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quinta-feira, 30 de setembro de 2021

Neemias: como sair do anonimato - Capítulo 14

4) ATITUDE DE NEEMIAS:

De que maneira Neemias poderia ter reagido? Aparentar-se também ao inimigo? Ser conivente com Eliasibe e aceitar novamente os casamentos mistos? Corajosamente tomou os móveis de Tobias e os lançou para fora do cômodo (Ne 13.7,8). Jesus também teve a mesma reação quando se deparou com os vendilhões no Templo (Jo 2.11-13). Os interesses pessoais devem estar às margens do centro da obra de Deus.

Novamente Neemias conseguiu incentivar o povo para que tomassem uma atitude para mudar aquela situação. Ordenou a purificação das câmaras, para recolocarem os utensílios e ofertas em seus devidos lugares.

Neemias jogou fora todos os pertences de Tobias. Alguns judeus até poderiam estranhar esta atitude, mas tão estranho quanto a reação foi a permissão.

 

a) O povo apoiou Neemias: 

A decisão enérgica de Neemias despertou o povo e trouxe de volta para o Templo as contribuições e riquezas que a presença de Tobias havia tirado (Ne 13.12). Tesoureiros foram nomeados e os levitas foram convocados para desempenharem suas funções.

A transparência da administração alegrou os sacerdotes, os levitas, o povo e os trabalhos prosseguiram (Ne 12.44).

 

5. COMENTÁRIOS ADICIONAIS:

  • Os moabitas não poderiam entrar na congregação de Israel, mas não eram impedidos de adorarem ao Deus verdadeiro onde estivessem (Rt 1.16);
  • Os sacerdotes na rua, levitas na roça e o “bandido” no Templo. Greve e revolta do ministério no Templo?
  • Neemias imaginava Jerusalém em festa no seu retorno. Que decepção;
  • Moabita e amonita não poderiam sequer passar pela rua do Templo;
  • Gesém após a reconstrução despareceu, mas Tobias e Sambalate ficaram rodeando, esperando uma brecha;
  • Se Neemias não tomasse uma decisão, certamente Tobias levaria seus parentes e amigos para o Templo para se juntarem a ele;
  • O único lugar onde Tobias poderia circular livremente seria pelos canos de esgoto do Templo;
  • Pela segunda vez Neemias dirigia aquela congregação;
  • Será que Neemias temeu que o povo tomasse as dores do sumo sacerdote e seu nobre parente (At 23.1-5)? Não se preocupou com a reação do povo, tampouco temeu ser levado a juízo. O importante era limpar a sujeira do Templo;
  • Os judeus conheciam aquele homem, afinal havia sido o pastor deles;
  • Tem casta de demônios que não resistem ao jejum e oração (Mt 17.21), foi isto que Neemias fez ao expulsar o inimigo do interior do Templo;
  • Porque Deus permitiu que aquele amonita entrasse no Templo?
  • Neemias não se sentiu em condições e não tinha autoridade para se esconder no interior do Templo, porque então Deus permitiu que Tobias adentrasse?
  • Quanto tempo demorou para os impérios egípcio, babilônico, persa, grego, romano caírem definitivamente para nunca mais serem levantados? E foram justamente alguns destes que profanaram o Templo e os objetos sagrados dos judeus. E o que dizer dos povos que rodeavam Israel, sumiram todos. Sequer existem vestígios do sangue, língua ou história de alguns deles. Foram apagados pelo tempo;
  • Os levitas eram sossegados, tranquilos, tão bonzinhos, somente até receberem ordens, tipo: voltem para seus postos. O duro era quando a ordem era: “Quem é de Deus", (Nm 8.14), "matem os idólatras" (Ex 32.26-28). Eles não pensavam duas vezes;
  • Quantas vezes ouvimos: “o pastor é muito parado, muito tranquilo, os obreiros idem, os dirigentes de departamentos não fazem nada”. Quando eles recebem ordens de Deus, sai de baixo;
  • Houve um pastor nosso (primitivo) que um dia desejou conhecer os irmãos de Roma, mas a igreja local não tinha condições de fornecer a passagem. Então ele orou a Deus e foi lhe provido as condições para a sua viagem. Partiu como prisioneiro, durante a viagem virou conselheiro, teve regalias, fizeram algumas paradas para que se despedisse dos irmãos e celebrou até uma ceia parcial no navio (At 27.35-36). Não se entristeceu pela prisão domiciliar (privilégio e segurança domiciliar) e aproveitou para doutrinar a igreja com os seus ensinamentos;
  • Os apóstolos faziam grandes cruzadas e não gastavam nada e ganhavam muitas almas;
  • A Igreja primitiva necessitava de recursos financeiros (At 6.1), pois crescia o número de discípulos para aprenderem a Palavra (e não o de apóstolos para ensinarem), portanto, se este povo se reunia para ouvir e aprender era evidente que largavam todos seus afazeres. Era altíssimo o custo para manterem a obra.

