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quinta-feira, 16 de janeiro de 2025

Ei Elias, o ribeiro está secando (I Rs 17.1-7; 18.22; 19.1-21; II Rs 2.11) e o seu ministério terreno está terminando (temporariamente)

 


Introdução:

Israel estava vivendo dias difíceis, principalmente após o aparecimento repentino de Elias. A mensagem do profeta fazia alusão ao fechamento do céu, para que não houvesse chuva e orvalho (I Rs 17.1).

 

Sem chuva não houve riqueza, colheitas, prosperidade e alegria, mas para Elias não faltou água, pois o profeta esteve luxuosamente hospedado às margens do ribeiro de Querite (I Rs 17.3), escondido e no anonimato, justamente um lugar para reflexão, renovo e total dependência de Deus.

 

Porque não foi levado até ao mais volumoso e atrativo rio Jordão? Certamente teria mais recursos à disposição e daria consequentemente mais visibilidade diante dos olhos dos israelitas.

 

1) Água potável, via ribeiro minguado de Querite:

O ribeiro era temporário, pois dependia das águas da chuva (I Rs 17.7), mas se tornou um lugar de provisões de Deus. O local de refúgio do profeta, nada lhe faltaria naquele lugar. Tudo parecia perfeito. Se fosse preciso enfrentaria novamente o rei Acabe e qualquer outro – pura ilusão.

 

2) O Senhor é o meu pastor e nada me faltará – via corvos:

Para os 7000 que ainda não haviam dobrado seus joelhos (I Rs 19.18) e em especial, para Elias, durante o período compreendido entre a primeira e segunda aparição diante de Acabe (I Rs 17.1; 18.1), o Senhor Deus foi o grande pastor e nada lhe faltou.


Lá em Querite teve água em abundância e foi suprido com pão e carne que eram trazidos por corvos (I Rs 17.6), uma ave imunda (Lv 11.15-16). Aquilo era uma provisão divina e não uma iguaria, por isso foi entregue daquela forma. O que aconteceria se os alimentos fossem trazidos por outras aves ou por animais puros? Certamente seriam mortos pelos famintos israelitas e a encomenda de Deus não chegaria ao portador das bênçãos.

 

Logo pelas manhãs as entregas eram pontuais, garantidas pelo próprio Deus (I Rs 17.4), tal como aconteceu no deserto com os hebreus que recebiam o maná enviado dos céus (Ex 16.21).

 

O instrumento era duvidoso, asqueroso, mas a fonte da benção não! Se fosse outro homem, certamente recusaria ou relutaria por alguns instantes. Deus havia ordenado aos corvos e eles obedeceram, uma prévia do que Pedro ouviria e veria com seus próprios ouvidos e olhos anos mais tarde (At 10.14-15).

 

Por alguns dias os corvos se comportaram como aves obedientes, pois as ordens para que entregassem a provisão para o profeta havia partido do próprio Deus, portanto não tinha como as aves relutarem ou Elias duvidar (I Rs 17.4-9).

 

3) O ribeiro está secando:

O profeta não se preocupou com o futuro, pois estava recebendo o socorro de Deus e assim não percebeu que a situação estava aos poucos mudando. Havia água realmente, mas o ribeiro estava secando, bem diante de seus olhos (I Rs 17.7).

 

Elias não questionou Deus sobre a “morte” do ribeiro (I Rs 17.7), pelo contrário, ficou esperando a Palavra do Senhor, bem diferente de Jonas (Jn 4.7-11), que lamentou a morte da aboboreira ao mesmo tempo em que não se comoveu com a situação espiritual de seu público alvo, os ninivitas.

 

4) “Só eu fiquei por profeta” (I Rs 18.22):

Elias disse isso ao povo antes do desfecho do desafio contra Baal no monte Carmelo. Ele se achava o único fiel? Mas o que havia feito de extraordinário para ter tal percepção? Naquele dia, após os acontecimentos, os israelitas se concertaram e certamente se juntaram aos 7000 fiéis que não haviam dobrado os joelhos diante de Baal (I Rs 19.18).

