TEXTO ÁUREO
“E
ele lhes disse: Qual era o trajo do homem que vos veio ao encontro e vos falou
estas palavras? E eles lhe disseram: Era um homem vestido de pelos e com os
lombos cingidos de um cinto de couro. Então, disse ele: É Elias, o tisbita”
(2 Rs 1.7,8).
VERDADE PRÁTICA
A vida de Elias é uma história de fé e
coragem. Ela revela como Deus soberanamente escolhe pessoas simples para
torná-las gigantes espirituais.
LEITURA BÍBLICA EM
CLASSE
1 Reis 17.1-7.
1 - Então, Elias, o tisbita, dos moradores de
Gileade, disse a Acabe: Vive o SENHOR, Deus de Israel, perante cuja face estou,
que nestes anos nem orvalho nem chuva haverá, senão segundo a minha palavra.
2 - Depois, veio a ele a palavra do SENHOR,
dizendo:
3 - Vai-te daqui, e vira-te para o oriente, e
esconde-te junto ao ribeiro de Querite, que está diante do Jordão.
4 - E há de ser que beberás do ribeiro; e eu
tenho ordenado aos corvos que ali te sustentem.
5 - Foi, pois, e fez conforme a palavra do
SENHOR, porque foi e habitou junto ao ribeiro de Querite, que está diante do
Jordão,
6 - E os corvos lhe traziam pão e carne pela
manhã, como também pão e carne à noite; e bebia do ribeiro.
7 - E sucedeu que, passados dias, o ribeiro se
secou, porque não tinha havido chuva na terra.
PROPOSTA
•
Elias, o tisbita, foi muito maior que o meio em que
viveu;
•
Elias, servo do Deus de Abraão, Isaque e Israel;
•
Vocação e chamada divina como os outros profetas;
•
Ministério marcado pela autoridade e inspiração;
•
Marcas do profetismo: exortação, denúncia e
repreensão;
•
O erro dos guias políticos refletiam sobre os
súditos;
•
Elias, ministério de cunho profético, social e
escatológico;
•
Elias, o tisbita x João, o batista, continuidade?
•
A mensagem de Elias visava o arrependimento e não a
ira.
INTRODUÇÃO
Elias aparece nas páginas da Bíblia como se
viesse do nada, uma vez que a Escritura se silencia sobre a identidade de seus
pais e também de sua parentela, apenas diz que ele era tisbita, dos moradores de Gileade, muito pouco para o
homem que ocuparia um grande e importante espaço na história bíblica.
Este homem enigmático protagonizou os fatos
mais impactantes na história do profetismo em Israel. Ele denunciou
os desmandos do governo dos seus dias e desafiou os falsos profetas que
infestavam a nação. Elias é um modelo de autenticidade e autoridade espiritual
a quem devemos imitar. Sobre isto o professor Francisco A. Barbosa escreveu:
“Elias foi um dos
mais destacados servos de Deus mencionados no Velho Testamento. Ele testificou
de Deus no meio da idolatria, enfrentando o rei de Israel, sua ímpia rainha,
Jezabel, e os 450 profetas de Baal (1Rs 18); ele orou a Deus, e não choveu
naquela terra por três anos e seis meses. Contudo, “Elias era homem semelhante
a nós, sujeito aos mesmos sentimentos” (Tg 5.17). Este homem simples, sem
origem definida, aparece na história do povo escolhido e deixa marcas
indeléveis na história Bíblica. Foi o grande profeta levantado por Deus no
reino de Israel (o reino do norte, o reino das dez tribos), num momento de
grave crise espiritual. Ele confiou, não em si mesmo, mas na força do Senhor
(1Rs 18.46), e viu o cuidado do Senhor durante o seu ministério. Em três
ocasiões diferentes, o Senhor providenciou alimento de forma milagrosa para
Elias, alimento indispensável para que ele pudesse continuar testemunhando do
Senhor: junto ao ribeiro de Querite (1Rs 17.5,6), na casa da viúva de Sarepta
(17.9) e no deserto (19.4-7)”.
Elias, “conhecido como o profeta do fogo”,
apareceu no cenário humano, vestido de forma simples, que não teve onde reclinar
sua cabeça (cf Mt 8.20), um homem estranho, que “se vestia de pelos de camelos
e que dispensava o conforto do cotidiano” e com uma mensagem de igual forma,
simples, mas contundente, que atingiu em cheio o seu alvo, o apostata rei
Acabe. “Elias foi sem dúvida alguma, um dos maiores profetas que o Senhor Deus
levantou em sua época”. Um grande exemplo para nos provar que Deus ainda é o mesmo,
ontem, hoje e eternamente e que “levanta homens simples para fazer coisas
extraordinárias”.
