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sexta-feira, 31 de outubro de 2014

1º trimestre 2015


Próximo trimestre:

A Lei de Deus – Valores imutáveis para uma sociedade em constante mudança 

Comentarista: Pastor Esequias Soares

Lição 1 – Deus dá a sua Lei ao Povo de Israel

Lição 2 – O Padrão da Lei Moral
Lição 3 – Não Terás outros deuses
Lição 4 – Não farás imagens de Esculturas
Lição 5 – Não Tomarás o Nome do Senhor Deus em Vão
Lição 6 – Santificarás o Sábado
Lição 7 – Honrarás Pai e Mãe
Lição 8 – Não Matarás
Lição 9 – Não adulterarás
Lição 10 – Não furtarás
Lição 11 – Não darás Falso Testemunho
Lição 12 – Não cobiçarás
Lição 13 – A Igreja e a Lei de Deus

fonte: http://euvoupraebd.blogspot.com.br/2014/10/licoes-biblicas-da-cpad-adultos-1.html#.VFPLKPnF_9U
Por: Ailton da Silva - 5 anos (Ide por todo mundo)

sábado, 25 de outubro de 2014

Neemias: Como sair do anonimato. Capítulo 13 - Slides









Por: Ailton da Silva - 5 anos (Ide por todo mundo)

Neemias: como sair do anonimato - Capítulo 13


CAPÍTULO 13
A SITUAÇÃO MINISTERIAL NA AUSÊNCIA DE NEEMIAS

1. A PROFANAÇÃO DO SÁBADO (13.16):
Os filhos de Israel foram ordenados por Deus a guardarem o sábado, o dia do descanso, para repouso para se dedicarem a adoração, oração, louvor. (Ex 16.23; 20.11, porém Deus não ordenou que o mundo inteiro o guardasse). Neste dia as atividades em Israel seriam interrompidas, pois nenhum trabalho deveria ser realizado (Ex 16.23; 35.2,3; Jr 17.22; Mc 16.1), até mesmo o comércio estava proibido (Am 8.5).

Após a reconstrução do Templo, os inimigos perceberam a mudança no padrão de vida dos judeus. A cidade sem o muro e as portas era alvo fácil de doenças e ladrões, mas agora os vizinhos os viam com outros olhos. Estava bonita, frondosa, exuberante, alegre, bem diferente do estado anterior (1.1-3). O problema agora seria outro, os mercadores e aproveitadores. Os judeus eram potenciais consumidores.

Tudo isto não teria problema se estes mercadores não insistissem na venda justamente no dia de dedicação a Deus, mas eles não respeitaram, por isto Neemias ordenou que as portas da cidade fossem fechadas para que o sábado não fosse profanado.

a) A ganância dos mercadores:
Em sua chegada à cidade Neemias observou a ignorância do povo em relação a Lei e foi percebendo, no decorrer de sua permanência, que eles deixavam muito a desejar no tocante ao cumprimento das ordenanças. Sua função primária dizia respeito a reconstrução da muralha da cidade, mas não resistiu ao contemplar o povo desgarrado, sem pastor, sem estrutura, conhecimento e alheios aos mandamentos perpétuos, entre eles a guarda do sábado. Ele compreendia que não era uma opção de vida respeitar a Lei, mas sim um dever.

Neemias enxergou que os mercadores de Tiro, autorizados (Ne 13.17-18), conseguiam ajuntar os judeus, aos sábados, justamente os que deveriam estar no Templo adorando, louvando, orando, ouvindo a leitura da Lei. Seria possível esta cena? Como perdiam facilmente a identidade.

Esta havia sido uma das causas do cativeiro (Jr 17.27), por isto Neemias agiu, pois compreendeu o perigo que todos estavam correndo de novamente voltarem às velhas práticas. As consequências seriam inevitáveis (Lv 26.13-33). Ele repreendeu os mercadores, avisando-os para que não profanassem o Dia do Senhor (Ne 13.21).

A reação de Neemias foi tão enérgica e radical quanto as anteriores, pois queria cortar o mal pela raiz. Ele protestou contra os negociantes (de outras terras) que desconheciam a importância do sábado e por isto o desrespeitavam (Ne 13.20-21). Da mesma forma como não compactuou com os que se deram aos casamentos mistos e com os que permitiram a morada do amonita do Templo, estava ele agora tomando a frente do povo para despertá-los ao perigo que corriam.

As mercadorias eram necessárias? Eram de ótima qualidade? Os vendedores eram bons? Os judeus ficavam satisfeitos com as negociações? Então porque não fizeram todo este alvoroço no estado anterior da cidade (1.1-3), quando ela e o povo estavam em miséria e esquecidos? A alegria espiritual chamou os mercadores, pois eles entendiam que Jerusalém estava usufruindo de uma prosperidade material, aliás, estavam bem visíveis, o Templo (riqueza maior) e os muros reconstruídos e as portas levantadas, prosperidade para qualquer um ver. Os mercadores pensavam que os judeus estivessem nadando em dinheiro, por isto faziam questão de acampar em suas portas.

b) Neemias proíbe o comércio aos sábados:
As sextas-feiras, ao pôr do sol, os portões da cidade deveriam ser fechados e permaneceriam desta forma até ao final do sábado, mas os mercadores insistentes continuaram fora da cidade, na esperança de ainda efetuarem suas vendas.

Entra em cena o pastor cuidadoso, que mesmo com as barreiras fechadas, saiu para averiguar a situação, foi quando constatou que aqueles aproveitadores ainda estavam ao derredor. Uma única frase que não precisou ser repetida, pois foram embora diante do ultimato de Neemias (Ne 13.19-21).

Os comerciantes, atemorizados, fugiram e os judeus, abismados, olhavam uns para outros como se auto condenando por mais um erro diante de Deus.

c) Porque deveriam guardar o sábado:
Enquanto estiveram em terras estranhas, principalmente no Egito, não conheceram este mandamento, mesmo porque se conhecessem, certamente não dependeria deles para que fosse guardado, mas sim dos egípcios, que certamente não autorizariam.

Após a passagem do mar Vermelho já foram alertados quanto à observância do sábado (Ex 16.23), sendo depois foi ratificado na ocasião da entrega do dez mandamentos (Ex 20.11). Daquele momento em diante não teriam mais desculpas para apresentarem diante de Deus.