Por: Ailton da Silva - 12 anos (Ide por todo mundo)

quarta-feira, 29 de setembro de 2021

Grandes verdades em poucas palavras - 0037


“Indiferença doutrinária não é solução para as diferenças doutrinárias”. J. Blanchard

“Os homens orgulham-se de sua tolerância, mas deveriam envergonhar-se de sua indiferença”. Will H. Houghton

“O maior problema de Deus com os trabalhadores de sua vinha é a constante falta ao trabalho”. Anônimo

“Nossos dias de ociosidade são os dias de atividade de Satanás”. Anônimo

“A inércia fala mais alto do que as palavras”.

“É melhor desgastar-se do que enferrujar”. Richard Cumberland

A salvação é um capacete, não uma touca de dormir”. Vance Havner

A ociosidade é o sepultamento de um homem vivo”. Jeremy Taylor

“Jesus nunca dormiu por uma hora enquanto um de seus discípulos vigiava e orava em agonia”. H. Clay Trumbull

‘A ociosidade tenta o diabo a tentar”. Thomas Watson

Por: Ailton da Silva - 12 anos (Ide por todo mundo)

terça-feira, 28 de setembro de 2021

Os primogênitos: Deixa o meu ir, senão levo o seu. Capítulo 5

Indisciplinados, não estavam preparados para enfrentar inimigos poderosos como os filisteus que habitavam às margens do Mar Mediterrâneo, por isto foram desviados para o caminho mais longo (Ex 13.17-18), que em tese seria fácil e até mesmo seguro.

Esta rota, traçada por Deus, era o caminho mais longo, tanto para irem quanto para voltarem, caso tivesse esta ousadia e coragem. Se tivessem ido pelo caminho mais curto, certamente os revoltosos voltariam mais rápido para o Egito.

Em muitas oportunidades pediram autorização para o retorno ao Egito, mas no fundo sabiam o quanto seria difícil o retorno, mesmo porque como atravessariam o Mar Vermelho? A nado com suas próprias forças? Ou imaginavam que Deus pudesse separar as águas e tornar seco o caminho para os derrotados e indisciplinados?

Em condições normais seria possível percorrer este trajeto em pouco mais de trinta[1] dias, mesmo com toda aquela carga.

Seguiram o caminho mais longo, porém necessário, já que para ficar marcado na história das duas nações algo de extraordinário deveria acontecer e Deus ainda tinha muito por mostrar aos hebreus durante o trajeto.

Se tivessem seguido pelo caminho curto, de poucos dias, certamente não veriam as operações, misericórdias e milagres de Deus e não teriam a certeza da chamada.

Pelo caminho longo, os egípcios seriam eliminados, os filisteus, seus futuros inimigos, seriam evitados e quando chegassem em Canaã já teriam a experiência e estrutura para suportarem e reprovarem a conduta pecaminosa dos cananeus, sem contar que já teriam forças suficientes para lutarem pelas suas próprias terras. Além do mais, pela caminhada amariam mais a obra e passariam este sentimento às futuras gerações.

Mas antes de enfrentarem os cananeus, se depararam com outro grande inimigo, o deserto, que para alguns, era considerado o único obstáculo até Canaã. Todos tinham ciência, mas não queriam encará-lo, desejavam facilidades. Quem sabe não pensaram transladação até o destino final? Isto contrariava a vontade de Deus, que desejava a adoração e o serviço naquele lugar (Ex 5.1), para provarem dignos de na Terra Prometida.

Deus afirmou que se tornariam uma grande nação, mas como poderiam crer com convicção diante daquela precária situação? Famintos, pobres, medrosos, alguns doentes, outros com intenções[2] diferentes. Somente Deus poderia trabalhar em favor deles. O socorro viria do alto, a partir do momento em que para lá olhassem (Sl 121.1).

continua...



[1] Levando-se em conta que dentro da normalidade era possível andar algo entre vinte ou trinta quilômetros por dia, dependendo da carga e do número de pessoas.

[2] Alguns “estrangeiros” (Ex 12.38), assim como alguns hebreus não estavam totalmente convictos da bênção ou convertidos.

