TEXTO ÁUREO
“E a uns pôs Deus na igreja,
primeiramente, apóstolos, em segundo lugar, profetas, em terceiro, doutores,
depois, milagres, depois, dons de curar, socorros, governos, variedades de
línguas” (1 Co 12.28).
VERDADE PRÁTICA
O ministério
de profeta é fundamental para a Igreja de Cristo nos dias atuais.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE – 1 Co 12.27-29;
Ef 4.11-13.
1
Coríntios 12
27 - Ora, vós sois o corpo de Cristo e
seus membros em particular.
28 - E a uns pôs Deus na igreja, primeiramente,
apóstolos, em segundo lugar, profetas, em terceiro, doutores, depois, milagres,
depois, dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas.
29 - Porventura, são todos apóstolos? São
todos profetas? São todos doutores? São todos operadores de milagres?
Efésios
4
11 - E ele mesmo deu uns para apóstolos,
e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e
doutores,
12 - querendo o aperfeiçoamento dos
santos, para a obra do ministério, para edificação do
corpo de Cristo,
13 - até que todos cheguemos à unidade da
fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura
completa de Cristo.
PROPOSTA
·
Profeta no Antigo Testamento: falava em nome de
Deus;
·
Confrontavam os nobres e a classe sacerdotal;
·
Profetismo: movimento surgido no reino dividido;
·
Ef 4.11: apóstolo, profeta, evangelista, pastor, e
doutor;
·
As mensagens dos profetas eram rejeitadas;
·
Os profetas, hoje, devem leva a igreja à maturidade;
·
O coração dos profetas transbordavam amor;
·
Pelos frutos reconhecemos os falsos profetas;
·
Eles costumam ser arrogantes e iníquos.
INTRODUÇÃO
O ministério
de profeta é altamente importante para os nossos dias, pois de acordo com o
ensino dos apóstolos, tal ministério tem um valor excelso para a igreja de qualquer
tempo e lugar. Trata-se de um dom de Deus para a igreja
atual. O profeta é chamado para falar segundo o coração do Pai diretamente ao
homem.
Deus sempre desejou e procurou se
comunicar com o homem, mesmo ainda no Éden Deus manteve esta rotina, porém o
pecado original colocou um obstáculo, que não poderia perdurar ou impedir comunicação
entre o Criador e sua criatura, por isto foram levantados homens especiais que
traziam a mensagem do alto diretamente ao homem. Este ministério não se
encerrou, mesmo que tal ideia seja defendida por alguns, encontramos em plena
atividade tanto na era apostólica quanta na atual. Os exemplos são diversos. Em o Novo
Testamento Ágabo e outros profetas exerciam o ministério em Antioquia (At
11.27-30; 21.10-12). As filhas de Filipe eram profetisas (At 21.8,9). Apesar de
usar o ministério para o mal, a mulher em Apocalipse, que se dizia profetisa
(Ap 2.20), era respeitada na comunidade cristã de Tiatira induzindo a muitos
para a prostituição.
Em o Novo Testamento os profetas
não perderam a preeminência. Eles, juntamente com os apóstolos, eram as colunas
da Igreja sobre o fundamento eterno. Atualmente, temos a Bíblia, a profecia
maior, porém o Senhor continua a levantar e a usar homens através do dom
ministerial de profeta, para revelar a sua mensagem ao seu povo, para
encorajá-los, enquanto que ao mesmo tempo usa seus servos no dom espiritual de
profecia, “não mais para a revelação do plano de Deus ao homem”,
e sim para edificação, exortação e consolação da igreja.
Mas nem sempre as mensagens dos
profetas foram ou são bem aceitas, prova disto é que no Antigo Testamento
alguns sofreram perseguições terríveis por trazer aos israelitas a mensagem
divina.
I. O
PROFETA DO ANTIGO TESTAMENTO
1.
CONCEITO.
O profeta do
Antigo Testamento era a pessoa incumbida para falar
em nome de Deus. Na atual conjuntura, os profetas são um verdadeiro esteio
da sabedoria divina para a igreja, pois encoraja-nos a lutarmos pela causa de
Cristo, o mesmo que faziam durante o período profético. Por estar acima de
muitos homens de sua época, o escolhido para esta função se tornava o porta-voz
de Deus na terra, um embaixador que
representava os interesses do reino divino. Quando Deus levantava um profeta,
designava-o a falar para toda a nação israelita, e até mesmo a povos ou nações
estranhas (Jr 1.5).
