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sexta-feira, 30 de abril de 2021

Terra. A preparada para o homem. Capítulo 4

A COMPANHEIRA

 A perfeição estava revelada naquela grande obra, não havia, portanto, motivos para preocupações ou algo por fazer, porém Deus olhou para o homem e o viu solitário.

Foi surpreendente esta conclusão, pois Ele sempre esteve ao seu lado, mas na opinião do Criador era evidente o estado de solidão. Isto não era bom.

Deus criou os animais e os colocou, um a um, formando os seus respectivos grupos e pares, direcionando-os para os seus habitats, mas com Adão a história foi diferente, pois ele foi uma criação única, solitária.

Na verdade, o homem possuía alguém acima dele, Deus, e também abaixo, os animais, porém não via ninguém ao seu lado, então realmente ele estava sozinho.

O próprio homem tentou procurar companhia, mas não a encontrou entre os animais irracionais, foi preciso que Deus a preparasse, pois as relações pessoais são indispensáveis e esta necessidade também era evidente na vida de Adão.

Para criar a mulher, a companheira, não seria necessário um novo processo criacional. O plano de Deus consistia em vincular um ao outro, tornar a mulher dependente, submissa e auxiliadora.

A mulher recebeu a vida, de uma das costelas[1] de Adão, que não sentiu dores, pois estava dormindo profundamente. Somente desta forma os dois se tornariam uma só carne, uma unidade.

Então o homem, agradavelmente surpreso, foi apresentado a sua companheira, pois visualizou o desejo do seu coração, este foi o seu segundo[2] amor. Ele a chamou de Eva, isto é, vida.

A sua reação não poderia ter sido outra, pois até então somente havia se relacionado com animais incapazes de demonstrarem e desenvolverem comunhão ou algum tipo de sentimento ou afetividade, porém agora a situação era diferente, já que estava diante de uma criatura semelhante a ele, capaz de reagir às suas emoções, um pedaço de sua carne, inseparável.

Estavam nus, descobertos, mas não envergonhados e tampouco sofriam com o clima ou com a temperatura do Jardim do Éden. Eles estavam isentos do frio, calor, umidade alta, baixa ou qualquer outra intempérie da vida.

O relacionamento do primeiro casal foi extremamente edificante, para ambos, pois não conheceram, ali naquele ambiente santo, qualquer um dos sentimentos ou atitudes capazes de abalarem aquela relação.

E todos os dias, por direito, na viração do dia recebiam a visita de Deus, que passeava na intenção de ver como se portavam. Era uma preocupação evidente do Criador.

Desta forma foi tudo facilitado para viverem no paraíso, pois não havia complicadores, empecilhos, obrigações que pudessem estragar a harmonia. Toda a obra contribuiu para que o homem atingisse a perfeição moral.

Que perigo poderia afetar aquela tranquilidade? Alguma fera? Seria impossível, pois ainda não havia este tipo de inimizade entre o homem e os animais. Que tipo de ataque externo ou interno poderia ser capaz de abalar a estrutura humana? O pecado, que sequer era cogitado diante da paz e fidelidade humana?

Nestas condições seria impossível não atribuirmos ao homem características que somente aquele ambiente poderia proporcionar:

  • Homem eterno, santo, perfeito, alegre, em paz, sem pecado ou inimigos;
  • Privilegiado e com direito de receber as visitas de Deus na viração dos dias;
  • Considerado a coroa da glória da criação de Deus, sua imagem e semelhança;
  • Com domínio carnal sobre todos os animais  e no plano espiritual estava poucos graus abaixo em relação aos anjos celestiais.

Que dificuldade haveria em cultivar a terra, cuidar dos animais e comer das ervas e frutos permitidos? Estas eram as poucas funções estabelecidas por Deus para que usufruíssem daquele lugar. Não havia mais nada por cumprir, fazer ou se inteirar. Era somente se manter fiel às ordens recebidas e viveram para todo sempre naquele ambiente de sossego, paz, tranquilidade. Sequer precisavam se esforçar para obter o alimento. Era um ambiente santo, puro e agradável. O que poderia dar errado?

[1] Se fosse da cabeça poderia se sentir superior e se fosse dos pés se sentiria inferior.

[2] O primeiro amor de Adão floresceu quando ele abriu os olhos e contemplou o seu Criador.

Por: Ailton da Silva - 11 anos (Ide por todo mundo)

quinta-feira, 29 de abril de 2021

Neemias. Como sair do anonimato - Capítulo 4

A ASTÚCIA DOS ADVERSÁRIOS 

1. UM LÍDER QUE SOUBE LIDAR COM A OPOSIÇÃO:

Os que fazem a obra de Deus sempre estarão sujeitos à oposição, pois são muitos os que, guiados pelo inimigo e fazendo uso de suas conhecidas artimanhas, se levantam para atrapalhar.

Neemias sabia que teria muita dificuldade para realizar o que Deus havia colocado em seu coração, mas será que imaginou que a oposição, em Jerusalém, seria tão ferrenha? Aqueles que poderiam somar, juntamente com o povo, foram os que mais atrapalharam o seu projeto.

Como se já não bastasse o desanimo do povo diante da calamitosa cena, apareceram os opositores. Sambalate, Tobias (nobre amonita) e Gesém (o árabe) para atrapalharem o andamento das obras. Os amonitas e os asdoditas (4.7) também se uniram contra Neemias.

Porque queriam prejudicar? Imaginavam ser obra de Deus ou porque temiam que todo aquele trabalho pudesse ser usado como um trampolim e palanque político? Na verdade muitos opositores confundem o agir do homem e o de Deus ou associam um ao outro.

