TEXTO ÁUREO
“E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros
para evangelistas, e outros para pastores e doutores” (Ef 4.11).
VERDADE
PRÁTICA
O dom do apostolado foi concedido
por Deus à igreja com o propósito de expandir o Evangelho de Cristo.
LEITURA
BIBLICA EM CLASSE - Efésios 4.7-16.
7 - Mas a graça foi dada a cada um de
nós segundo a medida do dom de Cristo.
8 - Pelo que diz: Subindo ao alto, levou
cativo o cativeiro, e deu dons aos homens.
9 - Ora, isto — ele subiu — que é, senão
que também antes tinha descido às partes mais baixas da terra?
10 - Aquele que desceu é também o mesmo
que subiu acima de todos os céus, para cumprir todas as coisas.
11 - E ele mesmo deu uns para apóstolos,
e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e
doutores,
12 - querendo o aperfeiçoamento dos
santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo;
13 - até que todos cheguemos à unidade da
fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura
completa de Cristo.
14 - Para que não sejamos mais meninos
inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos
homens que com astúcia enganam fraudulosamente.
15 - Antes, seguindo a verdade em
caridade, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo.
16 - Do qual todo o corpo, bem ajustado,
e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa operação de cada
parte, faz o aumento do corpo, para sua edificação em amor.
PROPOSTA
- Apóstolo: enviado,
mensageiro comissionado por Cristo;
- Colégio apostólico:
grupo dos 12 primeiros discípulos;
- Os 12: convocados para
andarem com Jesus;
- A transformação: de
Saulo, o fariseu, a Paulo, o apóstolo;
- Paulo escreveu 13 dos 27
livros do Novo Testamento;
- Paulo recebeu o
Evangelho diretamente do Senhor;
- Não houve uma sucessão
apostólica;
- Houve sim a manifestação
do dom ministerial (apóstolo);
- O ministério dos 12 não
se repete mais.
INTRODUÇÃO
Os dons ministeriais são distribuídos
por Deus à sua Igreja, objetivando desenvolver o caráter cristão da comunidade
dos santos, tornando-o semelhante ao de Cristo (Ef 4.13).
Jesus consumou sua missão na terra,
concedendo ao homem a oportunidade para sair do lamaçal do pecado, no entanto,
a caminhada rumo a Jerusalém celestial requer santidade e perfeição, sem as
quais certamente não será possível vermos Deus. Para esta missão foram
designados homens, com dons concedidos por Jesus, para que estes trabalhem na
intenção de proporcionar à igreja condições e conhecimento para atingir o
estagio que possa agradar a Deus.
De acordo com as epístolas aos
Efésios e aos Coríntios, são cinco os dons ministeriais concedidos por Deus à
Igreja: apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e doutores (1 Co 12.27-29).
Estes ministérios são necessários à vida da igreja local para cumprir a missão
ordenada pelo Senhor ante o mundo e, simultaneamente, crescer “na graça e
conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo” (2 Pe 3.18).
Mas como frisou o
professor Luciano de Paula Lourenço é necessário fazermos distinção “entre os
Dons Ministeriais e os títulos ministeriais”, também conhecidos como “cargos
eclesiásticos”, que na verdade são meros preenchimentos de departamentos por
pessoas não capacitadas e não preparadas, às vezes, que somente servem para
aumentar o ego de ditos dirigentes ou pastores.
O dom ministerial vem
de Deus e não depende do reconhecimento ou vontade humana, enquanto que os
cargos eclesiásticos somente dependem do bom relacionamento, capacidade secular
ou são efêmeras indicações motivadas por interesses políticos religiosos ou
financeiros. Quem não conhece casos como estes?
Será que a igreja
primitiva se rendia a tais artimanhas humanas? Na época, uma boa pessoa para
assumir o controle entre os apóstolos e na própria igreja seria Paulo, devido
ao seu conhecimento da Lei e posição de destaque entre os religiosos, mas ao
contrário vimos homens comprometidos com a obra e que, nenhum momento,
cogitaram separar o então Saulo para que exercesse algum cargo importante entre
eles.
I. O COLÉGIO APOSTÓLICO
1. O TERMO “APÓSTOLO”.
O Dicionário
Bíblico Wycliffe informa que
o termo grego apóstolos origina-se do verbo apostellein,
que significa “enviar”, “remeter”. A palavra apóstolo, portanto, significa
“aquele que é enviado”, “mensageiro”, “oficialmente comissionado por Cristo”.