Ao longo de
toda a história veterotestamentária o Senhor levantou homens e mulheres para
profetizarem em seu nome: Samuel, o último dos juízes e o primeiro dos profetas
para a nação de Israel (1 Sm 3.19,20), Elias e Eliseu (1 Rs 18.18-46; 2 Rs
2.1-25), a profetisa Hulda (2 Rs 22.14-20) e muitos outros, como os profetas
literários Isaías, Jeremias e Daniel.
Este foi um
privilegio que Deus concedeu ao seu povo, uma particularidade, nunca vista nas outras
nações. Os profetas denunciaram os problemas, mas apresentavam as soluções de
uma forma bem suscinta e direta. Era Deus falando aos homens para que eles não
se corrompessem (cf Pv 29.18). O segredo era crer em Deus e nos seus profetas,
bem simples (2 Cr 20.20).
2. O
OFÍCIO.
Através da
inspiração divina o profeta recebia uma revelação que desvendava o oculto,
anunciava juízos, emitia conselhos e advertências divinas. A mensagem dos profetas refletiam a vontade e
a soberania de Deus, pois assim como os apóstolos, eles também eram inspirados.
Esta
inspiração fascinava o povo e consequentemente avivava o temor, no entanto, nem
sempre foram bem recebidos, principalmente após a divisão de Israel, já que
suas profecias confrontavam diretamente a prepotência da nobreza, a
dissimulação dos sacerdotes e a injustiça social (Jr 1.18,19; 5.30,31; Is
58.1-12). Não foram poucas às vezes em que, tanto Israel quanto Judá, fizeram
ouvidos moucos, vistas grossas ou tentaram emudecê-los
Expressões
como “veio a mim a palavra do Senhor” e “assim diz o Senhor” eram fórmulas
usuais para o profeta começar a mensagem divina (Jr 1.4; Is 45.1). Símbolos e
visões também eram formas de Deus falar através dos profetas ao seu povo (Jr
31.28; Dn 7.1).
Num primeiro
momento, o profeta exercia um importante papel de conselheiro no palácio real
(Natã, cf. 2 Sm 12.1; 1 Rs 1.8,10,11).
3. O
PROFETISMO.
De acordo
com o Dicionário Teológico (CPAD), o profetismo foi um movimento
que surgiu no período aproximado do século VIII a.C. tanto em Israel quanto em
Judá. O objetivo desse movimento era:
·
Restaurar
o monoteísmo hebreu;
·
Combater
a idolatria;
·
Denunciar
as injustiças sociais;
·
Proclamar
o Dia do Senhor;
·
Reavivar
a esperança messiânica.
Foi nesse
tempo que os verdadeiros profetas em Israel foram cruelmente surrados, presos e
mortos. Suas mensagens não se resumiam a uma retórica baseada em imaginação
humana, tampouco era uma construção artificial. As experiências dos profetas, assim
como a dos apóstolos no monte da transfiguração, provam a iniciativa divina em
comunicar seus oráculos à humanidade. Foram homens escolhidos, preparados e
inspirados, para falarem em nome do Senhor. Eles fizeram uso de inúmeros
métodos para cumprirem suas atribuições (cf Os 12.10; Hb 1.1). Verdadeiros
educadores ungidos para ensinarem o povo a viver em santidade, tornando
conhecida a revelação de Deus e desvendando as coisas futuras (Nm 12.6; 1 Rs 19.16;
Jr 18.18).
II. O
PROFETA EM O NOVO TESTAMENTO
1. A
IMPORTÂNCIA DO TERMO “PROFETA” EM O NOVO TESTAMENTO.
São cinco os
ministérios mencionados em Efésios 4.11, que exerciam papéis fundamentais na
liderança da igreja Antiga: apóstolo, profeta, evangelista, pastor e doutor.
Não por acaso, o termo “profeta” aparece na segunda posição da lista
apresentada em 1 Coríntios 12.28; Efésios 4.11. O profeta é identificado três
vezes na epístola aos Efésios como alguém que acompanhava os apóstolos (2.20;
3.5; 4.11), sempre estiveram ao lado deles e não andavam de uma região para
outra a procura de “melhores pastos”, como
muitos pensando serem portadores destes dons fazem atualmente.
