir
oportunidades para os inimigos atacarem. Os dois deveriam ser diferentes dos
habitantes daquela terra. Não seria bom para ambos serem coniventes com aquelas
desavenças.
A
segunda foi uma prática desconhecida pelos humanos, pela qual Deus fez a obra
sem deixar sequelas, rancores ou tristezas, consequências inevitáveis de
qualquer separação onde ocorra algum tipo de intervenção humana.
O
plano de Deus consistia em levá-los para um lugar e dar oportunidade para que
cada um escolhesse o seu próprio caminho.
A
separação não se deu por brigas, disputas, mas Deus os separou por um ato tão
sublime, incompreensível ao nosso entendimento. Eles foram separados pelos
olhos.
De
um lugar alto contemplaram um vasto território. Se pudéssemos perguntar para Ló
o que ele havia visto, naquela oportunidade, certamente diria que esteve diante
das belas e verdejantes campinas do Jordão, bem regadas, pelo menos antes da
destruição[3].
Era um sinal de prosperidade, riqueza, beleza e bem estar. Seus familiares
gostariam da escolha e aprovariam a separação.
E
Abraão o que viu? Vegetação rara, rasteira, lugares secos, lagos e rios
minguando, sinônimos de dores, tristezas, rancores, angústias, solidão,
mentiras, desavenças, problemas e mortes? Ou estava contemplando milagres,
providências, misericórdia, operações e grandes intervenções de Deus na sua
descendência?
Enquanto
um enxergava apenas mato e gostava do que via, pois estava preocupado apenas
com o bem estar do seu rebanho, o outro contemplava a promessa, ou seja, a sua
descendência, milhares como as estrelas do céu e a areia do mar. Era a
continuidade do plano de Deus em sua vida e na sua família. Entre o presente e
o futuro Abraão escolheu o segundo.
A
prova de que a separação não deixou sequelas entre os dois foi o fato de Abraão
ter se levantado com seus criados para resgatá-lo das mãos dos quatros reis que
guerrearam contra os reinos daquela região, mas nada que se compare ao clamor
que levantou em favor dele, quando soube que Deus destruiria a cidade.
A
escolha[4]
desastrosa de Ló foi fruto de sua cobiça, pois pensou somente no bem estar de
seu rebanho. Em nenhum momento se preocupou com sua família ou demonstrou
alguma preocupação.
Seus
olhos carnais deram instantaneamente a resposta para o seu coração: “escolha o
bonito, escolha a melhor parte”. Ele se mostrou completamente diferente de seu
tio.
Ficou
com a melhor parte, aparentemente, pois naquele momento e durante algum tempo,
realmente foi uma terra vistosa, verdejante, prazerosa, mas como todo resultado
de visão carnal é enganosa, não demorou para fosse revelado o verdadeiro lado
sombrio daquela região.
O
que era feio poderia ficar bonito. O que não agradava, poderia agradar com o
tempo. O que provocava choro, poderia ser tornar motivo de alegria, algum dia.
Esta era a esperança de Abraão e certamente ele foi motivado a concordar com a
escolha do sobrinho. Não questionou.
Ló
aceitou a proposta, se tivesse visão espiritual teria preferido viver ao lado
do tio. Ele acampou aos arredores de Sodoma e com o passar dos tempos, diante
do comodismo, acabou se mudando para a cidade. Ficou com a melhor parte do
acordo, mas lá no fundo Abraão gritou: “mesmo na pior parte eu darei e farei o
melhor para Deus”.
Mas,
no que parecia bom se tornou o principio das dores e o maior sofrimento[5]
de sua vida. Neste caminho tão bonito, verdejante, ele perdeu seus bens,
prováveis amigos, esposa, ficou distante do seu tio, o seu melhor amigo, suas
filhas corromperam o caráter e por fim, para completar, ele viu surgir na
humanidade as duas nações que se tornariam inimigas do povo de seu tio. A
escolha de Ló foi um verdadeiro desastre. Poderia ter pensado melhor antes de
tomar aquela decisão.
Anos
mais tarde a história se repetiu e novamente estavam as descendentes de Abraão
e Ló frente a frente e diante de uma decisão dura que mudaria a vida delas.
Noemi e Rute, respectivamente, uma querendo devolver aos moabitas a nora e a
outra desejando ardentemente se tornar propriedade do Deus de Israel. Nesta
ocasião, a falta de visão que faltou a Ló sobrou para Rute que tomou a melhor
decisão de sua vida, quando optou pelo Deus de Israel.
Sobre a grande nação feita a partir de Abraão.
As
promessas foram para Abraão, para seus descendentes e todas as futuras
gerações, os quais foram comparados às estrelas do céu, pois seriam muitos e
benditos por esta aliança irrevogável. A bênção se estenderia, anos mais tarde,
para todas as famílias da terra, tão logo Israel fosse reconhecido como povo
exclusivo e nação de Deus.
