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sexta-feira, 9 de maio de 2014

O ministério de apóstolo. Plano de aula

TEXTO ÁUREO
E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores (Ef 4.11).

VERDADE PRÁTICA
O dom do apostolado foi concedido por Deus à igreja com o propósito de expandir o Evangelho de Cristo.

LEITURA BIBLICA EM CLASSE - Efésios 4.7-16.
7 - Mas a graça foi dada a cada um de nós segundo a medida do dom de Cristo.
8 - Pelo que diz: Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro, e deu dons aos homens.
9 - Ora, isto — ele subiu — que é, senão que também antes tinha descido às partes mais baixas da terra?
10 - Aquele que desceu é também o mesmo que subiu acima de todos os céus, para cumprir todas as coisas.
11 - E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores,
12 - querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo;
13 - até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo.
14 - Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente.
15 - Antes, seguindo a verdade em caridade, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo.
16 - Do qual todo o corpo, bem ajustado, e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa operação de cada parte, faz o aumento do corpo, para sua edificação em amor.

PROPOSTA
  • Apóstolo: enviado, mensageiro comissionado por Cristo;
  • Colégio apostólico: grupo dos 12 primeiros discípulos;
  • Os 12: convocados para andarem com Jesus;
  • A transformação: de Saulo, o fariseu, a Paulo, o apóstolo;
  • Paulo escreveu 13 dos 27 livros do Novo Testamento;
  • Paulo recebeu o Evangelho diretamente do Senhor;
  • Não houve uma sucessão apostólica;
  • Houve sim a manifestação do dom ministerial (apóstolo);
  • O ministério dos 12 não se repete mais.
INTRODUÇÃO
Os dons ministeriais são distribuídos por Deus à sua Igreja, objetivando desenvolver o caráter cristão da comunidade dos santos, tornando-o semelhante ao de Cristo (Ef 4.13).

Jesus consumou sua missão na terra, concedendo ao homem a oportunidade para sair do lamaçal do pecado, no entanto, a caminhada rumo a Jerusalém celestial requer santidade e perfeição, sem as quais certamente não será possível vermos Deus. Para esta missão foram designados homens, com dons concedidos por Jesus, para que estes trabalhem na intenção de proporcionar à igreja condições e conhecimento para atingir o estagio que possa agradar a Deus.

De acordo com as epístolas aos Efésios e aos Coríntios, são cinco os dons ministeriais concedidos por Deus à Igreja: apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e doutores (1 Co 12.27-29). Estes ministérios são necessários à vida da igreja local para cumprir a missão ordenada pelo Senhor ante o mundo e, simultaneamente, crescer “na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo” (2 Pe 3.18).

Mas como frisou o professor Luciano de Paula Lourenço é necessário fazermos distinção “entre os Dons Ministeriais e os títulos ministeriais”, também conhecidos como “cargos eclesiásticos”, que na verdade são meros preenchimentos de departamentos por pessoas não capacitadas e não preparadas, às vezes, que somente servem para aumentar o ego de ditos dirigentes ou pastores.

O dom ministerial vem de Deus e não depende do reconhecimento ou vontade humana, enquanto que os cargos eclesiásticos somente dependem do bom relacionamento, capacidade secular ou são efêmeras indicações motivadas por interesses políticos religiosos ou financeiros. Quem não conhece casos como estes?

Será que a igreja primitiva se rendia a tais artimanhas humanas? Na época, uma boa pessoa para assumir o controle entre os apóstolos e na própria igreja seria Paulo, devido ao seu conhecimento da Lei e posição de destaque entre os religiosos, mas ao contrário vimos homens comprometidos com a obra e que, nenhum momento, cogitaram separar o então Saulo para que exercesse algum cargo importante entre eles.

I. O COLÉGIO APOSTÓLICO
1. O TERMO “APÓSTOLO”. 
O Dicionário Bíblico Wycliffe informa que o termo grego apóstolos origina-se do verbo apostellein, que significa “enviar”, “remeter”. A palavra apóstolo, portanto, significa “aquele que é enviado”, “mensageiro”, “oficialmente comissionado por Cristo”. Ao longo do Novo Testamento, o verdadeiro apóstolo é enviado por Cristo igualmente como o Filho foi enviado pelo Pai (Mc 9.37; Lc 10.16; Jo 4.34) com a missão de salvar o pecador com autoridade, poder, graça e amor.

