JACÓ:
Jacó tinha um propósito em seu coração. O seu desejo era alcançar o seu destino. As duas ordens de seu pai ele cumpriu a risca, pois não tomou mulher para si entre as filhas de Canaã, bem diferente de seu irmão (Gn 28.8), e por fim se dirigiu a Padã-Arã.
Ali mesmo, na solidão da caminhada percebeu que não estava tudo perdido em sua vida. Deus tinha um plano, mas ele não entendeu, devido a sua inexperiência. Se imaginasse que sua vitória estava bem longe de sua família, certamente ele não pensaria duas vezes para ir em direção a ela, mas por enquanto temeroso, não imaginava o que lhe esperava pela frente.
Ali mesmo, na solidão da caminhada percebeu que não estava tudo perdido em sua vida. Deus tinha um plano, mas ele não entendeu, devido a sua inexperiência. Se imaginasse que sua vitória estava bem longe de sua família, certamente ele não pensaria duas vezes para ir em direção a ela, mas por enquanto temeroso, não imaginava o que lhe esperava pela frente.
Dormindo no relento, com um travesseiro duro, sonhou. Teve uma demonstração da guarda e proteção de Deus em sua vida. Recebeu a confirmação da promessa que houvera sido feita a seu pai e avô, Isaque e Abraão respectivamente, mas o melhor estava por vir. Em seu voto ele se preocupou apenas com o alimento, vestes e proteção tanto na ida daquela viagem bem como no retorno.
“Se Deus for comigo, e me guardar nesta viagem que faço, e me der pão para comer e vestes para vestir”.
“E eu em paz tornar à casa de meu pai, o Senhor será o meu Deus”. (Gn 28.20-21)
Mas Deus já havia falado que seria com ele na ida, na volta ou por qualquer lugar que fosse até que se cumprisse o que estava determinado, por Deus, em sua vida (Gn 28.15). Ele não entendeu a revelação. Mesmo assim votou.
Jacó barganhou com Deus? Se recebesse ou fosse guardado, então teria o Senhor em sua vida? Barganha ou não, o certo é que ele estipulou pouco, comida, vestido e proteção em uma viagem, que já sabia que teria sucesso tanto na ida quanto na volta (Gn 28.15), foi muito pouco. Porque não pediu riquezas, força para lutar contra um anjo, servos, rebanhos, esposas, filhos. Esta era a sua situação antes de reecontrar seu irmão (Gn 32.3-21). Se tivesse pedido isto teríamos que retirar os capítulos 29, 30, 31, 32 do livro de Gênesis, momentos em que aprendeu muito, enfrentando as mesmas situação constrangedoras, as quais havia proporcionado a seu irmão.
Ou então poderia ter feito o seguinte pedido a Deus em seu voto: “Eu quero ser reconhecido por esta nação que Tú prometeste ao meu pai e avô e confirmou a mim. Eu quero ser o terceiro mais importante patriarca de Israel, quero esta glória”.
Ele pediu comida, vestes e proteção, nada mais. Não se preocupem com o resto.
JOSÉ
Anos mais tarde, algo semelhante aconteceu. Seu filho José, o preferido, estava solitário em uma cova (Gn 37.24), olhando para o alto ou para o chão sem entender o que estava acontecendo. Naquele momento, não temos registro de voto, mas certamente ele deve ter pensado no pior, morte, doença, prisão eterna ou esperava o arrependimento de seus irmãos?
Ele sabia que não morreria, pois aqueles seus sonhos (Gn 37.5; 9) se cumpririam em sua vida, portanto cremos que deve ter esperado pelo melhor.
José agiu como seu pai, pois quando saiu da cova e enfrentou a viagem até ao Egito deve ter orado da seguinte forma: “Se Tú me der comida, vestes e me proteger tanto na ida quanto na volta desta viagem, o Senhor será o meu Deus”.
A única diferença foi que ele não recebeu a confirmação da promessa como os patriarcas anteriores, mas nada que pudesse abalar a sua estrutura e fé.
a) Barganha de José:
O que impedia que José orasse desta forma: “Deus, eu exigo o trono do Egito, quero estar somente abaixo de Faraó, para que todos me respeitem e para que os meus sonhos se concretizem. Eu quero esta glória”.
Para isto teríamos que excluir os capítulos 39 e 40 de Gênesis e assim seria muito bonita a trajetória de José: da cova direto para o trono. Eliminando os piores períodos de sua vida, que foram a cova, caminhada, servidão no Egito, prisão, ingratidão e por fim a desconfiança do sistema egípcio, justamente nos momentos em que mais aprendeu na vida, pois agora sim entendia a dificuldades dos outros, conhecia as necessidades e poderia socorrer seus irmãos quando lhe fossem pedir ajuda.
A barganha faz o homem pular etapas, impede o seu crescimento espiritual e o torna egoísta.
Por: Ailton da Silva
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