TEXTO
ÁUREO
“E Deus viu as
obras deles, como se converteram do seu mau caminho; e Deus se arrependeu do
mal que tinha dito lhes faria e não o fez” (Jn 3.10).
VERDADE PRÁTICA
O relato de Jonas ensina-nos o quanto Deus ama e está
pronto a perdoar os que se arrependem.
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE
Jonas 1.1-3,15,17; 3.8-10; 4.1,2.
Jonas 1
1 - E veio a palavra do SENHOR a
Jonas, filho de Amitai, dizendo:
2 - Levanta-te, vai à grande
cidade de Nínive e clama contra ela, porque a sua malícia subiu até mim.
3 - E Jonas se levantou para
fugir de diante da face do SENHOR para Társis; e, descendo a Jope, achou um
navio que ia para Társis; pagou, pois, a sua passagem e desceu para dentro
dele, para ir com eles para Társis, de diante da face do SENHOR.
15 - E levantaram Jonas e o
lançaram ao mar; e cessou o mar da sua fúria.
17 - Deparou, pois, o SENHOR um
grande peixe, para que tragasse a Jonas; e esteve Jonas três dias e três noites
nas entranhas do peixe.
Jonas 3
8 - Mas os homens e os animais
estarão cobertos de panos de saco, e clamarão fortemente a Deus, e se
converterão, cada um do seu mau caminho e da violência que há nas suas mãos.
9 - Quem sabe se voltará Deus, e
se arrependerá, e se apartará do furor da sua ira, de sorte que não pereçamos?
10 - E Deus viu as obras deles,
como se converteram do seu mau caminho; e Deus se arrependeu do mal que tinha
dito lhes faria e não o fez.
Jonas 4
1 - Mas desgostou-se Jonas
extremamente disso e ficou todo ressentido.
2 - E orou ao SENHOR e disse:
Ah! SENHOR! Não foi isso o que eu disse, estando ainda na minha terra? Por
isso, me preveni, fugindo para Társis, pois sabia que és Deus piedoso e
misericordioso, longânimo e grande em benignidade e que te arrependes do mal.
PROPOSTA DA LIÇÃO
•
Único profeta que
tentou resistir ao Senhor;
•
Tema principal:
misericórdia e soberania de Deus;
•
Baleia ou grande
peixe, quem engoliu Jonas?
•
Livro histórico e não
alegórico, ficção, mito ou lenda;
•
Os ninivitas foram
alcançados pela Graça de Deus?
•
Deus se arrependeu? Linguagem
antropopática;
•
Jonas não ficou
satisfeito com sucesso de seu trabalho;
•
Ele desejava vingança
contra os cruéis assírios;
•
Esta é a diferença
entre bondade Divina e justiça humana
INTRODUÇÃO
A fascinante história de Jonas é conhecida por narrar a experiência
do profeta no ventre do grande peixe, no entanto, esse acontecimento não pode
ofuscar a maciça conversão de uma cidade pagã e cruel. Estes dois milagres
foram mencionados por Jesus e continuam a impressionar ao longo da história.
A
missão do profeta Jonas era levar a mensagem para que houvesse o arrependimento
de um dos maiores inimigos de sua nação, a Assíria, cuja capital, odiada pelos
judeus, representava “a maldade, a crueldade, a impiedade e agudeza de um
império perverso”, mas ele resistiu ao chamado divino. Entretanto, Deus estava
no controle e não demorou para que o profeta cumprisse sua missão. Jonas aprendeu
uma extraordinária lição a respeito do grande amor e misericórdia de Deus, que
se preocupa com todos, “até mesmo com os inimigos de seu povo”.
“Ninguém era menos
merecedor do favor de Deus que o povo de Nínive”. Jonas sabia disto e não
nutria nenhum afeto pelo quase decadente império assírio, haja vista a
crueldade com que tratavam seus inimigos. Sobre isto o professor Francisco A. Barbosa
escreveu:
“Os
fatos narrados no livro de Jonas estão situados na primeira metade do século
VIII a.C., em um período de grande otimismo no Reino do Norte, Israel. O
Império Assírio já declina de sua força que atingiu seu ápice no século IX,
situação propícia para que Jeroboão II reconquistasse boa parte do território
pertencente a Israel na época de Davi e Salomão. A expansão territorial trouxe
mais prosperidade que em qualquer outra época anterior da história de Israel.
