1) O
PERIGO NO JARDIM DO ÉDEN:
Enquanto
o casal, de origem perfeita, estava no paraíso, usufruindo dos benefícios
concedidos por Deus a eles, certamente não imaginaram a possível, trágica e
inevitável tragédia que se aproximava, rastejando. Já eram conhecedores da
ordem de Deus (Gn 1.28), no tocante a multiplicação depois da frutificação.
Eles a cumpririam tão logo demonstrassem um crescimento, que viria com o passar
dos anos, pois de que adiantaria encherem o então “paraíso” de filhos se não
tinham condições ou se ainda eram “emocionalmente limitados[1]”.
A confirmação da ordem da multiplicação se daria na ocasião da entrega da
sentença divina, após o erro primário[2].
Assim
como eles estiveram frente a frente com o mal, mesmo em um ambiente favorável à
santidade e obediência, certamente seus filhos, casos os tivessem ali, também
estariam sujeitos aos ataques do Maligno, muito mais estariam fora do Éden, uma
vez que ele fica ao derredor bramando, como[3]
leão, espreitando as brechas e aproveitando os vacilos dos homens.
2) O ATAQUE AOS
FILHOS DE ADÃO – DECEPÇÃO E CIÚMES:
Tão logo saíram do paraíso e deram inicio a
novidade[4]
de vida, eles sentiram a necessidade de educarem seus filhos para que andassem
no caminho correto (Pv 22.6). Então entenderam o quão difícil seria manterem
seus filhos longe dos ataques dos inimigos, o mesmo bombardeio que sofreram no
Jardim. A preocupação assaltou o coração dos pais, pois como ninguém sabiam que
o inimigo, responsável pelas perdas, até então, era implacável e não costumava
errar em suas investidas.
O
secularismo e carnalidade não eram tão evidentes na humanidade, na época, haja
vista, que o grande problema[5]
da geração pré diluviana foi a maldade no coração (Gn 6.5), portanto o ataque
deveria ter requintes de ineditismo. Hedonismo? Desejo de se sentir satisfeito
com seus atos? Desejo de ser o único a agradar a Deus? Seria prazeroso ver o
fogo do céu descer e consumir um primitivo holocausto oferecido a Deus? Alias o
prazer residia justamente na visão e satisfação de ver o seu sacrifico ser
aceito, e o do outro ser rejeitado.
“Sereis
iguais a Deus” já era coisa do passado, pois os pais, Adão e Eva, devem ter
falado algo a seus filhos a respeito desta trapaça maligna, portanto estavam vacinados
contra esta praga, mas não foram preparados, tanto um quanto o outro, para a
decepção, tristeza, frustração diante de um serviço sacrificial,
propositadamente não atentado por Deus. Para aqueles[6]
que imaginavam que o Maligno não teria mais argumentos ou inspiração para seus
ataques se enganaram completamente. Eis ai o ineditismo. Decepção, perda de
controle e um crime.
2) O ATAQUE AOS
FILHOS DE NOÉ – “A MALDIÇÃO: UM FILHO MAIOR QUE O OUTRO?”
Quando
Deus anunciou o diluvio para Noé[7],
deixou bem claro que somente sua família seria salva. Esposa, filhos e as
mulheres dos filhos (Gn 6.18), portanto não adiantaria querer incluir alguém
que não estivesse previamente nesta lista. Isto não era acepção de pessoas, uma
vez que Deus não faz uso desta ferramenta dos “poderosos humanos”, mas sim, foi
uma resposta à maldade dos homens e principalmente ao desprezo e zombaria, já
que não acreditaram nas palavras do patriarca, que não deve ter se furtado ao
direito de anunciar[8]
a sentença divina, enquanto construía a arca. Ele não suportaria ficar de “boca
fechada”, guardando somente para si e sua família. Certamente deve ter
anunciado a muitos o plano de Deus.