A guardar do sábado era uma exigência cerimonial da lei, enquanto que os outros nove eram princípios morais. Representava o selo da aliança mosaica (Ex 20.10; 23.12; 31.15; Dt 5.15; Is 56.4-6). Era um dia santo (Ex 16.23-29; 20.10-11; 31.17).

d) O propósito divino da guarda do sábado:
  • Neste dia cessavam todos os trabalhos, um dia de descanso para o homem para a terra (Ex 16.29-30; Lv 25.4);
  • Os israelitas se voltavam a adoração, ao louvor, a leitura, oração e santificação. Um dia de adoração e serviço exclusivo a Deus, sacrifícios e ensino aos sábados (Lv 23.3; Nm 28.9; Dt 5.12; Ez 46.3,12; Lc 4.31; 13.10);
  • Este era o sinal de que Israel era um povo santo, diferente, separado das outras nações e propriedade peculiar de Deus (Ex 19.5). Nenhuma outra nação da terra ou instituição foram incluídas neste contexto, tanto que deveria se observados por eles somente em todas as gerações, ou seja, era um mandamento perpétuo, para sempre (Ex 31.17);
  • Lembrava a criação original e a redenção de Israel do Egito (Dt 5.5);
  • Era um sinal de lealdade entre Israel e Deus (Is 56.2; Ez 20.12).
e) Consequências para Israel pelo desrespeito ao sábado:
Quem não observasse este mandamento era severamente punido (Ex 31.14-15; Nm 15.32-36; Jr 17.19-27), pois eles deveriam mostrar aos seus vizinhos idólatras toda a sua fidelidade aos mandamentos do seu Deus, assim como a igreja de Cristo que também dedica integralmente a adoração, louvor, leitura da Palavra e oração. Esta falha foi uma das causas do cativeiro na Babilônia (Jr 17.27).

f) Preceitos eternos, que os judeus respeitavam:
Outros preceitos previstos na Lei Mosaica era também eternos e respeitados pelos judeus, entre eles a circuncisão ao 8º dias de vida (Gn 17.7-13), a unção dos sacerdotes (Ex 40.15) e a celebração da páscoa (Ex 12.14), todos eles dispensáveis à igreja.

g) Jesus e o dia de descanso:
Quando Jesus ouviu as queixas dos fariseus pelo suposto desrespeito dos discípulos ao colherem espigas no sábado (Mc 2.23-28), Ele deixou claro que nenhum ponto da lei estava sendo transgredido. Ora, se o dia do descanso era para dedicação a Deus e zelo do corpo, então o que os discípulos estavam fazendo de errado? Colheram espigas para semeá-las ao caminho? Ou colheram para saciarem a fome? Nestas condições a Lei proibia o uso de foices (Dt 23.25).

Quem estava errado em toda esta história eram justamente os judeus, pois não aceitaram Jesus como Rei e não lhe ofereceram guarida, possibilidades, refeições, tanto que os seus discípulos tiveram que fazer uso de uma permissão da lei para saciarem a fome. Isto foi uma vergonha para Israel. O mesmo aconteceu com o rei Davi, que em fuga, já ungido, mas sem o reconhecimento da nação teve que se alimentar de pães da proposição. Será que foi interrogado também como foi Jesus?

E quanto aos sacrifícios, eles eram realizados aos sábados? Ou cessavam as atividades no Templo? Os sacerdotes também tinham um dia para descanso? Os sacerdotes imolavam animais e mantinham suas outras ocupações sem se sentirem culpados por tais práticas? Por estarem a serviço de Deus (Nm 28.9,10) eram apontados pelos judeus?

Jesus obedeceu todos os preceitos da Lei, pois foi circuncidado, seus pais ofereceram sacrifícios ao seu nascimento, comemorou a Páscoa, mas em nenhum momento ordenou a sua igreja que guardasse o sábado, comemorasse ou praticasse alguns dos ritos de exclusividade judaica. Na verdade Ele é o dia de descanso que a lei sempre apontou (Mt 11.28-30).

O domingo foi instituído pela Igreja Primitiva como o dia para a sua principal reunião. O primeiro dia da semana:
  • Cristo ressuscitou no primeiro dia da semana (Mt 28.1; Mc 16.9);
  • Jesus apareceu 5 vezes no primeiro dia semana outra vez no domingo seguinte (Lc 24.13; 33-36; Jo 20.19,26);
  • A Santa Ceia, as pregações e as ofertas eram observadas no domingo (I Co 16.1,2; At 20.7).
Não temos obrigação de guardar o sábado, mas devemos valorizar o descanso semanal, para adorarmos a Deus e mantermos nossa saúde física, mental e espiritual. Tampouco devemos instituir o domingo como sagrado sob pena de cometermos o mesmo erro que outros. “Seria uma incoerência trocarmos a embalagem para permanecermos com o mesmo produto”.

2. CASAMENTOS MISTOS – UNIÕES REPROVADAS:
Deus preparou Israel durante a caminhada no deserto para que não se misturassem aos imorais que habitavam naquela região, quando adentrassem à Terra Prometida, pois faziam parte de um povo separado (Js 23.1-13). Isto não se tratava de preconceito racial, mas sim era um cuidado doutrinário, para que a relação entre Israel e Deus não fosse afetada.

Uma das maiores advertências foi em relação aos casamentos mistos (Ex 34.12-16; Dt 7.3; Ed 9.12-14), que poderia se tornar a grande porta para apostasia, mas eles fizeram justamente ao contrário e completamente distanciados se uniram aos pagãos. O resultado final desta prática foi trágico (Os 7.8-16).

Esta foi a preocupação de Esdras (Ed 9.1-3), Neemias (13.23- 29) e Malaquias (Ml 2.10-16) e alguns exemplos de casamentos mistos nos prova que realmente eram maléficos para Israel e seus antecessores:
  • Na geração anti-diluviana (Gn 6.1-3) esta união também foi combatida, pois a maldade humana (Gn 6.5) juntamente com estas uniões, pelas quais os filhos de Deus (os setistas, descendentes de Sete) e os filhos dos homens (os cainitas, descendentes de Caim) se misturaram (Gn 6.1-3) foram as causas do dilúvio;
  • Rute e Boaz se casaram (Rt 4.10), mesmo sendo ela uma moabita. Nestes casos quando o estrangeiro se convertia o casamento era permitido (Lv 21.6-8,13,14; Dt 23.8-11), tanto que ela foi incluída na genealogia de Jesus (Mt 1.5), pois gerou o avô de Davi (Rt 4.17)
  • Rei Acabe e Jezabel, uma estrangeira (I Re 16.31) que destilou seu veneno no reino do Norte;
  • O rei Salomão que se casou com muitas mulheres estrangeiras, que perverteram seu coração (I Re 11.1-2);
  • Os filhos dos sacerdotes que se casaram com mulheres estrangeiras (Ed 10.18);
  • Um dos filhos de Joiada, filho do sumo sacerdote Eliasibe (3.1) que havia se aparentado a Tobias (13.4), casou-se com uma filha de Sambalate, o grande opositor a toda aquela obra (13.28).
Muitos destes casamentos visavam a vantagens financeiras e ascensão social e política, por isto aigreja foi advertida pelo apóstolo Paulo a não adotar esta prática (II Co 6.14- 17).

a) Casamentos proibidos: 
Desde a saída do Egito, os israelitas foram ordenados a não se misturarem as nações que eles encontrariam na Terra Prometida (Dt 7.1-4), pois todos ali eram idólatras e abomináveis aos olhos de Deus. A não observância desta ordem poderia assemelhar a nação santa aos gentios (Dt 7.1-6).