Por: Ailton da Silva - 12 anos (Ide por todo mundo)

segunda-feira, 27 de setembro de 2021

Escatologia - aula 2


II - CORRENTES DE INTERPRETAÇÃO DO APOCALIPSE

1) INTERPRETAÇÃO PRETERISTA

Os Preteristas consideram o contexto histórico na interpretação do Apocalipse, ou seja, muitos eventos já ocorreram, principalmente na época da destruição de Jerusalém em 70 d.C., no período da Igreja primitiva e durante a queda do Império Romano. Para os preteristas, o império Romano foi a Besta, o falso profeta foram os sacerdotes que instituíram o culto aos imperadores e a cidade de Roma ou Jerusalém foi a meretriz.

 

2) INTERPRETAÇÃO HISTORICISTA

O Historicismo considera que as profecias do livro de Apocalipse se cumpriram ao longo da história. Dessa forma, muitas profecias já se cumpriram, outras estão em pleno cumprimento, e também há aquelas que ainda se cumprirão.

 

3) INTERPRETAÇÃO FUTURISTA DE APOCALIPSE

Na interpretação Futurista considera que Apocalipse está relacionado aos acontecimentos futuros do fim dos tempos, com exceção dos três primeiros capítulos. A interpretação Futurista crê que haverá o arrebatamento da Igreja antes da grande tribulação, crê no surgimento da Besta como um líder político, no trabalho do falso profeta e crê que Jesus voltará para livrar o povo de Israel e estabelecer um reino literal de mil anos na Terra.

 

4) INTERPRETAÇÃO IDEALISTA

Os idealistas defendem a ideia de que o livro de Apocalipse seja interpretado de forma simbólica, ou seja, nada irá ocorrer realmente de forma literal e histórica, mas completamente de maneira espiritual. O idealismo interpreta o Apocalipse como um símbolo da luta entre o bem e o mal, entre a Igreja e o paganismo dominado pelo poder satânico. 

 

III – EVENTOS ESCATOLÓGICOS COMPROVADOS PELA HISTÓRIA

1) ESTÁTUA DE NABUCODONOSOR – 4 ANIMAIS (Dn 2.31-45; 7.1-7)

Nabucodonosor teve seu reinado iniciado em 604 a.C. e se tornou um dos principais soberanos de sua época. Conquistou boa parte da Ásia e do Oriente Médio, inclusive Jerusalém, levando cativo os judeus para Babilônia em 606, 597 e 586 a.C., respectivamente. O profeta Daniel esteve frente a este desesperado governante que havia recebido uma das mais importantes revelações acerca do futuro da humanidade através de um sonho, interpretação confirmada depois em visão (Dn 7.1-7).

a) Cabeça de ouro – primeiro animal (Leão)

  • A cabeça de ouro simbolizava o poderoso império Babilônico, que passaria e daria lugar a outro (Atual território do Iraque);

 

b) Peito e braço de prata – segundo animal (Urso)

  • O peito e braços de prata representava o império Medo-Persa, que se levantaria após a Babilônia, através das conquistas do grande Imperador Ciro em 539 a.C. (atual território do Irã).

 

c) Ventre e coxas de bronze – terceiro animal (Leopardo)

  • Duzentos anos mais tarde, o imperador Alexandre, o Grande comandando o império grego derrotou o império Medo-Persa e se estabeleceu como potência mundial (cultura grega, helenização).

 

d) Pernas de ferro – quarto animal (Animal espantoso)

  • Em 168 a.C., o império grego sucumbiu diante da força de Roma, o mais extenso e poderoso império que já existiu (dominação pela força).

 

e) Pés em parte de ferro e em parte de barro

  • Isto não simbolizava o surgimento de um novo império, mas sim identificava a divisão do império romano em dez reinos, por volta de 476 d.C., conforme numeração dos dedos dos pés da estátua de Nabucodonosor.

Fonte: Apostila Curso Básico de Teologia do SETEM – Seminário Teológico Manancial. Elaboração: Pb. Ailton da Silva

Por: Ailton da Silva - 12 anos (Ide por todo mundo)

domingo, 26 de setembro de 2021

Os patriarcas. Coincidências ou repetições da história? – Capítulo 11

José: Como você conseguiu? Quem mudou sua vida? 

Descobrir que José estava vivo e que era um homem poderoso, criou em Jacó uma expectativa[1] e ansiedade por revê-lo e abraçá-lo. Esse foi o momento de maior alegria de sua vida, bem diferente de quando soube da morte de seu filho, o que acabou com a sua vontade de viver.

