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sábado, 19 de janeiro de 2013

´"Tenho contra ti que toleras Jezabel"



Israel, estava vivendo dias difíceis, principalmente após o aparecimento repentino de Elias. A mensagem do profeta fazia alusão ao fechamento do céu, para que não houvesse chuva e orvalho (1 Rs 17.1), justamente o princípio para uma vida abundante, na época.

1) NÃO CHOVERÁ
E não haveria água, riqueza, colheita, prosperidade, alegria, disposição, certeza da chamada, coragem, pelo menos enquanto estivessem dobrando seus joelhos a Baal, enganados pela rainha e seus profetas. O lado bom desta disciplina é que ficariam livres dos ladrões, que certamente não apareceriam para roubarem suas colheitas, como aconteciam nos áureos tempos dos juizes (Jz 6.3-4).

2) O SENHOR É O MEU PASTOR E NADA ME FALTARÁ
Para os 7000 que ainda não haviam dobrado seus joelhos (1 Rs 19.18) e em especial, para Elias, durante o período compreendido entre a primeira e segunda aparição diante de Acabe (1 Rs 17.1; 18.1), o Senhor Deus foi o grande pastor e nada faltou:

a) pão e carne, via corvos-delivery:
Logo pelas manhãs as entregas foram pontuais, garantidas pelo próprio Deus (1 Rs 17.4), tal como aconteceu no deserto enquanto Israel caminhava em direção a Canaã (Ex 16.21), quando o maná foi enviado até o momento quando entraram em suas possessões (Ex 16.35, cf Js 5.12).

Os corvos eram aves imundas, as quais os hebreus abominavam (Lv 11.15) e como Elias não encontrou dificuldades ou não apresentou obstáculos para aceitar aquela situação? O instrumento era duvidoso, asqueroso, mas a fonte da benção não! Se fosse outro homem (At 10.14), certamente recusaria ou relutaria por alguns instantes. Deus havia ordenado aos corvos e eles obedeceram, quem sabe isto não foi uma prévia do que Pedro ouviria e veria com seus próprios ouvidos e olhos anos mais tarde (At 10.15). Pelo menos por alguns dias ou somente para aquela missão os corvos se comportaram como aves obedientes e não como imundas.

b) Água potável, via ribeiro minguado de Querite:
O córrego que não tinha vida própria, pois dependia das águas da chuva (1 Rs 17.7) e que devido a seca estava a cada dia sumindo diante dos olhos do profeta, já o rio Jordão era tão mais atrativo, possuía muito mais recursos, enquanto que Querite era somente sinônimo de anonimato, de dependência total de Deus, lugar de reflexões e renovo de ânimo.

Elias não questionou Deus sobre a “morte” do ribeiro (1 Rs 17.7), pelo contrário, ficou esperando vir a ele novamente a Palavra do Senhor, bem diferente de Jonas (Jn 4.7-11), que lamentou a morte da aboboreira ao mesmo tempo em que não se comoveu com a situação espiritual de seu público alvo, os ninivitas. A respeito da situação espiritual de Israel, que era a maior preocupação de Elias, ele logo se dispôs a retornar para enfrentar o rei, tão logo recebeu a revelação da proximidade da benção para a nação, a chuva ( Rs 18.1).

c) Alimentação farta, made in Sidom:
Comer pão e carne entregues por corvos deve ter sido estranho, tanto quanto ver a cada manhã o ribeiro se secando, mas nada que se compare a se dirigir à cidade da rainha perseguidora, justamente o lugar mais seguro para ele no momento. O difícil foi receber algo daquela pobre viúva, que ele não conhecia, que não sabia nada sobre a sua religião ou se era ou não simpatizante de Jezabel. Como confiar nela? Será que a notícia da recompensa pela prisão de Elias havia se espalhado naquela região? Se tivesse, Elias estava correndo perigo?

Assim como no caso dos corvos, a ordem para sustentarem o profeta havia partido do próprio Deus, portanto não tinha como as aves, a viúva e Elias duvidarem ou relutarem (1 Rs 17.4, 9).

3) TENHO CONTRA TI QUE TOLERAS JEZABEL
Após a providência e sustento, vindo de Deus, Elias novamente se apresentou ao rei para desafia-lo, juntamente com os profetas de Baal, com ou sem a presença de Jezabel, já que após tantos gritos, clamores e sangue (1 Rs 18.28-29), quem sabe ela não se cansou de tudo aquilo e se dirigiu aos seus aposentos reais e ficou somente esperando por noticias frescas (1 Rs 19.1).

Porque Acabe não se concertou? Oportunidades teve (1 Rs 17.1; 18.1, 38, 44). Porque não se conscientizou do seu erro e procurou ganhar sua esposa, a filha de Sidom? A mulher que se dizia profetiza (Ap 2.20), já que se considerava, pois gritou bem alto: “assim me façam os deuses e outro tanto, se decerto amanhã a estas horas não puser a tua vida como a de um deles” (1 Rs 19.2).

Que profecia tremenda de Jezabel, “irada”, ela acertou apenas em uma parte: “assim me façam os deuses e outro tanto”, pois esta palavra se cumpriu na integra, pois virou ração para cão (2 Rs 9.35), algo inédito, o outro tanto que ela desejou para Elias. Não foram os deuses que fizeram isto, mas o único, o Deus de Israel, o qual ela odiava, tanto quando odiava a nação. Durante todo o tempo em que permaneceu entre eles foi a base de muito fingimento e eles não perceberam. Que tolerância bizarra.

Teve iguais oportunidades para se converter, mudar de vida (cf Ap 2.21), mas preferiu continuar em seu fingimento, enganando a muitos com seus sacrifícios idolatras (Ap 2.20), tomando e entregando o coração de Israel para Baal.

Seus filhos na fé, os sacerdotes e profetas que trouxera de Sidom e outros que foram nomeados por ela, em troca de privilégios e alimentos, certamente depositavam em sua pessoa tamanha confiança, mais do que em Baal, pois pelos menos ela ouvia, falava, tocava, andava, ações que não eram vistas na imagem inerte de Baal (Sl 115). Os seus profetas, filhos na fé, foram mortos (1 Rs 18.40, cf Ap 2.23) e naquele dia Israel se recordou que havia um Deus verdadeiro entre eles (1 Rs 18.39, cf Ap 2.23).

“Mas eu digo a vós e ao restante que estão” em Israel, que não seguiram esta doutrina (1 Rs 19.18) e que não conheceram as profundezas de Satanás, outro carga não vos poreis. O que tendes, retendes, até que EU venha (Ap 2.25). E não se esqueçam, não se iludem: “Jezabel nunca amou vocês, nunca me amou ou tampouco serviu-me”. Ass. Jeová.

Por: Ailton da Silva - Ano III

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