Ao longo do Novo Testamento, o verdadeiro apóstolo é enviado por Cristo
igualmente como o Filho foi enviado pelo Pai (Mc 9.37; Lc 10.16; Jo 4.34) com a missão de salvar o pecador com
autoridade, poder, graça e amor.
O primeiro dom citado por Paulo, foi
o também o primeiro recebido pelos discípulos após a ressurreição de Jesus (Jo
20.19-21). Eles estavam reunidos, com exceção de Tomé, que foi visitado oito
dias depois, e recebeu depois. O verdadeiro apostolado baseia-se na pessoa e
obra de Jesus, o Apóstolo por excelência (Hb 3.1).
2. O COLÉGIO APOSTÓLICO.
Entende-se por colégio apostólico o
grupo dos doze primeiros discípulos de Jesus convidados por Ele para auxiliarem
o seu ministério terreno, mesmo não sendo homens perfeitos, eles foram os primeiros
escolhidos e vocacionados a levarem a mensagem do Evangelho a todo o mundo (Mt
28.19,20; Mc 16.15-20).
De acordo com Stanley Horton, eles
foram habilitados a exercer “o ministério quando do estabelecimento da Igreja”
(At 1.20,25,26), com exceção de Judas Iscariotes que cedeu seu lugar a Matias
(At 1.26) que recebeu este dom, o qual lhe caiu em seu colo. Em outras
palavras, os doze apóstolos constituíram a base ministerial para o
desenvolvimento e a expansão da Igreja no mundo (cf Ef 2.20;
3.5; Mt 16.18; Ap 21.14), com autoridade nunca vista entre os homens na face da
terra, até então, mas antes,
como nos mostra a Palavra de Deus, eles receberam o batismo com o Espírito
Santo (Lc 24.49; At 1.8; 2.1-46) e se tornaram os únicos, “os Apóstolos do Cordeiro”,
não deixando sucessores, uma vez que o ministério apostólico, na concepção da
palavra, deixou de existir, cessou, pode ser copiado? Pode, mas as cópias
apenas se tornam meros títulos para homens se gabarem ou se auto-dotarem de autoridade
terrestre superficial, sem utilidade para o reino de Deus.
3. A SINGULARIDADE DOS DOZE.
O apostolado dos doze tem uma conotação bem
singular em relação aos demais encontrados em Atos e também nas epístolas
paulinas. Os onze discípulos fiéis fizeram parte do “grupo dos treze”,
juntamente com Matias, o escolhido (At 1.26) e Paulo, o especialmente chamado
(At 9.4). Estes preencheram todos os requisitos necessários para que fossem
considerados verdadeiros apóstolos, entre os quais destacamos o fato de todos
terem visto o Cristo após a ressurreição (1 Co 15.7-9; cf At 1.21-22), entre
outros:
a) Eles foram convocados
pessoalmente pelo Senhor. Multidões seguiam Jesus por onde Ele
passava (Mt 4.25), e muitos se tornavam seguidores do Mestre. Mas para iniciar
o trabalho da Grande Comissão, apenas doze foram convocados pessoalmente por
Ele (Mt 10.1; Lc 6.13).
b) Andaram com Jesus durante todo o
seu ministério. Desde o batismo do Senhor até a
crucificação, os doze andaram com o Mestre, aprenderam e conviveram com Ele (Mc
6.7; Jo 6.66-71; At 1.21-23).
c) Receberam autoridade do Senhor
(Jo 20.21-23). Os doze receberam de Jesus um
mandato especial para prosseguirem com a obra de evangelização. Eles foram
revestidos de autoridade de Deus para expulsarem os demônios, curar os enfermos
e pregar o Evangelho à humanidade (Mc 16.17,18; cf. At 2.4).
II. O APÓSTOLO PAULO
1. SAULO E SUA CONVERSÃO.
Saulo foi um judeu de cidadania
romana, educado “aos pés de Gamaliel”, e também um importante mestre do
judaísmo (At 22.3,25). Ele era intelectual, fariseu e foi perseguidor dos
cristãos, ato este que realizava com uma paixão nunca vista antes.