Os asdoditas, moradores de Asdode, na Filistia (I Sm 6.17), uma cidade idólatra, berço de Dagom (I Sm 5.1-5), foram eles que roubaram a arca do concerto e a colocaram junto com o seu padroeiro. Enquanto estiveram com a arca em seu poder não tiveram sossego, pois enfrentaram pragas e enfermidades (I Sm 5.6-12).

Os amonitas e moabitas, descendentes do fruto do incesto ocorrido entre Ló e suas filhas (Gn 19.36-37), se declararam inimigos de Israel, no momento em que não saíram com pão e água, como deveriam (Nm 22.1-3; Dt 23.3-4), se aliando aos adversários para amaldiçoarem os israelitas, portanto não poderia haver esta mistura.

Eles tentaram, mas não conseguiram, então partiram para outra tática, a pior de todas, covarde. A única forma de derrotarem os judeus seria pela infiltração. Certamente as mulheres desviariam-nos de seu Deus e profanariam o Templo (Dt 23.3).

Deus não revogou a proibição quanto aos casamentos mistos, mesmo nesta dispensação, somos alertados e ensinados quanto ao risco do jugo desigual, pois que comunhão teria a luz com as trevas (II Co 6.14-15).

b) As consequências do casamento misto:
Israel não poderia se misturar às nações que já habitavam na Terra Prometida (Ex 34.12,16), mas contrariando as ordens de Deus eles apostataram e se aparentaram com o paganismo, imoralidade e idolatria. Foram anos e anos de fracasso espiritual, apostasia e distanciamento de Deus, que desaguaram no cativeiro babilônico, mas agora avivados pela exposição da Palavra entenderam o mal daquelas uniões e se comprometeram a não se misturarem com os idólatras através do casamento (10.30) ou por qualquer outro artifício.

Os maiores prejudicados nesta história foram os filhos, justamente aqueles que deveriam crescer segundo os costumes e tradições judaicos. Eles cresciam perdendo todas as referências culturais e espirituais, além de serem testemunhas oculares de conflitos conjugais e étnicos. A influência das mães estrangeiras era bem maior que a dos pais (13.24), por isto a perda se iniciava pela língua pátria. Em outras palavras, os filhos não estavam sendo educados no caminho de Deus (Lv 20.7). No futuro, eles colheriam o fruto deste erro.

A indignação de Neemias foi tamanha, pois observou que até mesmo a família do sumo sacerdote se entregando a esta prática e justamente com Sambalate, o ferrenho opositor (13.28).

Como eram facilmente seduzidos estes judeus. E como se fascinavam com as mulheres asdoditas, moabitas e amonitas. Será que eram tão belas assim? As egípcias com suas pinturas talvez, mas quando a maquiagem (capa) caia, então era revelada a verdadeira face.

Portanto os filhos, frutos dos casamentos mistos, falavam em línguas estranhas, a eles mesmo, mas que eram entendíveis a algumas pessoas (somente as asdotias, moabitas, amonitas, horonitas, etc). Os velhos judeus compartilhavam disto? Aceitavam de bom grado ou reprovavam? Não tiveram forças para impedirem, até o dia em que Deus reenviou o pastor zeloso que amava aquelas ovelhas e colocou ordem novamente na congregação de Israel.

c) A dolorosa separação – sombra de coisa futura:
Esdras já havia trabalhado este tema entre os judeus durante seu ministério (Ed 9.12,14), mas eles novamente aderiam a esta prática. A decisão de se afastarem foi traumática, porém necessária (10.28).

Como os povos envolvidos receberam esta decisão dos judeus? Assombro, descrença ou indiferença? Laços familiares sendo desfeitos, planejamento e sonhos bruscamente interrompidos. Tudo em nome da pureza e cuidado doutrinário, mas acima de tudo, tiveram ciência de que nada daquilo estaria acontecendo caso tivessem sido fieis a Deus.

Não havia entre eles filhos para serem entregues as suas filhas e vice versa (Jz 14.3)? Tiveram tanta necessidade de recorrerem à beleza pagã? Os primeiros casamentos foram acontecendo e não viam manifestação contrária de Deus e assim foram se acostumando, abrindo as portas para a apostasia e sincretismo.

3. O JUGO DESIGUAL:
A igreja é admoestada a fugir de tal prática, pois as conseqüências são inevitáveis e trágicas, entre as quais destacamos a prostituição espiritual, apostasia, enfraquecimento e falecimento da fé, esquecimento das obras de Deus entre outras.

Quando os israelitas foram introduzidos na terra, prometida aos seus pais, eles se depararam com povos mais numerosos e poderosos, por isto foram avisados a não se misturarem com eles (Dt 7.4) para que seus filhos e filhas não fossem forçados a servirem a deuses estranhos. O certo é que sofreram um choque ao adentrarem aquelas terra

Por várias vezes, em sua história, Israel se rendeu as uniões mistas, pelas quais receberam correções da parte de Deus. Este foi, durante muito tempo, um grande problema para os judeus, que não souberam lidar com esta questão. Até mesmo aqueles que deveriam ser exemplos não se foram capazes de manter a fidelidade.

Os judeus viviam, através destas uniões, um jugo desigual, pelo qual demonstraram toda infidelidade a Deus. Neemias, em seu retorno a Jerusalém contemplou muitos nesta prática, pois se aparentaram com outros povos, mesmo com aqueles, que desde o inicio se mostravam contrários a reconstrução da cidade. Será que não se lembraram que os asdoditas (4.7) apoiaram o trio opositor?

Que outra reação poderíamos ter visto em Neemias? Conivência com o erro? Ele era sabedor que jamais as bênçãos de Deus seria direcionadas ao povo caso continuassem daquela forma. Uma ação enérgica, dura, mas necessária (13.25).

O jugo desigual, o oposto da harmonia (II Co 6.14), se aplica a todos os tipos de uniões com descrentes e até mesmo entre crentes. Ensinamentos diferentes, pensamentos antagônicos, diferenciação doutrinária, gosto por um trabalho em detrimento a outro ou até mesmo oposição, podem ser visto também em um casal que professa a mesma fé.

