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sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Uma vida cristã equilibrada. Plano de aula

TEXTO ÁUREO
“Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai” (Fp 4.8).

VERDADE PRÁTICA
A fim de termos uma vida cristã equilibrada e frutífera, precisamos ocupar a nossa mente com tudo àquilo que é agradável a Deus.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Filipenses 4.5-9.
5 - Seja a vossa equidade notória a todos os homens. Perto está o Senhor.
6 - Não estejais inquietos por coisa alguma; antes, as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus, pela oração e súplicas, com ação de graças.
7 - E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus.
8 - Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai.
9 - O que também aprendestes, e recebestes, e ouvistes, e vistes em mim, isso fazei; e o Deus de paz será convosco.

PROPOSTA DA LIÇÃO
          O “ter” anula o “ser”. Relacionamentos com vantagens;
          Maus pensamentos: frutos da inclinação para o mal;
          Sem medo, com coragem, sem ignorância e sabiamente;
          O verdadeiro crente tem compromisso com a verdade;
          O padrão de justiça deve nortear o nosso comportamento;
          “Tudo o que é puro”: inocência, singeleza, sinceridade;
          “Boa fama”: tudo o que é digno de louvor, elogio e graça;
          5 verbos: aprender, receber, ouvir, ver e fazer;
          Todo o ministro de Deus deve ser transparente.

INTRODUÇÃO
O Evangelho não apenas proporciona salvação à humanidade, mas também apresenta um conjunto de princípios e virtudes que acompanham aqueles cujas vidas foram transformadas. Estes valores não são meras prescrições ou exigências frias de um código de leis, mas são valores que transcendem a vida terrena e que não dependem de méritos humanos ou tampouco são frutos de nossas escolhas, haja vista que se fossem certamente seriam produtos da corrupção material e ou espiritual.

Como frisou o pastor Geraldo Carneiro Filho: “O que a pessoa permite que ocupe a sua mente, vai, mais cedo ou mais tarde, determinar as suas palavras e ações”. Paulo era conhecedor da influência que os pensamentos podem exercer sobre a carne, talvez por isto tenha, ele e Silas, dentro da prisão em Filipos, ocupado suas mentes com louvores e orações em vez de murmurações ou outra ação de origem maligna.

Quem sabe, inconscientemente, ele estava ensinando a igreja como se portar diante das adversidades. Naquele momento ele deve ter dito várias vezes: “sedes meus imitadores como eu sou de Cristo”. Ou conscientemente tenha pregado para todos os presos, apresentando as características de uma verdadeira vida cristã equilibrada, algo nunca visto até então, pois quem em sã consciência imaginaria um homem inocente, preso, com dores, humilhado, louvando e orando a Deus em vez de praguejar e murmurar? Suas palavras parecem soar em nossos ouvidos bem fortes: “pensem nestas coisas [...] e ponham em prática”.

A grande verdade é que o Evangelho é poderoso para mudar o caráter de uma pessoa e torná-la apta a tomar para si o “jugo suave” e o “fardo leve” de Cristo Jesus (Mt 11.30).

I. A EXCELÊNCIA DA MENTE CRISTÃ
1. NOSSOS PENSAMENTOS. 
O apóstolo quer mostrar que a experiência de salvação, em Cristo, produz uma mudança contínua em nossa forma de pensar, a fim de evitarmos as futilidades mundanas que ocupam a mente das pessoas sem Deus, por isto exortou sabiamente a igreja ao dizer: “seja isso o que ocupe o vosso pensamento”. O Evangelho tem este poder e o homem não tem como resistir, a menos que deseje para si o mal e a queda inevitável. Paulo exorta-nos a preenchermos a nossa mente com aquilo que gera vida e maturidade espiritual, pois “nós temos a mente de Cristo” (1 Co 2.16).