Tida como um mito pelos incrédulos e vista por alguns eruditos como lenda ou
parábola, os judeus o aceitaram como história, e Flávio Josefo confirma isso no
livro “Antiguidades Judaicas”, sendo que o maior testemunho de sua veracidade é
aquele dado por Jesus ao citá-lo como exemplo para sua morte e ressurreição (Mt
12.39-41; Lc 11.29-30). O fato é que, este livro encerra um maravilhoso exemplo
de missões transculturais”.
O resultado de sua pregação
certamente seria o arrependimento e por conseguinte o perdão (4.2), porém o
profeta ansiava pela vingança, por isto fugiu da missão, pois desejava somente
ser o portador do juízo divino e não o instrumento da transformação e vitória,
ainda mais para o inimigo. A Palavra pregada pelo profeta venceria todas as
barreiras e preconceitos raciais, políticos e religiosos, pois “o registro de Jonas é uma
ilustração veterotestamentária da verdade contida em João 3.16’.
Jonas “foi chamado por Deus,
para fazer algo que não estava em seu coração”. Bairrista e nacionalista deu a
entender, com sua fuga, que somente amaria a quem amasse ele e pregaria somente
para quem comungasse a mesma idéia ou fé, mesmo porque imaginava muito trabalho
para que os ninivitas aceitassem a Palavra e, por conseguinte, mudassem de vida.
I. O LIVRO DE JONAS
1. CONTEXTO HISTÓRICO.
Jonas desenvolveu seu ministério profético durante a
supremacia do império assírio, cuja capital era Nínive (Gn 10.11; 2 Rs 19.36),
a cidade sangrenta, cheia de mentira e roubos. O nome do rei ninivita impactado
com a pregação de Jonas, segundo se diz, é Adade-Nirari III, falecido em 783 a .C. Nessa época,
Jeroboão II (793-753 a .C.),
filho de Joás, reinava em Samaria, sobre as dez tribos do Norte, sendo este monarca
“um dos grandes líderes militares da história de Israel” (2 Rs 14.25-28), pois
restaurou boa parte da fronteira ao norte do reino (1 Rs 8.65). Este fato havia
sido profetizado por Jonas (2 Rs 14.25, p. final).
O império assírio era uma
grande ameaça para a tranquilidade e prosperidade de Israel e o profeta Jonas,
“ideologizado”, tinha ciência disto. Sobre isto o professor Luciano de Paula
Lourenço escreveu:
“Os
assírios pagãos, inimigos de Israel de longa data, eram a potencia econômica e
militar dominante entre os antigos de aproximadamente 885 a 665 a .C. Relatos do Antigo
Testamento descrevem seus saques contra Israel e Judá, onde eles destruíram a
zona rural e levaram cativos. O poder assírio havia desvanecido à época do
ministério de Jonas, e Jeroboão II foi então, capaz de reivindicar áreas da
Palestina desde Hamate localizada em direção ao sul, até o Mar Morto, como
havia sido profetizado por Jonas (2Rs 14.25)”.
2. VIDA PESSOAL.
Jonas se apresenta apenas como filho de Amitai (1.1) e foi
mencionado em outras narrativas bíblicas e, por essa razão, sabe-se que foi profeta
do Reino do Norte, natural de Gate-Hefer, tendo vivido na época de Jeroboão II
(2 Rs 14.23-25). Gate-Hefer localizava-se na terra de Zebulom (Js 19.13), nas
proximidades de Nazaré da Galiléia.
Jonas, que deveria ir para Nínive, desobedeceu à ordem
divina, procurando fugir para Társis. É o único profeta bíblico, do qual se tem
notícia, que tentou resistir ao Senhor. Ele seguiu em direção oposta. Társis,
segundo Herodoto, é a mesma Tartessos, na orla ocidental do Mediterrâneo, a
sudoeste da Espanha, idéia aceita pela maioria dos pesquisadores bíblicos. Será
que Jonas não conhecia a onipresença de Deus (Sl 139.7-10) ou desejava algo diferente
para seus inimigos?
