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sexta-feira, 20 de junho de 2014

O diaconato. Plano de aula

TEXTO ÁUREO
Porque os que servirem bem como diáconos adquirirão para si uma boa posição e muita confiança na fé que há em Cristo Jesus (1Tm 3.13).

VERDADE PRÁTICA
Embora o diaconato seja um ministério específico, a diaconia é uma missão de todo o crente.

LEITURA BIBLICA EM CLASSE - 1 Tm 3.8-13.
8 - Da mesma sorte os diáconos sejam honestos, não de língua dobre, não dados a muito vinho, não cobiçosos de torpe ganância,
9 - guardando o mistério da fé em uma pura consciência.
10 - E também estes sejam primeiro provados, depois sirvam, se forem irrepreensíveis.
11 - Da mesma sorte as mulheres sejam honestas, não maldizentes, sóbrias e fiéis em tudo.
12 - Os diáconos sejam maridos de uma mulher e governem bem seus filhos e suas próprias casas.
13 - Porque os que servirem bem como diáconos adquirirão para si uma boa posição e muita confiança na fé que há em Cristo Jesus.

PROPOSTA
         Diaconia: Jesus foi diácono por excelência;
         Diaconia da toalha e a da bacia; convocação cristocêntrica;
         Hierarquia de poder temporal: não era a intenção de Jesus;
         Diácono: aquele presta serviços voluntários;
         Advento dos diáconos: situação social dos novos na fé;
         Foram separados sete homens para o diaconato;
         Exigências: Caráter moral, espiritual e familiar;
         Os diáconos não podiam permitir injustiças sociais;
         A função primordial é auxiliar os pastores na igreja.

INTRODUÇÃO
No primeiro século da era cristã, a Igreja cresceu sob o avivamento do Espírito e expandiu-se pelo mundo, atingindo números assustadores (At 2.41; 4.4; 5.14), porém na mesma medida em que crescia, surgiu também os inevitáveis problemas, principalmente e inicialmente na esfera social, que aliados à perseguição levantada pelos judeus e romanos e a hipocrisia no meio da igreja, vista no caso de Ananias e Safira, tentaram interromper o crescimento e sucesso espiritual da igreja. Não tinha como os apóstolos ficarem alheios a esta cilada maligna, eles deveriam tomar providências.

Um dos primeiros problemas apresentados na igreja primitiva dizia respeito a questões étnicas, que se não fosse resolvido causaria um estrago enorme sobre aqueles crentes e provavelmente sobre as futuras gerações. A decisão dos apóstolos serviu de base para instituir a função diaconal. Foram separados homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria para trabalharem no socorro aos necessitados que estavam no seio da igreja, para que então os apóstolos se dedicassem a Palavra e oração. O trabalho dos diáconos contribuiu para o crescimento da igreja. O maligno até tentou tirar o foco dos apóstolos, que deveriam se preocupar com a Palavra e oração.

I. A DIACONIA DE JESUS CRISTO
1. SIGNIFICADO DO TERMO. 
O termo grego diaconia significa “ministério” ou “serviço”. Este termo não surgiu propriamente na instituição dos primeiros diáconos (At 6), mas sim já vinha sendo utilizado já de há muito tempo na Bíblia, quando os profetas alertavam os reis e todo o povo sobre a necessidade de socorro aos necessitados, viúvas e órfãos. A vida inteira de Jesus aqui na Terra demonstrou o verdadeiro sentido da diaconia em todos os seus aspectos, principalmente “na véspera de sua crucificação”, quando tomou uma bacia para lavar os pés de seus discípulos (Jo 13.4-5). Na realidade, seu ministério terreno evidenciou o quanto Ele foi “apóstolo da nossa confissão” (Hb 3.1), profeta (Lc 24.19), evangelista (Lc 4.18,19), pastor (Jo 10.11), mas principalmente, diácono por excelência (Mt 20.28). O apóstolo Paulo disse que Jesus, “sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus. Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens” (Fp 2.6-7). Segundo a Bíblia de Estudo Palavras-Chave, a expressão “tomando a forma de servo” denota o sentido de uma condição humilde.

2. SERVIÇO DE ESCRAVO. 
Na véspera da sua crucificação, o Senhor Jesus reuniu os seus doze discípulos para comer a última ceia. Tomando uma toalha e uma bacia com água, ele começou a lavar os pés dos discípulos, um a um (Jo 13.4,5). Não há atitude mais comovente do nosso Senhor como o relato do lava-pés, demonstrando serviço, exemplo e humildade, mais uma ação que comprova que realmente Ele havia se aniquilado, tomando a forma de servo e fazendo-se semelhante aos homens. A “diaconia da toalha e da bacia” é a convocação cristocêntrica para uma vida de serviço humilde (Jo 13.12-17).