Pela segunda vez o filho provocava uma mudança na vida do pai, a primeira foi no seu nascimento, momento em que Jacó sentiu desejo de retornar para Canaã e a segunda vez foi quando, avisado do ressurgimento de seu filho que julgava morto, saiu de suas terras e foi para o Egito (Gn 45.17-18)

Esta seria a terceira viagem de Jacó, mesmo em sua avançada idade. Na primeira saiu de mãos vazias, solitário, pobre, fugindo da casa paterna, consequência de seus erros, na segunda saiu com bens e família, fugindo de seu sogro e temeroso diante de um possível encontro com Esaú, mas para o Egito a história seria outra, não estava mais fugindo, estava cumprindo a vontade de Deus, que lhe confirmou a sua ida, uma espécie de recompensa.

Mas esta viagem seria diferente, pois iria ao encontro do “algo mais” que Deus havia preparado.

Quando ordenou que seus filhos fossem ao Egito em busca de alimentos, orou para que fossem guardados e que voltassem em paz com os mantimentos, jamais imaginou que voltariam com notícias de José e com um convite do próprio Faraó para que fossem morar na capital do império, tampouco imaginou uma mudança brusca de vida em tão curto espaço de tempo. Realmente recebeu uma benção extraordinária. Era merecedor? Fez por onde? Do outro lado estava José que, devido a sua ocupação e importância no Egito, não desceu para buscar seu pai, ficou esperando a bênção em tuas mãos, da mesma forma que seu avô Isaque, quando recebeu Rebeca como esposa.

Será que o desejo de rever o pai, após tantos anos, não torturou o coração de José? Em nenhum momento pensou em buscá-lo? Qual a sua preocupação? Muito trabalho? Medo de recolocar seus pés em suas terras? Receio de que sua autoridade não fosse reconhecida fora do Egito? Ou por que atribuiu aos irmãos a tarefa de desfazerem a mentira do passado[2]? O que se passou na cabeça daquela grande homem somente Deus soube. Havia um propósito para sua decisão.

A ansiedade era grande, mas o que lhe fatalmente preocupava seria uma possível reação de desaprovação do pai ao vê-lo vestido e misturado aos egípcios. Na mente de Jacó ainda estava gravada a imagem de José usando sua túnica colorida. Poderia explicar que estava a trabalho, que não havia se contaminado com o politeísmo religioso da nação, mas temeu pela reação do pai, que poderia, no mínimo, estranhar a conduta do filho.

Ao longe, ansioso e temeroso, avistou a comitiva e correu ao seu encontro lançando-se[3] ao pescoço do pai, chorando muito. Esta sua atitude de reverência deixou bem claro que a maior autoridade naquelas terras era seu pai e não ele.

Este foi o segundo encontro desta natureza que Jacó participava, o primeiro havia sido com seu irmão Esaú, quando se prostrou implorando seu perdão, agora era seu filho que reconhecia a sua autoridade e importância no plano de Deus.

Jacó, avançado em idade, recebeu um valiosíssimo presente e todo orgulhoso pela posição de José, estendeu seus braços para recebê-lo. Por muito tempo havia acreditado na perda do filho e agora recebia toda sua família[4]. O que mais poderia esperar de bom da parte de Deus?

A interação entre pai, filho e irmãos após aquele encontro, foi necessário para que todas as mágoas, dores e ressentimentos fossem esquecidos para sempre, mas o momento principal daquele entrelaçamento foi a conversa que se desenrolou entre eles. Como foi gratificante para todos ouvirem as histórias reais de José, que então estufou o peito, se alegrou e disse: “os sonhos de Deus se cumpriram na minha vida e vocês serão os maiores beneficiados”.

Estavam curiosos por saberem como havia chegado aquela posição. Estudo, influência, amizades, sorte, envolvimento na cultura ou política egípcia? Como poderia ter feito uso destes mecanismos se havia chegado aquela nação como um escravo? Mentes férteis que demoraram para entender o agir de Deus.

A sua explicação foi longa, compreensiva, aceitável e de uma forma bem descontraída deixou claro que a sua vitória não poderia ser medida apenas pela sua condição atual.

Deus abençoou sua vida no início daquela prova através do controle demonstrado durante os momentos em que permaneceu na cova, aguardando a mudança da decisão de seus irmãos.

A mesma reação foi vista enquanto caminhava como escravo, durante o tempo em que trabalhou na casa de Potifar e por fim nos dias em que ficou encarcerado. Nada pode desabonar a sua vitória ou desqualificar a vida de José, pois em todos os momentos se portou como um digno homem de Deus. Que fortaleza foi aquela diante de tanto sofrimento?  A resposta é simples:

  • Deus estava com José, que se tornou próspero, mesmo sendo um simples trabalhador da casa de Potifar, a ponto de seu senhor observar e exaltar sua conduta irrepreensível;
  • Até mesmo no cárcere José sentiu a presença de Deus e foi abençoado com a confiança do carcereiro;
  • Diante de Faraó, José se portou como um digno servo de Deus.