O primeiro momento após o recebimento da noticia, o pedido ao rei, a viagem cansativa e longa não foram tão cruéis quanto o falatório e o levante liderado por Sambalate e seus companheiros. A partir de chegada na cidade, Neemias entendeu que seria impossível realizar a obra de Deus sem se deparar com os opositores.

Se tivesse permanecido em silêncio ou se conformasse como os demais, certamente Sambalate, Tobias e Gesém não teriam se levantado como ferrenhos opositores. Estes três perceberam que toda aquela preocupação do líder era porque, desde o início, sempre desejou o melhor para os habitantes daquela cidade (2.10). Este foi o estopim de toda a oposição. Se não houvesse uma atitude sabia por parte de Neemias, certamente todo o seu plano seria condenado ao fracasso.

Sambalate, o governador de Samaria e líder daquela oposição se irou, indignou (4.1) e usou de várias artimanhas para intimidar. Esta tática maligna funcionou da primeira vez, com Esdras (Ed 4.21), pois o rei acreditou na falácia dos inimigos e determinou a paralisação da obra, mas naquela oportunidade não surtiu efeito. Neemias percebeu a ação do inimigo e entendeu que a sua luta não seria contra a carne ou o sangue (dos opositores), mas sim seria espiritual.

Estes inimigos tinham por objetivo impedir a reconstrução do muro, o animo dos judeus e queiram evitar a prosperidade da cidade. Enquanto estavam na miséria e condenados ao fracasso ninguém se manifestava, mas foi tão somente aparecer o líder e demonstrar algum interesse para despertá-los. O inimigo sempre se levanta quando alguém busca o verdadeiro avivamento.

 

2. OS ARTIFÍCIOS DOS ADVERSÁRIOS:

  • O primeiro obstáculo para Neemias transpor foi receber a autorização do rei para que partisse em direção a Jerusalém. Este foi vencido à base de muita oração;
  • Na chegada em Jerusalém, enquanto esteve em silêncio, a oposição manteve-se a certa distância, mas foi somente apresentar o plano da reconstrução e todos os inimigos se alvoroçaram. Zombaria (4.2), acusação de traição e crítica (2.19) foram as armas utilizadas;
  • A oposição se ardeu em ira, se indignou e escarneceu dos judeus (4.1) no inicio dos trabalhos;
  • Conspiraram, se infiltraram e espalharam confusão, mas não tiveram sucesso (4.7-11);
  • Tentaram enganar Neemias com convites para tirar-lhe o foco dos trabalhos (6.1-5);
  • Acusaram os judeus de traidores e Neemias de desejar ascender ao trono (6.7).

Sambalate, Tobias e Gesém tentaram de todas as formas impedirem Neemias de concluir o seu projeto. A intenção era paralisar a reconstrução, mas sempre ouviram do grande líder que Deus estava naquele negócio e que a obra não poderia parar. Aquela oposição não era motivada por razões políticas, como aparentava, mas sim religiosa.

 

a) Oposição antes, durante e ao término:

  • Perturbaram-se com a autorização, com os recursos recebidos e quando Neemias declarou seu objetivo (2.9,10);
  • Zombaram e desprezaram quando declarou a sua intenção de reconstruir os muros (2.18,19);
  • Iraram-se e escarneceram dos judeus quando iniciaram a reconstrução (4.1);
  • Durante a construção armaram ciladas, iraram-se, conspiraram para confundir os judeus (4.7-8);
  • Fingiram-se aceitando a conclusão, mas a intenção ainda era prejudicar (6.1-9).

 

3. O PERIGO DE DENTRO PARA FORA. O SUBORNO:

O profeta Semaías, subornado pelos inimigos (6.10), participou de um plano maligno com sua falsa profecia entregue a Neemias, que logo foi discernida. A intenção era levá-lo ao meio do Templo, mesmo não sendo sacerdote ou levita. O perigo estava agora do lado de dentro do muro e não mais fora e não tinha a aparência de mal, apenas era um profeta mal intencionado.

a) Profecia que infringia a Lei:

Como os inimigos não conseguiram tirar Neemias de dentro de Jerusalém, então investiram em outro plano. A intenção era prendê-lo no Templo e matá-lo, mas a mensagem do profeta não condizia com as Escrituras (Nm 18.7). A intenção deste plano era a profanação do Templo (II Cr 26.16). Se a intenção era proteger então deveria ter oferecido os átrios para segurança de Neemias e não o interior do Templo.

 

b) Profecia para impressionar:

Segundo o falso profeta, Neemias corria perigo, por isto era necessário que se escondesse rapidamente conforme suas instruções. Foram ameaças assustadoras, com tom de gravidade e pressa (6.10). Se fosse só um pouco descompromissado com a obra certamente teria acreditado.

 

c) O pagamento do falso profeta:

O profeta de Deus virou mensageiro do inimigo, prostituiu o seu ministério e se deixou enganar. Recebeu algo por isto? Quantas moedas? Sabia do desejo final do inimigo de matar Neemias? Se arrependeu depois? Judas Iscariotes e Semaias estiveram tão pertos de seus líderes e contemplaram as obra de cada um deles.

Que coragem foi demonstrada por Semaias? Sabia da autorização recebida por Neemias, desde o inicio contemplou o progresso da obra e a transformação no coração dos fracos e desanimados judeus, por que então não colaborou? Porque se rendeu as ofertas do inimigo?