O primeiro dom citado por Paulo, foi o também o primeiro recebido pelos discípulos após a ressurreição de Jesus (Jo 20.19-21). Eles estavam reunidos, com exceção de Tomé, que foi visitado oito dias depois, e recebeu depois. O verdadeiro apostolado baseia-se na pessoa e obra de Jesus, o Apóstolo por excelência (Hb 3.1).

2. O COLÉGIO APOSTÓLICO. 
Entende-se por colégio apostólico o grupo dos doze primeiros discípulos de Jesus convidados por Ele para auxiliarem o seu ministério terreno, mesmo não sendo homens perfeitos, eles foram os primeiros escolhidos e vocacionados a levarem a mensagem do Evangelho a todo o mundo (Mt 28.19,20; Mc 16.15-20).

De acordo com Stanley Horton, eles foram habilitados a exercer “o ministério quando do estabelecimento da Igreja” (At 1.20,25,26), com exceção de Judas Iscariotes que cedeu seu lugar a Matias (At 1.26) que recebeu este dom, o qual lhe caiu em seu colo. Em outras palavras, os doze apóstolos constituíram a base ministerial para o desenvolvimento e a expansão da Igreja no mundo (cf  Ef 2.20; 3.5; Mt 16.18; Ap 21.14), com autoridade nunca vista entre os homens na face da terra, até então, mas antes, como nos mostra a Palavra de Deus, eles receberam o batismo com o Espírito Santo (Lc 24.49; At 1.8; 2.1-46) e se tornaram os únicos, “os Apóstolos do Cordeiro”, não deixando sucessores, uma vez que o ministério apostólico, na concepção da palavra, deixou de existir, cessou, pode ser copiado? Pode, mas as cópias apenas se tornam meros títulos para homens se gabarem ou se auto-dotarem de autoridade terrestre superficial, sem utilidade para o reino de Deus.

3. A SINGULARIDADE DOS DOZE. 
O apostolado dos doze tem uma conotação bem singular em relação aos demais encontrados em Atos e também nas epístolas paulinas. Os onze discípulos fiéis fizeram parte do “grupo dos treze”, juntamente com Matias, o escolhido (At 1.26) e Paulo, o especialmente chamado (At 9.4). Estes preencheram todos os requisitos necessários para que fossem considerados verdadeiros apóstolos, entre os quais destacamos o fato de todos terem visto o Cristo após a ressurreição (1 Co 15.7-9; cf At 1.21-22), entre outros:

a) Eles foram convocados pessoalmente pelo Senhor. Multidões seguiam Jesus por onde Ele passava (Mt 4.25), e muitos se tornavam seguidores do Mestre. Mas para iniciar o trabalho da Grande Comissão, apenas doze foram convocados pessoalmente por Ele (Mt 10.1; Lc 6.13).

b) Andaram com Jesus durante todo o seu ministério. Desde o batismo do Senhor até a crucificação, os doze andaram com o Mestre, aprenderam e conviveram com Ele (Mc 6.7; Jo 6.66-71; At 1.21-23).

c) Receberam autoridade do Senhor (Jo 20.21-23). Os doze receberam de Jesus um mandato especial para prosseguirem com a obra de evangelização. Eles foram revestidos de autoridade de Deus para expulsarem os demônios, curar os enfermos e pregar o Evangelho à humanidade (Mc 16.17,18; cf. At 2.4).

II. O APÓSTOLO PAULO
1. SAULO E SUA CONVERSÃO. 
Saulo foi um judeu de cidadania romana, educado “aos pés de Gamaliel”, e também um importante mestre do judaísmo (At 22.3,25). Ele era intelectual, fariseu e foi perseguidor dos cristãos, ato este que realizava com uma paixão nunca vista antes.