Ao
desembarcarem da arca e contemplarem toda aquela enorme fazenda a disposição
deles, aliás de propriedade deles, os grandes e novos fazendeiros, não
entenderam o plano de Deus e não agiram em conformidade com a bênção recebida.
Não foi à toa que foram livrados do grande dilúvio, havia um proposito divino.
Mas
o que poderia influenciar os filhos de Noé, se somente havia eles na terra? O
que poderia ter manchado a vida dos filhos de Adão, se somente existiam os dois[9]?
A
maldade do coração do homem havia ficado no barro, na lama diluviana, mas
surgia no cenário mundial outro grande mal, tão cruel quanto o primeiro, que
fatalmente atingiria os filhos de Noé, mesmo porque não havia outras potencias
vitimas.
“Os
filhos de Noé, que saíram da barca com ele, foram Sem, Cam e Jafé (Caim foi o
pai de Canaã). Esses três foram os filhos de Noé, e os descendentes deles se
espalharam pelo mundo inteiro. Noé era agricultor; ele foi a primeira pessoa
que fez uma plantação de uvas. Um dia Noé bebeu muito vinho, ficou bêbado e se
deitou nu dentro da sua barraca. Cam, o pai de Canaã, viu que seu pai estava nu
e saiu para contar aos seus dois irmãos. Então Sem e Jafé pegaram uma capa,
puseram sobre os seus próprios ombros, foram andando de costa e com a capa
cobriram o seu pai, que estava nu, a fim de não verem o pai nu, eles fizeram
isso olhando para o lado. Quando Noé acordou depois da bebedeira, soube do que
Caim, o filho mais moço havia feito. Ai Noé disse o seguinte: Maldito seja
Canaã[10]
ele será escravo de seus irmãos, um escravo miserável” (Gn 9.18-25 – NTLH).
O
mal que poderia vir sobre os filhos de Noé seria novo, o desejo de um ser maior
que o outro, por interpretarem erroneamente uma palavra do pai: “Maldito seja
Canaã”. Em uma tradução parcial, seria algo do tipo: “Sem e Jafé, a partir de
agora, oprimam seu irmão e você Cam, juntamente com seus descendentes, se
preparem para os dias maus”. Guerra[11]
declarada e como é duradoura.
Talvez
dai se explica o fato do primeiro homem orgulhoso, poderoso e idolatrado tenha
surgido da linhagem do então amaldiçoado. Cam gerou Cuxe e que posteriormente
gerou Ninrode (Gn 10.8-11). A luta[12]
pelo orgulho e resgate do brio dos descendentes de Cam se iniciou na terra de
Sinar, região que apresentou ao mundo a prática idolatra que acompanharia o
homem desde então. Eis a brecha que o inimigo usou e tem usado para combater e
destruir o projeto bem sucedido de Deus, a família.
3) O ATAQUE AOS
FILHOS DE ABRAÃO, ISAQUE E JACÓ – INVEJA, ABORECIMENTO, VINGANÇA ENTRE OUTROS:
A)
ISMAEL E ISAQUE – frente a frente: a ansiedade e a paciência:
Seguindo-se
a linhagem de Sem, nos deparamos com Abraão, recebendo promessas de Deus, as
quais se cumpririam na integra, durante a sua caminhada. Famílias da terra
benditas (Gn 12.3), pela sua obediência e crença, terras (Gn 16.5-8),
descendentes tantos como a areia do mar e estrelas do céu (Gn15.5; 22.17).
Como
não tinha filhos[13],
nada mais justo do que pedir ao dono da vida, para que lhe desse um herdeiro
legítimo, para que assim as promessas de Deus se cumprissem em sua vida, pois
bem deveria pedir ao “dono da vida” um filho e não moldar um, com as próprias
mãos e com a ajuda de sua descrente e ansiosa mulher Sara (Gn 16.1, 15).
