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quinta-feira, 13 de junho de 2024

Querem voltar para o seu mudinho de antes? Não!

Portas são abertas por Deus, nem sempre para entrarmos, às vezes é para não sairmos. Deus abre portas para vermos como está a situação lá fora. Quando estavam diante da tempestade (Mc 4.35-41), os discípulos de Jesus poderiam ter abandonado o barco, cada qual para o seu mundinho de antes, porém permaneceram e aguardaram o socorro, tal como fizeram os presos em Filipos (At 16.28) quando se viram livres, sem algemas e com as portas abertas, repetiram o que os discípulos haviam dito anos antes (Jo 6.66-68), então disseram: “para onde vamos? Justamente agora que sabemos que o Deus destes homens possui a Palavra de Vida Eterna”. Perceberam que era melhor permanecerem com Paulo e Silas.

 

a) Portas fechadas:

Nada dá certo, nasce um sentimento de desamparo, não temos para onde correr, não vemos solução e tomamos decisões erradas confiando em homens ou em nossas próprias forças.

  • Houve fome na terra e não somente em Judá (Rt 1.1): Elimeleque se desesperou, saiu de suas terras e foi com sua família para Moabe, CONFIANDO EM PROVIDENCIAS HUMANAS
  • Peregrinação, mudança e mistura com outros povos: a mistura dos filhos dos israelitas com vizinhos causava dores, tristeza e sofrimento nos pais. Os moabitas erraram quando não socorreram os hebreus antes de entrarem na Terra Prometida.
  • Falecimento, viuvez e desamparo: Noemi viúva, desamparada e seus filhos resolveram tomar mulheres moabitas como esposas
  • Casamento com as moabitas: o casamento mudaria a situação deles? Não, mas provavelmente a das moabitas sim, pois começariam a ver a familiar andando no temor do Deus de Israel e APRENDERIAM ALGO DURANTE A UNIÃO
  • Falecimento, viuvez, desamparo e mudança: Noemi se desesperou com o falecimento de seus filhos e resolveu voltar para Judá e ordenou que suas noras voltassem para casa de seus pais, ao seu povo, aos seus deuses, ou seja, para o MUNDINHO DELAS DE ANTES
  • Levirato (Dt 25.5-9): Uma verdadeira tragédia na família. Filhos e maridos mortos e sobraram apenas as viúvas, Noemi, Rute e Orfa. A situação pedia uma atitude urgente da parte da matriarca, que não deveria pensar somente em si mesma. O PROBLEMA ERA O QUE FAZER COM SUAS NORAS. Nas terras de Moabe poderiam ser acolhidas por suas famílias ou pelo menos tinham a expectativa de um novo casamento
  • Noemi, com certa idade (Rt 1.12), não alimentava esperança e mesmo que houvesse algum desejo certamente seu coração pendia para as terras de Judá, já que era conhecedora do levirato. Por isto despediu suas noras e resolveu seguir viagem para resgatar suas origens, mas elas a seguiram, até o momento em que ouviram dela que sua força para gerar novos filhos havia se esgotado e que a mão de Deus estava descarregada sobre sua vida (Rt 1.13b). Este foi o marco da separação das três, pois uma não suportou tamanha tristeza e voltou para sua família, A OUTRA NÃO
  • Sua decisão foi humana. Poderia ter agido com mais calma, tal como os discípulos diante da tempestade (Mc 4.38 – despertaram Jesus e aguardaram o socorro), tal como fizeram os presos em Filipos (At 16.28 – permaneceram junto a Paulo e Silas) ou Paulo diante do naufrágio (At 27.24 – se saíssem do barco morreriam)

 

b) Portas abertas:

“Ide e voltai para a casa de sua mãe ”(Rt 1.8). O apelo foi feito às duas noras, Orfa disse sim (VOLTAREI PARA O MEU MUNDINHO DE ANTES), mas Rute, a companheira fiel de Noemi disse não (para onde vou, somente o seu Deus tem Palavra de Vida Eterna) e assim tomou a decisão que mudou sua vida.

