“NÓS NEM AINDA OUVIMOS QUE HAJA ESPÍRITO SANTO” – AT 19:2C NÃO QUERO, IRMÃOS, QUE SEJAIS IGNORANTES” – I COR 12:1B ESPÍRITO SANTO - O FUNDAMENTO DA FÉ PENTECOSTAL
INTRODUÇÃO
”E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador” (Jo 14.16). Jesus ao afirmar que “outro” seria enviado, quis dar a idéia de alguém da mesma espécie, semelhante, porém diferente na operação e ministério. A Vinda do Espírito garantiu a continuidade do ensinamento de Jesus.
A tradição judaica ensina que o Espírito Santo voltou para Deus quando o Templo foi destruído na ocasião do exílio.
Um dos Seus grandes títulos é o CONSOLADOR (Jo 14.16,26; 16.7-13). Consolador significa “alguém chamado para estar ao lado”, indicando o ministério confortador do Espírito Santo. A palavra grega “Paracleto” significa: para = ao lado, e kaleo = chamar ou pedir. O espírito Santo hoje é o nosso Paracleto e Consolador.
Ele é chamado de Espírito Santo porque Sua obra principal é a santificação.
Um dos ensinos básicos das Escrituras, que o autêntico cristão nunca pode desconsiderar, é o de que o Espírito Santo (do hebracio Ruah Kadosh e do grego Hagios Pneumthos) é uma das Pessoas da Trindade que formam o Único e Soberano Deus (Jo 14.1,9,17; Mt 3.13-17). Por isto a Bíblia utiliza o pronome pessoal “Ele” para se referir ao Espírito Santo - Jo 16:8, 13-14. O próprio fala de si mesmo na primeira pessoa, empregando os pronomes “eu” e “me” - At 10:19-20; 13:2.
O Espírito Santo é chamado de:
• Espírito de Deus” (Rm 8.9);
• Espírito do Pai” (Mt 10:20);
• Espírito de Cristo” (Rm 8.9; 1Pe 1.11);
• Espírito de Jesus” (At 16.7).
Deus se revelou ao homem pela sua Palavra, igualmente fez o Filho durante o seu ministério terreno, mas o Espírito Santo ainda continua soando com um insondável mistério para a humanidade. Daí a razão para inúmeras especulações, estudos e interpretações errôneas, portanto sendo o Espírito Santo “Deus”, é impossível defini-lo ou descrevê-lo em Sua plenitude.
I. A DOUTRINA DO ESPÍRITO SANTO
1) A doutrina do Espírito Santo:
Também chamada de Pneumatologia, que trata de sua deidade, seus atributos, obras e operações. O termo vem de pneuma (o ar, o vento).
O Espírito Santo nos remete a idéia de regeneração, recriação, vivificação, dinamismo, espiritualidade, santidade e santificação (João 6:63; Tt 3:5).
A principal função do Espírito Santo, na atual dispensação, é convencer o homem do pecado, da justiça e do juízo (João 16:8), proporcionando ao pecador o novo nascimento.
2. O Espírito Santo no Antigo e Novo Testamento.
No Antigo Testamento o período foi de preparação e espera. As verdades conhecidas então, eram verdades simples e dadas por meio de lições objetivas. Ocasionalmente, um patriarca ou profeta falava face a face com Ele. Naturalmente que o Espírito esteve ativo durante aquele período. Ele descia sobre os homens apenas temporariamente, a fim de inspirá-los para algum serviço especial, e deixava-os quando essa tarefa fosse cumprida, não permanecia com os homens, tampouco neles habitava.
O Antigo Testamento geralmente emprega o termo ‘espírito’ sem qualitativos, ou fala do ‘Espírito de Deus’ ou ‘Espírito do Senhor’ e utiliza a expressão ‘Espírito Santo’ somente em Sl 51.11; Is 63.10,11, enquanto que no Novo testamento esta veio a ser uma designação da terceira pessoa da Trindade. Em Is 48:16, as três pessoas da Trindade são mencionadas juntas.
Manifestações do Espírito Santo no Antigo Testamento:
• Capacitou Josué com habilidades de liderança e sabedoria (Nm 27:18; Dt 34:9);
• Deu poder aos juizes para libertar Israel de seus opressores (o Espírito do Senhor “veio sobre” Otoniel - Juizes 3:10, Gideão - Jz 6:34, Jefté -Jz 11:29 e Sansão - Jz 13:25; 14:6, 19; 15:14).
• O Espírito Santo veio poderosamente sobre Saul a fim de levantá-lo para a batalha contra os inimigos de Israel (1Sm 11:6);
• quando Davi foi ungido rei, “o Espírito do Senhor se apossou” dele daquele dia em diante (1Sm 16:13), capacitando-o para cumprir a tarefa de realeza para a qual Deus o havia chamado;
• O Espírito Santo dotou Bezalel com talentos artísticos para a construção do tabernáculo e de seu equipamento(Ex 31:3; 35:31) e com capacidade para ensinar essas técnicas para os outros(Ex 35:34);
• O Espírito Santo também protegeu o povo de Deus e capacitou-o para vencer seus inimigos, como no êxodo (Is 63:11,12) e mais tarde após seu retorno do exílio (Ag 2:5).