Jonas, cujo nome significa “pomba” (1.1), fugiu, chorou,
temeu, gemeu (Is 59.11), esteve em conflito com Deus, com os ninivitas e
consigo mesmo, pediu a morte, não se alegrou com o sucesso de sua pregação e preferiu
ver a morte dos inimigos do que a salvação deles. Sobre isto o professor
Luciano de Paula Lourenço escreveu:
“O nome Jonas,
"Yonah" no hebraico, significa "pomba" (Jn 1:1). Seu nome está bem de acordo
com sua atitude em três aspectos: Primeiro, na Bíblia a pomba é vista como uma ave
que busca a fuga na hora do perigo: "Estremece-me
no peito o coração, terrores de morte me salteiam; temor e tremor me sobrevêm,
e o horror se apodera de mim. Então, disse eu: quem me dera asas como de pombal
Voaria e acharia pouso. Eis que fugiria para longe e ficaria no deserto"
(Sl 55:4-7). Segundo, a pomba também é símbolo de alguém que
chora e geme. "Todos nós
[...] gememos como pombas; esperamos o juízo, e não o há; a salvação, e ela
está longe de nós" (Is 59:11). Jonas fugiu e também gemeu a ponto de
pedir a morte duas vezes. Terceiro,
a pomba é símbolo de passividade. O caráter passivo de Jonas é contrastado com
o caráter ativo de Deus. Enquanto Jonas foge de Deus, Deus busca Jonas.
Enquanto Jonas desce, Deus o levanta. Jonas é contrastado com os marinheiros e
com os ninivitas. Enquanto Jonas dorme, os marinheiros clamam e oram. Enquanto
Jonas passivamente encontra-se forçado a fazer a vontade de Deus, o povo de
Nínive ativamente pede a Deus que suspenda o castigo e lhe envie misericórdia.
No entanto, o significado do nome de Jonas está em descompasso com o seu
significado. Pomba também é um símbolo da "paz". Todavia, Jonas está
em conflito com Deus, consigo e com os ninivitas. Ele prefere fugir a obedecer
a Deus. Prefere ser jogado no mar a arrepender-se. Prefere a morte a ver seus
inimigos salvos”.
3. ESTRUTURA E MENSAGEM.
O livro contém 48 versículos distribuídos em quatro breves
capítulos. Apesar de começar com estrutura profética (1.1), a mensagem é
apresentada em estilo biográfico. Não deixa, contudo, de ser uma profecia da
história de Israel, ao mesmo tempo em que anunciam o ministério, a ressurreição
e a obra missionária de Cristo (Mt 12.39-41; 16.4). O tema principal do livro é
a infinita misericórdia de Deus e a sua soberania sobre todas as nações.
Sobre a estrutura e mensagem do livro o professor Luciano
de Paula Lourenço escreveu:
“O capítulo
1 descreve a desobediência
inicial de Jonas, e o castigo divino subsequente. Ao invés de rumar para
nordeste, em direção a Nínive, Jonas embarca num navio que velejava para o
oeste, cujo destino era Társis, na atual Espanha, o ponto mais distante
possível da direção apontada por Deus. O profeta, porém, não demorou a sentir o
peso da impugnação divina: uma violenta tempestade no mar Mediterrâneo, que o
levou a revelar-se aos marinheiros. Estes, por sua vez, são obrigados a jogá-lo
ao mar. Providencialmente, Deus prepara “um
grande peixe” para
salvar-lhe a vida”
“O capítulo
2 revela a oração que
Jonas fez em seu cômodo excepcional. Ele agradece a Deus por ter-lhe poupado a
vida, e promete obedecer à sua chamada. Então é vomitado pelo peixe em terra
seca”.
“O capítulo
3 registra a segunda
oportunidade que Jonas recebe de ir a Nínive, e ali pregar a mensagem divina
àquela gente ímpia. Num dos despertamentos espirituais mais notáveis da
história, o rei conclama a todos ao jejum e à oração. E, assim, o juízo divino
não recai sobre eles”.
“O capítulo
4 contém o ressentimento
do profeta contra Deus, por ter o Senhor poupado a cidade inimiga de Israel.
