TEXTO
ÁUREO
“Mas tu sê sóbrio em tudo, sofre
as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério” (2Tm 4.5).
VERDADE PRÁTICA
O
evangelista proclama o pleno Evangelho de Cristo com ousadia; é um arauto de Deus
no mundo.
LEITURA BIBLICA EM CLASSE – At 8.26-35; Ef 4.11
At 8.26 - E o anjo do Senhor falou a Filipe,
dizendo: Levanta-te e vai para a banda do Sul, ao caminho que desce de
Jerusalém para Gaza, que está deserto.
At 8.27 - E levantou-se e foi. E eis que um
homem etíope, eunuco, mordomo-mor de Candace, rainha dos etíopes, o qual era
superintendente de todos os seus tesouros e tinha ido a Jerusalém para
adoração,
At 8.28 - regressava e, assentado no seu
carro, lia o profeta Isaías.
At 8.29 - E disse o Espírito a Filipe:
Chega-te e ajunta-te a esse carro.
At 8.30 - E, correndo Filipe, ouviu que lia o
profeta lsaías e disse: Entendes tu o que lês?
At 8.31 - E ele disse: Como poderei entender,
se alguém me não ensinar? E rogou a Filipe que subisse e com ele se assentasse.
At 8.32 - E o lugar da Escritura que lia era
este: Foi levado como a ovelha para o matadouro; e, como está mudo o cordeiro
diante do que o tosquia, assim não abriu a sua boca.
At 8.33 - Na sua humilhação, foi tirado o seu
julgamento; e quem contará a sua geração? Porque a sua vida é tirada da terra.
At 8.34 - E, respondendo o eunuco a Filipe,
disse: Rogo-te, de quem diz isto o profeta? De si mesmo ou de algum outro?
At 8.35 - Então, Filipe, abrindo a boca e
começando nesta Escritura, lhe anunciou a Jesus.
Ef 4.11 - E ele mesmo deu uns para apóstolos,
e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e
doutores.
PROPOSTA
·
Grande é a seara, mas os obreiros são poucos;
·
Os verdadeiros evangelistas enfrentarão
perseguições;
·
Alegria no Espírito não é somente ver milagres;
·
Grande comissão: apelo de Jesus (anunciem o
Evangelho);
·
Toda a humanidade é carente da graça de Deus;
·
A tarefa da evangelização do mundo está inacabada;
·
Evangelista: transmissor das boas novas,
·
Evangelista: plantador de igrejas
·
Função: preparação para o serviço cristão e
edificação.
INTRODUÇÃO
O fundamento
foi lançado pelos apóstolos e profetas e coube aos evangelistas da igreja
primitiva a tarefa de alcançarem “os perdidos para Cristo”. Tanto na época,
quanto agora, a função primordial dos evangelista ainda é promover a expansão
do reino celestial, para que então o edifício de Deus continue visível aos
olhos humanos.
Isto foi
possível, e ainda é, graças ao valiosíssimo dom ministerial de evangelista, que
foi repartido pelo Pai para que estas pessoas fossem ganhas para o reino
celestial, pois temos de Jesus a ordem para pregar o Evangelho, e em sua
multiforme sabedoria Deus dispõe para a igreja o poder necessário para
proclamarmos com ousadia, graça e paixão pelas vidas. Em o Novo Testamento, este
dom teve uma destacada operação nas igrejas de Corinto e Éfeso.
I. JESUS ENVIA OS SETENTA (Lc
10.1-20)
1. SÃO
POUCOS OS QUE ANUNCIAM.
Quando Jesus
enviou os setenta para anunciarem as boas novas do Reino de Deus na região da
Galiléia, Ele asseverou: “Grande é, em verdade, a seara, mas os obreiros são poucos” (v.2). Eles deveriam, de dois
em dois, ir a várias cidades para preparem o caminho para o Messias. Não se
tratavam de pessoas especiais ou diferentes dos 12 escolhidos para estarem ao
lado de Jesus, apenas foram “bombardeados” e creram no poder e visão que foram
dotados no momento.
