CAPÍTULO 10
TERMINAMOS! FESTA OU ENSINO?
1. OS INIMIGOS VIRAM A OBRA DAS MÃOS DE DEUS:
Enfim a obra estava concluída. Os inimigos não
poderiam fazer mais nada para impedir. Mas qual reação poderíamos esperar dos
inimigos? No inicio do projeto, riram e zombaram,
durante a obra conspiraram, ameaçaram e subornaram, mas então diante da
conclusão da obra eles ficaram sem ação.
Neemias reconheceu a necessidade e grandiosidade da obra. Ele
sabia que muitos seriam beneficiados. A reconstrução avivou o coração dos judeus e resgatou
o verdadeiro culto a Deus e todos se arrependeram e fizeram confissão de seus
pecados e dos pais (9.1-2).
Os inimigos contemplaram a obra das mãos de Deus,
o grande construtor. Eles haviam feito oposição à pessoa errada, pois Neemias
foi apenas um instrumento. Ele venceu as conspirações e resistiu as investidas
dos inimigos. A oposição que parecia pessoal e política foi na verdade
espiritual, contra Deus, aquele que autorizou a reconstrução da cidade.
Era o momento ideal para então, Neemias, cumprir
o que fora dito pelos seus inimigos (6.6-7) para se tornar, fortalecido
politicamente, o único e legitimo representante do império medo-persa naquela
região, mas esta não foi sua vontade e tampouco a de Deus.
2. TERMINAMOS, MAS NÃO COMEMOREM AINDA!
Em cinqüenta e dois dias os judeus desanimados, sem
esperanças, conformados, miseráveis e desprotegidos reconstruíram o muro. Desde
o inicio confiaram em Deus para realizarem tal proeza, sem a qual jamais teriam
conseguido.
Deus esteve o tempo todo auxiliando e protegendo o povo,
enviou um líder corajoso, dedicado, que em poucos dias conseguiu converter em
fervor de coração o desanimo que encontrou em sua chegada.
3. FINAL DA MISSÃO DE NEEMIAS?
A reconstrução do muro de Jerusalém
foi importante e necessária, mas a missão
de Neemias não havia terminado. Além de
ser o responsável pelo estabelecimento da infra-estrutura da cidade, ele também
deu início ao processo de resgate da identidade espiritual do povo judeu. O fruto do pós reconstrução foi
o avivamento gerado entre o povo, através da Leitura e o ensino genuíno da Lei.
A tarefa agora
seria outra e tão mais difícil e árdua quanto a primeira, mas necessária, pois
em nada adiantaria os muros reconstruídos, as portas levantadas, segurança
estabelecida se permanecessem ainda alheios aos ensinos da Lei Mosaica,
vulneráveis ao desânimo, enganos e com possibilidade de voltarem ao estado
anterior de sofrimento.
Deus encontrou
as condições mínimas necessárias para operar entre o povo, por isto este foi um
dos maiores avivamentos registrados na Bíblia em seus dois testamentos, pois:
·
Busca
incessante da misericórdia e poder de Deus;
·
Submissão
à Palavra do Senhor;
·
Confissão
dos pecados;
·
Arrependimento;
·
Mudança
de vida.
O
ministério de Neemias começou com uma oração ainda na corte persa e agora o
resgate espiritual dos judeus se iniciava pelo ensino da Palavra.
4. A RECONSTRUÇÃO AVIVOU O CORAÇÃO DO POVO:
Os setenta anos de cativeiro foram tão cruéis para eles, tão
mais quanto os da escravidão no Egito e os quase dois milênios em que viveram
sem bandeira, sem hino, sem terra e sem direito a ajuntamento para adorarem a
Deus na era moderna. A Babilônia foi capaz, de em pouco tempo, tirar muito dos
judeus. Se levássemos em conta o principio da proporção, este período foi
tempos de refrigério perto dos outros dois.
Pouco a pouco, o cativeiro, foi tirando dos judeus as suas
preciosidades: o temor, o fervor, as tradições, os ritos, a Lei e
principalmente foram esquecendo o próprio idioma, pois o aramaico foi
sutilmente introduzido nas famílias judaicas exiladas e permaneceu após o
retorno. Muitas expressões hebraicas contidas na Lei eram desconhecidas por
muitos deles, por isto houve a necessidade da leitura, explicação e ensino para
que entendessem.
Após o término fizeram a leitura da
Lei (8.5-6) e alguns ministérios foram resgatados (8.7-8), pois os levitas
explicavam e ensinavam o povo conforme era lido o livro da Lei e por fim comemoraram
a festa dos Tabernáculos (8.17-18).
5. AJUNTAMENTO ESPONTÂNEO PARA OUVIREM
A LEI:
Após a reconstrução dos muros
restava agora o resgate espiritual dos judeus, que por muito tempo estiveram
distantes e alheios aos ensinos da Lei Mosaica. A situação espiritual dos que
permaneceram na cidade e dos que retornaram pedia um urgente avivamento. A
missão do grande líder não era somente material, agora seria a segunda parte.
a) Como se deu este ajuntamento (8.1-2):
- Não houve convocação (8.1), tampouco uso da força ou violência, pois todo o povo se ajuntou espontaneamente;
- Praticamente exigiram o ensino, pois ainda no ardor da reconstrução do muro, pediram a Esdras que trouxesse o livro da Lei (8.1), estavam com sede da Palavra;
- Foi em unidade, pois todo o povo se ajuntou como um só homem.