A Bíblia
afirma que os “concidadãos dos Santos e da família de Deus estão edificados
sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas [...]” (Ef 2.19,20). Aqui, a
Bíblia denota a importância do ministério de profeta na liderança da Igreja do
primeiro século, como “um dos pilares da igreja do primeiro século”.
2. O
OFÍCIO DO PROFETA NEOTESTAMENTÁRIO.
Seu ministério no Novo Testamento não
consistia em predizer o futuro, adivinhar o presente ou ficar fora de si. Não! “Parece
que o ofício profético está mais ligado a uma comunidade local, a uma igreja
local, como edificador”, um instrutor do povo, um consolador (Is 40.1), e não
um “anunciador de catástrofes, como alguns presumem”. De acordo com o Comentário Bíblico Pentecostal Novo
Testamento, o profeta neotestamentário era dotado por Deus para receber e
mediar diretamente a Palavra do Altíssimo. Apesar de ele algumas vezes predizer
o futuro, conforme instrui-nos a Bíblia
de Estudo Pentecostal, seu ofício consiste em proclamar e interpretar a
Palavra de Deus, por vocação divina, com vistas à admoestação, exortação,
ânimo, consolação e edificação da igreja (At 3.12-26; 1Co 14.3).
“Era dever
do profeta do NT, assim como para o do AT, desmascarar o pecado, proclamar a
justiça, advertir do juízo vindouro e combater o mundanismo e frieza espiritual
entre o povo de Deus (Lc 1.14-17)”. Por causa da mensagem de justiça que o
profeta apresenta em tempos de apostasia e confusão espiritual, inclusive na
igreja, não há outro jeito: ele fatalmente será rejeitado e perseguido por
muitos.
Os profetas do Antigo Testamento, muitas vezes, saiam de suas cidades
para cumprirem suas missões, tal como aconteceu com os profetas menores Amós,
Jonas e Naum, sendo que o primeiro saiu dos arredores de Jerusalém para
profetizar em Betel, reino do Norte, enquanto que o segundo e terceiro pregaram
para os habitantes de Nínive, capital da Assíria, respeitando o intervalo de
poucos mais de cento e cinquenta anos entre a atuação de um e de outro.
Um exemplo de perseguição e livramento de profeta foi visto no caso de Elias, “conhecido como o profeta do
fogo”, que não tinha onde reclinar sua cabeça (cf Mt 8.20), um homem estranho,
que “se vestia de pelos de camelos e que dispensava o conforto do cotidiano” e
com uma mensagem de igual forma rejeitada, mas contundente. Ele sofreu as
consequências pelo seu ministério, mas nunca foi abandonado por Deus em nenhum
momento:
- Ele foi afastado do local onde o julgamento seria executado: “Vai-te daqui” (1 Rs 17.3). Deus julga e não quer que o seu servo experimente as consequências amargas desse juízo!
- Ele foi orientado a se esconder: “Esconde-te junto ao ribeiro de Querite” (1 Rs 17.3), a leste do rio Jordão. Deus não estava fazendo espetáculo, era uma ocasião de juízo;
- Foi suprido com pão e carne trazidos pelos corvos (1 Rs 17.6), ave imunda (Lv 11.16). Aquilo não era uma iguaria, mas era uma provisão divina!
- Ele foi instruído a dirigir-se a Sarepta (1 Rs 17.9), na Fenícia, para ser sustentado por pobre viúva, que tinha somente recursos para ela e o filho, mas que contemplou a mão de Deus abençoando sua vida através de sua obediência.
3. O
OBJETIVO DO DOM MINISTERIAL DE PROFETA.
A função do
profeta do Novo Testamento é apresentada por Paulo no mesmo bloco de versículos
em que ele menciona os cinco ministérios em Efésios (4.11-16). Ou seja, o
profeta é chamado por Deus para “o aperfeiçoamento da igreja, com vistas à sua
maturidade cristã”, pois como um organismo vivo, a Igreja, o Corpo de Cristo,
deve desenvolver-se para a edificação em amor (v.16). Para que tal seja uma
realidade, os profetas do Senhor devem desempenhar suas funções, capacitados e
dirigidos pelo Espírito Santo.
III. DISCERNINDO O VERDADEIRO
PROFETA DO FALSO
1.