  • Esquecimento definitivo do passado: Rute não queria estragar o seu futuro, por isto tomou a decisão correta no presente (1.16). Jogou no mar de esquecimento definitivamente todo o seu passado. Preferiu uma nova vida, um novo povo, um novo Deus. Poderia ter voltado e ter casado novamente, mas preferiu a lei de Israel, que certamente lhe garantiria o LEVIRATO E A REBUSCA para ser amparada ou sustentada. Nunca mais retornaria ou permitira que lembranças a pudesse fazer mudar de ideia. Neste caso o esquecimento foi o melhor caminho
  • Rute poderia ter voltado para seus afazeres, para casa de seu pai, mas rapidamente processou em sua mente o retrocesso que isto representaria. ESTAVA “LIMPA” DA IDOLATRIA MOABITA, havia aprendido muito com aquela família, presenciou todo o sofrimento de sua, agora pobre (Rt 1.21), sogra
  • Então Rute decidiu “ACEITAR JEOVÁ COMO SALVADOR DE SUA VIDA” e conscientemente, de livre e espontânea vontade, leu sua carta de conversão (Rt 1.16) para que todos os ouvidos moabitas ouvissem que a partir daquele momento ela tinha um outro Deus, o verdadeiro e único, Jeová
  • Mudança, decisão (solução Divina): a declaração de conversão de Rute (RT 1.16) foi quase um “tapa na cara” de Noemi, uma chacoalhada. Era como se a nora estivesse dizendo para a sogra: “MAS VOCÊ NÃO CRÊ NO DEUS QUE SERVE? ONDE ESTÁ SUA CONFIANÇA? Eu quero servir o meu Deus que você serve. Eu quero andar no mesmo caminho que você anda. Quero fazer parte do mesmo povo”
  • E agora Noemi? A mulher está convertida, convicta e decidida, não há como impedi-la de conhecer BELÉM (A CASA DO PAI – ONDE HÁ O SOCORRO BEM PRESENTE NA HORA DA ANGÚSTIA). Chegaram a Belém e toda a cidade se comoveu apenas com Noemi, não com Rute (Rt 1.19), pois sussurraram entre si dizendo: “... não é esta Noemi”, mas lá no fundo certamente disseram: “e esta moabita, quem é? O que esta adoradora do deus de barriga quente está fazendo aqui? Fora com os adoradores de Moloque”
  • Reconhecimento e comoção: TODA A CIDADE SE COMOVEU com a chegada das duas (Rt 1.19). O normal seria se comoverem por Noemi, mas a moabita também achou graça aos olhos dos judeus, tanto que não diferenciaram uma da outra. Rute não foi ignorada pelo seu passado e se foi, foi por poucos. Foi inteiramente acolhida
  • Janelas do céu sendo abertas (Rt 2,8-12). Rute largou tudo, família, passado, origens e decidiu servir o Deus de Israel, por isso começou a ser honrada através das portas que foram se abrindo diante dela. Foi notada por pessoas importantes da cidade que reconheceram sua atitude em prol da sogra. Era Deus dizendo: “eu sei toda a sua história e o caminho para sua benção já estava preparado antes mesmo de sua chama. Aos anjos já está ordenado para facilitarem tudo”, tal como Boaz disse para seus servos (Rt 2.15-16 – DEIXEM RUTE COLHER ENTRE VOCÊS E NÃO A PERTURBEM, DEIXEM CAIR PUNHADOS PARA ELA COLHER)
  • O trabalho de Rute: foi para uma terra estranha e em vez de depender de Noemi ou esperar que algo de bom acontecesse, tomou a iniciativa e foi trabalhar. Não titubeou em admitir sua necessidade e buscou meios para supri-la. QUANDO SAIU AO CAMPO, DEUS PROVEU-LHE TODAS AS COISAS
  • Lei da rebusca – a benção de Deus, o suprimento: em Israel, durante a colheita, o que caísse ao chão não poderia ser recolhido pelos trabalhadores, pois era A PORÇÃO DE DEUS para os pobres, órfãos, viúvas, estrangeiros e desemparados
  • “Não saia do meu campo – não saia da minha presença”: Boaz disse; “achei graça em ti, NÃO SAIA DO MEU CAMPO”, é Deus dizendo para nós: “não saia do meu campo, não saia da minha presença, pois já ordenei aos anjos e servos que preparem o caminho das bênçãos por onde querem que passem. Recebam. Já ordenei que deixem cair UM POUQUINHO A MAIS E DE PROPÓSITO”
  • Boaz disse ao servo: “deixe ela rebuscar e não atrapalhe”. O servo respondeu: “atrás como os outros para pegar o resto que cai ao chão?”. A resposta foi imediata: “Não, ao lado, junto com vocês, Eu não entrego RESTO para os meus. Eu preparo o inédito, nunca visto, o novo”. Deus não dá o RESTO para sua igreja, Ele prepara tudo novo, tal como fez com José, quando criou o cargo de governador no Egito, que não existia antes
  • AMOR À PRIMEIRA VISTA: Noemi sempre desejou o bem para Rute, tanto que a orientou em um plano arriscado (Rt 3.1-7), mas de Deus, para que fosse abençoada com um novo casamento de acordo com a lei mosaica. Nada mais justo para uma nova convertida, que demonstrava zelo pelas coisas de Deus
  • O socorro de Deus: o que parecia um socorro humano se tornou na verdade um SOCORRO DE DEUS para a vida das duas viúvas, pois qual delas, em sã consciência imaginou, ainda em Moabe, que Deus tivesse um grande plano e que havia preparado uma grande bênção para as duas em Judá?
  •  “Bendito seja aquele que te reconheceu” (Rt 2.19): Não tinha mais o que Noemi dizer. O Único que poderia te reconhecer e ordenar (Deus) que nada atrapalhasse os seus caminhos (Rt 2.15), já reconheceu e ordenou a benção.

 

Conclusão:

Nunca digamos para alguém como disse Noemi: “voltem para seus mundinhos de antes, voltem para seus ídolos” e nunca tomemos decisões baseadas em confiança nos homens. As portas serão abertas a partir do momento em que declararmos nossa confiança em Deus.

 

Na “casa do pai” uma viúva não soube esperar “no Senhor” e complicou a sua situação, enquanto que a outra, no uso de um artigo mosaico, que tinha por finalidade apenas o material, preservação de nome e herança, alcançou a graça de Deus em sua vida, portanto podemos afirmar que para Deus não existem regras com exceções, mas sim existem exceções com regras e todas advindas Dele. Não tente entender o trabalhar de Deus!

 

Aquela moabitinha, singela, simples, inteligente, que chegou  em Judá, assustada, confusa, com medo, entristecida pela situação financeira, foi agraciada com a rebusca e levirato e alcançou uma grande bênção, tanto que foi incluída na genealogia messiânica (Mt 1.5), algo assustador para os moldes legalistas judaicos da época (cfe Dt 23.3).

  

Por: Ailton da Silva - 14 anos (Ide por todo mundo)

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