Ismael,
a dor de cabeça de Abraão e de seus descendentes semitas, após ser despedido
pelo pai, foi habitar em terras distantes de seu irmão Isaque, o então “filho
da promessa” e protegido do pai, o qual não permitiu que se corrompesse com a
beleza das cananeias (Gn 24.3). Como foi obediente este jovem, esperou a bênção
que foi trazida e colocada à sua frente. O seu irmão, Ismael, o “filho da
escrava” não recebeu o mesmo tratamento (Gn 21.14-21) e como o Maligno deve ter
trabalhado este tema em sua mente. “Está vendo, a acepção. Seu pai, Abraão, te
desprezou, te mandou embora. Isto é consequência da maldição homofóbica de Cam.
Busque os seus direitos, lute pela minoria”.
B)
JACÓ E ESAU – a recompensa que foi dada para quem não fez por merecer:
Como
foi conturbada a história dos filhos de Isaque. Desde o ventre foi desenhada a
trajetória dos dois (Gn 25.24-26) e posteriormente redesenhada pelos caminhos
seguindo e pelas atitudes tanto de um quanto do outro. O primeiro conflito, pós
ventre foi ainda nos áureos anos de juventude, pois enquanto Esaú enfrentava os
perigos da caça, se aperfeiçoando cada vez mais e orgulhando seu pai (Gn
25.28a), na contramão estava Jacó, “entrufado e enfiado” o dia todo em sua
tenda, arquitetando seus planos e alheio aos desejos do pai, mas isto alegrava,
em parte, sua mãe (Gn 25.28b). Em outras palavras, poderíamos dizer que a
guerra estava declarada naquela família. Era o maligno agindo, dividindo o amor
dos pais e permitindo que os irmãos pudesse atentar um para a porção do outro.
Esaú perdeu a sua porção dobrada da
herança para Jacó. Na primeira oportunidade foi por sua própria iniciativa (Gn
25.29-34), mas na segunda, foi enganado e mesmo chorando, implorando pela
“benção resto da panela” (Gn 27.38) não a teve de volta ou tampouco foi
recompensado pelo seu incansável trabalho e presteza[14].
Que brecha tremenda para o Maligno
trabalhar entre aqueles irmãos. Um saiu à caça, conforme pedido do pai e ao retornar
de seu trabalho se viu ante a decepção da perda de algo que considerava sua,
impossível de ser perdida. Fiz[15]
tanto pelo “Pai” e não recebi a bênção. Jurar o irmão de morte e cumprir sua
promessa maligna, tão logo o pai fosse recolhido às mansões celestiais, foi o
único recurso para acalmar seu coração.
C) JOSÉ, RUBEN, SIMEÃO, LEVI, JUDÁ,
DÃ, NAFTALI, GADE, ASER, ISSACAR, ZEBULOM E BENJAMIM – dez[16]
contra um:
Um caso a parte na história dos
patriarcas. Uma intervenção de Deus, um plano maravilhoso que mudou o coração e
o caráter deste grupo de dez jovens, opositores de José, a fim de que se
tornassem, anos mais tarde, na espinha dorsal da nação que seria eleita por
Deus para ser sua propriedade particular (Ex 19.5).
Nunca uma brecha foi tão escancarada
para que o Maligno pudesse operar em uma família como nesta ocasião. Se bem há
de se convir que tanto Jacó quanto o filho predileto e o grupo dos dez
facilitaram um pouco:
“[...] E José
contava ao pai as coisas erradas que seus irmãos faziam. E Jacó já era velho
quando Jose nasceu e por isso ele o amava mais do que a todos os outros filhos.
Jacó mandou fazer para José uma túnica longa, de mangas compridas. Os irmãos
viam que o pai amava mais a José do que a eles e por isso tinham ódio dele e
eram grosseiros quando falavam com ele” (Gn 37.2b-3 – NTLH).