Manifestações do Espírito Santo no Novo Testamento.
Neste período da graça o Espírito Santo tem se manifestado não mais de forma individual e eventual, mas em toda a igreja e de forma atuante. Esta não pode viver sem Aquele. No início da Igreja, o Espírito Santo capacitou os discípulos de Jesus para vários tipos de ministério:
• No Pentecostes quase 120 pessoas foram batizadas com o Espírito Santo (Atos 1:15).
• concedeu poder aos primeiros cristãos para operar milagres à medida que eles proclamavam o evangelho (Estevão em At 6:5,8; e Paulo em Rm 15:19; 1Co 2:4);
• deu também grande poder à pregação da igreja primitiva de modo que, quando os discípulos eram cheios do Espírito Santo, proclamavam a Palavra com grande coragem (At 4:8,31;6:10; 1Ts 1:5; 1Pe 1:12).
O Novo Testamento termina com um convite do Espírito Santo e da igreja, que juntos chamam as pessoas à salvação (Ap 22:17). Na realidade o Espírito Santo continua a falar ao coração das pessoas a cada dia (Hb 3:7 e 10:15).
3) O Espírito Santo na atualidade:
O Espírito Santo da atual dispensação é o mesmo que atuou no Antigo Testamento.
No Antigo Testamento:
• O Espírito habitava no meio do povo (Ag 2:5), ou estava sobre alguém (Nm 11:17; Is 59:21);
• Antes, eram usados indivíduos (como Saul, Davi, etc.);
• Era temporário (Nm 11:25);
No Novo Testamento:
• está dentro de ou em nós (Ez 36:27; João 14:17).
• Ele usa um povo (1Co 6:19; Ef 2:22; Ap 3:6).
• em caráter permanente (João 16:7).
4) O Espírito Santo na vida de Cristo.
A Terceira Pessoa da Trindade é mencionada em diversas ocasiões da vida e ministério de Cristo.
• No nascimento. O Espírito Santo é descrito como o Agente Miraculoso na concepção de Jesus (Ma 1.20; Lc 1:35);
• No batismo. Por ocasião do batismo, o Espírito Santo desceu sobre Ele numa forma corpórea de uma pomba (Mt 3.16; Mc 1.10; Lc 3.22; Jo 1.32,33);
• No ministério. O ministério de Jesus foi marcado pela presença do Espírito Santo (Mc 1.12; Lc 4.18,19; At 10.38);
• Na morte. Nesse momento tão crucial, o Espírito de Deus não poderia estar ausente (Hb 9.14);
• Na ressurreição. O Espírito Santo foi o agente vivificante na ressurreição de Cristo (Rm 1:4; 8:11).
Em suma, podemos afirmar que Jesus foi concebido pelo Espírito (Lc 1:35); guiado pelo Espírito (Lc 4:1); ungido pelo Espírito (Lc 4:18; At 10:38); revestido com poder pelo Espírito (Mt 12:27, 28); ofereceu a Si mesmo pelos nossos pecados, pelo Espírito (Hb 9:14); foi ressuscitado pelo Espírito (Rm 8:11); e deu mandamentos por intermédio do Espírito (At 1:2).
II - A ASSEIDADE DO ESPÍRITO SANTO
1) A asseidade do Espírito Santo
Também chamada de sua independência, é aquela virtude segundo o qual Deus:
• existe por si próprio;
• não foi causado;
• não é dependente de outro ser fora de si;
• é um ser absoluto e puro;
• auto-suficiente, assim como são o Pai e o Filho;
• é diferente da criatura, pois é o Criador. Ele é enquanto a criatura existe;
• Ele é chamado Deus - At 5:3-4;
• Seu nome está ligado ao de Deus e ao de Cristo - Mt 10:20; At 16:7; Rm 8:9;
• Ele faz parte da Santa Trindade - Mt 28:19; II Cor 13:13; I Jo 5:7; Ef 4:4-6;
• Ele é chamado Senhor – II Cor 3:18;
A existência do Espírito Santo
A natureza e os atributos do Espírito Santo caracterizam-no como o ‘Espírito Eterno’, não tendo princípio e nem fim de existência (Hb 9:14).
Como vemos na declaração divina de Gn 1:27, na criação do homem toda a Trindade esteve envolvida. “Façamos o homem conforme à Nossa imagem, conforme à Nossa semelhança”. Bem diferente da criação dos outros animais e elementos da natureza, quando Deus somente ordenou, haja.
O Espírito Santo não se confunde nem com o Pai, nem com o Filho.