A igreja é advertida quanto ao perigo do jugo desigual (I Co 7.39; II Co 6.14), pois estas uniões são problemáticas, causam dores e tendem ao fracasso de ambos os lados. Os que já estão unidos a descrentes, nesta situação, devem se portar com sabedoria, respeitando o seu cônjuge (I Co 7.12-16). Um dos grandes problemas reside justamente na criação dos filhos, que caminho tomar? O do pai ou o da mãe? 

a) As consequências do jugo desigual:
Muitos ignoram as recomendações e se misturam a outros que não professam a mesma fé. Nestes casos a perda de identidade e referências espirituais são inevitáveis e alcançam os filhos que preferem, justamente, o estilo de vida e cultura do lado que ainda não foi regenerado pela Palavra de Deus.

Que decisão tomar diante desta situação: a separação como propôs Neemias? Hoje a igreja não está mais sob o jugo pesado da Lei (Rm 6.14). Somos aconselhados a agirmos com sabedoria (I Co 7.16). Em relação aos solteiros, estes devem buscar orientação na Palavra para fugirem do jugo desigual (I Co 7.39).

b) Recomendação bíblica: 
A exemplo de Neemias, devemos agir conforme a vontade de Deus. As consequências do erro, provocado pelo primeiro passo fora da direção, serão inevitáveis.

Uma boa reflexão, uma análise equilibrada da vida e conduta do futuro cônjuge é o mínimo que pode ser feito, já que o máximo seria a total observância das advertências contidas na Palavra. A recomendação maior é para que evitemos os jugo desigual.

c) A luta de Israel para manter sua pureza:
A questão da proibição do casamento misto não era motivada apenas por conflitos raciais. A preocupação era simplesmente doutrinária. Se Israel permanecesse nesta prática, certamente afetaria a sua relação com Deus, portanto esta proibição servia para manter a pureza e para protegê-los das consequências certas e inevitáveis, tais como a idolatria, perda de identidade nacionalista e religiosa, perversão espiritual, além da adoção de práticas pagãs. Foram avisados desde a saída do Egito e durante a caminhada Moisés veio reforçando este mandamento.

Até mesmo a mistura entre as tribos poderia causar algum desconforto entre eles, principalmente em relação as heranças (Nm 36.6). Se entre eles haveria problema imaginem a mistura com outros povos?

Se já estava difícil manter a pureza, com 50% judaico e o restante asdoditas, moabitas e amonitas, imaginem quando os filhos destas misturas crescessem e se remisturassem tornando 100% estrangeiros? Não existiria mais Israel?

d) A constatação do erro:
A ordem de Deus, quando entrassem em Canaã, era para destruírem aquelas nações, não por maldade, mas para preservação da identidade religiosa e nacionalista e para proteção contra a idolatria e costumes pagãos que seriam prejudiciais a Israel.

O retorno, a reconstrução, o avivamento, o arrependimento, o concerto coletivo e toda alegria daqueles dias não foram suficientes para impedirem uma antiga e ilícita prática entre os judeus. Eles prometeram que não entregariam suas filhas e tampouco tomariam esposas dentre aqueles povos (10.29-30), mas erraram, inclusive aqueles que deveriam ser o exemplo, a linhagem sacerdotal (13.28). Estavam prestes a cometerem o mesmo erro do rei Salomão.

O caso deste rei era um bom exemplo a ser citado para despertar o povo (13.26). A forte influência exercida por suas inúmeras mulheres estrangeiras foi tamanha e trouxeram graves consequências (I Rs 11.1-8). Ele chegou a seguir Astarote, deusa dos sidônios, a Milcom, abominação dos amonitas e a Moloque. Enfim, sabedoria sem obediência é morta.

Porque os judeus se fascinavam tanto com mulheres estrangeiras? Quando Neemias constatou o erro e apresentou a solução, rapidamente eles aceitaram e as despediram. Acabou então o fascínio? Cortaram laços familiares para que fossem novamente abençoados por Deus. Ou por acaso, estas mulheres, se rendiam aos costumes e tradições judaicas? A união com estrangeiro era proibida pela lei (Ex 34.12-16; Dt 7.3; Ed 9.12,14), mas se o estrangeiro se convertesse a Deus, ela então se tornaria lícita. Um bom exemplo foi Rute, a moabita, que casou com Boaz e foi relacionada na genealogia de Jesus. Ela foi a mãe do avô do rei Davi (Rt 4.13-22).

