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sexta-feira, 4 de março de 2011

Resumo e Plano de aula - Lição 10

INTRODUÇÃO
A pregação do Evangelho e o ministério dos apóstolos estavam restritos apenas a Jerusalém (visão micro). Era necessário mudar esta situação, pois a Judéia, Samaria e os confins da Terra, deveriam ser alcançados. Somente desta forma a salvação seria vista como uma certeza absoluta e não como uma possibilidade.

A humanidade está dividida em três grupos, conforme (I Co 10.32):
· Judeus;
· Gentios;
· Igreja.

A salvação dos gentios estava no plano estabelecido por Deus. Portanto, não foi uma improvisação de última hora feita por Jesus e seus apóstolos. Em Gênesis 12:3, Abraão ouviu de Deus que todas as famílias da Terra seriam benditas pela sua vida. Esta era a declaração de salvação a todos os povos.

O oficial Cornélio foi o primeiro gentio a se converter a Cristo, foi nesse episódio que Pedro entendeu que o evangelho seria destinado a todas as nações e não apenas para Israel. Assim como Paulo ele também foi alcançado pela graça de Deus, porém entre os dois havia algumas diferenças:
· Raça – Saulo era judeu e Cornélio gentio;
· Cultura - Saulo era um erudito e Cornélio um soldado;
· Religião - Saulo era um fanático e Cornélio um simpatizante;
· Conversão – Saulo perseguia e Cornélio orava, jejuava e praticava caridade.

Mas ambos receberam o perdão de pecados e a dádiva do Espírito Santo e foram batizados, sendo recebidos na família cristã em igualdade de condições.

I – OS GENTIOS NO ANTIGO TESTAMENTO
Nos dias de Noé, o pecado abertamente se manifestava no ser humano na concupiscência carnal e pela violência (Gn 6.2,11,12). O arrependimento de Deus significou que, por causa do trágico pecado da raça humana, Ele mudou sua disposição para com as pessoas, pois sua atitude de misericórdia e de longanimidade passou a ser atitude de juízo (Êx 32.14; 2 Sm 24.16; Jr 18.7-10; 26.3,13,19; Ez 18.4-28; Jn 3.8-10).

O dilúvio foi o castigo divino universal sobre um mundo corrompido, ímpio e impenitente.

QUEM ERAM OS GENTIOS
Denominam-se gentios todos os demais povos que não são judeus (Is 49:6; Rm 2:14; 3:29). Os judeus os chamavam de estrangeiros.

Após a destruição da humanidade pelo dilúvio, formou-se uma única nação por parte dos descendentes de Noé, mas esta comunidade logo se revoltou contra Deus, que permitiu a divisão através da confusão das línguas (Gn11:1-9).

Em virtude deste juízo, Deus resolve formar um povo, a partir de Abraão, para trazer a salvação à humanidade (Gn 12:1-3). Perceba-se que a formação deste povo não significa, em absoluto, predileção ou acepção de pessoas, mas visa criar um povo que pudesse ser a demonstração do amor de Deus a todas as nações, uma nação que testificasse as maravilhas de Deus. No entanto Israel falhou quando rejeitou o Messias (João 1:11), abrindo-se, então, uma oportunidade aos gentios para que recebessem a Deus através de Jesus Cristo (João 1:12,13; Rm 9:30-33,10:11-25).
Os judeus tinham religião sublime, cuja verdade contrastava com as falsidades das religiões dos gentios. Tinham leis que impediam a corrupção dos costumes e a alteração das práticas religiosas, em contato com o paganismo, numa prova inconteste de que eles se achavam superiores. Tudo isto levou o povo judeu a desprezar injustamente os gentios. Todavia, o apóstolo Pedro, instruído pela visão que teve em Jope, rompeu com estas restrições, foi visitar Cornélio, que era gentio, inclusive comendo com ele, dando motivos para que os cristãos israelitas se escandalizassem (Atos 10: 28; 11:1-18).

1. Um novo começo com Noé.
Os filhos de Noé repovoam a terra e não demorou muito para insurgirem outra vez contra o Senhor. O pecado foi a ambição de dominar o mundo e dirigir o seu próprio destino, através da união política centralizada, poder e grandes conquistas. Esse desígnio era fruto do orgulho e rebeldia.

Deus frustrou o propósito deles, multiplicando idiomas em seu meio, de tal maneira que não puderam se comunicar entre si. Nesse tempo, a raça humana deixando a Deus, voltou-se para a idolatria, a feitiçaria e a astrologia (Is 47.12; ver Êx 22.18; Dt 18.10).