Ao investigarmos a doutrina da deidade do Santo Espírito, devemos observar que o Novo Testamento ensina a unicidade da divindade (1Co 8:4; Tg 2:19) e também revela a distinção de pessoas na divindade: o Pai é Deus (Mt 11:25; João 17:3; Rm 15:6; Ef 4:6); o Filho é Deus (João 1:1,18; 20:28; Rm 9:5; Hb 1:8; Cl 2:9; Fp 2:6; 1João 5:20); o Espírito Santo é Deus (At 5:3,4; 1Co 2:10,11; Ef 2:22).
O Pai, o Filho e o Espírito Santo são claramente distinguidos um dos outros na Bíblia (João 15:26; 16:13-15; Mt 3:16,17; 1Co 13:13), de tal forma que as três pessoas não se confundem umas com as outras.
2) Atributos incomunicáveis do Espírito Santo.
A Bíblia confere atributos e características ao Espírito Santo que indicam que Ele é Deus, já que se trata de qualidades exclusivas que as escrituras atribuem à Deus.
a) O Espírito Santo é onisciente – I Co 2:10,11.
O apóstolo Paulo ensina-nos que Deus sabe todas as coisas e se o Espírito Santo também sabe é porque Ele é onisciente. Somente Deus é onisciente, de forma que o que o texto está a nos dizer é que o Espírito Santo é Deus.
b) O Espírito Santo é onipresente - Sl 139:7-10.
O salmista diz-nos que não há como fugir da presença do Espírito do Senhor, pois Ele está em todos os lugares. Esta foi uma maneira das Escrituras nos revelarem que o Espírito Santo é Deus.
c) O Espírito Santo é onipotente - Lc 1:35,37; 1Co 12:11.
O Espírito Santo faz coisas impossíveis ao homem, pois nada Lhe é impossível. Não há limites para a operação do Espírito Santo.
Ao Espírito Santo são atribuídas obras exclusivas da Divindade:
No Antigo Testamento há afirmações referentes a Jeová que, no Novo Testamento, são atribuídas ao Espírito Santo (Is 6:8-10 comparar com At 28:25-27 e Ex 16:7 comparar com Hb 3:7-10).
Atributos humanos do Espírito Santo:
• Ele fala - At 13:2; Apc 2:7, 11, 17, 29; 3:6, 13, 22
• Ele testifica - Jo 15:23;
• Ele intercede - Rm 8:26-27;
• Ele guia e conduz - Rm 8:14 cf At 16:6-7;
• Ele ensina - Jo 14:26; 16:12-14; Ne 9:20;
• Ele clama - Gl 4:6;
• Ele dá testemunho – Jo 15:26;
• Ele chama homens e os comissiona – At 13:2; 20:28;
• Ele conhece as profundezas de Deus e no-las revelas - I Cor 2:10-11; Rm 8:27;
• Ele ouve - (Jo.16:13) - “...mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará o que há de vir”;
III. A PERSONALIDADE DO ESPÍRITO SANTO
1) O Espírito Santo tem personalidade, ela é composta de conhecimento (habilidade para pensar - Rm 8 27; I Co 2:10,11 13; 12:8), emoções e vontade.
2) O Espírito Santo tem emoções – Ef 4:30
Habilidade para sentir (Is 63.10, Rm 15.30; Ef. 4.30). Somos admoestados a não entristecer o Espírito Santo.
• Ele tem alegria. Jesus se alegrou (Lc 10:21) e depois seus discípulos (1Ts 1:6).
• Ele tem ciúmes - Tg 4:5. Ele sente ciúmes do adultério moral (impureza), espiritual (idolatria), econômico (amor ao dinheiro) e político (paixão e esperanças políticas mais acentuadas em relação ao programa humano que ao Reino de Deus).
• Ele é bom - Ne 9:20;
• Ele ama - Rm 15:30;
• Ele se entristece (Sl 10:33; Is 63:10-11; Ef 4:30) quando: mentimos (At 5:3); blasfemamos (Mt 12:31-32); resistimos (At 7:51) ou quando extinguimos (I Ts 5:19).
O Espírito Santo tem Volição (vontade) - habilidade para escolher (At 16.6-11; 1Co 12.11). Reparte os dons liberalmente (1Co 12.11), Permite ou impede aquilo que desejamos fazer.
CONCLUSÃO
O Espírito Santo não é simplesmente uma influência benéfica ou um poder impessoal. É uma Pessoa, assim como o Pai e o Filho o são. Ele é chamado Deus (At 5:3,4) e Senhor (2Co 3:18). Quando Isaías viu a glória de Deus (Is 6:1-3), escreveu: “Ouvi a voz do Senhor… vai e diz a este povo” (Is 6:8-9). O apóstolo Paulo citou essa mesma palavra e disse: “Bem falou o Espírito Santo a nossos pais pelo profeta Isaías dizendo: vai a este povo” (At 28:25, 26).
fonte: ebdweb.com.br
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