A diferença
entre os setenta enviados por Jesus e os doze que, temporariamente, foram
retidos por Jesus, foi que os primeiros foram a todas as cidades e lugares aonde Jesus havia de ir durante o
seu ministério terreno, enquanto que os doze deram continuidade ao trabalho de
Jesus e foram onde Ele não havia ido durante sua breve estadia na Terra, ou
seja, os confins da Terra.
Os que anunciam
são poucos, porque, primeiramente, os discípulos não podem proclamar a si
mesmos ou uma mensagem própria. Em segundo lugar, porque os discípulos do
Senhor são enviados a falarem única e exclusivamente de Jesus e do Reino de
Deus, jamais de si mesmos. Isto certamente foi respeitado pelos setenta
enviados, haja vista, que no retorno eles deixaram bem claro: “Senhor, pelo teu
nome, até os demônios se nos sujeitam” (Lc 10.17).
Lamentavelmente,
ao longo dos séculos, muitos foram aqueles que, na Seara do Senhor, falaram em
seu próprio nome e pregaram a sua própria mensagem. Os discípulos segundo o
coração do Nazareno ainda são poucos, mas o Senhor continua a convocar obreiros
para a sua seara (v.2b).
2.
ENVIADOS PARA O MEIO DE LOBOS.
Proclamar o
Evangelho num mundo contrário à mensagem do Reino de Deus certamente levaria os
arautos de Cristo a serem perseguidos. Os setenta que Jesus enviou como
cordeiros a um ambiente hostil, perigoso, seriam rejeitados, perseguidos e até
ameaçados de morte. Eles não temeram e
logo o desejo de alcançarem os perdidos invadiu o coração deles e prontamente
responderam a Jesus: “eis nos aqui”. Gideão, Jonas e até mesmo Ananias
certamente apresentariam inúmeras desculpas para não cumprir a missão caso
estivessem entre os setenta (cf Jz 6.15; Jn 1.1-3; At 9.13). A mesma reação não
foi vista quando Paulo foi inteirado de seu futuro ministério através da
entrega profética de Ananias: “[...]
este é para mim um vaso escolhido, para levar meu nome diante dos gentios, e
dos reis e dos filhos de Israel. E eu te mostrarei o quanto deve padecer pelo
meu nome” (At 9.15-16). Em outras palavras um cordeiro foi enviado ao encontro
dos lobos.
A história
da igreja nos mostra que pessoas pagaram com a vida por professar a fé em
Cristo. Nas últimas décadas, mais cristãos foram mortos no mundo que em
qualquer outra época da história da Igreja. Os verdadeiros evangelistas
enfrentarão ainda muitas perseguições, sobretudo em países dominados por
religiões anticristãs e fundamentalistas. Eles são comparados a cordeiros que
se dirigem para o meio dos lobos (v.3).
3. OS
SINAIS E AS MARAVILHAS CONFIRMAM A PALAVRA.
O grupo dos
setenta discípulos recebeu poder em nome de Jesus para pregar a mensagem do
Reino de Deus com graça (vv.9,10; Mt 10.1,8). Quando voltaram da missão, os
evangelistas, maravilhados e surpreendidos, diziam: “Senhor, pelo teu nome, até
os demônios se nos sujeitam” (v.17). Eles não deveriam ficar tão admirados por
isto, promessa é promessa e quem promete é fiel para cumprir. Jesus deixou bem
claro a eles o que aconteceria e antecipou todos os sinais que veriam (v.
4-16), mas no retorno diante da admiração deles, Jesus falou-lhes de uma
realidade que eles não compreendiam: aquele poder era para confirmar a Palavra
do Reino, não a palavra do homem. O verdadeiro significado de desfrutar da
alegria no Espírito não é primeiramente ver milagres, mas saber que através da
exposição do Evangelho de poder temos os nossos nomes escritos nos céus (v.20).
II. A GRANDE COMISSÃO (Mt 28.19,20;
Mc 16.15-20)
1. O
ALCANCE DA GRANDE COMISSÃO.