Assim como acontece com qualquer um, ele também visualizou um “divisor de águas não só em sua vida, mas também na história da humanidade”, pois um belo dia enquanto se dirigia a Damasco com cartas de autorização para prender os cristãos daquela localidade, que haviam fugido devido à perseguição em Jerusalém, Saulo teve uma experiência com o Cristo ressurreto (At 9.1-22). A sua vida foi inteiramente transformada a partir desse encontro pessoal com Jesus. De perseguidor, passou a perseguido; de Saulo, o fariseu, a Paulo, o apóstolo dos gentios.

Paulo levou o primeiro “soco” durante os momentos em que ficou ouvindo a pregação de Estevão e ficou meio atormentado, zonzo, logo se renderia aos pés de Jesus, era questão de tempo. O encontro à caminho de Damasco foi o golpe de misericórdia, que ele não suportou. Naquele dia caiu o bravo, o lobo, o valente e se levantou uma ovelha, um fraco, o fruto do pó da terra que sequer conseguiu dar um passo sem ajuda do próximo. Os companheiros perguntaram o que havia acontecido e não obtiveram resposta, pois o homem ficou sem voz. Pediram para que olhassem para eles, mas não tinham como, uma vez que o homem ficou cego. Por último pediram que se colocasse de pé, vã tentativa. O bravo Saulo precisava de ajuda. O golpe foi certeiro. É deste jeito que Jesus derruba “touro bravo”.

2. UM HOMEM PREPARADO PARA SERVIR. 
Dos vinte e sete livros do Novo Testamento, treze foram escritos pelo apóstolo Paulo. Quão grande tratado teológico encontramos em sua Epístola aos Romanos! O seu legado teológico foi grandioso para o cristianismo. Mas para além da intelectualidade teológica, o apóstolo dos gentios levou uma vida de sofrimento por causa da pregação do Cristo ressurreto. Este foi a aviso recebido pela vida de Ananias, quando foi colocado de pé, após a queda das escamas de seus olhos.

Toda a sua preparação intelectual anterior de nada serviria dali para frente, alias era preciso uma preparação, um novo mergulho nas profundezas dos mistérios de Deus, que certamente ele receberia e posteriormente repassaria para a igreja (cf 1 Co 11.23). Não foi a toa a declaração apostólica que denota tal verdade: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé” (2Tm 4.7).

Com uma conversão tão espetacular quanto a de Paulo, certamente sairíamos imediatamente para testemunhar, pregar e anunciar o que ocorrera, porém Jesus ensinou ele a ser dependente dos outros, cegando-lhe para que fosse conduzido pela mão até ao endereço indicado na visão.

Desde cedo o grande líder aprendeu a depender dos outros, para entender pessoalmente o que é igreja como corpo de Cristo. Assim Jesus anulou qualquer possibilidade de obra pessoal, individual, centralizada num homem só, mesmo que ele fosse culto, inteligente, formado aos pés dos sábios, de grande reputação moral, social, política e religiosa, dependeu de seus subordinados e já em Damasco não foi recepcionado por nenhum dos grandes líderes da igreja primitiva, pelo contrário, pois Ananais um simples discípulo foi mencionado somente neste episódio. Isto serviu para mostrar ao recém convertido que todos, por mais simples que possam parecer, são membros do corpo de Cristo e por conseguinte são úteis a igreja, inclusive aqueles que a perseguiram ferozmente.

3. “O MENOR DOS APÓSTOLOS”. 
O apóstolo Paulo não pertencia ao colégio dos doze. Ele não andou com Jesus em seu ministério terreno nem testemunhou a ressurreição do Senhor, requisitos indispensáveis para o grupo dos doze (At 1.21-23), mas conheceu o Cristo ressurreto (At 9.4,5) e esteve lado a lado com Ele durante sua visão na sua chamada, quanto a não ter presenciado o ministério terreno há de se frisar que muito foi passado a ele, muito lhe foi ensinado. O apóstolo recebeu o Evangelho diretamente do Senhor (Gl 1.6-24; 1 Co 11.23), porém mesmo assim e humildemente, ele reconheceu que não merecia ser assim chamado, pois considerava-se um “abortivo”, como que nascido fora de tempo, o menor de todos (1 Co 15.8,9). Embora o colégio apostólico tenha reconhecido o apostolado paulino (Gl 2.6-10; 2 Pe 3.14-16), as igrejas plantadas por ele eram o selo do seu ministério apostólico (1 Co 9.2).