Elias se tornou conhecido em todo Israel , após a
batalha calorosa do Monte Carmelo, tanto que teve que fugir decepcionado, para
preservar a sua vida.
I. A
IDENTIDADE DE ELIAS
1. SUA TERRA E SUA GENTE.
O relato sobre a vida do profeta Elias
inicia-se com a descrição de sua terra e povo (1 Rs 17.1). Não encontramos
referência à sua genealogia, como era comum nos casos de alguns profetas. Esta
declaração inseriu o profeta o cenário bíblico, que “deveria ter uma vida mais ou menos retirada da comunidade”, mas que quando
solicitado, se apresentava diante daqueles que necessitavam da correção de Deus
(1 Rs 18.1-2).
Natural de Tisbe, um lugarejo inexpressivo,
situado na região de Gileade e a leste do rio Jordão, atual território da
Jordânia, local onde as tribos de Ruben, Gade e metade de Manassés, pediram
para habitarem (Nm 32.1-5). Em nenhum outro lugar é mencionada e as referências
a esta cidade estão sempre ligadas ao profeta (1 Rs 21.17; 2 Rs 1.3,8; 9.36).
Elias se tornou muito maior do que o meio no qual vivia. Na verdade, não foi
Tisbe que deu nome a ele, mas foi ele que colocou Tisbe no mapa! Sobre isto o
professor José Roberto A. Barbosa escreveu:
“A localização dessa
cidade não é exata, ainda que o texto bíblico a situe em Gileade, no norte da
Transjordânia, do lado leste do rio Jordão. Tratava-se de um lugar isolado,
fora do mapa, de um povo simples. Os historiadores afirmam que seus habitantes
eram rudes, queimados pelo sol, musculosos e fortes. Não se destacava pela
educação, sofisticação e diplomacia, Elias, por assim dizer, era “a cara da sua
terra”. De certo modo podemos afirmar que era um homem áspero, sem formação
instrucional, a não ser a divina. O estilo de Elias estava atrelado às suas
raízes, por isso não “tinha papas na língua”, ou seja, falava a verdade, sem arrodeio.
De uma hora para outra ele se apresenta diante do rei Acabe, sem medo ou
relutância. Ele vai direto ao assunto, questionando os procedimentos do casal
que se opunha ao propósito de Deus. Diante da apostasia, sua mensagem era
necessária, seu pronunciamento urgente. Ele foi chamado por Deus para estar na
brecha, isso ainda acontece em tempos difíceis (Ez. 22.30). Como profeta de
Deus, surpreendeu seus ouvintes, não dizendo o que desejavam, mas o que o
Senhor orientava”.
2. SUA FÉ E SEU DEUS.
O nome do profeta Elias já revela algo de
sua identidade e função, pois significa Javé
é o meu Deus ou ainda Javé é
Deus. Elias era um israelita e como tal professava sua fé no Deus
verdadeiro que através da história havia se revelado ao seu povo. Ele “surgiu
como fogo” e sua “palavra queimava como uma tocha”.
Com o desenrolar dos fatos, vemos o profeta
afirmando essa verdade. Por exemplo, quando desafiava os profetas de Baal,
Elias orou: “Ó Senhor, Deus de Abraão, de Isaque e de Israel, manifeste-se hoje
que tu és Deus em Israel, e que eu sou teu servo” (1 Rs 18.36). Deus era o
Senhor dos patriarcas, da nação de Israel e Elias era um servo dEle! Deus era o
Senhor de Abraão, um dos maiores personagens da história bíblica, mas Elias
estava consciente de que Ele também era o seu Deus!
II. O
MINISTÉRIO PROFÉTICO DE ELIAS
1. SUA VOCAÇÃO E CHAMADA.
A vocação e chamada de Elias foram divinas
da mesma forma como foram as vocações e chamadas dos demais profetas canônicos.
Esse fato é logo percebido quando vemos o profeta colocar Deus como a fonte por
trás de suas enunciações proféticas: “Vive o Senhor, Deus de Israel, perante
cuja face estou” (1 Rs 17.1; 18.36). Somente um profeta chamado e vocacionado
diretamente pelo Senhor poderia falar e agir desta forma.
Todo cristão foi chamado para a salvação,
porém, alguns foram chamados para tarefas especiais. É a nossa vocação e
chamada quem nos habilita para a obra do Senhor.