Aqui surge uma pergunta inevitável: “O que tem ocupado as nossas mentes no mundo de hoje?”. Infelizmente, deparamo-nos com uma geração atraída pela ideologia do consumismo e do materialismo, onde o ter é mais importante do que o ser. Tal postura anula o ser humano, e faz com que os relacionamentos sejam pensados em termos de vantagens, ou seja, se não houver algum benefício imediato, logo são descartados. Muitos querem os benefícios, mas não aceitam os custos. Esse comportamento nos aproxima do modo de vida mundano, e nos distância das coisas do Alto.

Nossos pensamentos, “o pai de nossas ações”, ou no mínimo, o fato gerador de nossas ações catastróficas, quase todas as vezes, não provem do alto, são terrenos, carnais, tendenciosos, por isto que Deus nos deixou bem claro que jamais poderiam ser colocados ou igualados ao Dele (Is 55.8).

2. PENSANDO NAS COISAS ETERNAS. 
Paulo tratou da questão do processo de pensar em outras de suas cartas e não somente na dirigida ao Filipenses (Rm 12.2; Cl 3.2). Pensar nas coisas que são de cima, por exemplo, não sugere que devamos viver uma espiritualidade irreal, e sim equilibrada, conjugando mente e coração a partir dos valores espirituais na vida terrena (cf. Jo 17.15,18; 1 Co 5.9,10).

Os maus pensamentos são frutos da inclinação humana para o mal, são falsos, desonestos, injustos, impuros, odiosos e de má fama. Daí a recomendação de que a nossa mente deve ocupar-se com a Palavra de Deus, com os princípios eternos do reino divino, “levando cativo todo entendimento à obediência de Cristo” (2 Co 10.5).

Na prisão em Filipos havia muitos presos, que por estarem com as mentes vazias pensavam somente em fuga, explosões, vingança, nos parceiros, no resgate e em novos crimes, mas havia uma dupla que estava com a mente ocupada, pensando “nas coisas que são de cima”.

3. AGINDO SABIAMENTE. 
A sociedade atual é dominada por ideologias contrárias ao Evangelho e foi exatamente a este mundo que o Senhor Jesus nos enviou a fazer a sua obra (Jo 17.18; cf. Mt 28.19). Temos de atender o seu chamado:
  • Não com medo, mas com coragem;
  • Não com ignorância, mas sabiamente;
  • Não impondo uma verdade particular, mas expondo as verdades eternas.

À luz do exemplo de Jesus Cristo, sejamos sal da terra e luz do mundo tendo “luz na mente, mas fogo no coração”.

II. O QUE DEVE OCUPAR A MENTE DO CRISTÃO (4.8)
1. “TUDO O QUE É VERDADEIRO E HONESTO”. 
O apóstolo Paulo inicia a sua reflexão citando “tudo o que é verdadeiro”. Percebemos que a intenção do apóstolo é mostrar que a verdade, o autêntico, o que não se baseia em meras suposições se opõe ao falso.

Lamentavelmente, o espírito da mentira entrou até mesmo entre os crentes e vem produzindo grandes males. Difamações e rumores negativos acabam sendo comuns entre nós. E isso desagrada profundamente a Deus e não deveria acontecer, pois deveríamos pensar somente nas coisas boas, do alto, no prêmio da soberana vocação, nas mansões celestiais, na volta de Jesus e certamente diante destas incontestáveis verdades não há espaço para o que é falso e ilusório.

Quando o apóstolo dos gentios afirma que devemos pensar “em tudo o que é honesto”, de fato, está nos exortando a desenvolvermos uma conduta transparente e decorosa, digna de alguém que age bem à luz do dia (Rm 13.13). O mundo não pode ver em nós um comportamento que contradiga os conceitos éticos e bíblicos da verdade e da honestidade, pois isso é incoerente aos princípios cristãos. O verdadeiro crente tem um firme compromisso com a verdade. Ele não mente nem calunia seu irmão.

2. “TUDO O QUE É JUSTO”. 
De acordo com o Comentário Bíblico Pentecostal (CPAD), as coisas que são “justas” obedecem aos padrões de justiça de Deus para desenvolvermos uma relação positiva com os que nos rodeiam. O padrão de justiça divina deve nortear o nosso comportamento moral em relação a Deus e às pessoas. O verdadeiro cristão deve pautar a sua conduta pela defesa de tudo o que é justo (Mt 5.6), agindo contra tudo aquilo que promove injustiça e opressão.