 

4. COMENTÁRIOS ADICIONAIS:

  • O inimigo ainda continua usando as mesmas astúcias, não muda. Conseguiu fazer com que o rei paralisasse as obras (Ed 4.21), porque a oposição acusou os judeus de traição. Tentou novamente, mas Neemias estava vacinado. Reflexão: “o inimigo pode ter conseguido iludir outros, mas eu não caio nesta”;
  • Quantas nações zombaram da situação de Jerusalém? Onde está Israel? Onde está o Deus deles? As mesmas nações que zombaram foram aquelas que disseram “grandes coisas fez o Senhor por estes”;
  • Quantos tentaram reconstruir Jerusalém? Erraram porque não tiveram a visão de Neemias? Quem sabe chegaram já ordenando, levantando recursos e desanimaram na primeira manifestação de oposição;
  • A luta de Neemias não foi contra os opositores, mas sim contra o desanimo e descaso dos próprios judeus;
  • A cidade sem muros permitia a entrada de toda sorte de pessoas, exceto os valentes;
  • Neemias estava lidando com novos convertidos, se levarmos em conta a alegria e a disposição com que estavam trabalhando, de coração, para o sucesso da obra;
  • É possível que Neemias tenha visto muitos judeus carregando pedras que eram mais pesadas que seus próprios corpos;
  • A ordem para o retorno foi direcionada para todas as tribos, mas o envolvimento com a Assíria e os temores impediram que as outras dez voltassem, somente Judá e Benjamim ouviram o toque da trombeta (Bíblia de Aplicação pessoal comentário de Ed 1.5)
  • A igreja deveria submeter a profecia ao crivo da Palavra, assim como fez Neemias quando recebeu a mensagem do falso profeta, ele disse: “e quem há, como eu, que entre no templo e viva? Foi neste momento que percebeu a origem da profecia. O profeta ficou calado, não respondeu, pois contra a Lei não havia argumentos;
  • Caso Neemias se refugiasse no templo, profanando-o, certamente os opositores reuniriam o povo para presenciarem a cena, então desta forma todo o trabalho estaria comprometido. Eles diriam: “Este é o líder que nos encorajou? E agora está ai infringindo a Lei e profanando o Templo somente para preservar a sua vida;
  • Quando Saul resolveu se antecipar (I Sm 13), será que pensava que o Samuel havia esquecido de suas atribuições? Quem esqueceu foi Saul, pois era rei e não sacerdote ou profeta.

Por: Ailton da Silva - 11 anos (Ide por todo mundo)

quarta-feira, 28 de abril de 2021

Grandes verdades em poucas palavras - 0015

“Nascemos para cometer erros e aprender com eles e não para fingir que somos pessoas perfeitas”.

“Você é livre para fazer suas escolhas, mas é prisioneiros das consequências”.

“Uvas devem ser esmagadas para fazer vinho. Diamantes se formam sob pressão. Azeitonas são pressionadas para liberar óleo. Sementes crescem na escuridão. Sempre que se sentir pressionado, esmagado ou no escuro, saiba que você estará em uma poderosa fase de modificação. Entao, honre o processo”.

“Nascemos sem trazer nada, morremos sem levar nada, e, no meio disso, brigamos por coisa que não trouxemos e não levarmos”.

“O único pássaro que se atreve a bicar uma águia é o corvo. No entanto, a águia não responde, nem luta contra o corvo; não perde tempo ou energia no corvo. Basta abrir suas asas e começar a voar mais alto nos céus. Quanto mais alto o vôo, mais difícil é para o corvo respirar e então o corvo cai por falta de oxigênio”.

“Se alguém falar mal de mim para você, não precisa me defender. Talvez seja verdade. Eu não sou bom para todo mundo”.

“Nunca alguém tão grande se fez tão pequeno para tornar grandes os pequenos”.

“Entre os dois males não escolha nenhum”.

“Cristo suportou a morte como cordeiro, mas a devorou como leão”.

“A morte provou que Ele era humano e a ressurreição provou que Ele é Deus”.

“Ele podia ter descido da cruz, mas preferiu levantar-se do tumulo”.“Deus é mais verdadeiramente imaginado do que expresso, e existe mais verdadeiramente do que é imaginado”. Agostinho

O máximo que conhecemos de Deus é nada em relação ao que Ele é”. Tomás de Aquino

Deus conhece o caminho por onde você anda; mas você não conhece o dele”. Elisabeth Elliot

“A ira de Deus é sua justiça reagindo contra a injustiça”. J. I. Packer


Por: Ailton da Silva - 11 anos (Ide por todo mundo)

terça-feira, 27 de abril de 2021

Dispensação: Governo Humano

DISPENSAÇÃO: GOVERNO HUMANO

ALIANÇA – NOETICA

OBJETIVO: CONSICIENTIZAÇÃO SOBRE A VIOLÊNCIA E MALDADE

 

DESTAQUES:

  • Noé e sua família (positivo).
  • Ninrode (negativo).

 

PROPÓSITOS:

  • Povoar e espalhar-se por toda a terra.
  • Os homens deveriam viver desvinculados da consciência corrompida da dispensação anterior.

