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quinta-feira, 6 de outubro de 2011

"De volta para a minha terra" - (abomino este tipo de programa)

Muitos nasceram naquelas terras e não se viam na obrigação de chorar por ela, brigar ou muito menos reedificá-la, prova disto foi o número reduzido dos que disseram sim a Zorobabel, Esdras e Neemias, nos respectivos retornos.

Às vezes fico imaginando a cena ocorrida no primeiro minuto pós proclamação da independência de Israel, que alvoroço, aeroportos lotados, estações rodoviárias e ferroviárias, rodovias, mares, júbilos de alegria de um povo retornando para as suas terras após um longo período de separação.

Que sensação gostosa, pisar na areia, beber das fontes, respirar o ar, subir nas árvores, reconstruir suas casas, prédios, resgatar o sentimento nacionalista, mas enfrentar logo no dia seguinte a fúria da liga árabe e o pior, com um exército recém formado.

Se fosse hoje teríamos redes de TV e internet ao vivo, programas de auditório (que particularmente abomino) acompanhando passo a passo o retorno de um judeu. Tele jornais sendo transmitidos diretamente das fronteiras, portais reconstituindo a história. Um número incalculável de judeus retornando de todos os cantos da terra. A diferença para o que ocorreu no Egito foi que lá estavam todos reunidos no mesmo lugar. Então porque na Babilônica também não tiveram este sentimento? Que luta terrível para Zorobabel, Esdras e Neemias convencê-los?

O que me entristece é que os 430 anos no Egito e o tempo em que ficaram dispersos no mundo, cerca de 1900 anos, foram cruéis e tristes, mas não tanto quanto o cativeiro. Este período fez um estrago muito grande na vida e na mente deles. Se levarmos em conta o princípio da proporção, poderíamos imaginar que os 70 anos foram capazes de tirar muito de Israel, o que dirá então o quase meio milênio de escravidão e os dois de dispersão, humilhação e sofrimento pelo mundo afora.

O que não seria possível perderem em cerca de dois milênios? Em 7 décadas esqueceram a própria língua, o respeito pela história dos patriarcas e da nação. A espiritualidade, até foi aceitável, pois estavam vislumbrados com a cultura babilônica e por serem duros de coração, o que poderia se esperar?

Existe alguma diferença entre os retornos de Zorobabel, Esdras e Neemias com o movimento sionista? Enquanto estavam na miséria, esquecidos, no opóbrio, não apareciam nenhum dos inimigos, mas foi somente os três retornarem com o ideal da reconstrução para se inflamarem.

O mesmo ocorreu com Israel, no momento da proclamação do estado judeu, em 14 de maio de 1948, há poucas horas do vencimento do mandato britânico, pois enquanto estavam dispersos pelo mundo, excetuando o holocausto, todos os seus inimigos estavam reservados. Poucas horas depois do auge do movimento sionista eles apareceram furiosos para atacarem o recém formado estado judeu, totalmente indefeso, no pensamento deles. A vitória seria esmagadora, senão tivesse UM velando e guardando a sua nação.

Era bem possível que o movimento sionista estivesse prevendo a reação árabe, mas os judeus que retornavam alegre também esperavam? Por tudo isto deveria ser bem reduzido o número de judeus voltando para Israel, pois estariam ciente que estavam se dirigindo para uma guerra inevitável. Ou voltaram confiantes no verdadeiro mar de rosas prometido, enfim o reino restaurado?

Os que estavam além fronteiras sofreram e os que decidiram pelo retorno muito mais, pois não tiveram tempo para cozerem bolos (já vimos esta história antes) e não receberam presentes das nações as quais estavam abandonando (a história no êxodo foi diferente). Em muitos lugares o anjo da morte passou e devastou a casa dos judeus e não do inimigo, perderam tudo, confiscaram seus bens com intenção de enfraquecer Israel, pois a promessa destas nações era que as riquezas não sairiam com os judeus.

Esta também foi a intenção de Faraó ao propor a Moisés que levasse o povo para sacrificar a Deus ali mesmo na terra do Egito, ou quando um pouco afastado e no auge de sua prepotência quando propôs a saída do povo sem comida e víveres, para serem facilmente recapturados ou vencidos.

No Egito, Iraque, Síria, enfim no mundo árabe muitos foram permitidos saírem, mas sem nada, para que poucos dias depois, não oferecessem resistência ao ataque da liga árabe, talvez por isto muitos árabes tenham fugido tão logo o estado judeu foi declarado. A previsão de carnificina era real. Logo o território seria tirado dos judeus. Será que Deus inflamaria o seu povo, diante do cumprimento de uma profecia (Is 66"8) para depois permitir que saíssem envergonhados no outro dia.

A história nos mostra 3 retornos do exílio babilônico, Zorobabel, Esdras e Neemias e em outras três ocasiões Israel retornou para as suas terras, regozijante, com voz de jubilo e principalmente, assombrando o mundo, vejamos:
• Saída do Egito – para adorarem a Deus no deserto a caminho de 3 dias, mas também para serem direcionados para uma terra que manaria leite e mel, promessa feita a Abraão, as terras de Israel. As notícias da caminhada corria todas as nações. Eles temiam pela passagem do povo por seus territórios (Js 2"9).

• Retorno do exílio – 70 anos de perdas (idioma, espiritualidade, história, tradições, nacionalismo). As nações deram testemunhos desta caminhada de vitória e júbilo (Sl 126);

• A criação do estado judeu – em poucos dias o mundo ficou assombrando diante da vontade e disposição judaica de retorno as suas terras e origens. Mas o que alarmou todo o planeta foi a capacidade daquele exercito, recém formado, vencer em poucos dias, a liga das nações árabes encabeçada pelo Egito. Repetição da história, pois este foi o primeiro império vencido após a saída da escravidão.

Por: Ailton da Silva

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