4. COMENTÁRIOS ADICIONAIS:
  • Todos deveriam guardar o sábado, o cidadão israelita, filhos, servas, empregados, animais e estrangeiros;
  • No Egito Deus não cobrou a guarda do sábado de Israel, pois seria muita injustiça. Certamente o Egito não permitira. Não guardavam o sábado na liberdade, imaginem na opressão, por isto que conheceram somente depois da passagem do Mar Vermelho;
  • A comitiva de boas vindas estava enfileirada desde a via Maris até a as terras de Edom, cercando toda a Terra Prometida, filisteus (com espadas afiadas e polidas), os amalequitas, os edomitas (que não deixaram passar pelas terras e disseram: “Israel, se você der o primeiro passo, declararemos guerra), acima os moabitas e os amonitas (guardiões da porta que havia no rio Jordão que dava acesso a Terra Prometida), era com estes povos que Israel estava se misturando através dos casamentos mistos;
  • Será que o inimigo de nossas almas dá trégua enquanto estamos em oração, consagração? Ou perturba em qualquer momento. Será que Israel tinha sossego enquanto guardava o sábado? Sim;
  • Todo o por do sol, as sextas feiras, era sinal da fidelidade de Deus. Era como se eles ouvissem a voz de Deus dizendo: “Eu ainda sou fiel a vocês”;
  • Os judeus criavam brechas para burlarem a Lei? Eles não suportavam ficar parados sem fazer nada, alias quem consegue?
  • Se a Lei fosse uma exigência ou condição para salvação não deveria ser guardada em seu todo? Para guardar a parte moral e civil não teríamos muitas dificuldades, mas quando voltássemos para a parte cerimonial ai encontraremos certamente os problemas apareceriam. Hierarquia sacerdotal, deveres, vestes, local sagrado, ritos e todo aquele aparato;
  • Quem teria coragem e ânimo para vender algo em Jerusalém na miséria e desprezo. Não tinham ferreiros sequer para fazer enxadas para manterem suas “hortinhas”;
  • Na miséria e desprezo será que as moabitas e amonitas fizeram filas para se casarem com os judeuzinhos bonitinhos e cheios de vida?
  • Quem estava em Jerusalém via toda aquela manifestação, alegria e renovo como uma prosperidade espiritual, mas quem estava fora via somente a prosperidade material;
  • Neemias disse somente uma vez: “Nunca mais voltem aqui no sábado” (Ne 13.21). Ficaram com medo dele. O pastor desta congregação é muito bravo, não volto mais aqui;
  • Quanto oportunismo dos mercadores: cortavam voltas com suas riquíssimas comitivas enquanto a cidade estava na miséria e pobreza. Agora estavam todos ouriçados (Ne 12.43). Agora paravam, porque teriam condições de cobrirem suas cotas;
  • O povo já era reduzido, morreram os de 20 anos para cima, os idólatras, os que não guardavam o sábado, os que davam-se em casamento mistos, então sobraram poucos? Sim;
  • É fácil guardar a lei na sua totalidade: basta construir um altar, um lugar santinho no fundo de seu quintal, criar um rebanho de ovelhas e bois, para os sacrifícios contínuos, aves para os pobres, novilhos, mas tomem cuidado com os vizinhos, imaginem o cheiro correndo pela vizinhança. Tenho certeza que admirariam a festança, churrasco um atrás do outro. Também estranhariam as vestes sacerdotais, o choro do povo, uma vez por ano, no temido e terrível dia da expiação. E para aqueles que possuem terras, cuidado na observância da lei da rebusca (se cair no chão, durante a colheita, não será do dono, mas do pobre) e atentem para o necessitado que invadir sua propriedade e colher com as mãos (não pode ser com foice Dt 23.25), mas se for para matar a fome poderá. Acho que não mencionei nem 0,1% da lei;
  • Neemias não estava apresentando para Israel nenhum mandamento novo. Apenas estava relembrando o que estava escrito na Lei;
  • Ele apenas contendeu, arrancou os cabelos e espancou alguns, não poderiam reclamar disto, pior seria se Neemias tivesse agido como Moisés, que ordenou a morte aos idólatras (Nm 25.4, Nm 25.7-8);
  • Declaração da conversão de estrangeiro: “o teu povo é o meu povo e o teu Deus é o meu Deus”. Quem atestava esta conversão? Sacerdote, sumo sacerdote ou o próprio Jeová?
  • Um pouquinho só de cananeus era necessário para levedar toda a massa de judeus; 
  • Quem disse que somente noticia ruim corre rápido: Israel ainda estava atravessando o mar Vermelho, estava na metade e reclamando da poeira, e os edomitas, amalequitas, moabitas, amonitas e principalmente os habitantes de Canaã já sabiam da aproximação do povo;
  • A luta de Israel não era contra o sangue e carne, mas sim contra a beleza das amonitas e moabitas;
  • A guerra de Israel era somente com os habitantes de Canaã (Dt 7.1), o restante (moabitas, amonitas, edomitas, filisteus, edomitas e outros) não precisavam se preocupar. Se fosse preciso desviariam o caminho para não arrumarem confusão (Nm 20.21);
  • Como os estrangeiros tinham forças para tirar um judeu do verdadeiro culto e estes não tinham forças para trazer aqueles para a sua congregação? Sombra de coisas futuras?
  • Segundo Êxodo? Sair de Israel para entrar no mundo do vizinho?
  • Nada foi vedado a José: livre trânsito na casa, autoridade sobre outros servos. José não foi impedido de conhecer parte da vida de seu senhor e seus negócios. Mesmo não sendo lembrado, ele sabia que não poderia tocar na esposa de seu senhor.
  • Se Salomão resgatasse somente um pouco de sua história compreenderia os malefícios do casamento misto? Sua mãe havia casado com o heteu Urias, que foi morto por ordem de Davi. A criança, fruto da relação, morreu. O pai já havia sofrido com esta questão e ele não percebeu;
  • A missão de Israel quando chegasse em Canaã era eliminar os habitantes, jamais deveriam se misturar a eles;
  • Será que as moabitas e amonitas eram pagas para se casarem com judeus? Ou realmente também se fascinavam com a beleza dos homens hebreus? Não tinha homens nas terras de moabe e amom para elas? Da mesma forma, não havia mulheres para os judeus?
  • Eles deveriam dar graças a Deus por Neemias não reunir os levitas e dar fim em meio mundo judaico da época. Caso tivesse ocorrido haveria um desfecho não muito agradável (Nm 25.7-9);
  • Neemias demonstrou autoridade quando reuniu os judeus para trabalharem, reconstruírem, festejarem e para leitura da Lei, cortejos e quando também ordenou que despedissem suas mulheres estrangeiras;
  • As mães estrangeiras influenciavam mais que os pais judeus? Inversão de valores judaicos? O negócio já começava errado e não percebiam?
  • Nos casos de casamentos mistos todos da família vão para o joelho, exceto a própria pessoa, Esdras que nos diga isto.
Por: Ailton da Silva - 5 anos (Ide por todo mundo)

Nabucodonosor - o rei que quase perdeu seu trono antes da hora


Por: Ailton da Silva - 5 anos (Ide por todo mundo)

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

20) Provérbios (“ditados” ou “ditos sábios”):


Para quem foi escrito este livro?     
Para os israelitas.

Por quem foi escrito (autor)?
Diversos autores (Salomão, Agur, Lemuel, etc), sendo que foi Salomão quem liderou a compilação do livro, bem como compôs a maioria dos provérbios.

Em qual momento histórico?   
Durante o reinado de Salomão.

Por que este livro foi escrito? 
Porque o povo da aliança precisava preservar a sabedoria que adquiriu em seu relacionamento com Deus e sua Lei.

Para quê este livro foi escrito?        
Para ensinar que o temor a Deus conduz à sabedoria e a obediência aos Seus princípios é a forma segura de viver; que a vida deve ser vivida para a glória do Criador; e, que há uma ordem moral para toda a criação, e as violações dessa ordem apenas conduzem a conseqüências adversas.


Obs: Material extraído do DVD "Mega Coletânea Bíblica - 10.000 artigos". Não tem citação da fonte, mas se alguém conhecer, ficarei grato e mencionarei.

Por: Ailton da Silva - 5 anos (Ide por todo mundo)

Pré aula_Lição 4 A Providência Divina na fidelidade humana (sem edição)



Por: Ailton da Silva - 5 anos (Ide por todo mundo)

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Hino oficial da 4ª lição - EBD

este foi o hino que os amigos de Daniel cantaram quando chegaram ao fundo da fornalha.

 "Quando eu cheguei aqui o meu Senhor já estava, 

Quando eu cheguei aqui o meu Senhor já estava

No meio da FORNALHA Ele passeava 

Quando eu cheguei aqui o meu Senhor já estava"

 Por: Ailton da Silva - 5 anos (Ide por todo mundo)

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Lição 4 - proposta

Por: Ailton da Silva - 5 anos (Ide por todo mundo)

As firmes promessas (459) Harpa Cristã Instrumental - Joãozinho Camargo ...