A preferência escancarada de Jacó, a
volúpia animal de José para deixar os pai informado quanto aos passos dos irmão
e por fim o ciúmes, traição, mentira[17]
e falta de remorsos demonstrados pelo grupo dos dez, deixa-nos bem claro que o
Maligno “bailou” durante muitos anos nesta família, mas não contava com uma
intervenção de Deus que daria continuidade ao plano divino tão logo os irmãos
se reencontrassem em terras egípcias. O perdão e a acolhida de José jogou por
terra todo o trabalho maligno de anos.
Tanto José quanto seus irmãos
careciam de aprendizado e crescimento para que Deus pudesse usá-los conforme
sua vontade. Este foi o lado bom e o lado ruim da família dos patriarcas.
Assim como eles, também estamos
sujeitos às mesmas intervenções malignas, muito mais os filhos, jovens e
crianças que estão agregados ao rebanho do Senhor. A família dos grandes
patriarcas bíblicos não foram poupadas, mostrando que o Maligno não mede
esforços e não se cansa em sua trajetória para levar consigo um número maior de
almas para usufruírem com eles, por toda a eternidade, das acomodações que
estão preparadas, o inferno.
Referências:
Bíblia de estudo aplicação pessoal. CPAD, 2003.
Bíblia Sagrada: Nova tradução na linguagem de hoje. Barueri (SP).
Sociedade Bíblica do Brasil, 2000.
Bíblia Sagrada – Harpa Cristã. Baureri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil,
Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembleias de Deus, 2003.
[1] Eram limitados no
tocante a experiência de vida. Muitos dos sentimentos comuns à humanidade eles
ainda não conheciam, tais como: ódio, desejo de vingança, traição, ciúmes,
decepção, etc. Alguns eles conheceram durante a entrega da sentença, antes da
saída do Éden.
[2] Primário, pois se
tratou do primeiro e também pela infantil confiança depositada na “conversa
fiada” do inimigo: “Sereis iguais a Deus”.
[3] “Bramando como
leão”, na verdade, ele imita um leão, para amedrontar suas possíveis presas.
[4] Novidade de vida
foi experimentada por eles, pois até então não conheciam o sofrimento para se
alimentarem (Gn 3.19) ou as dores para trazerem à vida seus futuros filhos (Gn
3.16).
[5] O problema da
geração pré diluviana foi a maldade. A idolatria surgiu após o diluvio (Gn
10.8.11), através da conduta de Ninrode, homem orgulhoso, poderoso, respeitado
e idolatrado.
[6] Adão e Eva preparam
seus filhos: “Se aparecer alguém e falar que vocês podem ser iguais a Deus,
corra dele, não acreditem, é mentira”.
[7] Noé, herói da fé e
o “segundo pai da raça humana”.
[8] Anúncio do juízo
vindouro diante da descrença e zombaria humana. Algo comum e atual.
[9] Partindo do
principio da composição familiar: pai, mãe e dois filhos. Vindo depois os
outros.
[10] Teria sido esta a
primeira demonstração de homofobia na raça humana? Claro que não. Noé sabia
muito bem o que estava dizendo.
[11] Guerra que se
iniciou com um simples de despretensioso copo de vinho.
[12] Ninrode vingaria a
vergonha de Cam. Os descentes de Sem
(semitas) e os de Jafé experimentariam na pele, através da opressão e trabalhos
forçados, toda a desilusão e vergonha sentidas no passado por Cam.
[13] Abraão tinha
somente a promessa (Gn 17.16).
[14] Ele não mediu
esforços para cumprir as ordens do pai, mas não recebeu a benção ao final. Sua
intenção era somente se tornar maior que seu irmão, em nenhum momento pensou em
agradar ao pai.
[15] “Apartai-vos de
mim” (Mt 25.41).
[16] O problema de José
foi com seus dez irmãos que eram mais velhos e que não eram filhos da mesma
mãe. Com Benjamim, filho de Raquel como ele, manteve uma relação sadia e
amorosa. Com Diná, sua irmã, não teve desavença (grifo meu).
Por: Ailton da Silva - Ano IV
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