Fazendo uso de uma planta, de um verme e do vento oriental, Deus ensina ao
profeta contrariado, que Ele se deleita em colocar sua graça à disposição de
todos, e não apenas de Israel e Judá”.
“Ao ler o Livro de Jonas vemos o mundo pelos olhos de Deus. Todos os
indivíduos de todas as nações, de todas as raças são pessoas, almas, cada uma
com um destino eterno. Cada pessoa é preciosa à vista de Deus; uma, tão
preciosa quanta a outra. O tema central é que Deus está interessado em todas as
pessoas de qualquer nacionalidade ou raça e espera que aqueles que o conheçam
se dediquem a compartilhar esse conhecimento”.
Jonas prendeu sua fé no peito e desejou não
compartilhá-la. O profeta foi insensível as causas do próximo, pois virou as
costas para os ninivitas ao se recusar a levar a mensagem e tratou com
indiferença os marinheiros no momento da tempestade no mar (1.5).
Vingativo e nacionalista se
preocupou apenas com a situação de sua nação, já que sua recusa em ir a Nínive
era justamente pelo fato de conhecer a crueldade daquele povo. Como poderia
pregar as boas novas ao inimigo que não manifestaria nenhuma misericórdia
quando fosse preciso? Era necessário aprender a perdoar o inimigo, mesmo que
fosse o pior ou o mais cruel. O certo é “que Israel não possuía o monopólio do
amor redentor de Deus” (At 10.34-35; Rm 3.29).
II. O GRANDE PEIXE
1. BALEIA OU GRANDE PEIXE?
A língua hebraica não dispõe de termo técnico para
“baleia”. Essa palavra é usada como resultado de uma interpretação tradicional
que atravessou séculos. As Escrituras Hebraicas empregam dag gadol, “grande peixe”, uma vez
(1.17;2.1), e simplesmente dag,
“peixe”, três vezes (1.17; 2.1,10). A Septuaginta traduz ketei megalo por “grande monstro
marinho”, e ketos por “monstro
marinho”, a mesma palavra usada no Novo Testamento grego (Mt 12.40).
Deus ordenou que um grande peixe (1.17) ou uma baleia,
como foi atestado por Jesus (Mt 12.40, ARC), tragasse Jonas e o retesse por
três dias e três noites em suas entranhas. Que fosse um grande peixe ou uma
baleia, ou até mesmo um monstro marinho, mas o certo é que ele esteve naquele
lugar e depois foi vomitado na praia, para então caminhar até a grande cidade
de Nínive. Sobre isto o professor Luciano de Paula Lourenço escreveu:
“Alguns estudiosos, dando rédeas à imaginação, fazem do grande peixe
que engoliu Jonas o centro deste livro. Todavia, o peixe não é a personagem
principal do livro, nem mesmo Jonas. A personagem principal é Deus. Deus é o
Senhor não apenas de Israel, mas da natureza, da História e de todas as nações. Sua vontade se
cumpre, sempre, no final. Os homens não podem criar-lhe obstáculos nem
frustrá-lo. Sua graça é para todo o mundo. O peixe só é citado duas vezes no
livro, enquanto Deus é quem ordena a Jonas ir a Nínive, é quem envia uma
tempestade atrás de Jonas, é quem envia o peixe para engolir Jonas e depois
vomitá-lo, é quem novamente comissiona Jonas a pregar em Nínive, é quem perdoa
os habitantes de Nínive e exorta o profeta emburrado”.
2. INTERPRETAÇÃO.
Não há indício algum no texto para que ele possa ser
interpretado como alegoria, ficção didática, mito, lenda etc. Rejeitamos todas
essas linhas de pensamento, pois o oráculo foi entregue a Jonas no mesmo estilo
dos outros profetas (1.1; Jr 33.1; Zc 1.1). Jesus, a maior autoridade no céu e
na terra, interpretou o livro como histórico, assim como históricos foram o seu
ministério e ressurreição. A citação do ocorrido com Jonas serviu para atestar
a veracidade dos fatos que se seguiram na vida de Jesus, ou seja, a morte e
ressurreição. O Novo Testamento é a palavra final, e isso encerra qualquer
questão (Mt 12.39-41; 16.4).