José foi o canalizador de bênçãos para toda sua família. Após esta conversa Jacó teve uma audiência com Faraó, que se mostrou interessado pela sua história e idade.

Os cento e trinta e sete anos de Jacó eram poucos se comparados aos de seus antepassados, mas porque fez questão de chamá-los de anos maus? Não estava alegre com o reencontro de seu filho?



[1] Jacó não estava preparado para ouvir o impossível? Não estava preparado para receber o que Deus havia preparado.

[2] José deu aos irmãos a possibilidade deles matarem o que estava matando eles por muito tempo, a mentira. Eles iniciaram toda aquela história, então deveriam terminar. A verdade sobressairia sobre a mentira.

[3] Jacó havia se prostrado quando reencontrou Esaú e agora era reverenciado.

[4] Esposa egípcia e seus dois filhos.

Por: Ailton da Silva - 11 anos (Ide por todo mundo)

sábado, 25 de setembro de 2021

Anticristo. A solução material com implicações espirituais! Capítulo 9

F) A IDENTIDADE DAS DUAS TESTEMUNHAS:

Deus enviará duas testemunhas na primeira metade da Grande Tribulação para pregarem o Evangelho do Reino (Mt 24.14), para revelarem a verdadeira identidade do Anticristo e para proclamarem os juízos de Deus sobre a Terra. Este ministério terá a duração de 1260 dias (Ap 11.1-3). Os três mais prováveis candidatos são:

  • Enoque e Elias (Gn 5.24; II Rs 2.11), já que ambos não experimentaram a primeira morte[1], tal como está reservado para toda a humanidade (Hb 9.27). Estas duas personalidades foram transformadas, arrebatadas, tomadas da Terra pelo próprio Deus. Tanto Enoque quanto Elias foram arrebatados antes que houvesse um acontecimento trágico, o dilúvio e o cativeiro na Babilônia, respectivamente.
  • Moisés e Elias (Dt 34.6; Lc 9.30-31; Jd v.9), sendo que o primeiro transformou água em sangue ainda no Egito (Ex 7.20) e o segundo fechou os céus, pela sua palavra, para que não houvesse chuvas em Israel (I Rs 17.1). Moisés morreu e foi sepultado pelo próprio Deus e até hoje é desconhecido o local onde o seu corpo foi depositado e Elias foi arrebatado vivo. Os dois foram citados pelo profeta Malaquias, um em sequência ao outro (Ml 4.4), como um alerta para o grande e terrível dia do Senhor. O interessante é que os dois se manifestaram[2] com voz ativa no monte da Transfiguração e dialogaram com Jesus (Mc 9.4). Naquela ocasião um estava representando a Lei e o outro os Profetas e diante da Graça de Deus presenciaram o plano de salvação da humanidade manifesta em carne através do Filho de Deus.

Moisés perturbou o Egito e Elias foi acusado de perturbar o reino apóstata de Israel (I Rs 18.17), mas nada que se compara ao que as duas testemunhas farão conjuntamente, durante a primeira metade da Grande Tribulação.

Trajados de pano de saco, as duas testemunhas terão poder para fechar o céu para que não chova nos dias da sua profecia (cfe I Rs 17.1) e terão também poder para fazer descer fogo do céu (II Rs 1.10), terão poder sobre as águas para convertê-las em sangue (cfe Ex 7.20; 9.9-10) e para ferir a terra com toda sorte de pragas, quantas vezes quiserem, tal como as operações vistas durante o ministério de Moisés e Elias.

As duas testemunhas do Apocalipse serão as duas oliveiras e os dois castiçais (Ap 11.4), que se encontram diante de Deus, conforme a visão do profeta Zacarias (Zc 4.2-14).

As duas oliveiras, uma de cada lado do vaso de azeite, deveriam proporcionar o azeite necessário para que as sete lâmpadas do castiçal continuassem acesas. Dois ungidos que estarão diante do Senhor (Zc 4.14), os dois últimos profetas da história, que terão um ministério público e de grandes sinais (Ap 11.3-6), para fortalecer os mártires e despertar muitos outros.

Terminado o ministério de quarenta e dois meses, a Besta os matará, na mesma cidade onde Jesus foi crucificado. Naqueles dias Jerusalém será chamada espiritualmente de Sodoma e Egito, devido a imoralidade e mundanismo (Ap 11.8).