Eis aqui um canal do youtube que vale a pena se inscrever. Parece que as letras destas riquezas surgem em nossas mentes diante da melodia. Muito bom, recomendo. Inclusive este irmão é professor de Escola Bíblica Dominical.

Por: Ailton da Silva - 5 anos (Ide por todo mundo)

domingo, 19 de outubro de 2014

1º hino para a próxima lição

Como não lembrar desta riqueza? 
"o quarto homem já estava lá"

Por: Ailton da Silva - 5 anos (Ide por todo mundo)

2º hino para a próxima lição


Depois eu revelarei qual é o segundo hino.
Fica a dica - por enquanto
"O quarto homem já estava lá"

Palpites?

Por: Ailton da Silva - 5 anos (Ide por todo mundo)

Lição 3 - pós aula


1ª campanha de oração judaica na Babilônia – motivo: revelações dos sonhos do rei.

Daniel chamou para oração os seguintes jovens: Hananias, Mizael e Azarias.

Nabucodonosor recompensou os seguintes jovens pela revelação recebida: Beltessazar, Sadraque, Mesaque e Abednego.

Conclusão: os jovens ainda se tratavam pelos nomes recebidos dos pais no reino de Judá, enquanto que Nabucodonosor os tratavam pelos nomes dados, os quais exaltavam suas divindades (que não moravam com eles).

Falência do sistema idolatra babilônico: “os deuses não moram com a gente aqui na terra” 2.12 – NTLH.

Legado do império romano – os atuais e na época conhecidos como “os senhores do mundo”.
Legado do império babilônico – a senhora do mundo de sua época.

Deus mostra para qualquer um, mas as revelações celestiais são para poucos.

O sonho era comum aos reis, mas as interpretações eram divinas.


A pedra foi cortada sem auxilio das mãos – foi cortada pelo amor à humanidade (Cristo).

Por: Ailton da Silva - 5 anos (Ide por todo mundo)

sábado, 18 de outubro de 2014

Neemias: Como sair do anonimato. Capítulo 12 - Slides






Por: Ailton da Silva - 5 anos (Ide por todo mundo)

Neemias: Como sair do anonimato - Capítulo 12

CAPÍTULO 12
SITUAÇÃO MINISTERIAL APÓS A RECONSTRUÇÃO

1. SEGUNDO ESTADO DE JERUSALÉM (Ne 10:37-39):
O fruto do concerto agora seria visto na atenção que os judeus dispensariam ao Templo, pois resgataram a alegria pela contribuição para a manutenção da Casa do Senhor. Eles ofertaram voluntariamente e regularmente e trouxeram os dízimos da terra para a manutenção do culto divino (10.32-38).

Todos reconheceram a importância do Templo de Jerusalém, até mesmo os estrangeiros que tinham a garantia de serem ouvidos, caso houvesse sinceridade e conversão em seu coração (II Cr 6.32-33).

A destruição do Templo e cidade se deu por mãos de Nabucodonosor, por permissão divina, como punição pela apostasia judaica e após os 70 anos de cativeiro (II Cr 36.21), eles receberam a permissão para retornarem a Jerusalém (II Cr 36.23). Zorobabel, Esdras e Neemias foram os responsáveis por três grandes obras: reconstrução do Templo, muros, portas e cidade pelo resgate dos ritos e ensinos da Lei. Bastava aos judeus conservarem, pois estava em questão não somente o presente, mas o futuro daquela nação.

No ano 70 d.C., o Templo foi novamente destruído, agora pelos romanos, sob o comando do general Tito e já se foram muitos dias sem o Templo, sem sacrifícios e sem sacerdotes (Os 3.4). 

a) Nova tarefa: Organização do serviço religioso:
Templo reconstruído por Esdras (restabelecida o canal de comunicação com Deus), o muro erguido e as portas levantadas (cidade protegida), povo avivado e um concerto foi firmado com Deus (reaproximação), estes acontecimentos selavam definitivamente o fim cativeiro, mas a cada momento surgia uma nova tarefa para Neemias e em todos estes momentos não foi visto sinal de vaidade, gravação de nomes em colunas, portas ou fixação de placas para que ficassem registrados nos anais da história judaica os feitos humanos.

Era necessário o pronto restabelecimento e organização do ministério levítico. Aos poucos Neemias foi avançando para aquele que sempre foi o alvo principal de sua missão, o Templo. A reconstrução do muro foi sim para proteger a cidade, o avivamento foi para alegrar o povo e o concerto teve as suas beneficies, mas a suma de sua tarefa era o resgate do serviço religioso para que então a nação se reaproximasse do seu Deus.

Uma santa convocação reuniu todos os responsáveis para que o serviço religioso do Templo fosse restaurado. Todos se purificaram, sacerdotes, levitas, cantores e o povo, para então oferecerem grandes sacrifício em meio a jubilo e alegria. O lamento inicial do povo foi transformado em regozijo, pois houve alegria, louvor e cânticos em ações de graças ao Senhor (Ne 12.43).

b) Importância do Templo (10.32-39):
Todos reconheciam a importância do Templo e estavam cientes de que  a questão envolvia o presente e o futuro de todos, por isto se empenharam ao máximo e não permitiram que aventureiros, interesseiros ou politiqueiros se aproveitassem do esforço em prol da reconstrução espiritual da nação. Os líderes serviram de exemplos e não deixaram suas vaidades dominarem-nos, não foi vista mudanças na engenharia do Templo e tampouco foram incluídos novos ornamentos visíveis, monumentos, etc. A preocupação foi em manter todas as diretrizes entregues por Deus a Moisés ainda no deserto na ocasião da construção do Tabernáculo (Êxodo caps. 25, 26, 27). Não houve inovações e invenções.

Será que os que ajudaram Zorobabel não questionaram a sua intenção de reconstruir o Templo primeiro? Erguer a nossa maior riqueza espiritual e deixar os nossos tesouros expostos aos nossos inimigos? Eles sabem que sem Templo não somos nada. Não seria melhor murar a cidade e proporcionar o mínimo de segurança?

Era necessário que o povo visse o Templo reerguido, para que sentissem a presença de Deus constante. O plano de Deus era: o povo ao ver o símbolo de sua religiosidade erguido certamente não colocará obstáculos para reconstruir a cidade.

2. OS QUE RETORNARAM COM ZOROBABEL (12.1-25):
Deus instituiu uma responsabilidade aos levitas, nomeando-os como sacerdotes e auxiliares para trabalhos contínuos a fim de manterem a ordem e administrarem os sacrifícios no Tabernáculo.