O plano divino da eleição de Israel
consistia em sofrimentos, mentiras, tristezas, brigas, pesares e principalmente
em separações.
O
reconhecimento como grande nação, povo seleto, custaria caro aos patriarcas,
não seria fácil chegarem a este estágio, por isso fora imputado por justiça a
Abraão o fato de ter crido com veemência nas promessas de Deus, logo de
princípio. O caminho seria longo e difícil, mas recompensador.
Esta
foi a promessa[9]
feita a Abraão, a qual garantia, a partir dele, o surgimento de uma grande
nação, mas ele não viu em vida o cumprimento de tudo aquilo, mesmo porque como
seria possível, já que estava ao lado de uma mulher estéril?
Foi
tirado do local onde tinha certa garantia de futuro. Aprendeu a viver na
dependência de sua fé, essencial para o surgimento de uma nação forte,
invencível e inabalável. Saiu pelo deserto sem mapa, sem pista, um verdadeiro
desafio e com paciência alcançou a promessa (Hb
6.15).
Sobre o engrandecimento do nome de Abraão
Abraão creu nas promessas de Deus
mesmo que parecessem absurdas, já que nunca havia passado por algo semelhante
em sua vida espiritual, dando assim vazão à sua fé que não era baseada somente
na emoção. Conforme as ordens, recebidas, largou tudo e seguiu para uma terra,
que foi revelada bem depois.
Por: Ailton da Silva - 7 anos (Ide por todo mundo)
O
período compreendido entre a chamada, lá em suas terras, e a confirmação foi
capaz de desanimá-lo, mas não de tirar suas forças ou minar sua fé. Nascia
então um dos patriarcas de Israel, o primeiro, de um grupo de cinco homens
portentosos, usados nas mãos de Deus para iniciar e continuar o plano de
criação de uma nação santa, um povo.
O
que dizer então do tempo entre a promessa feita a Abraão e o cumprimento nos
dias de Moisés?
A
maior prova de Abraão foi quando Deus pediu em sacrifício o seu unigênito.
Sua fé não era receber outro filho no lugar de Isaque, mas sim um livramento. A
sua oração durante o caminho foi mais ou menos assim:
“Que
Deus é este? Ló, meu sobrinho, está longe, Ismael, eu despedi há algum tempo,
além do mais é filho da serva e não da promessa. Eu e Sara estamos avançados em
idade, já rimos da primeira vez, imagine agora. Então como o seu plano, Deus
Todo Poderoso, se cumprirá na minha semente se Isaque for sacrificado? Como
serão tantos como as estrelas do céu? Como herdarão as promessas, que eu tenho
certeza que não terei acesso, devido a minha idade”?
Não
tinha como Deus não atender uma oração com tamanho quebrantamento. Por este
pedido enxergamos Abraão como o primeiro patriarca de Israel, o pai das
multidões. Ele creu e isto lhe foi imputado por justiça. Quem poderia desabonar
a sua vida?
Abraão, o amigo de
Deus, pai da fé e de uma grande multidão, o grande patriarca de Israel, que
teve o seu nome perpetuado e respeitado através dos tempos em várias nações.
O primeiro patriarca
foi resgatado de sua vã maneira de viver e, pela fé, guiado para uma terra que,
sequer imaginava, mas que lhe seria mostrada com o tempo. Largou tudo e partiu
rumo ao cumprimento das promessas.
[1] Deus trocou o nome de Abrão para Abraão (Gn 17.5) e
implantou no coração dele a sua intenção.
[2]
Passado idólatra da família do patriarca Abraão, atestado por Josué (Js 24.2).
[3]
Antes da destruição de Sodoma e Gomorra (Gn 19.24).
[4] Ló
fez a sua escolha e separação do tio foi inevitável. Anos mais tarde a história
se repetiu com Rute, a moabita, descendente de Ló, que diante da mesma situação
preferiu continuar junto e não se separou de sua sogra Noemi.
[5] O
bonito ficou feio, a riqueza se perdeu ante a destruição de Sodoma e Gomorra.
(Gn 19.24-38).
[6] De que valia Abraão ter tudo na vida se lhe faltava um
herdeiro. Os herdeiros espirituais estavam garantidos, o problema era a herança
material.
[7]
Abraão com Quetura tiveram seis filhos (Gn 25.1).
[8]
Peregrinação, escravidão, aflição. Depois retornariam para Canaã (Gn 15.13-16).
[9] A promessa feita a Abraão geraria a ele uma bênção de
alcance global.
sexta-feira, 7 de outubro de 2016
Lição 2 - Slides (Recordando)
I - Provisão Divina em um mundo caótico
1 - A provisão de Deus no deserto
2 - A PROVISÃO DE DEUS PARA ELIAS EM QUERITE
terça-feira, 4 de outubro de 2016
Pré-aula_Lição 2: A provisão de Deus em tempos difíceis (sem edição)
Por: Ailton da Silva - 7 anos (Ide por todo mundo)
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