Jonas, por ordenança e não por acaso, foi tragado pelo
grande peixe e mantido vivo de modo milagroso, por três dias e noites nas
entranhas daquele peixe. Trata-se de um fato inédito e Jesus, já prevendo
reações ou interpretações diversas, citou este episódio para que não
duvidassem, mas o que dizermos do acelerado crescimento e morte da aboboreira
(4.6-7), outra ocorrência estranha? Certamente era preciso um sinal para que
aceitassem e acreditassem nesta história (Mt 12.38).
III. A MISERICÓRDIA DIVINA
O curto relato do livro de Jonas serve como prenúncio da
graça salvadora para todas as nações (Tt 2.11). Os ninivitas foram salvos pela
graça, pois “creram em Deus” (3.5) e “se converteram do seu mau caminho”
(3.10). As obras foram consequência da sua fé no Deus de Israel.
O arrependimento dos ninivitas foi notório e produziu um
resultado nunca visto na história da humanidade, isto se levarmos em conta que o
sermão de Jonas foi desprovido de promessas, bênçãos e misericórdia, pois foi
somente apresentado a aproximação do juízo divino sobre a cidade ao cabo de
quarenta dias (3.4). E o profeta percorreu toda a cidade e pregou a todas as
criaturas, cheio de vigor ou será que ele executou todo o seu trabalho de forma
desleixada, já que se tratava de seus inimigos. Se foi eloquente, esforçado ou
sem motivação, uma coisa é certa, o sucesso da pregação foi inevitável.
Os ninivitas se converteram após a pregação do profeta e
se arrependeram, creram com veemência e proclamaram um jejum coletivo,
vestiram-se de panos de saco em sinal de humilhação (3.5-6) e logicamente
abandonaram suas práticas pecaminosas.
2. O “ARREPENDIMENTO” DE DEUS.
O arrependimento humano é mudança de mente e de coração,
de pior para melhor. Quando a Bíblia fala que “Deus se arrependeu” (3.10),
parece confundir-nos um pouco, pois Deus é perfeito e imutável, não pode mudar,
nem alterar a sua mente (Ml 3.6). A explicação para esta declaração é
justamente o uso da linguagem antropopática, ou seja, a atribuição de
sentimentos humanos à um “Ser que não é humano”.
Quem mudou, na verdade, foi o povo, e nesse caso o perdão
é parte do plano divino (Jr 18.7-10), pois os ninivitas estavam de um lado
praticando toda a sorte de crueldade e após a pregação do profeta eles mudaram
de lado e durante este tempo Deus continuou na mesma posição.
3. EXPLICAÇÃO EXEGÉTICA.
O texto sagrado declara que Deus viu as obras deles e como
se converteram do seu mau caminho” (3.10a). O verbo hebraico aqui é shuv, literalmente: “voltar-se,
retornar”, frequentemente usado para indicar o arrependimento humano. A
respeito do “arrependimento” de Deus, que vem na sequência (3.10b), o verbo é
outro, nanam, “ter pena,
arrepender-se, lamentar, consolar, ser consolado” (Gn 6.6; 1 Sm 15.11; Jr
8.18).
A mudança foi vista no relacionamento dos ninivitas com o
Deus de Israel, que continuou o mesmo. Sobre isto o professor Luciano de Paula
Lourenço escreveu:
“Portanto, Deus não muda,
nem muda de idéia, nem de vontade; sua natureza é imutável. Ele é o " [...] Pai das luzes, em quem
não há mudança nem sombra de variação" (Tg 1:17). “E também aquele
que é a Força de Israel não mente nem
se arrepende; porquanto não
é um homem, para que se arrependa “ (1Sm 15:29). Quando Sua Palavra é
rejeitada e as pessoas se afastam dEle, elas perecem. Todavia, quando elas se
voltam para Deus em arrependimento e fé, Ele sempre as salva, por Sua graça.
Portanto, quem mudou? Deus mudou? Não! Os ninivitas mudaram. Deus salvará o
pecador sempre que este se voltar para Ele! Foi essa maneira de Deus agir que
possibilitou ao blasfemo ladrão da cruz, uma vez arrependido, receber as
palavras de conforto de Jesus: "Em verdade te digo que hoje estarás
comigo no paraíso" (Lc 23:43)”.