3. “TUDO O QUE É PURO E AMÁVEL”. 
Pureza sugere inocência, singeleza ou sinceridade em relação a algo não contaminado ou poluído. Uma mente pura significa uma mente casta. A ideia de “ser puro” é defendia por Paulo na perspectiva de que as palavras, as ações e os pensamentos dos crentes de Filipos fossem francos e sinceros. “A pureza de pensamento deve ser cultivada como indispensável à obra de influenciar os outros”.

A fim de que toda impureza seja eliminada de sua vida, o crente deve dar lugar para que o Espírito Santo limpe continuamente o seu coração e consciência (Ef 5.3). Assim, estaremos prontos a desejar tudo o que promove o amor fraternal, o prazer de viver em união, bem diferente do indesejável e atualíssimo dissabor. Desse modo, “tudo o que é amável” é aquilo que edifica e não o que destrói o relacionamento entre irmãos.

4. “TUDO O QUE É DE BOA FAMA”. 
O sentido de “boa fama” é simples e objetivo, pois a expressão se refere ao cuidado que devemos ter com as palavras e ações em nosso dia a dia. Então, podemos afirmar que boa fama é tudo o que é digno de louvor, de elogio e graça. Algumas versões bíblicas traduzem a mesma expressão por bom nome. Tal se refere ao que uma pessoa é, pois possuir um bom nome é o mesmo que ter um bom caráter. Sem dúvidas, esta foi a imagem deixada por José nos corredores “do presídio egípcio”, o mesmo se aplica a Paulo em Filipos durante sua primeira estadia na cidade.

III. A CONDUTA DE PAULO COMO MODELO (4.9)
1. PAULO, UMA VIDA A SER IMITADA. 
Paulo utilizou cinco verbos que denotam ação: aprender, receber, ouvir, ver e fazer. Ele assim o fez para que os irmãos filipenses percebessem que poderiam viver as virtudes da Palavra de Deus, que segundo o escrito, foram vistas em sua vida. “Aprendestes, recebestes, ouvistes e principalmente vistes em mim, então o mesmo fazei”.

Ele, inclusive, assume um papel referencial a ser imitado. Paulo não tem a presunção de uma pessoa que se acha infalível, mas exorta aos filipenses a serem uma carta transparente e exposta a quem quisesse vê-la. Eles deveriam, pois, ser um modelo tanto aos crentes como aos descrentes.

Em Filipos, a situação parecia desesperadora, mas Paulo e Silas sabiam que poderia piorar, bastava uma murmuração, descontrole ou uma atitude contrária a vontade de Deus, por isto resolveram orar e adorar. Se tivessem agido como muito de nós hoje, certamente teria promovido, juntamente com a igreja super armada e equipada, uma grande rebelião e uma fuga em massa do presido. E o que seria do pobre carcereiro, teria se matado diante da cena ou seria morto pelos fujões. Graças a Deus que um dos primeiros “grupos de louvores” da igreja primitiva optaram pela adoração e oração e não pela murmuração.

Paulo assombrou o mundo com o seu comportamento na prisão em Filipos, tanto na entrada quanto na saída, pois não ofereceu resistência e acima de tudo tinha certeza que era o portador de boas novas e aquele lugar era o ideal para que propagasse a Palavra de consolo (cf At 13.15). Ele não fugiu quando teve a oportunidade e ganhou o carcereiro e família com este seu equilíbrio. O mesmo aconteceu com José que caminhou como um bom escravo vendido, trabalhou como um bom servo, teve um excelente comportamento na prisão e da mesma forma ganhou a confiança do carcereiro, por isto são dois grandes exemplos a serem imitados.