2. A exclusividade dos descendentes de Abraão (Gn 15.5,6)
A escolha do povo judeu tinha um fim, que era servir de luz para os gentios (Isaías 49.1-6). Os gentios também estavam incluídos na promessa (Is 2.2-4; Am 9.12; Zc 9.7). A chamada de Abraão conforme a narrativa de Gênesis 12 dá início a um novo capítulo na revelação do AT sobre o propósito divino de redimir e salvar a raça humana.

A eleição dos filhos de Abraão como o povo de Deus fez de Israel a possessão preciosa do próprio Deus (Dt 4.10; Am 3.2; 9.7). Essa eleição trouxe certo orgulho aos israelitas.

II. OS GENTIOS NO NOVO TESTAMENTO
O poder transformador da cruz faz surgir uma nova humanidade na qual não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus’ (Gl 3.28,29). Embora possa haver diferenças entre pessoas, gêneros, culturas, raças e nações, o propósito divino final é de levar todos os seres criados à unidade ‘em Cristo’ (Ef 1.10).

1. Nos Evangelhos.
Todos os discípulos de Jesus eram israelitas, pois havia a necessidade de, primeiramente restaurar a nação de Israel para depois estes alcançarem o mundo com a pregação do Evangelho, mas em algumas ocasiões Jesus se deparou com os gentios e prontamente atendeu os pedidos de cada um, inclusive exaltando a fé deles, como nos casos da mulher síro-fenicia (Mt 15:21, Mc 7:24-30) e do centurião romano (Mt 8:5-13) que tiveram seus filhos curados e libertos, respectivamente. Isso sem mencionarmos o caso da mulher samaritana (João 4:1-26), já que os judeus os consideravam misturado com os gentios, talvez aquela mulher fosse mais gentia do que judia, propriamente.

2. Nos Atos dos Apóstolos.
Provavelmente Pedro não teria visitado a casa de Cornélio se Deus não tivesse se dirigido a ele tão diretamente. Na cidade de Cesaréia, habitava um oficial romano, por nome Cornélio. O texto dá a entender que Cornélio era um convertido ao judaísmo e que tinha a intenção de servir a Deus.

Deus ouviu e respondeu a oração de um gentio e enviou um anjo, que não lhe pregou o Evangelho, pois não é atribuição angelical tal função, mas sim para lhe ordenar que enviasse seus servos a procura de Pedro.

Enquanto isto Pedro era avisado, através de uma visão de um lençol, que representava o mundo e os quatro cantos significava os quatro pontos cardeais da terra, norte, sul, leste e oeste, ou seja, as direções que a igreja deveria tomar. A visão foi tão real, que Deus avisou a respeito dos servos de Cornélio que foram lhe procurar, pois Pedro poderia acreditar que fosse uma cilada.

Cornélio esperava, e para ouvi-lo, preparou o ambiente, reunindo seus parentes e amigos íntimos (At. 10.24). Pedro expôs a verdade do evangelho, partindo da revelação que o Senhor havia lhe dado.

A mensagem de Pedro revelava que Deus não fazia, e não faz, distinção geográfica de pessoas, isto é, quanto à nacionalidade. Isso não quer dizer que elas poderiam ser salvas por meio das obras, era necessário uma mudança, justamente o que estava ocorrendo com Cornélio.

Enquanto Pedro anunciava a mensagem, caiu o Espírito Santo sobre todos os que ouviam a Palavra (At. 10.44). O verdadeiro pentecostes acontece sempre em consonância com a ministração da Palavra de Deus. O movimento pentecostal não é resultado de mero subjetivismo.

A igreja cristã, que estava começando, era composta principalmente de judeus cristãos, os quais a princípio tampouco compreenderam o que significava o fato de o Evangelho ter sido dado a todas as nações da terra. Os judeus cristãos do primeiro século confundiram o ser cristão com ritos, comidas e costumes, isto é, pensavam que o gentio, para ser cristão, deveria tornar-se como eles, ao menos suportavam tamanha carga, os seus pais do passado suportaram, então porque sobrecarregar os gentios, que estavam sendo libertos?
Ao chegar em Jerusalém, Pedro teve de se justificar diante da igreja por ter batizado os gentios. O seu depoimento somente foi aceito porque o apóstolo disse que o Espírito Santo veio sobre os gentios e os encheu, da mesma forma como fizera com os israelitas no dia do Pentecostes. Não fosse a atuação do Espírito Santo, que interveio de forma sobrenatural, provavelmente os judeus demorariam mais a entender a ordem de pregar o Evangelho por todo o mundo.