 

CIRCUNSTÂNCIAS FAVORÁVEIS:

  • Noé, o guia, tinha 601 anos ao sair da arca. Era uma pessoa com experiência natural e espiritual.
  • Tinha a promessa de Deus que não destruiria a humanidade outra vez por água (Gn 9.13-15).
  • Receberam um novo pacto de Deus (Gênesis 9.9).
  • Tinham o costume de adorar ao Deus verdadeiro. Gênesis 8.20-21.
  • Tinham a completa vontade e liberdade de Deus. Gênesis 9.1-7.
  • Tinham permissão para formar um governo humano e governar-se a si mesmo.
  • Tinham permissão para comerem carne. Adão não tinha permissão para fazê-lo. Ainda que se crer que alguns pecadores no seu tempo o fizeram.
  • Não tinham que obedecer sua consciência doente como anteriormente.
  • Deus deu conselhos sobre assassinatos e como punir o assassino e sobre a ingestão de sangue. O sangue sempre foi precioso aos olhos de Deus e no caso do assassinato, as punições não foram aplicadas sobre Caím na outra dispensação.

 

INÍCIO, TÉRMINO E DURAÇÃO:

  • Do dilúvio a Abraão (Gn 8.15 a 11.9).

 

ELEMENTO ESTRANHO:

  • Desejo do homem em ser adorado e engrandecido.
  • Embriaguez.

 

FRACASSO:

  • Desobedeceram (Gn 11.4)
  • A construção da torre de Babel. Gênesis 10.8-10 se deu durante o governo de Nimrod. Foi construída com o propósito de rebelar-se contra Deus. Era um sinal do orgulho e rebelião, além da adoração destinada ao líder. Começo da confederação do engrandecimento do homem.
  • Em Gn 9.21, lemos sobre a embriaguez, de Noé que nos faz ver que até um homem ricamente abençoado por Deus pode ser vencido por pecados carnais.

 

JUÍZO:

  • Confusão de línguas
  • Cam e seus descendentes foram destinados a ser servos (Gn 11.5-9; 9.25). A maldição caiu sobre Canaã, o filho mais moço de Cão, e não sobre seu pai, e desde então os Cananitas foram adversários do povo de Deus, até serem totalmente extintos da Terra, Is 17.18.

 

SITUAÇÃO DO HOMEM APÓS O FRACASSO:

  • Frente a frente com maldições.
  • Dispersão após a confusão de línguas e criação de pequenos grupos que falavam o mesmo idioma.

 

CURIOSIDADES DA DISPENSAÇÃO:

  • Foi uma aliança incondicional entre Deus e Noé (especificamente) e Deus e a humanidade (em geral). Depois do dilúvio, Deus prometeu à humanidade que nunca mais destruiria toda a vida na Terra com um dilúvio (ver Gênesis capítulo 9). Deus deu o arco-íris como sinal da aliança, a promessa de que toda a terra nunca mais teria um dilúvio e um lembrete de que Deus pode e vai julgar o pecado (2 Pedro 2:5).

 

ALIANÇA:

  • A Aliança Noética (Gn 9.16) estabelece o princípio do governo humano.
  • Confirmação de que o homem seria relacionado à terra, conforme a Aliança Adâmica,Gn8.21.
  • Confirmação da ordem da natureza, Gn 8.22
  • Estabelecimento do governo humano, Gn 9. l -6
  • Garantia de que a Terra não sofreria outro Dilúvio, Gn 8.21; 9.11
  • Declaração profética de que procederia de Cão uma posteridade inferior e serviçal, Gn9.24.25
  • Declaração profética de que haveria uma relação especial entre Jeová e Sem, Gn 9.26.27
  • Declaração profética de que de JAFÉ procederiam as "raças dilatadas", Gn 9.27. Os governos, as ciências e as artes têm provido, geralmente, de descendentes de Jafé; assim a História tem confirmado o exato cumprimento dessas declarações. 
Por: Ailton da Silva - 11 anos (Ide por todo mundo)

segunda-feira, 26 de abril de 2021

Teologia Sistemática - aula 2

III – TEONTOLOGIA (DOUTRINA DE DEUS)

1) QUEM É DEUS

Deus não é uma força impessoal espalhada pelo universo. Ele é uma pessoa, possui atributos próprios e quer ter um relacionamento pessoal com o seu povo. Deus é Espírito, o Criador do Universo, dos homens, dos anjos, dos animais e de todos os elementos da Natureza (Gn 1; Jo 4.24).

 

2) DEFINIÇÃO FILOSÓFICA DE PLATÃO

“Deus é o começo, o meio e o fim de todas as coisas. Ele é a mente ou razão suprema; a causa eficiente de todas as coisas; eterno; imutável; onisciente; tudo permeia e tudo controla; é justo, santo sábio e bom; o absolutamente perfeito, o começo de toda a verdade, a fonte de toda a lei e justiça, a origem de toda a ordem e beleza e, especialmente, a causa de todo o bem”.

 

3) ARGUMENTOS RACIONAIS SOBRE A EXISTÊNCIA DE DEUS

  • Empírico: argumento da experiência. Se algo pode ser experimentado é porque existe;
  • Cosmológico: o universo é a resposta (reação) à uma ação de Deus. Para cada ação, sempre haverá uma reação oposta e de mesma intensidade (lei da ação e reação). O estudo do mundo através da Astronomia, Astrofísica que tentam provar, ou não, que Alguém criou alguma coisa (Sl 119.1). A criação de Deus é perfeita e santa;
  • Moral: o reconhecimento por parte do homem da necessidade de buscar um ideal moral exige a existência de um Deus que concretize esse ideal;
  • Teleológico (telos – fim): O universo prova a existência de um criador, arquiteto, planejador, reformador (Rm 1.18-20). A Terra não tinha condições de receber o homem, por isto antes foi reformada. Trata-se do estudo dos fins, das finalidades e dos propósitos;
  • Antropológico (anthos – homem): O homem é um ser moral e inteligente (At 17.29). A moral, instintos, consciência, emoção, servem de argumentos para provar a existência de Deus, pois se há algo que vai além de todos estes argumentos e que é superior a toda a verdade, este alguém é Deus (Jo 14.6). Na antropologia, o homem pode ser considerado como o alfa, o ponto inicial, enquanto que Deus pode ser visto como o ômega, o ponto extremo, mais alto, representado pelo respeito aos valores deveres, linguagens, espiritualidade, cultura, etc.
  • Ontológico (ontos – ente): A ciência do ser, a investigação teórica do ser ou o ser em si mesmo. O homem é perfeito? Então esta sua perfeição requer a existência de outro ainda mais perfeito. O homem pensa e busca uma perfeição acreditando e declarando, conscientemente ou não, a existência de outro ser mais perfeito.