Assim como acontece com qualquer um, ele
também visualizou um “divisor de águas não só em sua vida, mas também na
história da humanidade”, pois um belo dia enquanto se dirigia a Damasco com
cartas de autorização para prender os cristãos daquela localidade, que haviam fugido
devido à perseguição em Jerusalém, Saulo teve uma experiência com o Cristo
ressurreto (At 9.1-22). A sua vida foi inteiramente transformada a partir desse
encontro pessoal com Jesus. De perseguidor, passou a perseguido; de Saulo, o
fariseu, a Paulo, o apóstolo dos gentios.
Paulo levou o primeiro
“soco” durante os momentos em que ficou ouvindo a pregação de Estevão e ficou
meio atormentado, zonzo, logo se renderia aos pés de Jesus, era questão de
tempo. O encontro à caminho de Damasco foi o golpe de misericórdia, que ele não
suportou. Naquele dia caiu o bravo, o lobo, o valente e se levantou uma ovelha,
um fraco, o fruto do pó da terra que sequer conseguiu dar um passo sem ajuda do
próximo. Os companheiros perguntaram o que havia acontecido e não obtiveram resposta,
pois o homem ficou sem voz. Pediram para que olhassem para eles, mas não tinham
como, uma vez que o homem ficou cego. Por último pediram que se colocasse de
pé, vã tentativa. O bravo Saulo precisava de ajuda. O golpe foi certeiro. É
deste jeito que Jesus derruba “touro bravo”.
2. UM HOMEM PREPARADO PARA SERVIR.
Dos vinte e sete livros do Novo
Testamento, treze foram escritos pelo apóstolo Paulo. Quão grande tratado
teológico encontramos em sua Epístola aos Romanos! O seu legado teológico foi
grandioso para o cristianismo. Mas para além da intelectualidade teológica, o
apóstolo dos gentios levou uma vida de sofrimento por causa da pregação do
Cristo ressurreto. Este foi a aviso recebido pela vida de Ananias, quando foi
colocado de pé, após a queda das escamas de seus olhos.
Toda a sua preparação intelectual
anterior de nada serviria dali para frente, alias era preciso uma preparação,
um novo mergulho nas profundezas dos mistérios de Deus, que certamente ele
receberia e posteriormente repassaria para a igreja (cf 1 Co 11.23). Não foi a
toa a declaração apostólica que denota tal verdade: “Combati o bom combate,
acabei a carreira, guardei a fé” (2Tm 4.7).
Com uma conversão tão espetacular quanto a de Paulo, certamente
sairíamos imediatamente para testemunhar, pregar e anunciar o que ocorrera,
porém Jesus ensinou ele a ser dependente dos outros, cegando-lhe para que fosse
conduzido pela mão até ao endereço indicado na visão.
Desde cedo o grande líder aprendeu a depender dos outros, para
entender pessoalmente o que é igreja como corpo de Cristo. Assim Jesus anulou
qualquer possibilidade de obra pessoal, individual, centralizada num homem só,
mesmo que ele fosse culto, inteligente, formado aos pés dos sábios, de grande
reputação moral, social, política e religiosa, dependeu de seus subordinados e
já em Damasco não foi recepcionado por nenhum dos grandes líderes da igreja
primitiva, pelo contrário, pois Ananais um simples discípulo foi mencionado somente
neste episódio. Isto serviu para mostrar ao recém convertido que todos, por
mais simples que possam parecer, são membros do corpo de Cristo e por
conseguinte são úteis a igreja, inclusive aqueles que a perseguiram ferozmente.
3. “O MENOR DOS APÓSTOLOS”.
O apóstolo Paulo não pertencia ao
colégio dos doze. Ele não andou com Jesus em seu ministério terreno nem
testemunhou a ressurreição do Senhor, requisitos indispensáveis para o grupo
dos doze (At 1.21-23), mas conheceu o Cristo ressurreto (At 9.4,5) e esteve
lado a lado com Ele durante sua visão na sua chamada, quanto a não ter
presenciado o ministério terreno há de se frisar que muito foi passado a ele, muito
lhe foi ensinado. O apóstolo recebeu o Evangelho diretamente do Senhor (Gl
1.6-24; 1 Co 11.23), porém mesmo assim e humildemente, ele reconheceu que não
merecia ser assim chamado, pois considerava-se um “abortivo”, como que nascido
fora de tempo, o menor de todos (1 Co 15.8,9). Embora o colégio apostólico
tenha reconhecido o apostolado paulino (Gl 2.6-10; 2 Pe 3.14-16), as igrejas
plantadas por ele eram o selo do seu ministério apostólico (1 Co 9.2).