III. APOSTOLICIDADE ATUAL (Ef 4.11)
1. AINDA HÁ APÓSTOLOS? 
No sentido estrito do termo, e de acordo com a sua singularidade, apóstolos como os doze não mais existem. A Palavra de Deus diz que durante o milênio, os doze se assentarão sobre tronos para julgar as doze tribos de Israel (Mt 19.28). Os seus nomes também estarão registrados nos doze fundamentos da cidade santa (Ap 21.12-14). Logo, o colégio apostólico foi formado por um grupo limitado de discípulos, não havendo, portanto, uma sucessão apostólica, mesmo diante dos insistentes apelos midiáticos e do histórico religioso romano.

2. APÓSTOLOS FORA DOS DOZE. 
A carta aos Efésios apresenta a vigência do dom ministerial de apóstolo. O teólogo Stanley Horton informa-nos que “o Novo Testamento indica que havia outros apóstolos que também haviam sido dados como dons à Igreja. Entre estes se acham Paulo e Barnabé (At 14.4,14), bem como os parentes de Paulo, Andrônico e Júnia (Rm 16.7) e Tiago, irmão de Jesus (Gl 1.19; 1 Co 15.7-9). Ao longo do Novo Testamento, e no primeiro século da Igreja, o termo apóstolo recebeu um significado mais amplo, de um dom ministerial distribuído à igreja local (Dicionário Vine).

3. O MINISTÉRIO APOSTÓLICO ATUAL. 
Não há sucessão apostólica. Esta é uma doutrina formada pela igreja romana e, infelizmente, copiada por algumas evangélicas para justificar a existência do poder papal. O ministério dos doze não se repete mais. O que há é o ministério de caráter apostólico e não cabem neste contexto a vontade humana para preencher lacunas em departamentos ou para favorecer amigos ou parentes.

Atualmente, missionários enviados para evangelizar povos não alcançados pelo Evangelho são dignos de serem reconhecidos como verdadeiros apóstolos de Cristo. Homens como John Wesley, William Carey (cognominado “pai das missões modernas”), Hudson Taylor, D. L. Moody, Gunnar Vingren, Daniel Berg, “irmão André” e tantos outros, em tempos recentes, foram verdadeiros desbravadores apostólicos. Cidades e até países foram impactados pela instrumentalidade desses servos de Deus.

CONCLUSÃO
Nos moldes do colégio dos doze, o ministério apostólico não existe atualmente. Entretanto, o dom ministerial de apóstolo citado por Paulo em Efésios 4.11 está em plena vigência. Pastores experimentados, evangelistas e missionários que desbravaram os rincões do nosso país ou em países inimigos do Evangelho, são pessoas portadoras desse dom ministerial. São os verdadeiros apóstolos da Igreja de Cristo hoje.

OS OBJETIVOS DA LIÇÃO FORAM ALCANÇADOS?
1) Verdadeiros apóstolos: possuíam autoridade nunca vista.
2) Paulo: recebeu depois e nos ensinou.
3) Dom ministerial de apóstolo é para os corajosos.

REFERÊNCIAS
ANDRADE, Claudionor de. Atos dos apóstolos. Até aos confins da terra. Lições Bíblicas. Faixa Jovens e Adultos. 1º trimestre de 2011. Casa Publicadora das Assembleias de Deus, 2011.

Bíblia de estudo aplicação pessoal. CPAD, 2003.

Bíblia de Estudo Temas em Concordância. Nova Versão Internacional (NVI). Rio de Janeiro. Editora Central Gospel, 2008.

Bíblia Sagrada. Nova tradução na linguagem de hoje. Barueri (SP). Sociedade Bíblica do Brasil, 2000.

Bíblia Sagrada – Harpa Cristã. Barueri, SP. Sociedade Bíblica do Brasil, Rio de Janeiro. Casa Publicadora das Assembleias de Deus, 2003.

LOURENÇO, Luciano de Paula. Os dons de elocução. Disponível em:


Por: Ailton da Silva - Ano VI (desde 2009)

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