Zorobabel liderou o primeiro grupo de exilados judeus que retornaram a Jerusalém com a missão de reconstruírem o Templo e restabelecerem a adoração a Deus. O símbolo maior da religião judaica estava em melhores condições, bem diferente da cidade, quando Neemias chegou para iniciar a obra, mas somente aqueles que conseguiram provar a sua ascendência levítica é que foram admitidos para administração do serviço religioso (12.8-21).

a) O ministério sacerdotal – sacerdotes , sumo sacerdote e levitas:
Os sacerdotes eram representantes do povo diante de Deus, descendentes da tribo de Levi, portanto deveriam ter uma vida santa e irrepreensível (Lv 10.1-3). Eles não poderiam possuir algum tipo de deformidade e deveriam preencher uma série de requisitos (Lv 21-17-20), mas isto não fazia ou capacitava todo levita para que ele fosse um sacerdote.

a.1) As funções dos sacerdotes:
  • Fazer mediação entre o povo e Deus e oferecer sacrifícios pelos pecados, visando à reconciliação com o Senhor (Lv 16.11-28; Nm 3.3; II Cr 13.11);
  • Consultava a Deus pelo povo, buscando discernir a vontade do Senhor (Nm 27.21);
  • Oficiava e ministrava os cultos religiosos;
  • Ensinava como professor ou mestre da Lei (Lv 10.10,11);
  • Discernia a existência de lepra e efetuavam o rito de purificação (Lv 13.14-15) e determinava castigos por assassinatos e outras questões civis (Dt 21.5; II Cr 19.8-11);
  • Tomavam conta do tabernáculo (Nm 18.5-7);
  • Conservavam sempre aceso o fogo do altar (Lv 6.12-13);
  • Queimavam incenso (Ex 30.7-8);
  • Purificavam os imundos (Lv 15.30-31);
  • Transportavam a arca (Js 3.6-17; 6.12;
  • Encorajavam o povo a ir à guerra (Dt 20.1-4);
  • Tocavam as trombetas em várias ocasiões (Nm 10:1-10; Js 6.3-4);
  • Não podiam beber vinho ou bebida forte (Lv 10:9).
a.2) O sumo sacerdote:
Era uma posição honrosa, hereditária (Ex 28.43) reservado ao primogênito, exceto nos de enfermidade, mutilação (Lv 21.17-20) ou na vacância (Nadabe e Abiú – Nm 3.4), mas de muita responsabilidade e cercada por muitas restrições, que muitos israelitas não seriam capazes de cumpri-las (Lv 21.1-15).

Deviam estar de prontidão, pois eram os representantes responsáveis e qualificados para que Deus fosse consultado nas necessidades. Uma de suas mais importantes funções era a intercessão pelo povo no dia anual da expiação (aos dez dias deste mês sétimo - Lv 23.27), momento em que o sumo sacerdote se purificava com água, vestia suas vestes santas de linho, sacrificava um novilho por si e pela sua família e tomava uma vasilha de brasas do altar para então entrar no Santo dos Santos.

b) Os levitas – não eram todos sacerdotes (Nm 1.50-51):
Os levitas, descendentes da tribo de Levi, sem herança material (Dt 10.9), mas separados por Deus para serem seus (Nm 8.14), exerciam o sacerdócio e auxiliavam nos trabalhos contínuos (Nm 3.6-10). Eram os únicos autorizados a trabalharem no Tabernáculo. 

b.1) Funções dos levitas:
  • Transporte da Arca da Aliança (I Sm 6.15; II Sm 15.24);
  • Serviços no tabernáculo (Nm 1.50-53);
  • Responsáveis pela música e liturgia (I Cr 15.16, 17, 22);
  • Ensinavam a Lei ao povo (Ne 8.7-8; II Cr 35.3);
  • Ministravam aos sacerdotes (Nm 3.6-7; 18.2) e ao povo (II Cr 35.1-6);
  • Vigiavam o santuário (Nm 18.3);
  • Guardavam os instrumentos, os vasos sagrados (Nm 3.8); os tesouros sagrados (I Cr 26.20); os dízimos e ofertas (II Cr 31.11-19; Ne 12:44);
  • Montavam, desmontavam, carregavam e arrumavam o Tabernáculo, etc (Nm 1:50-51);
  • Matavam os idolatras e apostatas como o ocorrido no caso do bezerro de ouro, pois foram eles que puniram os apostatas (Ex 32.25-29).

3. A PURIFICAÇÃO DOS SACERDOTES LEVITAS E POVO:
Os sacerdotes e levitas estavam a frente de toda aquela solenidade, portanto era necessário que fossem exemplos de pureza e santidade, pois de outra forma como poderiam purificar o povo? Todos se purificaram para se apresentarem diante de Deus.

a) Purificação dos sacerdotes:
Havia necessidade dos sacerdotes se purificarem? Eles também estavam isentos de falhas como os demais judeus, tanto que se purificavam antes dos sacrifícios. O sacerdote que não se purificasse, poderia morrer pela desobediência e serviria de exemplo para o povo. A purificação representaria a santidade, a separação para uso exclusivo de Deus.

b) Purificação dos levitas:
A purificação dos levitas se dava por aspersão com água da purificação (Nm 8.5-7), depois prosseguia o ritual com a rapagem de todo o corpo com navalha e por fim lavavam as vestes.

c) Purificação do povo:
Mais uma vez a liderança, agora a religiosa, deu o exemplo e cumpriu todos os rituais prescritos na Lei, portanto não havia como o povo não se purificar.

4. FESTA DE DEDICAÇÃO, COMEMOREM:
Porque esta dedicação não ocorreu logo após o término da reconstrução? Ainda não havia clima espiritual e conhecimento da Lei necessários para valorizarem todos os feitos de Deus. Se realizassem esta festa naquele momento certamente atribuiriam a si o sucesso pelo objetivo conquistado.

Foi preciso o avivamento, conhecimento, arrependimento, confissão dos pecados, contrição e o compromisso com Deus, que deveria ser renovado. Após cumprirem todas estas etapas veriam tudo aquilo como obra das mãos de Deus.

A dedicação do povo na reconstrução do muro foi algo nunca visto em Jerusalém, o avivamento de igual modo e posteriormente o concerto anunciava a grandiosidade daquela festa.

Foram vários anos vivendo entre os escombros, mas agora a realidade era outra, sinal de vitória, alegria pelas reconstruções (altar, Templo, muro), por isto a alegria vista naqueles dias foi algo contagiante, ouvido de longe pelos seus vizinhos (Ne 12.43).

a) A participação dos levitas: 
Era imprescindível a participação dos levitas na condução e adoração no culto ao Senhor, por isto foi necessária a restauração de seus ministérios para participarem do culto de dedicação dos muros de Jerusalém.

b) A participação dos cantores: 
Era essencial a apresentação de cânticos de adoração e louvor a Deus durante a festa de dedicação dos muros de Jerusalém, para que o povo manifestasse toda a alegria pelas vitórias e restaurações ocorrida na nação.