 

“Um ser perfeito que não existe, não seria mais perfeito quanto um ser que não existe”.

 

Nada podemos saber de Deus, se Ele mesmo não quiser revelar. Todo nosso conhecimento de Deus é derivado de sua auto-revelação na natureza e nas escrituras sagradas.

 

4) TEORIAS SOBRE A EXISTÊNCIA DE DEUS.

  • Ateísmo: Nega a existência teórica e prática de Deus.
  • Deísmo: Deus criou, mas se retirou e deixa a criação à sua própria sorte. Não interfere.
  • Panteísmo: Deus é uma força impessoal que está presente em tudo.
  • Teísmo: Existe um Deus, vivo e pessoal, que criou e governa tudo.

 

5) SUBSTÂNCIA DE DEUS

Deus não precisa de nada para existir. Deus é matéria ou espírito? Deus é uma substância simples, é puro Espírito, sem mistura e não se limita ao cárcere da carne, por isto não tem como deixar de existir. Os gregos acreditavam que seus deuses visitavam a Terra para castigar e manter relações sexuais com a humanidade (At 16 – Júpiter e Mercúrio), bem diferente de Jesus que encarnou e esvaziou-se temporariamente de sua glória para manter uma relação de amor e salvação.

 

6) ATRIBUTOS NATURAIS DE DEUS (INCOMUNICÁVEIS AO HOMEM)