SIMPLICIDADE X ARROGÂNCIA.
Duas características do verdadeiro profeta
são a simplicidade e o amor. Ainda que a Palavra seja de juízo, o coração do
profeta transborda de amor e a sua conduta simples demonstra a quem ele está
servindo: o Deus de amor. Lembremo-nos de Jeremias (38.14-27), Oseias (8.12) e
do próprio Senhor Jesus (Mt 23.37). Já o falso profeta, “apesar da aparência de piedade, não
passam de agentes de Satanás”, com a missão de abalar a fé e atrapalhar
o trabalho, pois pensam somente em si mesmo, procurando status e benefícios. Profetizam
objetivando a autopromoção, mentem, iludem e enganam. Lembremo-nos de Hananias,
o profeta mentiroso que enfrentou Jeremias (Jr 28.10-12) e da mulher que se
dizia profetisa na igreja de Tiatira (Ap 2.20).
2. PELOS
FRUTOS OS CONHECEREIS.
Uma
advertência séria de Jesus para os seus discípulos foi acerca da precaução com
os falsos profetas. Como reconhecê-los? Jesus disse que os reconheceríamos
“pelos seus frutos” (Mt 7.15,20), pois o resultado, ou “fruto”, do que o
profeta “diz” e “faz”, revela o seu caráter. Logo você conhecerá de onde
procede a “árvore” (o profeta). Lembre-se de que não devemos diferençar o
verdadeiro profeta do falso pela “performance” ou pelo “espetáculo”, mas pelos
frutos que eles produzem.
3. AINDA
SOBRE O FALSO PROFETA.
Apesar de o
falso profeta ser arrogante e iníquo, ele fala com grande eloquência, e isso
basta para que ele seja tido como verdadeiro. Na obra Assim Diz o Senhor? (CPAD), John Bevere diz que falsos
profetas “são aqueles que ministram em nome de Jesus nas nossas igrejas e
conferências, os que partem o coração dos justos, [e que] embora o ministério
seja apresentado em nome de Jesus, não é desempenhado pelo seu Espírito”. Não
tenha medo! Na autoridade do Espírito de Deus, “acautele-se” dos falsos profetas.
Seja prudente! O Espírito Santo mediante o Evangelho te fará discernir a
procedência desses enganadores. Não se deixe conduzir por eles!
CONCLUSÃO
Os profetas
do Novo Testamento, juntamente com os apóstolos, era um dos pilares na
liderança da Igreja do primeiro século (Ef 2.20). Apesar de ao longo da
história da igreja o ministério de profeta ter perdido preeminência, sabemos o
quanto ele é importante para a vida espiritual da Igreja de Cristo. O profeta
do Senhor, com autoridade e sabedoria divina deve desmascarar as injustiças, o
falso profetismo e primar pela edificação da Igreja do Senhor Jesus. Que Deus
levante os legítimos profetas!
OBJETIVOS DA LIÇÃO – FORAM
ALCANÇADOS?
- Os profetas do A.T. falavam em nome de Deus;
- Os Profetas do N.T. acompanhavam os apóstolos;
- O verdadeiro profeta tem amor, o falso engana.
REFERÊNCIAS
Bíblia de estudo aplicação pessoal. CPAD, 2003.
Bíblia de Estudo Temas em Concordância. Nova Versão
Internacional (NVI). Rio de Janeiro. Editora Central Gospel, 2008.
Bíblia Sagrada. Nova tradução na linguagem de hoje. Barueri (SP).
Sociedade Bíblica do Brasil, 2000.
Bíblia Sagrada – Harpa Cristã. Barueri, SP. Sociedade Bíblica do
Brasil, Rio de Janeiro. Casa Publicadora das Assembleias de Deus, 2003.
GONÇALVES,
José. Elias e Eliseu. Um ministério de
poder para toda a igreja. Lições Bíblicas. Faixa Jovens e Adultos. 1º
trimestre de 2013. Casa Publicadora das Assembleias de Deus, 2013.
LOURENÇO, Luciano de Paula. O Ministério de profeta. Disponível em: http://luloure.blogspot.com.br/2014/05/aula-07-o-ministerio-de-profeta.html.
Acesso em 14 de maio de 2014.
Por: Ailton da Silva - Ano VI (desde 2009)
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