3. O DISCÍPULO É UM SERVIÇAL. 
Certa vez, Tiago e João pediram ao Senhor lugares de destaques, “à direita” e “à esquerda” de Jesus, quando da implantação do seu Reino (Mc 10.35-37). Quantos ainda não estão desejando e aguardo algo do tipo aqui nesta dimensão carnal? Já que é notório que na eternidade não haverá espaço para tal hierarquia, os homens estão loucamente buscando estas posições aqui na terra. Tal como estes, os discípulos, naquela ocasião, ainda não haviam compreendido a mensagem de Jesus. A proposta do Nazareno nunca foi a de estabelecer uma hierarquia de poder temporal para a sua igreja, mas a de serviço conforme demonstra sua resposta a eles: “entre vós não será assim; antes, qualquer que, entre vós, quiser ser grande será vosso serviçal [diakonos]. E qualquer que, dentre vós, quiser ser o primeiro será servo de todos. Porque o Filho do Homem também não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos” (Mc 10.43-45). A hierarquia que Jesus implantou não era para que houvesse os mandos, desmandos e regalias, mas sim para servir.

II. A INSTITUIÇÃO DOS DIÁCONOS
1. O CONCEITO DA FUNÇÃO. 
A palavra diácono (gr. diakonos), segundo o Dicionário Vine, refere-se àquele que presta trabalhos voluntários aludindo aos exemplos dos criados domésticos dos tempos do Novo Testamento. O termo destaca, em especial, a função de um mestre ou de um pastor cristão, entrelaçando o sentido técnico do diácono ou diaconisa. Outra palavra grega relacionada a “diácono” é doulos. Esta refere-se a “um servo” ou “um escravo” (Mt 13.27,28; Jo 4.51). Portanto, a ideia preponderante que a função do diácono remonta é a do serviço voluntário prestado, pelo “ministro”, o “servo” ou o “assistente”, para alguém. Em todos os casos nos dá a ideia do “servo que coopera com aqueles que se dedicam à oração e ao ministério da Palavra”.

2. ORIGEM DO DIACONATO. 
Diante de um conflito social e étnico na igreja houve a necessidade da implantação deste ministério com a escolha de pessoas cheias do Espírito Santo e de sabedoria para exercerem o cargo. As palavras-chave para o advento do ministério formal dos diáconos em o Novo Testamento foram:
a) Bênção: a bênção foi o extraordinário crescimento da igreja local em Jerusalém que já mostrava números assustadores. Foi um crescimento em número e em qualidade;

b) Problema: A questão étnica causada pela situação social de muitos que aceitavam a fé, especialmente envolvendo viúvas judias de fala hebraica e as de fala grega (At 6.1), foi o grande problema;

c) Reivindicação: a manifestação verbal das viúvas dos judeus gregos se sentiram injustiçadas pelo que elas interpretaram ser uma forma de discriminação dos líderes da igreja de Jerusalém, por isto cobraram sua assistência (At 6.1).

Os judeus gregos tomaram as dores de suas viúvas e deflagraram o problema (At 6.1). Os apóstolos apresentaram a solução e separaram homens para assistirem as mesas (At 6.2-6) e não tomaram para si mais trabalho do que já tinham, poderiam caso quisessem. Poderiam ter abraçado mais esta função e seriam tidos como salvadores da pátria e da igreja. Diante do problema e da solução só havia um resultado a ser visto: crescimento da igreja (At 6.7).

3. A ESCOLHA DOS DIÁCONOS. 
Para resolver o impasse, orando e impondo-lhes as mãos, os apóstolos separaram, com o aval da multidão de discípulos, sete irmãos de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria para administrar uma questão étnica e social (At 6.2-7).

Foi uma decisão de caráter pacificador e de muito bom-senso para a igreja não se perder em permanentes desentendimentos. O objetivo era estimulá-la a resolver a questão reconhecendo o caminho equivocado antes aderido pelos líderes até aquele momento. Assim, eles puderam executar as mudanças necessárias e resolveram uma questão que poderia trazer sérios problemas para a igreja de Jerusalém. Imaginem se este problema tivesse sido empurrado “com a barriga” pelos apóstolos? Os efeitos estariam sendo sentidos até hoje pela igreja.