Neemias reuniu os 148 cantores que descendiam de Asafe (Ne 7.44) e mais 245 que procediam de outras famílias levíticas (Ne 7.67), para que bendissessem ao Senhor, através da música (a linguagem da alma), o instrumento pelo qual se comunicaram com Deus (Sl 40.3; Ef 5.19-20).

c) A liturgia correta e santa:
Foram dois grandes cortejos, um liderado por Neemias e o outro por Esdras, que mesmo tomando caminhos opostos, encontraram-se no Templo. Participaram os levitas, os cantores e os príncipes de Judá (Ne 12.27-43) e ali realizaram um grande culto em ação de graças a Deus. Aqueles cortejos não foram espetáculos e tampouco entretenimento, mas sim foi uma reunião de profunda reverência ao Senhor.

d) Os verdadeiros sacrifícios (v 43):
Ao chegarem no Templo eles sacrificaram em meio aquela grande alegria, reconhecendo os benefícios recebidos da parte de Deus. Os sacrifícios representam a entrega que efetuavam naquele momento e eram também sombras de coisas futuras, que se cumpriram alguns anos mais tarde, no ministério terreno de Jesus:
  • Os sacrifícios do passado não removiam definitivamente os pecados do povo. O sacrifício de Jesus removeu de uma única vez (Hb 10.11)
  • Os sacerdotes ofereciam sacrifícios contínuos. Jesus ofereceu-se em sacrifício apenas uma vez;
  • Os sacerdotes ofereciam sacrifícios de animais. Jesus ofereceu-se a si mesmo;
  • Os sacrifícios cessaram. O sacrifício de Jesus tem eficácia eterna.
5. COMENTÁRIOS ADICIONAIS:
  • O concerto do povo não poderia ter sido efetivado logo após a reconstrução? Ainda estavam com o sangue fervendo, não teriam o mesmo resultado? Havia algumas etapas que deveriam ser cumpridas pelo povo, pois não podemos pular etapas em nossa vida;
  • Após a reconstrução da cidade, muitos poderiam ter voltado para suas casas, satisfeitos, felizes por terem feito algo para Deus;
  • “Terminamos a construção”! Terminaram? A festa será somente após o avivamento e concerto;
  • Caso a festa da dedicação dos muros fosse feita após a reconstrução, certamente cunhariam até moedas com as faces de Neemias e Esdras;
  • Nemias decidiu reunir os levitas e eles vieram, pois Deus jamais permitira que o líder fosse envergonhado;
  • O povo rodeou os muros, um grupo de cada lado, para que contemplassem a grande obra que foi concluída quando acreditaram na possibilidade, antes seria impossível;
  • A divisão em grupos foi para ganharem tempo? Tinha muito por comemorarem naquele dia? Ou terá sido por outro motivo? Desavença entre os lideres (At 15.39-40) assim como aconteceu com Paulo e Barnabé, que decidiram pela segunda viagem com companheiros novos, mesmo assim os dois grupos de missionários tiveram o mesmo objetivo: pregação do Evangelho. O que parecia o fim da dupla de missionários se tornou o início do quarteto de pregadores e ganhadores de almas;
  • Se tivessemos alguns novos convertidos judeus, recém libertos do jugo da Lei, certamente eles estranhariam quando ouvissem alguns de nós dizendo ou cantando: “Eu estou no altar do sacrifício. Eu estou no lugar santo. Eu estou no santo dos santos”. No mínimo achariam uma falta de respeito, pois eles conhecem o significado de todas estas expressões que hoje são usadas tão naturalmente pela igreja. Mesmo vivendo na atual dispensação e isentos de tal prática é necessário conhecermos o que pregamos. A graça nos permite entrar na presença de Deus? Sim. Sem intermediação? Sim. Para os judeus se imaginarem em um destes três lugares era como se fosse impossível, o que diremos nós, os gentios?
  • Patéticamente, se nos dias de hoje o Templo estivesse intacto em Israel e se nos fosse permitido fazer um “tour”, adentraríamos estes lugares santos? Primeiro teríamos que passar pelos levitas (Ex 32.26), neste caso a parada seria indigesta;
  • Os levitas esperavam somente o toque da trombeta pelos sacerdotes para então se reunirem;
  • Somente os chamados trabalhariam no Templo, mas alguns poderiam dizer: “Eu sou da tribo tal e conheço o trabalho. Já convivi com levitas e tenho boa vontade. Eu sei e quero trabalhar”. Talvez isto tenha acontecido, pois o serviço levítico conheceu a ruína após o exílio, bem possível que alguns tenham sido nomeados para exercerem as funções;
  • Não era qualquer um que trabalharia no Templo. Depois da cansativa viagem, da dura reconstrução e da vitória sobre a oposição, jamais Neemias deixaria qualquer um trabalhar no Templo. Somente trabalharia no Templo quem tivesse chamada e provasse a linhagem levítica. Assim como naquele tempo, tem muitos que sequer sabem o significado da palavra trabalho;
  • Após o exílio o cargo de sumo sacerdote teve características políticas, o que não víamos antes, pois eles se dedicavam totalmente aos cuidados religiosos;
  • Quantos sumos sacerdotes morreram durante o dia da expiação? Ou somente temos o problema ocorrido com Zacarias, pai de João Batista? Neste episódio o povo perguntava para se o problema era devido ao pecado, mas ele não respondia. O problema não foi o pecado, mas a benção que acabara de receber;
  • Como foi a despedida de Neemias: Congregação erguida, povo avivadinho, agora era somente retornar depois para ver como estavam, assim como o apostolo Paulo fez nas maiorias das igrejas abertas em suas viagens missionárias, pois abria campos e depois enviava cartas para se inteirar da situação ou corrigir, quando não retornava pessoalmente;
  • Jesus restaurou Israel, mas não da forma como esperavam. O mesmo aconteceu com Zorobabel, alguns imaginavam que a reconstrução deveria começar pelo muro e portas para então seguros erguerem o Templo;
  • Na nossa conversão em qual campo Jesus opera logo de início? No campo material? Emocional? Ou no espiritual?
  • Jerusalém não suportaria uma segunda destruição da cidade e tampouco do Templo. E ainda mais em tão curto espaço de tempo. Isto se os inimigos os atacassem novamente (suposição bem patética);
  • Precisamos chegar a este ponto? Destruição total para recomeçarmos do zero novamente? Os judeus esqueceram tudo, língua, lei, parte da história, organização.
Por: Ailton da Silva - 5 anos (Ide por todo mundo)