Jesus
ordenou aos seus discípulos, após a sua ressurreição: “ide, ensinai todas as
nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;
ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado” (Mt 28.19,20).
A ordem foi clara e direta, Ele declarou o alvo,
não rodeou, não usou de subterfúgios ou mensagens subliminares e tampouco
deixou sombras ou variações de dúvidas. O material para trabalhos dos
discípulos era farto. A igreja foi comissionada de uma grande responsabilidade
e deveria cumprir na integra.
Pregar, fazer discípulos, batizar e ensinar não é
uma opção para a igreja, simplesmente foi o artifício utilizado por Jesus para
tirá-la das quatro paredes, para que seu reino fosse expandido. A igreja
primitiva cumpriu na integra esta tarefa, pois os crentes saíram, após o
revestimento do Espírito Santo, por todas as direções testemunhando, anunciando
e pregando a Palavra com ousadia.
Deveriam pregar em todas as partes do mundo,
anunciando as boas
novas de salvação aos judeus e gentios, não temendo represálias, não se
importando com obstáculos, preconceitos, medos e ou diferenças étnicas. O
desafio maior foi pregar para povos de culturas diferentes (1 Co 1.1,2), mas
isto também foi vencido diante da capacitação que receberam ao dizerem sim ao
chamado.
Esta ordem é
chamada comumente de A Grande
Comissão. É o apelo de Jesus para os discípulos anunciarem o Evangelho até
as últimas consequências. Foi nesse “espírito” que o apóstolo Paulo encarou a
tarefa da evangelização (1Co 9.16).
2. O
MUNDO ESTÁ DIVIDIDO EM DOIS GRUPOS.
“Quem crer e
for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado” (Mc 16.16). Aqui, o
Evangelho de Marcos destaca que há dois grupos de pessoas diante da mensagem de
Jesus: os que creem e que recebem de bom grado a Palavra e os que não creem,
pois estão cegados pelo deus deste século para que não vejam a luz do Evangelho
(2 Co 4.4), mesmo nestas condições deve ser apresentada a eles a salvação.
Acerca da
salvação, os Evangelhos não se preocupam com nacionalidade, raça, sexo ou
condição sócio-econômica do homem (Gl 3.28). Não há judeu, não há gentio (Rm
3.9,10,23). Toda a humanidade é carente da graça de Deus e precisa decidir o
seu futuro eterno crendo ou não no Evangelho.
3. A
GRANDE COMISSÃO HOJE.
A tarefa da
evangelização do mundo está inacabada. Mesmo com o passar dos anos, a ordem
imperativa de Jesus está em vigor. Índices alarmantes são apresentados
constantemente, tais como: apenas 33% da população mundial é composta por
cristãos das várias confissões de fé. Há regiões em que número de cristãos está
diminuindo, como na Europa. Recentemente, na Alemanha, cerca de 340 igrejas
fecharam as portas; em Portugal, quase 300. A Holanda e a Inglaterra são países
considerados “pós-cristãos”. Ainda na Europa, cerca de 1500 templos cristãos
foram transformados em mesquitas, restaurantes, bibliotecas e casas de shows.
Se a Igreja
não experimentar um real e poderoso avivamento espiritual, em poucas décadas a
Europa se tornará mulçumana ou o cristianismo não mais a influenciará.
Precisamos reevangelizar o continente europeu.
III. O DOM MINISTERIAL DE
EVANGELISTA
1. O
CONCEITO DE EVANGELISTA.
O termo
“evangelista” deriva do verbo grego euangelizo,
isto é, transmitir boas novas (do evangelho). Como dom, refere-se àquele que é
chamado para pregar o Evangelho. Foi concedido pelo Pai através de uma
capacitação ministerial objetivando propagar o Evangelho de Cristo para toda a
humanidade.