E todos se alegrarão com a morte das duas testemunhas, a ponto de mandarem presentes[3] uns aos outros (Ap 11.8) e não permitirão que sejam sepultados, justamente para prolongarem a alegria pelo fim das perturbações. Comemorarão a suposta derrota das duas testemunhas e ficarão admirados pelo fato de terem sido quase “enganados” . Seus corpos ficarão expostos em praça da cidade por três dias e meio.

Depois deste período, Deus enviar-lhes-á o espírito de vida, pondo-os de pé à vista de todos. Em seguida, serão levados para o céu. Logo após o seu arrebatamento, a cidade será abalada por um grande terremoto e sete mil homens morrerão (Ap 11.11-13), causando um sério prejuízo ao governo do Anticristo.

continua...

[1] A morte não é obrigatória para todos aqueles que herdarão o céu, pois no dia do arrebatamento muitos terão seus corpos transformados e não conhecerão a morte.

[2] Moisés foi convocado por Deus e compareceu. Elias, o arrebatado, também esteve presente? Carne, espírito ou em que tipo de corpo?

[3] Uma copia do dia de Purim, comemoração do livramento que os judeus receberam através da atuação da rainha Ester (Et 9.20-22).

Por: Ailton da Silva - 11 anos (Ide por todo mundo)

sexta-feira, 24 de setembro de 2021

Prefiro murmurar no deserto. As dez murmurações do primogênito. Capítulo 2

O CLAMOR

Quando Moisés contemplou a situação desesperadora, sentiu uma tristeza muito grande, pois não sabia como motivá-los a crerem em Deus? Algo de bom estava por acontecer, mas para isto seria necessário uma nova intervenção Divina para que não se rebelassem ou para que não fossem iludidos pelo desejo maligno de retorno ao Egito.

Era o pastor zelando pelas suas ovelhas e dando os primeiros sinais de seu amor por um povo que faria de tudo para que agisse de outra forma. Que espanto seria para os hebreus e para a humanidade caso Moisés, um dia, pegasse sua bagagem e família e voltasse para Midiã. O que poderia impedi-lo de tomar decisão tão radical? A pressão era grande e as reclamações eram constantes, mas acima disto, o amor e zelo, que sentia pelo povo, já fluía de seu interior para o exterior e era visível a qualquer um.

O certo é que não teria coragem para abandonar o barco, mas o mesmo não podemos dizer do povo, pois não pensariam duas vezes. Para provocarem um motim seria fácil, haja vista a vulnerabilidade de caráter e diversidade de pensamentos e condutas. Então como Moisés conseguiria acalmar o ânimo de todos?

Talvez uma convocação geral para uma reunião extraordinária, ou uma nova demonstração do poder de Deus com algo nunca visto na Terra, ou quem sabe, Moisés poderia levantar um clamor solitário e assim todos veriam o seu pedido ser atendido imediatamente, ou poderia usar o seu cajado, diante dos olhos arregalados dos hebreus.

Alias, diante das condições espirituais de muitos, seria normal que tentassem roubar este seu instrumento de trabalho para adorá-lo, endeusá-lo ou quem sabe para tirarem proveito financeiro quando entrassem em Canaã.

O clamor imaginado era uma realidade inatingível para o povo. Para alguns seria melhor reclamar do que buscar ou apresentar soluções. Como muitos não reuniam condições espirituais para clamarem, simplesmente ficaram olhando Moisés entrar na presença de Deus. 

continua...

Por: Ailton da Silva - 11 anos (Ide por todo mundo)

quinta-feira, 23 de setembro de 2021

Neemias: como sair do anonimato - Capítulo 14


        4) ATITUDE DE NEEMIAS:

De que maneira Neemias poderia ter reagido? Aparentar-se também ao inimigo? Ser conivente com Eliasibe e aceitar novamente os casamentos mistos?

Corajosamente tomou os móveis de Tobias e os lançou para fora do cômodo (Ne 13.7,8). Jesus também teve a mesma reação quando se deparou com os vendilhões no Templo (Jo 2.11-13). Os interesses pessoais devem estar às margens do centro da obra de Deus.

Novamente Neemias conseguiu incentivar o povo para que tomassem uma atitude para mudar aquela situação. Ordenou a purificação das câmaras, para recolocarem os utensílios e ofertas em seus devidos lugares.