 

Elias queria ser o único profeta em Israel? Não havia que pudesse ser tão fervoroso, temido ou comparado a ele. Na verdade, sua intenção era formar discípulos e não sucessores.

 

5) “E eu fiquei só” (I Rs 19.10):

Seria o único fiel que havia restado: "Eu fiquei só" (I Rs 19.10). Em seu pensamento Não havia mais fiéis. Deus possuía ainda 7000 (I Rs 19.18).

 

Elias fugiu com medo de Jezabel e foi para o deserto. Lá recebeu a visita de um anjo que lhe mandou que prosseguisse na jornada, mas por conta própria se escondeu em uma caverna (I Re 19.9-11). Mesmo nessa condição conseguiu ouvir e reconhecer a voz de Deus, mas disse: “tenho sido zeloso...os filhos de Israel deixaram seus concertos...e eu fiquei só”.

 

Elias estava decepcionado pelo não reconhecimento recebido, fragilizado pelas ameaças de Jezabel, cansado pelo peso da obra e dos últimos acontecimentos e com sono devido a sua longa caminhada, situação ideal para o desanimo certeza do término do ministério.

 

6) “E eu fiquei só” (I R 19.14)

Elias disse isso a Deus, logo após ter saído da caverna onde havia se refugiado após as ameaças de Jezabel (I Rs 19.1-2). Deus falou com ele, não através do vento, fogo ou terremoto, mas por uma voz mansa e suave que fortaleceu o profeta.

 

7) E disse Deus: “Saia da caverna, porque você não está só” (I Rs 19.18)

  • Vai e volta pelo caminho que você trilhou (que não era o de Deus)
  • Unge um rei para a Síria
  • Unge um rei para Israel
  • Unge um novo profeta para Israel.

 

8) Novo profeta? Para que?

Assim como todos os homens, chegou o dia em que Elias precisou parar, mas antes teve o cuidado de seguir as orientações recebidas para proceder a escolha correta e para preparar seu sucessor.

 

Eliseu fazia parte da estatística dos sete mil fiéis, alias o sucessor de Elias só poderia sair deste grupo, pois se fosse alguém de fora certamente precisaria de tempo para conversão, concerto, limpeza geral do coração, da mente, aprendizado, resgate da Lei e renúncias.

 

Mas Elias deve ter pensado: “novo profeta, para que? Ainda mais agora que fui renovado? Seria para me auxiliar? Para me servir? Para ser treinado por mim?

 

9) E disse Deus:

E Deus respondeu: “unge um novo profeta para ficar em seu lugar, seu sucessor, pois você não ficou só, não está só, ainda tenho 7000 fiéis que ainda não haviam dobrado joelho a Baal, ainda tenho profetas para Israel e para o mundo”.

 

 “Elias, seu ministério terreno está se findando, temporariamente, tal como temporário é o ribeiro de Querite, que depende das águas da chuva. Um dia você voltará e cumprirá sua missão, por enquanto venha para cá – venha para os braços do Pai Eterno e fique comigo” (II Rs 2.11).

 

Conclusão:

Israel enfrentou dias difíceis devido a seca profetizada por Elias, que diferentemente não sentiu na pele os mesmos problemas, pois foi sustentado por Deus com água, pão e carne.

 

Mas o profeta não percebeu que o ribeiro, de onde saciava sua sede secava aos poucos. Outro problema foram suas declarações, por três vezes, imaginando que seria o único fiel ou profeta que havia restado em Israel.

 

Foi grandemente usado por Deus, depois foi fugiu covardemente diante das ameaças de Jezabel e por fim se assombrou quando recebeu de Deus a ordem para ungir um novo profeta em seu lugar.

 

Seu ministério terreno temporariamente se findou, tal como o ribeiro de Querite secou diante de seus olhos, mas que ao primeiro sinal de chuvas voltou forte e triunfante.

 

Por: Ailton da Silva - 15 anos (Ide por todo mundo)

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