O
evangelista tem paixão pela salvação dos perdidos. Esmera-se por buscar da
parte de Deus mensagens inspiradas para tocar os corações e quebrantar a alma
dos pecadores. Independente da posição, conhecimento secular ou condições, o
evangelista se propõe a cumprir sua tarefa a fim de contemplar a expansão do
reino de Deus. Filipe, um dos sete escolhidos para auxiliar os apóstolos na
questão levantada na igreja primitiva (At 6.5) foi um dos grandes evangelistas
citados por Lucas no livro de Atos. Ele atuou em Samaria e seu trabalho foi
depois reconhecido e atestado por Paulo, um pouco antes de finalizar sua
terceira viagem missionária (At 21.8).
2. O
PAPEL DO EVANGELISTA.
O evangelista é, por excelência, o pregador
das boas-novas de salvação. Através da sua mensagem, vidas são alcançadas e
conduzidas a Deus. Muitas vezes, o evangelista torna-se um plantador de
igrejas, como tem ocorrido em diversos lugares do Brasil e pelo mundo afora. Na
igreja primitiva eles “possivelmente auxiliavam na proclamação do
Evangelho aos incrédulos junto às igrejas já construídas”. Um evangelista
cheio da graça de Deus poderá tocar corações com a mensagem do Evangelho de
modo tão convincente que leva o povo a crer e acatar as boas-novas da salvação
e ao Salvador Jesus.
3. A
FINALIDADE DO MINISTÉRIO DO EVANGELISTA.
Da mesma
forma que o ministério do apóstolo e do profeta, o do evangelista tem por
finalidade preparar os santos do Senhor para uma vida de serviço cristão, bem
como à edificação do Corpo de Cristo (Ef 2.20-22). Por isso, espera-se desse
obreiro que o fundamento do seu ministério seja Jesus Cristo, o nosso Senhor.
Não pode haver outro fundamento, senão Cristo!
O
evangelista deve também, em tudo, ser sensível à voz do Espírito Santo. A
exemplo de Filipe, o obreiro deve ser obediente ao Senhor, seja para pregar a
multidões, seja para falar a uma única pessoa (At 8.6,26-40). Outro aspecto
importante desse ministério é a habilidade que o evangelista deve ter na
transmissão das boas-novas. O arauto de Deus precisa ser capaz de responder à
seguinte pergunta dirigida ao pecador: “Entendes o que lês?” (At 8.30), caso
contrário ele perderá a oportunidade para ganhar os perdidos.
CONCLUSÃO
O dom
ministerial de evangelista é concedido por Deus a algumas pessoas conforme o
propósito do Espírito Santo para o fortalecimento e a edificação das igrejas
locais. Isto, porém, não significa desobrigar os crentes individualmente do
labor da evangelização. Todo seguidor de Cristo, isto é, todo aquele que se
acha discípulo de Jesus, tem em sua caminhada cristã o firme compromisso de propagar
a mensagem do Evangelho. E deste compromisso não pode se apartar um único
milímetro. Que Deus levante mais evangelistas para a sua grande seara!
OBJETIVOS DA LIÇÃO – FORAM
ALCANÇADOS?
- Os 70 foram enviados, pregaram Jesus e
voltaram;
- A igreja primitiva cumpriu o “ide”, e nós?
- Evangelista é pregador das boas novas.
REFERÊNCIAS
Bíblia de estudo aplicação pessoal. CPAD, 2003.
Bíblia de
Estudo Temas em
Concordância. Nova Versão Internacional (NVI). Rio de
Janeiro. Editora Central Gospel, 2008.
Bíblia Sagrada. Nova tradução na linguagem de hoje. Barueri (SP).
Sociedade Bíblica do Brasil, 2000.
Bíblia Sagrada – Harpa Cristã. Barueri, SP. Sociedade Bíblica do
Brasil, Rio de Janeiro. Casa Publicadora das Assembleias de Deus, 2003.
GABY,
Wagner. A missão integral da Igreja.
Porque o reino de Deus está entre vós. Lições Bíblicas. Faixa Jovens e
Adultos. 3º trimestre de 2011. Casa Publicadora das Assembléias de Deus, 2011
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