  • Atributo é a manifestação do Ser de Deus. Um atributo é uma propriedade, uma qualidade intrínseca ao seu sujeito, pela qual Ele pode ser distinguido ou identificado. Os atributos se dividem em naturais e morais, também chamados de "intransitivos e transitivos", "incomunicáveis e comunicáveis", "absolutos e relativos", "negativos e positivos" ou "imanentes e emanentes".
  • Vida: Deus tem vida. Ele ouve, vê, sente e age, portanto é um Ser vivo (Jo 10.10; Sl 94.9,10; II Cr 16.9; At 14.15; I Ts 1.9). Quando a Bíblia fala do olho, do ouvido, da mão de Deus, etc., fala metaforicamente. A isto se dá o nome de antropomorfismo. Deus é vida (Jo 5.26; 14.26) e o princípio de vida (At 17.25,28);
  • Espiritualidade: Deus, sendo Espírito, é incorpóreo, invisível, sem substância material, sem partes físicas e, portanto, é livre de todas as limitações temporais (Jo 4.24; Dt 4.15-19,23; Hb 12.9; Is 40.25; Lc 24.39; Cl 1.15; I Tm 1.17; II Co 3.17);
  • Personalidade: Existência dotada de autoconsciência e autodeterminação (Ex 3.14; Is 46.11);
  • Volição ou vontade: querer (Is 46.10; Ap 4.11); pensar (Is 14.24; Sl 92.5; Is 55.8); emoção ou sensibilidade (Gn 6.6, I Rs 11.9, Dt 6.15; Pv 6.16; Tg 4.5);
  • Tri-Unidade: Há no Ser divino apenas uma essência indivisível. Deus é um em sua natureza constitucional. A unidade da divindade é ensinada nas palavras de Jesus: Eu e o Pai somos um (Jo 10.30). Jesus está falando da unidade da essência e não de unidade de propósito (Jo 17.11,21-23, I Jo 5.7). Há três Pessoas no Ser divino, o Pai, o Filho e o Espírito Santo (Dt 6.4; Gn 2.24; Zc 14.9; Dt 4.35; 32.39; I Cr 29.1; Is 43.10; 44.6; 45.5; I Rs 8.60; Mc 10.9; 12.29; I Co 8.5,6; I Tm 2.5; Tg 2.19; Jo 17.3; Gl 3.20; Ef 4.6). Há distinção de Pessoas na Divindade: Algumas passagens mostram uma das Pessoas divinas se referindo à outra (Gn 19.24; Os 1.7; Zc 3.1,2; II Tm 1:18; Sl 110:1; Hb 1:9);
  • Auto Existência: Jerônimo disse: Deus é a origem de Si mesmo e a causa de Sua própria substância. Jerônimo estava errado, pois Deus não tem causa de existência, pois não criou a Si mesmo e não foi causado por outra coisa ou por Si mesmo; Ele nunca teve início. Ele é o Eterno EU SOU (Ex 3:14; Jo 5:26; At 17:24-28; I Tm 6:15,16);
  • Infinidade ou Perfeição: É o atributo pelo qual Deus é isento de toda e qualquer limitação em seu Ser e em seus atributos (Jó 11:7-10; Mt 5:48). A infinidade de Deus se contrasta com o mundo finito em sua relação tempo-espaço.
  • Eternidade: A infinidade de Deus em relação ao tempo é denominada eternidade. Deus é Eterno (Sl 90:2; 102:12,24-27; Sl 93:2; Ap 1:8; Dt 33:27; Hb 1:12). A eternidade de Deus não significa apenas duração prolongada, para frente e para traz, mas sim que Deus transcende a todas as limitações temporais (II Pe 3:8) existentes em sucessões de tempo. Deus é elevado acima de todos os limites temporais e de toda a sucessão de momentos, e tem a totalidade de sua existência num único presente indivisível (Is 57:15);
  • Imensidão: A infinidade de Deus em relação ao espaço é denominada imensidão ou imensidade. Deus é imenso (Grande ou Majestoso; Jó 36:5,26; Jó 37:22,23; Jr 22:18; Sl 145:3). Imensidão é a perfeição de Deus pela qual Ele transcende (ultrapassa) todas as limitações espaciais e, contudo está presente em todos os pontos do espaço com todo o seu Ser pessoal. A imensidão de Deus é transcendente no espaço (Sl 139:7-12; Jr 23:23,24) e fora do espaço (I Rs 8:27; Is 57:15).;
  • Onipresença: A imensidade denota a transcendência no espaço enquanto que a onipresença denota a imanência no espaço. Deus ocupa o espaço porque preenche e não está ausente em nenhuma parte dele (Sl 139:11,12). Deus ocupa o espaço variavelmente porque Ele não habita na terra do mesmo modo que habita no céu, nem nos animais como habita nos homens, nem nos ímpios como habita nos piedosos, nem na Igreja como habita em Cristo (Is 66:1; At 17:27,28; Compare Ef 1:23 com Cl 2:9);
  • Imutabilidade: É o atributo pelo qual não encontramos nenhuma mudança em Deus, em sua natureza, em seus atributos e em seu conselho.  A "base" para a imutabilidade de Deus é a Sua simplicidade, eternidade, auto-existência e perfeição. Simplicidade porque sendo Deus uma substância simples, indivisível, sem mistura, não está sujeito a variação (Tg 1:17);
  • Onisciência: Atributo pelo qual Deus, de maneira inteiramente única, conhece-se a Si próprio e a todas as coisas possíveis e reais num só ato eterno e simples (Rm 11:33,34; Jó 37:16; Is 40:28; Sl 147:5). Deus sabe tudo o que vai acontecer independente dos caminhos ou decisões tomadas de nossa parte;
  • Onipotência: É o atributo pelo qual encontramos em Deus o poder ilimitado para fazer qualquer coisa que Ele queira. A onipotência de Deus não significa o exercício para fazer aquilo que é incoerente com a natureza das coisas, como, por exemplo, fazer que um fato do passado não tenha acontecido, ou traçar entre dois pontos uma linha mais curta do que uma reta. Podemos, portanto, definir o poder ordenado de Deus como a perfeição pela qual Ele, mediante o simples exercício de Sua vontade, pode realizar tudo quanto está presente em Sua vontade ou conselho. Entretanto há muitas coisas que Deus não pode realizar. Ele não pode mentir, pecar, mudar ou negar-se a Si mesmo (Nm 23:19; I Sm 15:29; II Tm 2:13; Hb 6:18; Tg 1:13,17; Hb 1:13; Tt 1:3);
  • Soberania ou Supremacia: Atributo pelo qual Deus possui completa autoridade sobre todas as coisas criadas, determinando-lhe o fim que desejar (Gn 14:19; Ne 9:6; Ex 18:11; Dt 10:14,17; I Cr 29:11; II Cr 20:6; Jr 27:5; At 17:24-26; Jd 4; Sl 22:28; 47:2,3,8; 50:10-12; 95:3-5; 135:5; 145:11-13; Ap 19:6).

 

7) ATRIBUTOS MORAIS DE DEUS (COMUNICÁVEIS AO HOMEM)

  • Santidade: É a perfeição de Deus, em virtude da qual Ele eternamente quer manter e mantém a Sua excelência moral, aborrece o pecado, e exige pureza moral em suas criaturas (Hb 1:9; Am 5:15; Rm 12:9);
  • Bondade: É uma concepção genérica incluindo diversas variedades que se distinguem de acordo com os seus objetos. Bondade é perfeição absoluta e felicidade perfeita em Si mesmo (Mc 10:18; Lc 18:18,19; Sl 33:5; Sl 119:68; Sl 107:8; Na 1:7). A bondade implica na disposição de transmitir felicidade;
  • Verdade: É a consonância daquilo que é asseverado com o que pensa a Pessoa que fez a asseveração. Neste sentido a verdade é um atributo exclusivamente divino, pois com frequência os homens erram nos testemunhos que prestam, simplesmente por estarem equivocados a respeito dos fatos, ou então por pura incapacidade fracassam em promessas que fizeram com honestas intenções. Mas a onisciência de Deus impede que Ele chegue a cometer qualquer equívoco, e a Sua onipotência e imutabilidade asseguram o cumprimento de Suas intenções (Dt 32:4; Sl 119:142; Jo 8:26; Rm 3:4; Tt 1:2; Nm 23:19; Hb 6:18; Ap 3:7; Jo 17:3; I Jo 5:20; Jr 10:10; Jo 3:33; I Ts 1:9; Ap 6:10; Sl 31:5; Jr 5:3; Is 25:1). Ao exercê-la para com a criatura, a verdade de Deus é conhecida como sua veracidade e fidelidade.