III. O PERFIL E FUNÇÃO DO DIÁCONO
1. QUALIFICAÇÕES DO DIÁCONO. 
As qualificações dos diáconos descritas no livro de Atos e na primeira carta a Timóteo revelam que em nada elas diferem da atribuição ética exigida aos bispos (1 Timóteo e Tito).
a) Caráter moral (1 Tm 3.8). Os diáconos devem ser pessoas honradas, dignas, corretas e íntegras. Não pode haver “língua dobre” neles, isto é, a sua palavra deve ser sim, sim e não, não. A ganância por dinheiro tem de passar longe da sua vida, pois sua função é exatamente a de executar trabalhos administrativos da igreja local, como auxiliar nas tarefas do culto e acompanhar as viúvas e os pobres da Igreja do Senhor.

b) Caráter espiritual (1Tm 3.9,10). Ter a plena convicção do que é crer no Evangelho. O diácono guarda a revelação de Deus que está em Cristo Jesus, o nosso Senhor (cf. Rm 16.25). Por isso, a liderança e a igreja local devem avaliar o candidato ao diaconato levando em conta o seu caráter moral e espiritual.

c) Caráter familiar. O candidato deve ser marido de uma mulher, fiel à sua esposa e bom pai. A exemplo dos bispos, os diáconos devem ser zelosos com o seu lar, amar as suas esposas com amor sacrifical. Devem respeitar os seus filhos, para obterem deles o mesmo respeito. O “serviço” do diácono à sua família revelará como ele servirá a igreja local.

2. A FUNÇÃO DOS DIÁCONOS EM ATOS 6. 
Quando foram instituídos diáconos, setes homens de fala grega foram separados para assistir socialmente as viúvas: tanto as de fala hebraica como as de fala grega. Os diáconos não podiam permitir que houvesse injustiças de caráter social na igreja do primeiro século. O desarranjo que poderia afetar a comunhão dos primeiros crentes foi denunciado por aqueles que se imaginavam injustiçado. O problema deveria ser resolvido para não prejudicar a unidade da igreja.

A função do diaconato era fundamentalmente de caráter social, mas no fundo eles foram usados para que aquele mal não causasse um mal incalculável na igreja primitiva e para que não surtisse seus efeitos nas gerações seguintes.

3. A FUNÇÃO DOS DIÁCONOS HOJE. 
Atualmente, a função primordial do diácono é auxiliar a igreja local através das orientações do seu pastor em atividades ligadas a visitar os enfermos, os necessitados e os desviados, bem como cuidar das tarefas espirituais ligadas ao culto, como a distribuir os elementos da Ceia do Senhor, recolher as contribuições para a manutenção da igreja local (dízimos e ofertas) e auxiliar na ordem e na segurança da liturgia do culto, bem como de outras tarefas já mencionadas.

CONCLUSÃO
O diaconato foi instituído pelos apóstolos de Cristo quando a comunidade cristã cresceu e precisou ter pessoas que pudessem resolver questões relacionadas a problemas sociais que demandavam atenção e cuidado. Hoje, os diáconos servem à igreja e a Deus em trabalhos diferentes, e a liderança das igrejas locais deve valorizar o seu trabalho e reconhecê-los como excelentes servidores do Reino de Deus, pois, no sentido lato, todos somos diáconos da Igreja de Deus.

OBJETIVOS DA LIÇÃO – FORAM ALCANÇADOS?
1.   Jesus serviu se aniquilando.
2.   Diaconato: Benção, problema, reivindicação e ação.
3.   Diácono: homem cheio do Espírito e sabedoria.
  
REFERÊNCIAS
Bíblia de estudo aplicação pessoal. CPAD, 2003.

Bíblia de Estudo Temas em Concordância. Nova Versão Internacional (NVI). Rio de Janeiro. Editora Central Gospel, 2008.

Bíblia Sagrada. Nova tradução na linguagem de hoje. Barueri (SP). Sociedade Bíblica do Brasil, 2000.

Bíblia Sagrada – Harpa Cristã. Barueri, SP. Sociedade Bíblica do Brasil, Rio de Janeiro. Casa Publicadora das Assembleias de Deus, 2003.


LOURENÇO, Luciano de Paula. Disponível em: http://luloure.blogspot.com.br/2014/06/aula-12-o-diaconato.html. Acesso em 19 de junho de 2014.

Por: Ailton da Silva - Ano VI (desde 2009)

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