Não podemos datar, com precisão, quando chegaram os primeiros colonizadores aos territórios egípcios. Quanto mais recuamos no tempo, mais a cronologia torna-se imprecisa.
Sabemos, contudo, que os primeiros habitantes dessa região foram nômades. Após uma vida de árduas e incômodas peregrinações, eles começaram a organizar-se em pequenos Estados.
Essas diminutas e inexpressivas unidades políticas conhecidas como nomos, foram agrupando-se com o passar dos séculos, até formarem dois grandes reinos: o Alto Egito, no Sul; e, o Baixo Egito, no Norte. Ambos estavam localizados, respectivamente, no Vale do Nilo e no Delta do mesmo rio.
Entre ambas as regiões havia um forte contraste. Seus deuses eram diferentes, como diferentes eram, também, seus dialetos e costumes. Até mesmo a filosofia de vida desses povos eram marcadas por visíveis antagonismos. Declara o egiptólogo Wilson: "Em todo o curso da história, essas duas regiões se diferenciaram e tiveram consciência da sua diferenciação. Quer nos tempos antigos, como nos modernos, as duas regiões falam dialetos muito diferentes e vêem a vida com perspectivas também diferentes."
Sobre essa época, escreve Idel Becker: "Neste período pré-dinástico, o desenvolvimento da cultura egípcia foi, quase totalmente, autóctone e interno. Houve apenas, alguns elementos de evidente influência mesopotâmica: o selo cilíndrico, a arquitetura monumental, certos motivos artísticos e, talvez, a própria idéia da escrita. Há, nessa época, progressos básicos nas artes, ofícios e ciências. Trabalhou-se a pedra, o cobre e o ouro (instrumentos, armas, ornamentos, jóias). Havia olarias; vidragem; sistemas de irrigação. Foi-se formando o Direito, baseado nos usos e costumes tradicionais – leis consuetudinárias."
Trecho extraído do livro “Geografia Bíblica” Claudionor de Andrade, CPAD, 1987
Nenhum comentário:
Postar um comentário