Fonte: Apostila Curso Básico de Teologia do SETEM – Seminário Teológico Manancial. Elaboração: Pb. Ailton da Silva

Por: Ailton da Silva - 11 anos (Ide por todo mundo)

domingo, 25 de abril de 2021

Os patriarcas. Coincidências ou repetições da história? - Apresentação

Apresentação

 Esta é uma viagem ao fascinante mundo dos cinco grandes homens de Deus, os patriarcas de Israel, que foram usados para que uma promessa, feita ao primeiro, fosse cumprida na integra, por intermédio do último.

Foram vários os problemas apresentados por eles. Coincidências, plano, permissões de Deus ou repetições da história? O certo é que as trajetórias foram idênticas. Nascimentos, infâncias, juventudes problemáticas e condutas repreensíveis, mas todos foram preservados por Deus.

Em várias oportunidades o inimigo de nossas almas imaginou ou viu o plano de Deus caminhar para outras direções que não o seu cumprimento, mas em todos estes casos amargou sua derrota.

Nenhum destes patriarcas, durante sua trajetória, foi ameaçado por algum inimigo externo, tampouco enfrentaram doenças ou problemas em seus respectivos recolhimentos. Todos morreram fartos de dias, velhos e alguns com vigor, até suportariam mais.

Enquanto estiveram vivos no cumprimento de suas funções patriarcais, o povo que estava ao redor de suas lideranças se multiplicou e nunca sofreu com a escravidão. No caso de Moisés, no momento de seu retorno ao Egito, os hebreus não se atentaram mais para o sofrimento, pois uma expectativa muito grande tomou conta de todos que se esqueceram da situação calamitosa.

O primeiro patriarca abandonou família, terras, posses e creu na promessa maior. O segundo recebeu um grande livramento durante o sacrifício não consumado. O terceiro reencontrou um filho que julgava estar morto. No seu enterro reuniram-se três povos, os israelitas, chorando, os egípcios, tristes por José e os cananeus, que não entendiam tamanho respeito. O quarto, antes de sua morte, profetizou que Deus, um dia, visitaria Israel e os retiraria do Egito. Será que já estava desiludido com o sistema? O quinto, no término de sua tarefa contemplou a Terra Prometida e se alegrou. Naquele monte findou os seus dias, sendo sepultado pelo próprio Deus, um grande privilégio. Enfim a promessa feita ao primeiro patriarca teve o seu cumprimento na vida do último.

Por: Ailton da Silva - 11 anos (Ide por todo mundo)

Os patriarcas. Coincidências ou repetições da história?

Os

Patriarcas

Coincidências

ou repetições

da história?

  

“EU sou o SENHOR, vosso SANTO,

o CRIADOR de Israel, vosso REI” (Is 43.15)

 

“Se pudéssemos contar as estrelas do céu ou os grãos de areia,

certamente saberíamos o tamanho das bênçãos que Deus tem preparado para nós” (anônimo)

Por: Ailton da Silva - 11 anos (Ide por todo mundo)

Anticristo. A solução material com implicações espirituais - Apresentação

APRESENTAÇÃO

O mal que há de vir para assolar de vez a Terra virá e não tardará. Será inevitável o surgimento de um personagem, controlado e guiado pelo Maligno. Quando for permitida a manifestação do Anticristo, a humanidade conhecerá e terá acesso ao que mais avançado existirá e contemplará a solução para os problemas materiais, sociais, políticos e religiosos, porém, por outro lado, estará diante da personificação do mal, nunca visto antes na história.

Nem mesmo o ajuntamento das ações malignas de todos os governantes maus do passado poderá ser comparado ao que será visto na Terra durante este período.

  O Anticristo será assessorado pelo Falso Profeta e apresentará a solução para os problemas, mas esta situação acarretará sérias e irreversíveis implicações espirituais.

Será um tempo de enganações, ilusões e sofrimento. A maioria aceitará os termos apresentados pelo Anticristo e confiará diante da prosperidade e popularidade que presenciarão.

Os judeus, na esperança de estar diante do esperado Messias, serão enganados, porém quando o Templo em Jerusalém for profanado, a revolta será inevitável.

Então Jesus descerá com alarido de vitória e vencerá o Anticristo e o Falso Profeta diante dos olhos arrependidos dos judeus, que então os aceitarão como Messias e Salvador.

Por: Ailton da Silva - 11 anos (Ide por todo mundo)

Anticristo. A solução material com implicações espirituais

Anticristo

A solução material

com

implicações espirituais!

 

Solução para os problemas materiais, sociais, políticos e religiosos, mas com sérias implicações espirituais para uma humanidade previamente avisada.

  

"O Anticristo,

com olhar vazio,

tão sem misericórdia

quanto o sol, já nasceu,

o necessário precursor

da Segunda Vinda". (Champlin)

Por: Ailton da Silva - 11 anos (Ide por todo mundo)

sexta-feira, 23 de abril de 2021

Terra. A preparada para o homem - capítulo 3

O 6º DIA DA CRIAÇÃO, O PRINCIPAL?

 Deus estava preparando o caminho para sua maior criação, mas antes era necessário estruturar o lugar onde viveriam, para que não sofresse quando se deparasse com a realidade, nua e crua, do novo mundo que encararia após a sua saída do paraíso.

 

6º DIA – TERRA PREPARADA (HOMEM SALVO)

Todas as benfeitorias na Terra já previam o homem na condição de pecador, ou seja, mesmo diante da iminente infidelidade humana, Deus já se mostrava fiel, guardando, protegendo e antecedendo todos os seus atos.

 

“E disse Deus: Produza a Terra alma vivente conforme a sua espécie, gados, répteis.” (Gn 1.24)

 

No sexto dia Deus ordenou a criação de toda sorte de animais terrestres, répteis, inclusive gados e grandes rebanhos para que enchessem toda a Terra.