3. Missão e salvação entre os gentios.
Foi difícil para os judeus rigorosos, que não haviam recebido e nem tinham a mesma visão cosmo de Pedro (At 11.5), entender que Deus não faria acepção de pessoas.

Eles até aceitaram os gentios, mas queriam que eles se submetessem aos seus ritos e cultura, por isso houve a necessidade do primeiro concilio. Realmente Israel era de dura cerviz, Deus estava certo ao dizer isto para Moisés.

O povo judeu, através de sua história, teve um pouco de dificuldade para chegar a compreender esta verdade. Vejamos, por exemplo, a história de Jonas, como diante da ordem de ir a Nínive anunciar o juízo de Deus, ele se recusou e intencionou escapar da presença de Deus. Jonas e muitos judeus como ele tinham desprezo e preconceitos contra os ninivitas, uma vez que os consideravam como pessoas pagãs e contaminadas, com as quais eles não deveriam manter contato. Nínive era uma grande cidade, cujo pecado havia chegado ao limite da paciência de Deus (Jonas 1:1-3). Deus queria dar aquele povo uma oportunidade de se arrependerem, antes de desatar seu juízo contra eles, Jonas não queria anunciar a advertência de Deus, pois temia o arrependimento dos ninivitas. Não queria compartilhar a misericórdia de Deus com os demais, pelo contrário, queria monopolizá-la toda para si e seu povo judeu. Deus, porém, não pensava assim. Seu amor e misericórdia estendiam-se a todas as nações; escolheu precisamente a Abraão e o povo judeu para que fosse bênção para todas as nações da terra.

III. JUDEUS E GENTIOS UNIDOS POR DEUS MEDIANTE A CRUZ
No Novo Testamento, o mundo estava dividido em duas classes de pessoas - o judeu e o gentio. Jesus criou uma terceira classe - a igreja de Deus (I Cor 10:32). Nos versículos supracitados o apóstolo Paulo diz que os crentes judeus e gentios são feitos um só em Cristo e são inseridos numa nova comunidade, onde não há judeu nem gentio.

A Igreja do Novo Testamento não é a continuação do povo de Israel do Antigo Testamento. É distinta de tudo o que a precedeu ou que ainda vai surgir. Isso é evidente pelo seguinte:
a) a união de ambos os povos criou outro;
b) a parede de separação entre os dois povos foi demolida;
c) a inimizade entre judeus e gentios foi abolida;
d) igreja era a novidade de vida para os judeus, que perderam a identidade nacional e se tornaram cristãos e para os gentios era o direito de desfrutarem dos mesmos direitos e privilégios.

1. A Igreja de Deus. O plano de Deus é tirar dentre todas as nações um povo para si, para o seu nome. Esse corpo de Cristo, constituído daqueles que largaram o presente sistema mundano, para se preparam na qualidade de noiva de Cristo (Ap 19.7,8). Antes do NT, os gentios foram excluídos da cidadania na comunidade de Israel e eram estrangeiros para as promessas solenes de Deus. Não havia esperança e nenhuma capacidade para conhecer a presença de Deus no mundo. O calvário alcançou os crentes gentios que estavam alijados da presença de Deus e juntou aos judeus formando a Igreja. Não somente foram alcançados e incluídos na Igreja como também foram feitos herdeiros com os patriarcas de todas as promessas de Deus.

2. Expansão da Igreja entre os gentios. Como resultado das quatro viagens missionárias de Paulo, surgiram as igrejas da Ásia e da Europa. A expansão do evangelho tem em Paulo o maior expoente.

CONCLUSÃO
O evangelho de Jesus Cristo não é exclusividade de uma nação. Desde o princípio o Senhor ordenou que Sua mensagem fosse pregada a todas as etnias (Mc. 16.15), até aos confins da terra (At. 1.8). Depois da perseguição, os discípulos se espalharam por Samaria, anunciado a Palavra (At. 8.4).
Deus abriu a porta para a difusão do evangelho entre os gentios, mostrando que Ele não faz acepção de pessoas. Diante dessa verdade, resta a igreja a responsabilidade de fazer discípulos, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo (Mt. 28.19).

Importante: A DENOMINAÇÃO CRISTÃO SURGIU EM ANTIOQUIA, UMA IGREJA GENTIA
Fonte: ebdweb.com.br

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