Neemias jogou fora todos os pertences de Tobias. Alguns judeus até poderiam estranhar esta atitude, mas tão estranho quanto a reação foi a permissão. 

a) O povo apoiou Neemias: 

A decisão enérgica de Neemias despertou o povo e trouxe de volta para o Templo as contribuições e riquezas que a presença de Tobias havia tirado (Ne 13.12). Tesoureiros foram nomeados e os levitas foram convocados para desempenharem suas funções.

A transparência da administração alegrou os sacerdotes, os levitas, o povo e os trabalhos prosseguiram (Ne 12.44).

 

5. COMENTÁRIOS ADICIONAIS:

  • Os moabitas não poderiam entrar na congregação de Israel, mas não eram impedidos de adorarem ao Deus verdadeiro onde estivessem (Rt 1.16);
  • Os sacerdotes na rua, levitas na roça e o “bandido” no Templo. Greve e revolta do ministério no Templo?
  • Neemias imaginava Jerusalém em festa no seu retorno. Que decepção;
  • Moabita e amonita não poderiam sequer passar pela rua do Templo;
  • Gesém após a reconstrução despareceu, mas Tobias e Sambalate ficaram rodeando, esperando uma brecha;
  • Se Neemias não tomasse uma decisão, certamente Tobias levaria seus parentes e amigos para o Templo para se juntarem a ele;
  • O único lugar onde Tobias poderia circular livremente seria pelos canos de esgoto do Templo;
  • Pela segunda vez Neemias dirigia aquela congregação;
  • Será que Neemias temeu que o povo tomasse as dores do sumo sacerdote e seu nobre parente (At 23.1-5)? Não se preocupou com a reação do povo, tampouco temeu ser levado a juízo. O importante era limpar a sujeira do Templo;
  • Os judeus conheciam aquele homem, afinal havia sido o pastor deles;
  • Tem casta de demônios que não resistem ao jejum e oração (Mt 17.21), foi isto que Neemias fez ao expulsar o inimigo do interior do Templo;
  • Porque Deus permitiu que aquele amonita entrasse no Templo?
  • Neemias não se sentiu em condições e não tinha autoridade para se esconder no interior do Templo, porque então Deus permitiu que Tobias adentrasse?
  • Quanto tempo demorou para os impérios egípcio, babilônico, persa, grego, romano caírem definitivamente para nunca mais serem levantados? E foram justamente alguns destes que profanaram o Templo e os objetos sagrados dos judeus. E o que dizer dos povos que rodeavam Israel, sumiram todos. Sequer existem vestígios do sangue, língua ou história de alguns deles. Foram apagados pelo tempo;
  • Os levitas eram sossegados, tranquilos, tão bonzinhos, somente até receberem ordens, tipo: voltem para seus postos. O duro era quando a ordem era: “Quem é de Deus", (Nm 8.14), "matem os idólatras" (Ex 32.26-28). Eles não pensavam duas vezes;
  • Quantas vezes ouvimos: “o pastor é muito parado, muito tranquilo, os obreiros idem, os dirigentes de departamentos não fazem nada”. Quando eles recebem ordens de Deus, sai de baixo;
  • Houve um pastor nosso (primitivo) que um dia desejou conhecer os irmãos de Roma, mas a igreja local não tinha condições de fornecer a passagem. Então ele orou a Deus e foi lhe provido as condições para a sua viagem. Partiu como prisioneiro, durante a viagem virou conselheiro, teve regalias, fizeram algumas paradas para que se despedisse dos irmãos e celebrou até uma ceia parcial no navio (At 27.35-36). Não se entristeceu pela prisão domiciliar (privilégio e segurança domiciliar) e aproveitou para doutrinar a igreja com os seus ensinamentos;
  • Os apóstolos faziam grandes cruzadas e não gastavam nada e ganhavam muitas almas;
  • A Igreja primitiva necessitava de recursos financeiros (At 6.1), pois crescia o número de discípulos para aprenderem a Palavra (e não o de apóstolos para ensinarem), portanto, se este povo se reunia para ouvir e aprender era evidente que largavam todos seus afazeres. Era altíssimo o custo para manterem a obra.

Por: Ailton da Silva - 11 anos (Ide por todo mundo)

quarta-feira, 22 de setembro de 2021

Os primogênitos: Deixa o meu ir, senão levo o seu. Capítulo 5

A MORADA TEMPORÁRIA DOS HEBREUS 

Saíram felizes, sarados, renovados e fortalecidos. Somente uma coisa que era maior que esta alegria, a certeza de que a caminhada seria curta e que chegariam logo ao destino, a Terra Prometida.

Acreditavam seriam facilmente[1] direcionados à Terra Prometida, quem sabe poderiam ser transladados e ou arrebatados como Enoque (Gn 5.24). 