A leitura, explicação e ensino foram a base para o grande
avivamento entre os judeus, pois buscaram a Deus, foram renovados e
demonstraram interesse pela Lei. Neemias entendeu que aquela tarefa era tão
urgente e necessária quanto a reconstrução da cidade, por isto envolveu todos
no trabalho, principalmente os levitas (11.1). Os ensinadores também foram
renovados, capacitados, muitos deles resgatados e outros seriam apresentados a
tradição judaica, pois até aquele momento conheciam somente a cultura
babilônica, mas o principal estava sendo revelado e eles manejaram bem a Lei (I
Tm 2.15)
6. CULTO DE ENSINO/RESGATE DA REVERÊNCIA (8.5-8):
Todos se reuniram diante da Porta das Águas, desde
a alva até ao meio dia para ouvirem atentamente a leitura da Lei. Durante sete
dias foram seis horas diárias de leitura. De pé, Esdras lia o livro da lei e não havia espaço para a
distração, cansaço ou dispersão. Todos estavam atentos a leitura, pois estavam
sedentos. Não poderia ter outro resultado que não o choro e o arrependimento
coletivo.
a) Resgate da reverência a Lei (8.5):
Todo o povo compreendeu aquele
momento e reverenciou a leitura da Lei, se colocaram em pé, participando
ativamente, concordando com a leitura, adorando ao Senhor e prostrando-se por
terra.
b) Resgate do ensino da Lei (8.7-8):
Os líderes compreenderam que
não era tão somente apresentar a Lei a muitos deles, que sequer conheciam, seria
necessário o empenhar maior para que entendessem o que estava sendo lido, pois
muitos somente conheciam o aramaico, língua oficial dos que voltaram do exílio.
O importante para eles seria o entendimento e não propriamente as emoções.
Não saiam do lugar, não distraiam,
não se preocupavam com o amanhã, apenas prestavam atenção à leitura. Neste
momento os levitas entraram em cena e ensinaram e explicaram o sentido para que
entendessem o que estava sendo lido. Neemias, orgulhoso pelo trabalhar de Deus,
consagrou aquele dia ao grande responsável por toda aquela obra.
7.
COMENTÁRIOS ADICIONAIS:
- Às vezes temos que explicar aos visitantes na igreja cada passo do culto, pois muitos não conhecem nosso vocabulário, não entendem a Palavra;
- Clamor do povo: "Expliquem melhor o que vocês estão nos dizendo";
- Seria possível ouvirmos uma mensagem na igreja e não entendermos nada?
- Quando pregamos para os pecadores muitos não entendem, zombam, mas depois que explicamos, ensinamos, eles aceitam Jesus como Salvador e a história muda;
- Leitura, ensino e explicação são base para o genuíno avivamento. De nada adiantariam seis horas diárias e sete dias por semana se não houvesse a exposição da Palavra;
- O ideal seria os mega pregadores ficarem dois ou mais dias, após os grandes congressos, para ensinarem e explicarem suas mensagens para a igreja;
- Pregação da Palavra é como uma foice que corre o mato e corta em grande quantidade. O ensino é como aquela enxadinha de horta, que fica rodeando a plantinha, limpando ao seu redor;
- Avivamento é reunir de trezentas a mil pessoas em um estádio ou ginásio ou é leitura, ensino, explicação, choro, arrependimento e mudança de vida;
- Os judeus pediram aos líderes como um dia pediram a Paulo na sinagoga na sua primeira viagem missionária (At 13.15) “se você tem alguma palavra de consolação para o povo, falai”;
- Todo tempo em que ficaram dispersos pelo mundo, os judeus fizeram de tudo para preservarem as suas tradições, apesar que em alguns casos tiveram que ensinar novamente;
- Neemias poderia ter ordenado o seguinte: Esdras você faz a leitura e eu fico ao lado como representante do rei. O povo que ouça e pratique depois, mas não foi isto que aconteceu, pois colocaram os obreiros a direita e esquerda e os levitas auxiliado no ensino e explicação;
- Poderíamos dizer para uma criança que da árvore tal colhemos os seus frutos. Não seria melhor ensinarmos e explicarmos sobre a semente que é jogada no chão, dentro de um buraco, várias vezes maiores que ela, para ficar no escuro, na solidão, umidade, enterrada, pisada e que quando começa a crescer em vez de desabrochar para cima, primeiramente ela busca o fortalecimento de suas raízes, para então aparecer sobre a terra. Neste momento ela começa a fugir das enxadadas do agricultor, quando não aparecem os ventos, que ajudam a engrossarem o seu caule. Somente depois é que vem o fruto visível.
Por: Ailton da Silva - 5 anos (Ide por todo mundo)
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