IV. A JUSTIÇA HUMANA
1. DESCONTENTAMENTO DE JONAS (4.1).
Jonas foi bem-sucedido em sua missão, mas ele foi o único
ser humano da história que não se alegrou com o próprio sucesso. A Bíblia não
revela a razão deste descontentamento, senão o que o ele mesmo afirmou ao dizer
que sabia que Deus é piedoso, misericordioso, longânimo, grande em benignidade
e que “se arrependes” [niham]
do mal” (4.2b). Isto deveria ser “motivo de muita alegria” e não de tristeza. Sobre
isto o professor Luciano de Paula Lourenço e o Pastor Geraldo Carneiro Filho
escreveram, respectivamente:
“Jonas fica frustrado não com seu fracasso, mas com seu sucesso. Ele
foi o único pregador que ficou profundamente frustrado com o seu sucesso. Ele
chora de tristeza porque os ninivitas recebem misericórdia em vez de juízo,
perdão em vez de destruição. A conversão dos ninivitas produz festa no céu e tristeza
no coração de Jonas. Enquanto os anjos celebram a conversão dos ninivitas,
Jonas pede para morrer. Jonas quer morrer, pois os ninivitas receberam o dom da
vida eterna. Jonas tem piedade de uma planta que ele não cultivou, mas nenhuma
compaixão para mais de 120 mil pessoas " [...]
que não sabem discernir entre a mão direita e a mão esquerda" (Jn 4:11). Jonas queria misericórdia
para si e justiça para os seus inimigos. Porém, Deus é soberano. Sua justiça é
totalmente imparcial e Sua misericórdia pode alcançar qualquer pessoa”.
“Sendo Jonas
um profeta, sabia que a Assíria, algum dia, invadiria a terra de Israel e
praticaria contra seus habitantes as crueldades pelas quais era notável. Assim,
pois, preferiu desagradar a Deus em vez de fazer o possível pela preservação de
uma nação que traria sofrimentos indizíveis ao seu povo”.
Na verdade, Jonas imaginava que o amor de Deus era exclusividade de Israel e
portanto, os assírios não mereciam, mas ele não se atentou para o
arrependimento demonstrado por aqueles que ouviram a Palavra, tal como nos dias
de hoje (Jo 3.16).
2. JONAS ESPERAVA VINGANÇA?
O império assírio foi um dos mais cruéis da história e
tinha domínio sobre todo o Oriente Médio. Será que Jonas esperava uma vingança
como retaliação por terem os assírios massacrado o seu povo? Às vezes, a
bondade divina incomoda alguns (Mt 20.15; Lc 15.25-32).
Jonas imaginava que seu trabalho fosse somente apresentar
a condenação e não atentou para salvação que Deus estava oferecendo por
intermédio de sua instrumentalidade. Sobre isto o professor Luciano de Paula
Lourenço escreveu:
“Jonas queria a condenação irremediável de seus ouvintes e não a
salvação deles. Seu coração estava sintonizado com a mensagem de condenação,
mas não com a possibilidade da salvação. Ele sentiu certo prazer mórbido de
pregar uma mensagem de condenação em Nínive. Jonas pregou um sermão de juízo sem abrir
a janela da esperança. Ele encurralou seus ouvintes no corredor da morte e não
lhes abriu a porta do arrependimento. Ele pregou uma mensagem apenas pela
metade. Ele trovejou a lei, mas não ofereceu a chuva restauradora da graça. Ele
falou da ira de Deus, mas não da Sua misericórdia. Ele pregou um sermão com
apenas cinco palavras e nessas poucas palavras havia toneladas de condenação e
nenhum grama de misericórdia. Seu firme desejo era ver cumprir-se a ameaça da
subversão de Nínive. Agradava-lhe o fato de Nínive ser uma candidata ao fogo do
juízo como Sodoma e Gomorra. A motivação de Jonas não estava alinhada com a
motivação de Deus de salvar os ninivitas. Os sentimentos de Jonas são
mesquinhos e indignos de um homem que foi arrancado das entranhas da morte. Ele
sabia se alegrar no favor de Deus, mas não queria ser instrumento da graça de
Deus na vida de outros. Contudo, apesar de tudo isso, Deus realizou o maior
milagre evangelístico da história na cidade de Nínive, não por causa do
evangelista, mas apesar dele”.