Os mais espirituais poderiam esperar, após as primeiras dunas do deserto, os carros de Israel e seus cavaleiros em ação pela primeira vez na história (2 Rs 2.12). Ou quem sabe encontrariam logo na saída uma comitiva de boas vindas ao deserto, composta por anjos, assim como encontrou Jacó (Gn 32.1-2). Ou por fim poderiam ser elevados às alturas como Jesus (At 1.9).

Tudo tem o seu preço, mas Israel não queria entender este principio. Se ao menos se atentassem para a história dos patriarcas anteriores, veriam que todos pagaram[2] um preço, porque então o primogênito (Ex 4.22-23) não pagaria?

Israel caminhou em direção à Terra Prometida, mas antes de alcançar o seu legitimo território enfrentou situações desesperadoras, que julgavam desnecessárias. Imaginavam que as promessas pudessem isentá-los de tal prova.

Quando saíram do Egito, cheios de vigor e alicerçados por grandes promessas, jamais imaginaram uma viagem tão longa e de fato não teria tal necessidade, mas Deus prolongou ao máximo, para que revelassem o verdadeiro caráter. O plano para libertação foi simples e eficiente. Foi uma decisão suprema, pois Deus resolveu e decidiu[3] pela libertação (Ex 2.23-24).

Quando os hebreus viram a manifestação do “Eu Sou”, o Único e verdadeiro, não pensaram duas vezes e aderiram ao grupo de vitoriosos que saíram do Egito. Isto marcou o inicio da saga de Israel em busca de seu território prometido.

A saída foi uma bênção imerecida, fruto do clamor e orações. A caminhada se tornou um sacrifico necessário, um trajeto curto que se alongou. A chegada foi somente para dois[4] fortes vitoriosos e para uma geração que se formou pós-saída.

Os hebreus precisavam conhecer melhor a Deus, por isso foram levados ao deserto, um lugar de solidão, de esterilidade total, em que estariam totalmente dependentes dos recursos divinos e onde ficaria nítida a diferença entre os que queriam receber a bênção e os que desejavam somente passear ou usufruir das providências de Deus.

Os passos dos hebreus estavam sendo vigiados pelas nações vizinhas que temeram, pois idealizaram a imagem de um povo forte, que arrasava tudo por onde passava. Mal sabiam que não eram nada disto. A fama sempre esteve muito a frente deles (Js 2.9-11), porém a murmuração, por todo aquele sacrifício, sempre os acompanhou.

O deserto foi necessário para que os hebreus aprendessem a se desvencilhar da carne por completo e para conhecerem a Deus na sua totalidade (Dt 8.2, 14).

continua...



[1] Se entrassem facilmente em Canaã, certamente se considerariam pequenos deuses (cfe Sl 82.1-8).

[2] Todos eles pagaram o preço em meio ao deserto.

[3] Deus decidiu libertar seu povo e não cobrou deles a fé para receberem a bênção, mas para entrarem em Canaã a história foi bem diferente.

[4] Josué e Calebe.

Por: Ailton da Silva - 11 anos (Ide por todo mundo)

terça-feira, 21 de setembro de 2021

Grandes verdades em poucas palavras - 0036

“O diabo gostaria de fazer-nos atravessar constantemente torrentes que não existem”. Anônimo

“Você não deve permitir que imaginações pecaminosas acumulem-se em sua mente e alma, da mesma forma como não permite que o lixo se acumule em sua sala de estar”. Anônimo

“A alma sem imaginação é o mesmo que um observatório sem telescópio”. Henry Ward Beecher

Os psicólogos modernos dizem-nos que, em qualquer batalha entre a imaginação e a vontade, a imaginação sempre vence”. E. Stanley Jones

“O endurecimento do coração envelhece as pessoas mais depressa do que o endurecimento das artérias”. Anônimo

“Uma pedra no coração é pior do que uma pedra nos rins”. Thomas Watson

“Toda incredulidade é crença em uma mentira”. Horatius Bonar

Há pessoas que são como crianças: brincam até sua vela apagar-se e depois vão para a cama no escuro”! Thomas Brooks

“A infidelidade é sempre cega”. João Calvino

“Não há burrice mais brutal do que esquecer de Deus”. João Calvino

A incredulidade foi o primeiro pecado, e o orgulho foi seu primogênito”. Stephen Charnock

A incredulidade é o escudo de todo pecado”. William Jenkyn

Zombar de Deus é a coisa mais impossível da vida”. W. T. Purkiser

Por: Ailton da Silva - 11 anos (Ide por todo mundo)