2. PAULO, EXEMPLO DE MINISTRO. 
Os obreiros do Senhor devem aprender com Paulo uma verdade pastoral: Todo ministro de Deus deve ser transparente. Assim como o Deus da graça chamou os fiéis da terra para serem irrepreensíveis, Ele igualmente nos chamou para administrarmos o seu rebanho com lisura, amor e muita boa vontade (1 Pe 5.2,3). Essas qualidades pastorais são indispensáveis na experiência ministerial dos líderes cristãos nos dias de hoje, os servos chamados por Deus para cuidarem e não para se sentirem donos do rebanho. Paulo fechava a porta para “os cães, falsos obreiros e os judaizantes”, mas abria a porta do crescimento, da cooperação, do compromisso e da “ajuda mútua”. O rebanho não era dele!

3. O DEUS DE PAZ. 
Se buscarmos tudo o que é verdadeiro, honesto, justo, puro, amável e de boa fama, teremos uma preciosa promessa: “E o Deus de paz será convosco”. A presença do “Deus de paz” descreve uma segurança inabalável para aqueles que confiam no seu nome.

Ele nos orienta, guarda e protege. Por isso, devemos experimentar da constante e doce presença do “Deus de paz”, e manter uma vida irrepreensível diante dEle, pois nas circunstâncias mais adversas lembraremos estas palavras: “E o Deus de paz será conosco”. Sejamos, pois imitadores de José e Paulo, que em assunto de alegria e fidelidade, em meio a adversidade, se mantiveram íntegros e fiéis.

CONCLUSÃO
Disse alguém, certa vez, que “o homem é aquilo que pensa”. Devemos, portanto, guardar a nossa mente de tudo quanto é vil, pernicioso, egocêntrico e imoral. Só desfrutaremos de uma vida cristã saudável e equilibrada se alimentarmos a nossa mente com tudo o que é do Alto. Por isso, leia continuamente a Palavra de Deus.

Apesar de a verdade, a honestidade, a pureza, a justiça, o amor e a boa fama parecerem estar fora de moda, e até ignorados por grande parte da sociedade, para o Altíssimo continuam a ser virtudes que autenticam os valores do seu Reino. E nós, os que cremos, somos chamados a vivê-las aqui e agora (Mt 5.13-16).

OBJETIVOS
1) Conscientizar-se sobre a excelência da mente cristã:
       Pensar nas coisas do alto. Espiritualidade real.

2) Compreender o que deve ocupar a mente do cristão:
       Tudo o que é verdadeiro, honesto, justo;
       Puro, amável e de boa fama.

3) Analisar a conduta de Paulo como modelo:
       Paulo e Silas nos ensinaram com seus comportamentos.

REFERÊNCIAS
BARBOSA, José Roberto A. Uma vida cristã equilibrada. Disponível em: http://subsidioebd.blogspot.com.br/2013/09/licao-11.html. Acesso em 09 de setembro de 2013.

Bíblia de estudo aplicação pessoal. CPAD, 2003.

Bíblia de Estudo Temas em Concordância. Nova Versão Internacional (NVI). Rio de Janeiro. Editora Central Gospel, 2008.

Bíblia Sagrada: Nova tradução na linguagem de hoje. Barueri (SP). Sociedade Bíblica do Brasil, 2000.

Bíblia Sagrada – Harpa Cristã. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembleias de Deus, 2003.

CARNEIRO FILHO, Geraldo. Uma vida cristã equilibrada. Disponível em: http://pastorgeraldocarneirofilho.blogspot.com.br/2013/09/3-trimestre-de-2013-licao-n-11-15092013.html. Acesso em 12 de setembro de 2013.

Estudantes da Bíblia. Uma vida cristã equilibrada. Disponível em: http://www.estudantesdabiblia.com.br/licoes_cpad/2013/2013-03-11.htm. Acesso em 09 de setembro de 2013.

LOURENÇO, Luciano de Paula. Uma vida cristã equilibrada. Disponível em: http://luloure.blogspot.com.br/2013/09/aula-11-uma-vida-crista-equilibrada.html. Acesso em 09 de setembro de 2013.

Por: Ailton da Silva - Ano V

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