Seu ministério foi marcado pela luta contra
a idolatria, apostasia, descaso, sincretismo religioso e desmando do rei Acabe
e sua rainha Jezabel. Sua missão era reconduzir Israel aos caminhos de
fidelidade ao Senhor. Sobre isto o professor Luciano de Paula Lourenço
escreveu:
“Elias foi profeta do Reino do Norte, nos reinados de Acabe e do seu
filho Acazias. O nome Elias, que significa “o Senhor é meu Deus”, fala da
convicção inabalável que destacou esse profeta (1Rs 18:21,39). A vida dele
girou em torno do conflito entre a religião do Senhor e a religião de Baal. Sua
missão era levar os israelitas a reconhecerem sua apostasia e reconduzi-los à
fidelidade ao Deus de Israel(1Rs 18:21,36,67). Elias era pois um restaurador e
um reformador, empenhado em restabelecer o concerto entre Deus e Israel”.
A natureza divina e sobrenatural do
ministério do profeta Elias é atestada pela inspiração e autoridade que o
acompanhavam. A história do profeta Elias é uma história de milagres. É uma
história de intervenções divinas no reino do Norte. Encontramos por toda parte
nos livros de Reis as marcas da inspiração profética no ministério de Elias.
Isso é facilmente confirmado pelo escritor bíblico quando se refere à morte de
Jezabel (2 Rs 9.35,36).
De que adiantaria o ministério de Elias ser
marcado pela fama e popularidade? Aliás era justamente o que ele não possuía,
até então, pois ele se tornou conhecido, por todos, após o confronto no Monte
Carmelo, mas contrariando o que muitos fariam nos dias atuais, ele preferiu se
refugiar (1 Rs 19.3), temendo as represálias da rainha fenícia idolatra que ora
habitava entre o hebreus.
Não tinha como Elias negligenciar seu
ministério. Ele tinha a certeza de que havia sido chamado e vocacionado por
Deus, portanto, mesmo que o mundo todo se levantasse contra seu ministério, ele
jamais recuaria.
III.
ELIAS E A MONARQUIA
1. BUSCANDO A JUSTIÇA.
Na história do profetismo bíblico
observamos a ação dos profetas exortando, denunciando e repreendendo aos reis
(1 Rs 18.18), principalmente na era monárquica. Elias foi o primeiro a atuar
dessa forma, na verdade suas ações revelam uma luta incansável não somente em
busca do bem-estar espiritual, mas também social do povo de Deus. Ele enfrentou
um dos períodos mais obscuros da história de Israel, cujas portas para a
idolatria estavam escancaradas. Sobre isto o professor Francisco A. Barbosa
escreveu:
“Elias, profeta do Senhor, natural de Gileade, foi o
homem que Deus usou para falar contra as perversidades do reinado de Acabe e de
sua mulher - a maléfica Jezabel. A punição de Deus sobre as atrocidades de
Jezabel tinha chegado ao extremo. A rainha praticamente havia acabado com quase
todos os profetas. O terror era espalhado sobre o reino. Baal tinha sido
decretado como o deus de Israel. Para Jezabel a lei era seu desejo, a ordem era
seu pensamento. Mas, a Palavra de Deus veio a Elias: “Então Elias, o tisbita, dos moradores de Gileade, disse a Acabe: Vive o
Senhor Deus de Israel, perante cuja face estou, que nestes anos nem orvalho nem
chuva haverá, senão segundo a minha palavra”(1Reis 17:1).
A ordem de Deus foi imperativa, Elias tinha que chegar até o rei Acabe, e dizer
as palavras que o Senhor havia ordenado. Imagine a revolta de Jezabel, o descrédito, pois quem
mandava no reino era ela”.
Os monarcas bíblicos serviam tanto de guias
políticos como espirituais do povo. Quando um rei não fazia o que era reto
diante do Senhor, logo suas ações refletiam em seus súditos (1 Rs 16.30). A
religião, portanto, era uma grande caixa de ressonância das ações dos reis
hebreus. Nos dias do profeta Elias as ações de Acabe e sua mulher Jezabel
sofreram oposição ferrenha do profeta porque elas estavam pulverizando o
verdadeiro culto (1 Rs 19.10). Em um diálogo que teve com Deus, Elias afirma
que a casa real havia derrubado o altar de adoração ao Deus verdadeiro e em seu
lugar levantado outros altares para adoração aos deuses pagãos e como profeta,
coube a ele a missão de restaurar o altar do Senhor que estava em ruínas (1 Rs
18.30).
A restauração do culto pedia, primeiro, a
restauração da unidade de Israel, por isto o profeta tomou doze pedras
representando os doze filhos de Jacó, portanto aquilo que parecia uma afronta
ao reino do norte era, na verdade, uma aviso ao reino do sul.
IV.
ELIAS E A LITERATURA BÍBLICA
1. NO ANTIGO TESTAMENTO.
Os dois livros de Reis e uma porção do
livro das Crônicas trazem uma ampla cobertura do ministério profético de Elias.