A visão era perfeita, riqueza na arborização, os céus povoados pelas aves, as águas e mares com os seus limites e animais marinhos, a natureza formada com todo o seu resplendor, mas faltava algo para completar a sua obra, justamente um que tivesse domínio sobre tudo e todos, é claro, que toda a sua obra não se resumiria a tão somente estes benefícios animais. Deus pensava mais alto, havia deixado o principal para o final.

Em todos os atos, anteriores, houve uma determinação para que houvesse algo, era como se Deus estivesse sozinho, criando conforme seu gosto, mas agora Ele conclamava a outros[1] para auxiliarem-no naquela obra.

E este pedido não foi feito aos anjos, animais ou aos elementos já criados. Neste momento sublime ficou claro que não se trataria apenas e tão somente de mais um item no seu complexo processo criacional.

Seria algo especial, que teria a sua marca, a sua impressão digital, já que Deus utilizou suas próprias mãos para criar o homem.

Deus sentiu a necessidade de algo mais pessoal, inteligente, que pudesse se comunicar e ter comunhão com Ele. Era o apogeu da criação.

O encerramento de toda aquela obra foi com chave de ouro, pois o homem foi criado sem nenhuma interferência maligna, dos anjos, dos animais ou do ambiente.

Deus formou o homem do pó da terra e soprou em suas narinas o principio da vida, o fôlego.

 

“E disse Deus: Façamos o homem a nossa imagem e semelhança”. (Gn 1.26)

 

Deus vivificou a coroa da glória da sua criação e o colocou para habitar na Terra que já estava pronta, somente esperando por este grande momento, vendo que isto era bom, Ele se alegrou.

O homem foi criado segundo a imagem de Deus para se tornar a sua representação na Terra, seria uma cópia fiel e mesmo atribuindo-lhe a semelhança deixava bem claro que jamais deveria se imaginar assumindo o seu lugar, pois seria o adorador e não o adorado.

A imagem e semelhança de Deus tornou o homem diferente do restante da criação, pois o raciocínio, sentimento e intelecto, são dotações que não são vistas nos animais, somente nele. Outro diferencial foi o barro[2], uma substância que já existia, enquanto que todas as outras criações se originaram do nada.

  Deus ordenou que o homem tivesse domínio sobre todos os animais, aves, peixes e répteis, pois agora viveriam em harmonia e se multiplicariam sem que houvesse a necessidade do uso da violência para se alimentarem. Esta era a continuidade do plano Divino da criação que primava pela paz entre as espécies. O mal nasceria depois com a introdução do pecado original.

Como prova de sua superioridade foi dado ao homem a incumbência de administrar, cultivar a Terra e nomear todos os animais, ficando assim instituído a noção de trabalho no meio da humanidade, que mais tarde, seria pelo pecado, tornado em penoso ocasionando o suor e esforço corporal. Por enquanto ainda era um trabalho leve, que resultava do uso da inteligência e raciocínio.

Esta liderança foi uma capacitação dada por Deus para que o homem enfrentasse as situações adversas que apareceriam em seu caminho, logo após a sua expulsão do paraíso, uma espécie de aprendizado, um treinamento, pois a luta que o aguardava não seria contra a carne ou sangue, mas sim contra as hostes espirituais.

Enquanto esteve no paraíso, o homem cumpriu as ordens que recebera e desempenhou as funções atribuídas. Aquilo não era uma espécie de punição, mas sim aprendizado para que ocupasse seu tempo com algo produtivo e que lhe proporcionasse alegria.

O local onde vivia, o paraíso, lugar de delícia, não era um palácio, uma mega cidade, mas um jardim, onde havia duas árvores, a do conhecimento do bem e do mal e a da vida, que apontavam para duas direções diferentes.

A primeira testemunhou a vergonha e desprezo, consequências da desobediência humana, enquanto que a segunda não foi alcançada, pois Deus expulsou o homem daquele lugar antes que isto acontecesse. Ela está reservada para aqueles que lavarão as suas vestes no sangue do Cordeiro[3].

Deus presenteou o homem com a estadia no paraíso para viver em harmonia com tudo e com todos. Desta forma ficou a Terra ao término do sexto dia, em contraste com o primeiro quando ainda estava sem forma, vazia e em trevas semelhante à situação do homem pecador sem Jesus.

Todas as benfeitorias na Terra tiveram um único beneficiário, o homem. Deus não tinha outra justificativa para tamanha obra, pois os céus e o universo são como estrado para os seus pés, então não teria a necessidade da adequação deste insignificante planeta, neste vasto e infinito vácuo, para ser sua nova morada. Tudo foi materializado para a sua maior criação.

No paraíso estavam os animais, homem, natureza, todos em harmonia. Ao ver isto Deus descansou, pois não havia mais o que fazer. O que poderia ser oferecido para que tivessem uma vida saudável e agradável estava ali a disposição.

Estavam frente a frente às três forças que impulsionariam a Terra, formando um triângulo de dependências entre eles, vinculando um ao outro, pois estavam os animais, a natureza e o homem, lutando entre si em busca da tão desejada harmonia.



[1] “Façamos o homem” (Gn 1.26). “O homem é como um de nós” (Gn 3.22).  “Desçamos e confundamos” (Gn 11.7).                                                     

[2] O homem foi feito do pó (Gn 2.7) e a mulher do osso (Gn 2.23).

[3] Conforme Apocalipse 22.14

Por: Ailton da Silva - 11 anos (Ide por todo mundo)