III. APOSTOLICIDADE ATUAL (Ef 4.11)
1. AINDA HÁ APÓSTOLOS?
No sentido estrito do termo, e de
acordo com a sua singularidade, apóstolos como os doze não mais existem. A
Palavra de Deus diz que durante o milênio, os doze se assentarão sobre tronos
para julgar as doze tribos de Israel (Mt 19.28). Os seus nomes também estarão
registrados nos doze fundamentos da cidade santa (Ap 21.12-14). Logo, o colégio
apostólico foi formado por um grupo limitado de discípulos, não havendo,
portanto, uma sucessão apostólica, mesmo diante dos insistentes apelos
midiáticos e do histórico religioso romano.
2. APÓSTOLOS FORA DOS DOZE.
A carta aos Efésios apresenta a vigência do
dom ministerial de apóstolo. O teólogo Stanley Horton informa-nos que “o Novo
Testamento indica que havia outros apóstolos que também haviam sido dados como
dons à Igreja. Entre estes se acham Paulo e Barnabé (At 14.4,14), bem como os
parentes de Paulo, Andrônico e Júnia (Rm 16.7) e Tiago, irmão de Jesus (Gl
1.19; 1 Co 15.7-9). Ao
longo do Novo Testamento, e no primeiro século da Igreja, o termo apóstolo
recebeu um significado mais amplo, de um dom ministerial distribuído à igreja
local (Dicionário Vine).
3. O MINISTÉRIO APOSTÓLICO ATUAL.
Não há sucessão apostólica. Esta é
uma doutrina formada pela igreja romana e, infelizmente, copiada por algumas
evangélicas para justificar a existência do poder papal. O ministério dos doze
não se repete mais. O que há é o ministério de caráter apostólico e não cabem
neste contexto a vontade humana para preencher lacunas em departamentos ou para
favorecer amigos ou parentes.
Atualmente, missionários enviados
para evangelizar povos não alcançados pelo Evangelho são dignos de serem
reconhecidos como verdadeiros apóstolos de Cristo. Homens como John Wesley,
William Carey (cognominado “pai das missões modernas”), Hudson Taylor, D. L.
Moody, Gunnar Vingren, Daniel Berg, “irmão André” e tantos outros, em tempos
recentes, foram verdadeiros desbravadores apostólicos. Cidades e até países
foram impactados pela instrumentalidade desses servos de Deus.
CONCLUSÃO
Nos moldes do colégio dos doze, o
ministério apostólico não existe atualmente. Entretanto, o dom ministerial de
apóstolo citado por Paulo em Efésios 4.11 está em plena vigência. Pastores
experimentados, evangelistas e missionários que desbravaram os rincões do nosso
país ou em países inimigos do Evangelho, são pessoas portadoras desse dom
ministerial. São os verdadeiros apóstolos da Igreja de Cristo hoje.
OS OBJETIVOS DA LIÇÃO FORAM
ALCANÇADOS?
1) Verdadeiros apóstolos: possuíam autoridade nunca vista.
2) Paulo:
recebeu depois e nos ensinou.
3) Dom
ministerial de apóstolo é para os corajosos.
REFERÊNCIAS
ANDRADE,
Claudionor de. Atos dos apóstolos. Até
aos confins da terra. Lições Bíblicas. Faixa Jovens e Adultos. 1º trimestre
de 2011. Casa Publicadora das Assembleias de Deus, 2011.
Bíblia de estudo aplicação pessoal. CPAD, 2003.
Bíblia de Estudo Temas em Concordância. Nova Versão
Internacional (NVI). Rio de Janeiro. Editora Central Gospel, 2008.
Bíblia Sagrada. Nova tradução na linguagem de hoje. Barueri (SP).
Sociedade Bíblica do Brasil, 2000.
Bíblia Sagrada – Harpa Cristã. Barueri, SP. Sociedade Bíblica do
Brasil, Rio de Janeiro. Casa Publicadora das Assembleias de Deus, 2003.
LOURENÇO, Luciano de Paula. Os dons de elocução.
Disponível em:
http://luloure.blogspot.com.br/2014/05/aula-06-o-ministerio-de-apostolo.html.
Acesso em 07 de maio de 2014.
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