O Antigo Testamento mostra que com Elias tem início a tradição profética dentro
do contexto da monarquia. Foi Elias quem abriu caminho para outros profetas que
vieram depois. “Elias foi o principal
profeta de YAHWEH quando Acabe e Jezabel estavam promovendo a adoração a Baal
em Israel”. Surgiu do nada (I Rs 17.1), não fizeram menção de sua genealogia e
da mesma forma, repentina, foi levado aos céus (2 Rs 2.11).
Mas Elias não
possuía apenas um ministério de cunho profético e social, seu ministério
era escatológico. Malaquias predisse o aparecimento de um profeta como Elias
antes “do grande e terrível dia do Senhor” (Ml 4.5).
2. NO NOVO TESTAMENTO.
“O ministério de fé
e coragem de Elias é lembrado no Novo Testamento. Jesus relaciona o ministério
de João Batista ao de Elias, certamente pela ousadia desses dois profetas (Lc.
1.17). Assim como Elias, João Batista não tinha receio de anunciar a Palavra de
Deus, ainda que as autoridades não gostassem. Este último foi martirizado por
denunciar os pecados dos poderosos da sua época (Mt. 14.3,4). Durante a
transfiguração de Jesus, no monte, o evangelista Mateus registrou que estavam
presentes Elias e Moisés, que falavam com Cristo (Mt. 17.3; Lc. 9.30,31). A fé
da viúva de Sarepta, no seu encontro com Elias, foi destacada por Jesus,
ressaltando a importância daqueles que eram considerados não povo pelos judeus
(Lc. 4.24-26). A realização de milagres por Jesus fez com que Ele fosse
confundido com Elias ressuscitado (Mt. 16.14; Mc. 6.15; 8.28). Tiago, em sua
epístola, afirma que Elias era homem semelhante a nós, mas que orava ao Senhor,
sendo esse o motivo dos milagres que realizou (Tg. 5.16-18)”.
CONCLUSÃO
O período do reinado de Acabe foi marcado
pelo declínio religioso do reino. A mensagem profética de Elias visava
primeiramente a produção de arrependimento e não a manifestação da ira divina.
Isso é visto claramente quando Acabe se arrepende e o Senhor adia o julgamento
que havia sido profetizado para os seus dias (1 Rs 21.27-29). A lição nos
revelada por esta história nos garante que a graça de Deus é maior do que o
pecado e suas consequências.
1) Descrever a
vocação e a chamada de Elias.
•
Vocação e chamada
divinas, como aos demais profetas.
2) Compreender
como se deu a atuação do profeta Elias.
•
Exortou, denunciou e
repreendeu;
•
Buscou o bem estar social
e espiritual de Israel.
3) Destacar o
papel de Elias junto a monarquia.
•
Elias iniciou a tradição
profética no período monárquico;
•
Abriu o caminho para
outros profetas.
REFERÊNCIAS
BARBOSA, Francisco de
Assis. Elias, o tisbita. Disponível em: http://auxilioebd.blogspot.com.br/2013/01/licao-2-elias-o-tisbita.html.
Acesso em 07 de janeiro de 2013.
BARBOSA, José Roberto A. Elias, o tisbita. Disponível http://subsidioebd.blogspot.com.br/2013/01/licao-02.html.
Acesso em 07 de janeiro de 2013.
Bíblia de estudo aplicação
pessoal. CPAD, 2003
Bíblia Sagrada: Nova tradução na
linguagem de hoje. Barueri (SP). Sociedade Bíblica do Brasil, 2000
Bíblia Sagrada – Harpa Cristã.
Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, Rio de Janeiro: Casa Publicadora das
Assembléias de Deus, 2003.
CARNEIRO FILHO, Geraldo. Elias, o tisbita. Disponível
em: http://pastorgeraldocarneirofilho.blogspot.com.br/2013/01/1-trimestre-de-2013-licao-n-02-13012013.html.
Acesso em 07 de janeiro de 2013.
Estudantes da Bíblia. Elias, o tisbita. Disponível em:
http://www.estudantesdabiblia.com.br/licoes_cpad/2013/2013-01-02.htm.
Acesso em 07 de janeiro de 2013.
LOURENÇO, Luciano de Paula. Elias, o tisbita. Disponível
em: http://luloure.blogspot.com.br/2013/01/aula-02-elias-o-tisbita.html.
Acesso em 07 de janeiro de 2013.
Por: Ailton da Silva - Ano III
é muito bom estudar a palavra de Deus.
ResponderExcluirMeu irmão, Paz do Senhor Jesus, o seu comentário ficou muito bom, com certeza ajudará muito os professores que irão ministrar a aula... Que Deus continue te abençoando ricamente.
ResponderExcluirIrmão Ailton, que Deus continue te abençoando muito. Continue deixando Ele te usar, abraços em Cristo.
ResponderExcluirJose Lazaro - Campinas/SP