Recomendo a leitura deste texto
fonte: Os Patriarcas - coincidências ou repetições da história?
A
separação não se deu por brigas, disputas, mas Deus os separou (Abraão e Ló)
por um ato tão sublime, incompreensível ao nosso entendimento. Eles foram
separados pelos olhos.
De
um lugar alto contemplaram um vasto território. Se pudéssemos perguntar para Ló
o que ele havia visto, naquela oportunidade, certamente diria que esteve diante
das belas e verdejantes campinas do Jordão, bem regadas, pelo menos antes da
destruição[1].
Era um sinal de prosperidade, riqueza, beleza e bem estar. Seus familiares
gostariam da escolha e aprovariam a separação.
E
Abraão o que viu? Vegetação rara, rasteira, lugares secos, lagos e rios
minguando, sinônimos de dores, tristezas, rancores, angústias, solidão,
mentiras, desavenças, problemas e mortes? Ou estava contemplando milagres,
providências, misericórdia, operações e grandes intervenções de Deus na sua
descendência?
Enquanto
um enxergava apenas mato e gostava do que via, pois estava preocupado apenas
com o bem estar do seu rebanho, o outro contemplava a promessa, ou seja, a sua
descendência, milhares como as estrelas do céu e a areia do mar. Era a
continuidade do plano de Deus em sua vida e na sua família. Entre o presente e
o futuro Abraão escolheu o segundo.
A
prova de que a separação não deixou sequelas entre os dois foi o fato de Abraão
ter se levantado com seus criados para resgatá-lo das mãos dos quatros reis que
guerrearam contra os reinos daquela região, mas nada que se compare ao clamor
que levantou em favor dele, quando soube que Deus destruiria a cidade.
A
escolha[2]
desastrosa de Ló foi fruto de sua cobiça, pois pensou somente no bem estar de
seu rebanho. Em nenhum momento se preocupou com sua família ou demonstrou
alguma preocupação.
Seus
olhos carnais deram instantaneamente a resposta para o seu coração: “escolha o
bonito, escolha a melhor parte”. Ele se mostrou completamente diferente de seu
tio.
Ficou
com a melhor parte, aparentemente, pois naquele momento e durante algum tempo,
realmente foi uma terra vistosa, verdejante, prazerosa, mas como todo resultado
de visão carnal é enganosa, não demorou para fosse revelado o verdadeiro lado
sombrio daquela região.
O
que era feio poderia ficar bonito. O que não agradava, poderia agradar com o
tempo. O que provocava choro, poderia ser tornar motivo de alegria, algum dia.
Esta era a esperança de Abraão e certamente ele foi motivado a concordar com a
escolha do sobrinho. Não questionou.
Ló
aceitou a proposta, se tivesse visão espiritual teria preferido viver ao lado
do tio. Ele acampou aos arredores de Sodoma e com o passar dos tempos, diante
do comodismo, acabou se mudando para a cidade. Ficou com a melhor parte do
acordo, mas lá no fundo Abraão gritou: “MESMO NA PIOR PARTE EU DAREI E FAREI O
MELHOR PARA DEUS”.
Mas,
no que parecia bom se tornou o principio das dores e o maior sofrimento[3]
de sua vida. Neste caminho tão bonito, verdejante, ele perdeu seus bens,
prováveis amigos, esposa, ficou distante do seu tio, o seu melhor amigo, suas
filhas corromperam o caráter e por fim, para completar, ele viu surgir na
humanidade as duas nações que se tornariam inimigas do povo de seu tio. A
escolha de Ló foi um verdadeiro desastre. Poderia ter pensado melhor antes de
tomar aquela decisão.
Anos
mais tarde a história se repetiu e novamente estavam as descendentes de Abraão
e Ló frente a frente e diante de uma decisão dura que mudaria a vida delas.
Noemi e Rute, respectivamente, uma querendo devolver aos moabitas a nora e a
outra desejando ardentemente se tornar propriedade do Deus de Israel. Nesta
ocasião, a falta de visão que faltou a Ló sobrou para Rute que tomou a melhor
decisão de sua vida, quando optou pelo Deus de Israel.
[1]
Antes da destruição de Sodoma e Gomorra (Gn 19.24).
[2] Ló
fez a sua escolha e separação do tio foi inevitável. Anos mais tarde a história
se repetiu com Rute, a moabita, descendente de Ló, que diante da mesma situação
preferiu continuar junto e não se separou de sua sogra Noemi.
[3] O
bonito ficou feio, a riqueza se perdeu ante a destruição de Sodoma e Gomorra.
(Gn 19.24-38).
Por: Ailton da Silva - 7 anos (Ide por todo mundo)
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