3. COMPREENDENDO A MISERICÓRDIA DIVINA.
A misericórdia divina é um dos atributos que revela a
natureza de Deus (Êx 34.6; Jr 31.3). O Senhor poupou Nínive da destruição,
prorrogou a sua ruína, perdoou os seus moradores e Jonas, na qualidade de
desertor, também foi alvo da infinita bondade de Deus.
CONCLUSÃO
Jonas transmite-nos uma importante lição prática, pela
qual enxergamos a abissal diferença entre a bondade divina e a justiça humana.
Aos ninivitas Deus falou por intermédio de Jonas. Hoje, Ele fala através de
Jesus, que continua a salvar, a curar e a batizar com o Espírito Santo (Jo
14.16; At 4.12). Ele mesmo disse: “E eis que está aqui quem é maior do que
Jonas” (Mt 12.41 - ARA). O Mestre operou sinais, prodígios e maravilhas como
nenhum outro antes ou depois dele, e deu oportunidade de salvação a todos (At
10.38). Mesmo assim, foi rejeitado pela sua geração (Jo 1.11). Por isso, lançou
em rosto a incredulidade dos seus contemporâneos e elogiou a fé dos ninivitas
por haverem ouvido a pregação do profeta e arrependido de seus pecados (Mt
12.41).
1) Explicar:
Contexto histórico, estrutura e mensagem:
•
Cenário histórico: Nínive, capital do império
assírio;
•
Tema principal: misericórdia de Deus;
•
A mensagem entristeceu o profeta e alegrou o
inimigo.
2)
Conhecer o atributo da misericórdia divina:
•
Atributo que revela a natureza de Deus;
•
Foi estendida aos gentios. Não era monopólio de
Israel.
3)
Conscientizar-se da perenidade da misericórdia de Deus:
•
Nínive foi poupada da destruição depois da
conversão;
•
A misericórdia também alcançou o profeta emburrado.
REFERÊNCIAS
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misericórdia divina. Disponível em: http://auxilioebd.blogspot.com.br/2012/11/licao-6-jonas-misericordia-divina.html.
Acesso em 06 de novembro de 2012.
BARBOSA, José Roberto A. Jonas, a misericórdia divina. Disponível em: http://subsidioebd.blogspot.com.br/2012/11/licao-06.html.
Acesso em 06 de novembro de 2012.
Bíblia
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Bíblia
Sagrada: Nova tradução na linguagem de hoje. Barueri (SP). Sociedade Bíblica do
Brasil, 2000
Bíblia
Sagrada – Harpa Cristã. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, Rio de
Janeiro: Casa Publicadora das Assembléias de Deus, 2003.
BITTENCOURT,
Marcos Antonio Miranda. Sete profetas
antigos e muitos ensinamentos contemporâneos. Estudos em Miquéias, Naum,
Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias. Revista do adulto cristão.
4º trimestre de 2011. JUERP, 2011.
CARMO, Oídes José. Profetas menores. Instrumentos de Deus
produzindo conhecimento espiritual autêntico. Lições Bíblicas. Faixa Jovens
e Adultos. 2º trimestre de 2008. Betel, 2008.
CARNEIRO FILHO, Geraldo. Jonas, a misericórdia divina. Disponível em: http://pastorgeraldocarneirofilho.blogspot.com.br/2012/11/4-trimestre-de-2012-licao-n-05-11112012.html.
Acesso em 06 de novembro de 2012.
Estudantes da Bíblia. Jonas,
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Acesso em 05 de novembro de 2012.
LOURENÇO, Luciano de Paula. Jonas, a misericórdia divina. Disponível em: http://luloure.blogspot.com.br/2012/11/aula-06-jonas-misericordia-divina.html.
Acesso em 06 de novembro de 2012.
Rede REDE BRASIL DE COMUNICAÇÃO. Jonas, a misericórdia divina. Disponível em: A atualidade dos profetas
menores. Disponível em; http://www.rbc1.com.br/licoes-biblicas/index/.
Acesso em 07 de novembro de 2012.
Por: Ailton da Silva - (18) 8132-1510 - Ano III
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